Capítulo 14

1132 Words
CLAIRE LEBLANC Depois de encher Alexis de uma pergunta atrás da outra sobre a senhora Blanchard, ele me trouxe de volta para casa, junto da promessa de que falaria com ela, para marcar um jantar, ou até mesmo, alguma festa do chá. Fiquei nervosa quando ele citou algo assim do nada, mas ao mesmo tempo? Eu fiquei empolgada! Afinal, quem no ramo da moda, não queria trabalhar ou até mesmo ganhar sugestões de Angelina Blanchard? Isso me deixou feliz o suficiente para conseguir lidar com o que havia acontecido com George naquele baile – porque até quando eu acho que vou ficar feliz por muito tempo, ele me prova que não, mesmo em forma de pensamento. — Pensando demais de novo? — Aqueles olhos dourados me encararam, quase como se eles adivinhassem onde os meus pensamentos estavam agora, — achei que tinha ficado feliz com a sugestão que dei sobre a senhora Blanchard. — Eu fiquei, não me entenda errado… — Me sentei no sofá da sala, suspirando, — mas parece que ele me persegue até na minha cabeça, eu fiquei feliz, e então… aquilo apareceu de novo, — me vi querendo afundar naquele estofado fofo, — fiquei pensando nas coisas que ele me disse de novo, fiquei me perguntando se havia visto coisas ou… não. Alexis apenas se sentou no braço do sofá junto de suas pernas cruzadas, os seus dedos entrelaçados em seu joelho. — Olha, é normal você ficar assim, ele foi alguém que você amou, e… a sua cabeça ainda deve estar procurando desculpas para ele, ou quem sabe… você realmente tenha visto as coisas que viu, e ele sinta elas mesmo. — Alexis falou de forma lenta, quase didática naquele momento, como se realmente quisesse que eu entendesse cada parte, — mas sendo realidade ou não, apenas cabe a você decidir se passar por um relacionamento com George Collins, vale a pena para você. Aquele loiro apenas se manteve neutro por algum motivo, mesmo ele clareamento parecendo se opor à ideia de George sequer chegar perto de mim – ou pelo menos, foi o que pareceu quando ele me tirou de perto do meu ex – mas talvez, fosse porque Alexis fosse uma daquelas pessoas que não quer ser responsável pelas decisões, ou infelicidades alheias, e… não era como se eu pudesse culpar ele por isso. — Eu sei que não vale a pena. — Soltei, as minhas mãos apertando aquele estofado cor de creme, enquanto uma certa raiva de mim mesma, subia pelo meu peito, — mas se eu estiver mais errada do que eu acho? E se ele estiver realmente arrependido, e… tudo for por causa da atenção que eu não dei a ele? Isso é tão incômodo! — Claire, querida… você não está se levando a sério demais? — Ele tentou parecer sutil com o seu próprio tom, gentil talvez, — não me entenda errado, em um relacionamento ambas as partes têm culpa, mas… você não é o motivo de todos os males do universo como acha. E sobre ele estar mesmo arrependido, o problema não é dele? Foi ele quem fez aquilo consigo mesmo. Pisquei ao ouvir aquelas palavras, e ironicamente, um certo peso pareceu deixar os meus ombros. Talvez, ele tivesse razão, eu estava colocando algo em cima de mim que… não era necessário ser colocado, e George Collins? Por que eu ainda estava querendo saber se ele se arrependia ou não? Isso mudaria o fato que ele meteu o próprio p*u em uma das minhas “amigas”? Bom, eu acho que não. — Você é bom nisso. — Acabei soltando depois de um riso soprado, — eu achei que só ia chorar mais e mais como eu fiz com o meu pai, mas… você realmente ajudou. — Sou bom em apenas sofrer com o que devo. — Ele pareceu orgulhoso ao dizer aquilo, — a regra é clara, isso muda algo na sua vida, ou você pode mudar a coisa em questão? Não? Então isso não é relevante, certo? — Certo. — Sorri enquanto tentava salvar aquilo em minha mente (principalmente por eu ser uma pequena bola de nervos em dados momentos), o meu corpo com isso, parando de se afundar no sofá, — Obrigada. — De nada. — Ele fez uma leve reverência com a própria cabeça, aquele sorriso brilhante tomando conta de seus lábios rosados, — acho que já pode dizer que sou a melhor coisa que já aconteceu em sua vida. Arqueei uma das minhas sobrancelhas ao ouvir aquilo. — Convencido, não quer me vender um pouco dessa autoestima não? — Brinquei, apenas para ele levar uma das mãos até o queixo, e fingir que estava pensativo. — Acredite, querida… se eu pudesse vender a minha autoestima, eu já teria feito. — Ele continuou com aquilo, o arquear em seu rosto ficando ainda mais largo, — até porque, o meu patrimônio com toda certeza, teria ficado maior do que já é. — Além de tudo é ambicioso, você já cometeu dois dos pecados capitais só nessa conversa. — Zombei. — Te garanto que posso cometer mais um se desejar. — Ele lançou, o que por um momento, me fez sentir o meu rosto esquentar. Ele não estava falando sobre o pecado que eu havia pensado, certo? — E qual seria? — Não evitei de perguntar, o que fez aquele loiro dar de ombros, como se ele estivesse me dizendo para simplesmente, adivinhar. — Como eu disse, o que você desejar. — Ronronou. Luxúria. Orgulho. Irá. Preguiça. Gula. Avareza. Inveja. Me levantei, por talvez, não saber muito bem como reagir a aquilo, como responder. — Bom, você eu não sei, mas… eu quero muito cometer o da preguiça e me deitar. — Me espreguicei antes de ir em direção às escadas, a minha mão se arrastando pelo corrimão, — ah, obrigada por hoje a noite, e… também por ter dito que me ajudaria com a senhora Blanchard, realmente… significa muito pra mim. — Não precisa agradecer, querida. — Ele me respondeu, ainda com aquele sorriso que brilhava como o sol da manhã, — durma bem. — Você também. — Arqueei os meus lábios levemente, — mas… você não vai subir? — Ainda não, ainda preciso me convencer a subir essas escadas, — ele brincou — ainda tenho que me acostumar com elas, o meu apartamento não tinha mais de um andar. Eu ri. — Está bem, mas não acabe dormindo no sofá, a sua coluna vai te odiar no dia seguinte. — Falei aquilo baseado em experiência própria, e quando eu cheguei ao meu quarto depois daquilo, tive que respirar fundo. Porque mesmo depois de conseguir trocar pequenas últimas palavras com Alexis, agora… eu sentia o meu coração disparar, como se algo tivesse me atingido em cheio.
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