GEORGE COLLINS
Eu vi ela andando junto com Alexis, o que me fez sentir extremamente traído por ele.
Sim, eu sabia que não tinha nem mesmo direito de reclamar, que eu nem mesmo deveria questionar Claire ter me deixado para trás – mesmo que aquilo doesse em mim profundamente –, mas ele? Quando ele pensou que pegar a mulher do amigo dele, era algo que um bom amigo fazia?
Alexis tinha muito o que me explicar.
— Querido? Vamos, eu também quero dançar! — Vanessa soltou de forma manhosa ao balançar o meu braço, mas eu não estava nem um pouco afim de fazer aquilo.
— Agora não, Vanessa… — me desvencilhei de seu aperto naquele momento, enquanto soltava um suspiro frustrado.
— É sério? Você vai simplesmente deixar que aquela coisa insignificante acabar com a nossa noite? — Quando ela soltou aquelas palavras, aquilo me deixou irritado, e não ajudou muito aquele embrulho no estômago ter chegado junto daquela sensação.
Ela realmente disse aquilo pra mim? Que tudo aquilo havia sido insignificante – mesmo o amor da minha vida tendo me deixado, e se recusado a usar as roupas que nós combinamos juntos —, porque supostamente, aquilo iria atrapalhar a noite que ela teria comigo? O quão egoísta e s*******o aquela mulher era?
Eu sabia que isso seria um erro, sabia que nunca devia ter encostado em Vanessa! Ela era uma amiga da Claire, era óbvio que em dado momento, ela iria descobrir! Eu devia…
Eu devia…
Eu devia…
Merda!
Não tinha mais o que ser feito, a não ser, claro, se eu conseguisse inventar uma maldita máquina do tempo.
— George! Não me deixe sozinha aqui! — Eu escutei em dado momento aquela mulher vindo atrás de mim, e ignorando isso, eu apenas quis ir até um lugar do qual eu pudesse respirar, só que era uma m***a tentar fazer isso, quando eu nem mesmo sabia onde ficava nada naquela maldita mansão gigantesca!
Eu queria ir embora…
ALEXIS GALLAGHER
Assim que eu achei Claire no meio de toda aquela multidão, eu não pude evitar de ver aquele vestido vermelho que a fazia se destacar na multidão, junto de seus cabelos que estavam em um penteado que combinava com o que ela vestia, dando a ela um ar praticamente… sobrehumano.
Era como… ver uma deusa entre os mortais.
Mas imagine como a minha cabeça ficou quando eu a vi falando com Collins, sério… ele não desistia? O que ele ainda queria com ela? O que ele ainda achava que dava para consertar ali? Ele achava mesmo que o seu erro não havia sido tão grave quanto havia sido de fato?
Eu já sabia que George Collins não tinha uma visão coerente com a realidade, mas ao ver como ele agia com Claire, eu apenas podia ter certeza que a visão distorcida que ele tinha, apenas havia piorado.
De qualquer forma, eu consegui a tirar de perto dele, porque por sorte, Claire não havia deixado se levar pelo papinho de Collins, e ele por sua vez, parecia estar prestes a voar na minha garganta, e me estrangular até a morte.
Bom, não era como se ele fosse conseguir de qualquer modo. E quando eu e Claire finalmente chegamos até o centro do salão, onde já haviam casais entrando em suas posições para dançarem, eu consegui ver a sua expressão ainda cheia de confusão, angústia, contudo… também com um pouco de alívio.
— Senhorita? — Estendi a minha mão para ela junto a um sorriso, — me concederia essa dança?
Claire acabou rindo com a força teatral que eu soltei aquelas palavras, também com a minha linguagem corporal que – eu admito, havia sido feita daquela maneira para fazê-la rir –, completamente exagerada.
— Creio que eu já tenha aceitado o vosso pedido antes, oh nobre cavalheiro. — Ela fez uma leve reverência ao pegar a minha mão, uma que mesmo sendo feita no intuito de ser “engraçada” ainda era cheia de elegância, graça, — vamos?
Eu assenti com a cabeça ao puxá-la, a minha mão que estava livre, se posicionando em sua cintura. E agora o corpo de Claire LeBlanc estava tão próximo ao meu, que eu sentia aquele perfume da Dior tomar conta dos meus sentidos por completo.
Ela estava com aquela feição calma de costume – provavelmente por sentir todos aqueles olhos vindo em sua direção –, seus movimentos sendo leves, cada passo sendo feito com completa perfeição.
A comparação que veio à minha mente era i****a, porém, era como estar dançando nas nuvens, e quando aqueles olhos cinzentos finalmente se encontraram com os meus, eu me vi vacilar por alguns segundos, porque era como se eles estivessem olhando para o fundo da minha alma.
— Você realmente precisava de um par? — Foi a primeira coisa que ela me perguntou, e aquela pergunta veio carregada de tanta ingenuidade, que me fez rir.
— Digamos que sim. — Falei, os meus olhos se desviando para os outros casais que ali estavam, para as pessoas que estavam apenas assistindo, — ela praticamente exigiu isso de mim, dizendo que eu quase não aparecia direito em seus eventos, e que quando aparecia, apenas ficava no meu canto, — suspirei, — e eu não sei se você sabe da fama da Senhora Blanchard, mas… ela detesta ver alguém sem par em seus bailes, principalmente pessoas bonitas. Diz ela ser um desperdício.
Os olhos cinzentos brilharam enquanto eu dizia, um sorriso largo brotando em seus lábios.
— Vocês parecem próximos. — Ela falou, o seu olhar indo para o chão, — como conseguiu? Eu queria tanto me aproximar dela por ela ser um ícone no mundo da moda, mas… eu nunca soube como.
— Então, até você tem certas dúvidas. — Acabei dizendo, porque não era o que a mídia vendia sobre ela, principalmente em questão profissional, — bom, eu sinto em te desapontar, mas ela era amiga do meu pai, e acabou achando interessante a ideia de não me deixar em paz.
— Hummmm, entendo. — Claire pareceu pensativa ao dizer, — pode me dizer algo sobre ela? Algo que possa me ajudar na hora de falar com ela, não sei…
Fiquei olhando para ela por alguns segundos, porque não importava o quanto eu olhasse a situação, era como se o universo quisesse que eu ficasse perto de Claire, que eu a ajudasse de alguma forma.
Claro, podia ser apenas coisa da minha cabeça, mas… parecia que eu sempre estava lá na hora certa, conhecia quem ela precisava – como nesse caso –, e honestamente? Acho que isso não era algo do qual eu queria reclamar.