Capítulo 12

1097 Words
CLAIRE LEBLANC Uma parte minha ficou em dúvida sobre aceitar a ajuda de Alexis, mas no fim, eu sabia que isso era definitivamente o melhor a fazer. Era isso ou simplesmente aparecer em um dos bailes mais importantes dos últimos tempos, como uma espécie de figurante. Eu tinha dado meu sangue e alma para me preparar para o evento e tudo tinha sido jogado fora, pela traição de George. Meu coração ainda estava dolorido por conta disso, e mesmo depois de ser consolada pelo meu pai, ainda era difícil aceitar o nosso relacionamento como encerrado. Mesmo que eu fosse aquela que disse isso para começo de conversa. Então, quando aceitei o vestido de Alexis, junto das joias, acabei por decidir algo. Eu precisava… dar um fim a coisas que me machucavam ou podiam vir a me machucar no futuro. Eu precisava deixar claro para o mundo, que George Collins e eu, não eramos mais um casal. Vanessa tinha sido uma amiga preciosa para mim, mas dado o fato de que nem ao menos tentou se desculpar depois de tudo que aconteceu entre George e ela…, obviamente eu era a única a pensar assim sobre ela. O problema, era que o meu pai havia me ensinado quando criança, a não tentar manter perto de mim, alguém que não desejava estar. Foi por isso que enviei a Vanessa, o vestido e as joias que eu deveria usar, aquelas que combinavam perfeitamente com as roupas de George. Se ela o queria, então que tivesse, e quando ela entrou no salão, eu pude sentir o peso saindo dos meus ombros, enquanto o mundo parecia voltar a girar. Era doloroso me lembrar de como havia sido cruelmente traída, mas… era bom ver o rosto de George que parecia ficar cada vez mais pálido a cada passo de Vanessa. Quando eu escutei aquelas palavras que saiam pela sua boca, antes de Vanessa entrar, algo dentro de mim vacilou por alguns segundos. Se questionou se era verdade, se realmente ainda havia sentimentos em George, alguma coisa que desejava que tudo funcionasse, que nós funcionássemos. Minha cabeça estava confusa naquele momento, e ver Vanessa e ele ali, foi como reviver a traição. Eu tinha armado isso, mas… era bom. Era bom ver que não estava errada. George não sabia nada sobre amor, afinal, se soubesse, não teria me traído, certo? — Olá querido. — Vanessa logo entrelaçou o próprio braço no de George, um sorriso largo brotando em seus lábios assim que me viu, — gostou do meu vestido? Foi um presente da Claire. Acho que finalmente estamos todos prontos para seguir em frente, não concorda? Suspirei ao ouvir aquelas palavras, porque Vanessa parecia querer deixar claro o lugar no qual ela desejava estar. Ao lado de George. E realmente, os dois combinavam, por mais que eu e George possuíssemos uma palheta de cor semelhante, os meus tons nem sempre combinavam com os dele por sempre serem mais frios, mais escuros; além disso… como George mesmo disse, eu não tinha o tempo necessário, o tempo que ele parecia sentir tanta falta. Ele e Vanessa se dariam bem, seriam a melhor opção um para o outro. Correr atrás desse relacionamento, era uma escolha fadada ao fracasso. — Um presente da Claire…? — Aqueles olhos azuis me olharam com nítido espanto, enquanto o braço de George se desvencilhava do de Vanessa, — por que… você fez isso? Eram as nossas roupas. Bufei. Eu não conseguia entender, por que ele queria continuar com aquele teatro? Qual era o motivo para tamanha insistência em algo que já estava completamente arruinado? Algo que ele arruinou para começo de conversa. — George, por favor… — naquele ponto, o meu tom já estava completamente cansado, exausto, — você sabe muito bem por que eu fiz isso, e eu não iria usar algo combinando com o homem que… — senti minha garganta fechar naquele momento, como se nem mesmo o meu corpo quisesse dizer aquilo em voz alta, como se não quisesse admitir que o homem com quem sonhei me casar, não era mais o George que eu conheci a tanto tempo, mas ainda assim, juntei forças para completar, — me traiu. Aquelas mãos pálidas — que estavam tremulas — seguravam as minhas, junto de um olhar carregado de angústia, ou até mesmo… arrependimento? Não, eu estava vendo coisas. — Claire, eu já disse que foi um erro, tudo isso fo-… George parou ao olhar para cima, e na hora eu não havia entendido o porquê, pelo menos, não até sentir aquele perfume que agora empestava o escritório do meu pai, toda vez que eu passava por ele. — Senhorita LeBlanc, eu finalmente te encontrei. — Aqueles olhos dourados se fixaram em mim, junto de um sorriso brilhante, assim como o sol do meio-dia, — me daria a honra de ser meu par para a a******a do baile? A Sra. Blanchard insistiu que eu deveria participar, e confesso… estarei perdido se me recusar. Eu não sabia quanto daquelas palavras era verdade, mas uma parte minha simplesmente não podia evitar de se sentir agradecida e principalmente feliz com Alexis vir a minha procura e me salvar uma vez mais. — Claire… você não pode-… Eu interrompi, antes que George pudesse tentar intervir e sorrindo para Alexis, segurei em sua mão. — Não se meta, George. E seria um prazer te ajudar, sr. Gallagher, afinal… — segurei na borda da saia do meu vestido, fazendo menção a uma reverência, — sinto que é uma boa forma de agradecer por te me ajudado anteriormente. Gallagher riu, um riso vivo, que parecia cintilar em meio aquele lugar. — Srta. Leblanc, é apenas parte do meu trabalho como um cavalheiro, ajudar uma dama indefesa, — ele brincou, e eu sorri, deixando que ele me levasse para longe dali. — Deus…, como você é rápida, Claire, — Vanessa zombou e eu nem sequer quis virar para encara-la, porque não queria ver a expressão que tinha em seu rosto nessa altura do campeonato. Eu só queria ir para longe das pessoas que tanto me machucaram, mas George estava definitivamente determinado a continuar pisando em meus calos e afundando os dedos em minhas feridas, já que me segurou firme pelo pulso, tentando me forçar a ficar, me parar. — Claire… por favor… — ele praticamente implorou, e eu fechei meus olhos virando o rosto e me soltando de seu aperto. — Sr. Collins, não é de bom tom continuar segurando uma jovem que já não deseja sua companhia, — Alexis falou e eu assenti. — Exatamente, Collins. Me deixe ir.
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