Entramos para dentro do grande salão, vi vários homens e mulheres bem vestidos, elegantes, aparentando muita riqueza, ostentação, luxo. Alguns já acomodados em suas mesas e outros procurando seus lugares.
O lugar é lindo estilo contemporâneo em cores de dourado, lembrando ouro. Vários quadros espalhados nas paredes, tinha de Vicent van Gogh, Michelangelo, entre outros.
Edgar me conduz tocando no meu ombro.
- Vamos nos sentar aqui Letícia.
Edgar puxa a cadeira para mim e depois ele se senta.
Nos acomodamos nos lugares que tinha uma placa com o seu nome, logo veio um garçom nos servir:caviar, escargo, champanhe.
Sei que os ricos gostam de comer isso, porém já experimentei uma vez e não gostei, portanto lho para a comida com certo desânimo.
Edgar nota e chama o garçom, o mesmo se abaixa e ele diz algo no seu ouvido. O rapaz afirma com a cabeça e sai.
- O que disse para ele?
Ele segura nas minhas mãos olhando fixamente para o meu decote profundo, meus s***s estão muito expostos. Reparo outros homens olhando também fico envergonhada.
- Pedi algo que realmente você vai gostar de comer.
Volta a mirar-me nos olhos.
Suas mãos soltam as minhas e ele bebe seu champanhe, estamos sentados um de frente para outro numa mesa redonda em volta de tecido de seda branca combinando com toda a decoração.
Bebo também o meu.
O garçom volta e nos serve bife, arroz e batatas fritas.
Meus olhos enchem de alegria.
O garçom se afasta de nós.
- Obrigada, Edgar!
- De nada, vamos comer.
Comemos tudo e como sempre mirava-mos um para o outro, não perdemos o contato visual parece que não existe ninguém em volta de nós. As vezes observo a maioria das mulheres daqui olhando para Edgar, fico incomodada.
De repente ele se levanta da sua cadeira chega mais perto de mim e estende sua mão.
- Me daria a honra de dançar comigo? Por favor - O seu tom era de ternura.
Não respondo, apenas me ergo da cadeira, seguro na sua mão. Ele me leva para o meio do salão e outros casais fazem o mesmo que nós dois. Uma melodia começa a soar e me emociona toda, como ele sabe?
Primeiro o som dos teclados de um piano e depois um homem começa a cantar em inglês, sua voz é parecida com o do Brian McKnight.
Edgar sorri para mim com a expressão de surpresa que faço
Ele me traz para mais perto dele, segura firme e forte na minha cintura, começamos a dançar, lentamente, olhamos um para o outro intensamente. Isso me faz extremecer por dentro,sua aproximação me afeta, coração bate acelerado, como sempre acontece, quando ele me toca, me olha desse jeito.
Meus braços estão tocando o seu peitoral, minhas mãos nos seus ombros. Quero tocar nos seus cabelos, os dedos ansiosos de inquietação.
- Se você não parar de me olhar assim vamos ter que ir a algum lugar privado. - Seu tom era de ameaça.
Edgar me traz ainda mais perto dele, se isso ainda é mais possível sinto a sua ereção dentro da sua calça. Seu olhar para mim é predatório, feroz. O azul dos seus olhos ficando mais intensos.
poderia me sentir suja mas não. Depois de muitos anos me senti desejada outra vez por um homem muito atraente.
Porém vou impor limites.
Agora quem canta é uma mulher, voz identica da Ivete Sangalo, parece que ambos estão aqui. Se eu fecha-se os olhos poderia sonhar que são os dois cantores favoritos da minha vida.
- Por favor, Edgar não fale isso pare por aqui mesmo. - Murmurei, suplicante.
Edgar continua apertando o meu corpo no seu e começo a pensar que não existe lugar melhor nesse mundo.
- Até parece que eu conseguiria te olhar e não te querer. - Voz rouca, sedutora, envolvente, inebriante.
Acaraciou o meu rosto com leveza, fechei os olhos, sentindo o meu sangue ferver.
- Você me quer, Edgar? - Minha voz sai baixa.
Continuo de olhos fechados, sentindo o toque suave dos seus dedos no meu rosto com o contraste de sua pegada gostosa na minha cintura.
- Sim, quero com todas as forças da minha alma, estou sendo sincero com você, Letícia. - A voz embargada de emoção.
Abri meus olhos.
Respirou fundo, mira-me com t***o, carinho e também vejo uma certa angústia.
- Às vezes me pergunto porque eu penso tanto, é e que desde que te conheci uma parte do meu coração viaja ao teu lado. - Toca nos meus lábios com doçura, enquanto a sua outra mão continua como posse do meu corpo.
Os dois cantores cantam juntos e nos dois continuamos grudados.
- Seja minha, Letícia.
- Não sei o que dizer, Edgar.
Ele sorri, a música acaba. Ele segura na minha mão e voltamos a nos sentarmos em nossos lugares.
Estamos calados um olhando para o outro e começa realmente a festa beneficente.
Um Senhor bigodudo e de terno preto sobe no palco e começa a leiloar alguns itens que são importantes para o mundo dos ricos como: quadros valiosos, relógios antigos, coisas absurdas que famosos tocaram. Nessa eu fui a única que riu, nossa estavam leiloando um lenço de Júlia Robert! porém Edgar me explicou que tudo isso era para uma causa nobre e que o dinheiro realmente iria para três orfanatos, e que ele mesmo controlava isso. Além de vendas de casas, apartamentos e até fazendas etc...a lista é interminável.
O tempo todo sentia seu olhar sobre mim queimando com desejo.
Percebeu a minha admiração por um colar que parecia com o do filme Titanic.
- "O coração do oceano" - Murmurei.
Começou a dar lances.
Nem sabia que estava segurando uma plaquinha, a sua outra mão está sobre a mesa. Agarrei nervosa.
- Não, não e não! Edgar por favor eu não quero! - Estou lívida.
- Mas eu quero e vou querer você usando somente isso hoje a noite. - Fala seguro de si mesmo.
Calei-me, não gostei do seu tom!
E os lances sobem cada vez mais e mais, a disputa fica entre Edgar e uma mulher loira, muito bonita por sinal Toda vez que Edgar levanta a placa a loira olha para ele, sorri e volta da um lance maior, porém ele nem olha para a loira, só olha para mim como um vencedor toda vez que levanta o maldito objeto.
Permaneço séria, me sentindo como se Edgar quisesse me comprar a qualquer custo. Miro-lhe com irritação, envergonhada, respiração agitada. Ele por sua vez não percebe o meu estado e isso me deixa mais furiosa.
Edgar consegue o "coração de oceano" mas não o meu coração!
Ele se levanta vitorioso todos batem palmas. Me pede licença vai até ao palco passa um cheque para o senhor que estava fazendo o leilão e esse o entrega uma caixa grande de veludo azul royal. Está aberta, ele toca na sua jóia e depois olha-me seriamente, agora percebe que não estou feliz com o que ele fez.
O leilão foi encerrado e todos se levantam, começam a cumprimentar uns aos outros, agora como se fossem velhos amigos. Quando chegamos aqui todos estavam com seus narizes empinados, intocáveis. Agora estão se comportando diferentes.
Edgar sente o meu desconforto e tenta vim até a mim, porém algumas pessoas param para falar e cumprimenta-lo.
Me ergo frustrada quando ele chega mais perto, olho para aquela caixa com repulsa. A loira para bem diante dele.
- Olá Edgar, se esqueceu de mim é?
Edgar olha para mim assustado e eu não aguento mais esse seu mundo. Saio correndo dali.