Ao inferno por ti vl 1

Capítulo 19

Tento sair daquele lugar, porém várias pessoas me atrapalham, me esquivo de uns e outros e consigo sair do grande salão.

Estou com muita raiva de Edgar, não tenho pra onde ir, aqueles paparazzis começam a tirar mais fotos de mim, chegam quase a me cegar com os seus flash. Ergo os meus braços e tento cobrir os meus olhos com as minhas mãos, estou nervosa.

Sinto uma mão me tocar no meu ombro e dou um pulo de susto.

Olho para traz e vejo um Edgar aparentando estar muito raivoso. Segurando-me no braço sou levada para o seu carro de luxo que o manobrista acabou de deixar.

Me coloca dentro dele, fecha a porta com força demais. Chega me assustar, depois se senta no seu lugar de motorista, dá a partida, ficamos em silêncio total.

Chegamos na sua mansão.

Eu já estou indo com certa pressa como se estivesse fugindo e estou, não quero conversar com ele! Vou em direção aos degraus da escada quando a sua voz grossa, atrás de mim, numa distância segura, me faz estacar no meio do caminho.

- Pode me explicar a sua reação?

Virei-me para ele que está com as suas mãos dentro do bolso da sua calça.

Olho para ele e sinto as lágrimas querendo sair mas eu as seguro,ergo bem o meu rosto, aparentando superioridade, todavia por dentro estou abalada, a qualquer momento vou desabar.

- Claro que sim, Senhor Velask!

Na mesma hora ele fica estagnado,como se eu estivesse dado uma bofetada, mira-me sério.

Despejo sem rodeios:

- Eu disse, eu quase implorei para o "Senhor"não comprar o "coração do oceano"! - Grito. - E ainda por cima teve a audácia de dizer que... me quer nua na sua cama, só usando isto!

Aponto para a caixa que ele colocou numa cômoda perto da escada.

Respiro fundo, coração batendo a mil por hora.

- Se acha muito confiante, né? Falou umas coisas bonitas para mim, tentou me seduzir e... - Desabafo gesticulando, agitada, mas ele resolve interomper.

- Leticia, você está me interpretando m*l, eu te respeito muito. Está certa que não posso negar a atração que sinto por você, desculpe se te ofendi! Me perdoa?

O tom era contido.

- Não posso continuar com isso, é melhor cada um voltar para o seu papel: você de patrão e eu de empregada. Nada mais de vestido, jóias e festa de gente rica. Esse é o seu mundo, não o meu!

Edgar tira as mãos dos bolsos e passa-lo no seu rosto perfeito, parecendo angustiado, perdido, nunca o vi assim. Quando volta a olhar para mim vejo que seus olhos estão lacrimejando ,mas por que?

- Eu quero você! Não vou abrir mão de você Letícia!A desejo desde o primeiro dia que ha vi, não consigo pensar em outra coisa, além de te possuir! Eu tenho fome de você! - Despeja exasperado.

Ele vem até a mim e desvio-me dele e ficamos assim na sala. Ele tentando me alcançar e eu tentando fugir dele, parecendo gato e rato. O olhar dele é de um predador.

Meu coração está disparado, o que Edgar está pensando?

- Não chega perto de mim Senhor Velask!

- Quer brincar comigo, Letícia, quer?!Eu sei que você quer também, não negue isso.

Sorri, parece possuído por pura luxúria.

Percorremos a sala toda e agora estamos um de frente para o outro, só o que nos separar é o piano de calda. Estou com medo e muita raiva dele.

- E o que o Senhor quer de mim?!! - Berro. - Quer que eu lhe sirva a noite na sua cama e de dia lhe sirva na mesa!! ? É isso mesmo?Estou decepcionada com o Senhor!!

Na mesma hora Edgar para de tentar me agarrar mas parecia que era uma brincadeira pra ele, tenho essa impressão.

- Se isso é um problema para você... - Parece pensar. - Está demitida!

Fico extasiada, um desespero me consome por dentro.

- Preciso muitíssimo desse emprego, não faça isso comigo!

- Continuarei pagando o seu salário de empregada mas em troca irá para a cama comigo. - O tom era frio.

Mantive-o no olhar que devia irradiar a irá que crescia vertiginosamente em mim ao mesmo tempo que uma lágrima escorre do meu olho.

- Quer que eu vire a sua prostituta? É isso Senhor Velask!!? - Grito decepcionada com esse homem.

- Nunca, não foi isso que eu quiz dizer, deixa eu te explicar!

Parece desesperado, tenta chega perto de mim, avança.

- Nãooooo!!!! - Solto um grito de dor, rascante, saindo do fundo da minha alma.

Me jogo no chão, fico encolhida, encostada no sofá preto, ergo os meus braços na defensiva, tremendo.

Edgar fica na dúvida se chega mais perto ou se afasta.

- Não, por favor, não chegue mais perto, eu, eu quero, eu quero ir embora daqui!!!

Choro, as lágrimas saeem sem permissão, meu choro e de angústia, desespero, sacudindo-me toda.

Ele se abaixa, ficando na altura dos meus olhos e com as mãos estendidas em sinal de rendição olhando-me com pena. Automaticamente desvio do seu olhar.

- Por favor, Letícia eu não quero te fazer m*l, nunca tentarei abusar de você. Confie em mim, te prometo. Me perdoe, só estou dando bola fora hoje com você, logo você que é tão importante para mim, posso te ajudar a levantar?

Respiro fundo várias e várias vezes, abaixo as minhas mãos, tento me acalmar, afirmo que sim com a cabeça.

Ele chega bem devagar, segura nas minhas mãos, e se ergue me levando junto de si. Me acomoda no sofá, solta a minha mão, sentando do meu lado com uma pouca distância, o tempo todo sinto seu olhar sobre mim mas não tenho coragem de olhar em seus olhos.

Sinto dentro de mim um misto de sentimentos: vergonha, raiva, ressentimentos passados, medo.

Passa-se uns minutos.

- Mira-me nos olhos, Letícia, por favor, confiei em mim, jamais vou te machucar, abusar de você, Mas olha pra mim de novo. - Sulplicou-me com voz chorosa.

Lentamente ergo os meus olhos para Edgar, e o que vejo é de cortar o coração. Ele está chorando. Um choro contido sem som. Não deixo transparecer que suas lágrimas me afetaram.

- Isso, olha bem para mim, agora fala comigo.

- Não tenho mais nada pra falar preciso ir embora. - Relatei seca.

- Me dê outra chance, eu necessito de você e... - O tom era de súplica.

- Você pode ter a mulher que você quiser, porque não fica com a loira bonitona do leilão, vocês pareciam muito íntimos lá! - Acuso.

Ainda com lágrimas em sua face dá um sorriso de lado meio sem graça. Se levanta do sofá.

- Eu não a quero só desejo você. Vou até a sala de jantar pegar um Wisk, você quer também?

- Não, só quero ir dormir.

- Por favor eu te suplico, nossa conversa não acabou, fica aqui um pouco mais comigo.

- Tudo bem. - Respiro fundo.

Ele vai e volta rápido, parecendo com medo que eu fosse embora.

Senta de novo no sofá, ficamos nos mirando, estamos mais controlados de nossas emoções, ele bebe de uma vez só o seu Wisk,em seguida coloca o copo na mesinha de vidro, de repente pega os meus dois pés e leva para o seu colo,o que vai fazer?

Tira os meus sapatos vendo a minha reação, fico séria, na expectativa.

Começa a fazer uma massagem tão gostosa nos meus pés que fecho os olhos. Termino de deitar no sofá, encosto minha cabeça na cabeceira e relaxo como a muito tempo não faço. Depois começa a fazer cosquinhas tirando-me fortes gargalhadas.

- Pare! Pare com isso!

Eu tento puxar os meus pés e Edgar não deixa, ele também ri.

- Não vou até você me perdoar!

- Tá bom, haaaaa, tá bom te perdou.

Para de fazer cosquinhas e continua a massagem nos meus pés. Continuamos a fitarmos um ao outro mas agora com ternura.

- Seja minha Letícia. Hoje, amanhã e eternamente. - Voz rouca, sedutora, envolvente.

- Não posso. - Minha voz sai baixa.

- Por que?

- Amo outro homem.

Um silêncio avassalador agora paira entre nós mas o desejo está ali presente, quente, vivo.

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