A Herdeiro & O CEO

Capítulo 22

ALEXIS GALLAGHER

Quando eu vi aquela mão delicada bater tão forte no rosto de Collins – ao ponto de quase fazer ele cair no chão – os meus olhos se arregalaram, e um sorriso brotou nos meus lábios, com a mesma velocidade que Claire me pediu – ou melhor, me ordenou – para levá-la para casa.

Eu apenas obedeci a sua ordem naquele momento, até porque, mesmo que eu tenha vindo com o intuito de ajudar, Claire havia sido a pessoa que lidou com tudo aquilo, que praticamente chutou a b***a de Collins sem muito esforço.

Mas é claro, assim que ela se sentou no carro no banco do passageiro, eu pude vê-la apenas suspirar, massageando as suas têmporas como se estivesse completamente exausta de tudo aquilo, farta de ter que terminar tudo com aquele m***a, mais de uma vez na semana – por conta da sua falta de habilidade de compreensão.

— Você está bem? — A perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

— Sim, eu estou bem. — Ela soltou junto de um suspiro, os seus olhos prateados ainda fixos na janela, na paisagem, — estou… apenas pensando.

— Se for naquele maldito do Collins, eu posso tentar resolver. — Ethan Lombardi logo se ofereceu, e pela fama que ele tinha… eu tinha certeza de que a resolução que ele traria poderia ser tudo, menos amigável, — quando eu pegar ele, eu vou…

— Ethan, não. — Claire o repreendeu, como se fosse uma mãe tentando impedir o próprio filho de fazer m***a, — já disse que quem vai lidar com o George sou eu. E tudo o que eu estou pensando, é que em apenas um quesito ele tinha razão… eu realmente preciso ir a público explicar tudo, pelo menos de algum jeito que não f**a a minha imagem de vez.

Claire não era o tipo de pessoa que eu via usar muitos palavrões, então eu tinha que admitir que estava um tanto surpreso, mas… também achava aquele novo lado agressivo dela, um tanto atraente. Principalmente, quando ela simplesmente jogou os próprios fios negros para trás ao bufar.

— Boa sorte com isso, o que você vai inventar? Ou você realmente pretende apenas admitir que foi corna? — Lombardi soltou sem delicadeza alguma, o que fez Claire respirar fundo.

— Claro que não! Até parece que alguém na alta sociedade tem pena de gente corna! — Ela soltou, com puro ódio presente em cada sílaba, — eu não posso simplesmente fazer isso! Eu vou pegar o nome Claire LeBlanc, e simplesmente jogá-lo na lama se eu o fizer… eu preciso de algo convincente, eu preciso de algo…

— Algo como um novo relacionamento? — Eu não pensei duas vezes antes de dizer, ou melhor, praticamente me oferecer para ajudá-la.

— E como ela faria isso? — Lombardi falou, junto de um tom sarcástico que indicava que ele possuía uma certa ideia do que eu iria sugerir, — por acaso está querendo colocar a mão no fogo pela sua donzela, oh príncipe de Gallagher?

Suspirei ao ouvir aquele apelido hediondo que haviam me colocado naquela porcaria de site fofoca. Porque por mais que eu soubesse que na visão geral eu pudesse aparentar ser algo do gênero, isso não impedia aquele apelido infeliz de ser extremamente tosco.

— Por favor, esse apelido é vergonhoso por si só, não o piore. — Eu pedi para Lombardi, na esperança de que ele escutasse.

Claire por outro lado, apenas segurou para não rir, para com isso, continuar o assunto.

— Primeiro, temos que ver isso direito. — Ela começou simplesmente, como se aquele pequeno diálogo nunca tivesse existido, — como vamos fazer esse novo relacionamento ter surgido se formos fazer isso? Como iremos fazer isso funcionar?

— Fácil. — Eu simplesmente soltei, — podemos vir a público dizendo que tanto você quanto Collins já haviam terminado o relacionamento a algum tempo, só não haviam oficializado isso ainda para a mídia, e no baile, bom… foi quando simplesmente cada um apareceu com o seu respectivo par atual.

— Tudo bem, entendi até essa parte loirinho, mas… você não voltou ao país a pouco tempo atrás? Como vai explicar sobre isso?

— Lombardi, ninguém liga pro tempo que duas pessoas demoram para se apaixonar nos dias de hoje, convenhamos. — Expliquei ao dar de ombros, — como Zygmunt Bauman mesmo diz, a nossa geração, é a geração do amor líquido, onde nenhuma das partes realmente se importa com o todo.

— Isso é verdade. — Claire simplesmente concordou, — tem casais que se formam da noite pro dia por conta de uma f**a, o que seriamos nós com menos de um mês? Pelo menos nós ainda tivemos um certo tempo.

— É, vocês também tem aquela desculpa horrorosa do amor à primeira vista. — Lombardi zombou, — mas outra coisa, e a suposta discussão no evento da família Blanchard?

— Casais que terminaram realmente precisam de um motivo grande para discutirem? — Argumentei, — podemos dizer que Collins foi quem começou a discussão, e claro, dizer que ele questionou sobre nós dois. O que faria sentido, já que eu e Collins éramos amigos na época de escola.

— Seria uma boa desculpa. — Claire disse com uma das mãos no queixo, como se estivesse pensativa, — sendo assim, creio que tenhamos tudo pronto, precisamos apenas de uma coletiva de imprensa agora.

— Nisso eu posso ajudar. — Lombardi disse junto de um sorriso largo em seu semblante, — afinal, para todo lado que eu vou, tem uma camêra na minha cara, reunir várias, não será um problema.

— Obrigada, Ethan. — Ela o agradeceu, e quando eu fui notar o meu carro já estava na frente da residência dos LeBlanc, — preciso explicar isso para o meu pai ainda… ele te disse algo sobre ter visto as notícias?

— Nada, mas talvez… — eu parei antes de continuar a falar, porque como eu explicaria para ela que Dylan literalmente me deu a sua localização? — Tenha sido porque eu saí de casa cedo.

— Talvez… — ela soltou ao sair de dentro do carro, indo em direção a sua casa, tanto eu quanto Ethan fazendo o mesmo, — você ouviu ele dizendo se iria para a empresa hoje?

— Não, parecia querer trabalhar dentro de casa hoje. — Comentei, enquanto a acompanhava em sua procura.

Eu realmente não sabia como Claire iria explicar isso para o próprio pai – nem se Lewis iria aprovar que eu estivesse envolvido nisso para começo de conversa – mas… essa conversa claramente, não podia ser evitada.