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2249 Words
3 anos depois... Enfio a minha glock de prata na cintura e sento na cadeira giratória que tem na boca. Pra quem não sabe, boca é a boca de fumo da favela, é aqui que fazemos toda a parte da gerencia, contabilidade e venda de drogas. Nesse momento, chegou 50 caixas com blocos e blocos de cocaína, pedra e maconha, a função dos soldados do morro é enrolar com insufilm a maconha dividindo em gramas porque quanto mais grama, maior é o valor. O pó é a mesma coisa, quanto maior a quantidade, mais cara, e aqui na favela é uma das melhores e mais procuradas no Rio. Sinto o suor escorrendo pelo meu rosto, meu cropped faixa laranja fluorescente já estava úmido, meu short de tactel já estava cheio de poeira com o tanto de mercadoria que eu estava descarregando, Patrick e Fabrício, vulto PK e Cabecinha (porque era fã do meu pai), me ajudavam a separar as drogas por categoria. Aqui era tudo organizado, não é à toa que o tráfico do Rio de Janeiro chamava-se Crime Organizado. Pegamos o carrinho de ferro com divisórias e colocamos os pacotes em cada um, eu contava, pesava, anotava e de resto, os meninos separavam pra enrolar, dividir no saquinho, colocar os valores e vender na porta da boca. Depois de anotar tudo e abastecer o posto, e toda semana tínhamos que fazer isso, toda semana entrava mercdoria porque saía muito, ainda bem. Eu lucrava muito com a boca, estava muito bem de vida e sinceramente, não queria outra. Eu tinha meus luxos, meus carros, minhas motos, era independente e o melhor de tudo é que ninguem imaginava que a de frente nessa favela era nada mais, nada menos do que uma mulher. Desde que meu pai se foi, eu me fechei completamente. Meu pai era tudo que eu tinha, e eu sei que tudo que ele me treinou era pra ser pelo menos metade do f**a e do p**a que ele era aqui dentro, era respeitado, amado e valorizado, porque sabia muito bem valorizar cada um dos moradores, e eu tendo suprir isso de alguma forma. Encarar a vida sem eles meses depois, foi doído. Eu entrei em depressão, e foi graças a minha família postiça que eu tive cara de me levantar e perceber que o morro agora precisava de mim, e foi gracas a esse trabalho árduo que eu estou onde estou hoje em dia. Mnha favela é a coisa mais calma desde que meu pai foi embora, não houve invasão, não houve x9, não houve nada. Aquela única operação veio pra desgraçar minha vida e tirar meu pai de mim, eu tento de todas as formas não chamar atenção mesmo sabendo que aqui era muito visado, era claro como água que o Vidigal era uma favela de turistas e que por isso, hoje em dia, ela não chama mais atenção dos vermes da civil e da pmrj. Eu tenho um nojo e um ódio da Civil, principalmente do Carlos Atanázio, o causador de todo meu sofrimento. Se ele não tivesse morrido 2 semanas depois da morte do meu pai, eu já teria ido atrás dele há muito tempo. - Qual foi, Imperatriz? Ananda tá ali na porta no teu aguardo. - Fabrício diz e eu assinto. - Garota chata essa Ananda, cara. Fala pra ela que eu já broto. - Falo me levantando e calçando minha slim da Redley que estava no quartinho. Ananda e Priscila eram minhas melhores amigas. Ananda era loira platinada, apaixonada no meu irmão Patrick e Priscila era minha irmã de consideração que me ajudava na contabilidade do morro, Priscila embarcava em absolutamente tudo comigo. No início, ela tinha muito ciúme de mim com a minha mãe emprestada Cristina, mas depois que ela conheceu minha história e que eu perdi meu pai, ela fnalmente entendeu que eu não quero roubar o lugar de ninguém, eu só não queri estar sozinha. Tenho minhas fragilidades como toda mulher tem, mas também sei que tenho moral e sou mulher pra c*****o pra assumir uma responsabilidade gigantesca que é essa de ser a dona do Vidigal. p***a, melhor favela que a minha não tem, a vista mais f**a, os lugares com as paisagens mais sinistras e os mirantes que despensam qualquer comentário, eu era na realidade, privilegiada. Monto na minha BMW pink que eu nunca irei me desfazer, foi o presente mais especial que meu pai me deu tirando a glock cravejada de diamante que ganhei no dia do meu aniversário de 18 anos, que obviamente não teve festa, eu não faço festa desde o dia que meu velho partiu dessa para melhor. - Que que foi, cabeça de piriquito? - Pergunto pra Ananda. - Vai tomar no cu, imperatriz. - Ela sobe na minha garupa e eu ligo, metendo o pé pra casa. - Olha, não manda bandida tomar no cu não, hein. - Dou risada e abro o portão no controle, plugado na minha chave. Já era quase 20:00 e tínhamos combinado de ir numa boate em Ipanema. Fiz plantão dois dias seguidos, escalei os moleques de confiança e o Jordan ia me acompanhar. Jordan trabalhava pra mim e era um grande amigo do meu pai, ele se mudou depois da morte do meu pai e hoje em dia mora no Catete, não tão perto mas também não muito longe. Ele sempre era meu ''guarda-costas'' quando eu precisava. Entramos na minha casa, que é a mesma que eu me mudei com o meu pai mas eu mudei e redecorei do meu jeito. Meu quarto era a junção de dois quartos, então era quase uma casa dentro de um quarto. Tinha divã, poltronas, uma TV imensa, uma cama gostosa, penteadeira, closet e tudo que o dinheiro pode me proporcionar. Eu amava meu cantinho e as meninas adoravam vir pra cá também, porque eram safadas e usufruiam tudo do melhor junto comigo. Ananda já foi entrando no meu closet e pescando uma roupa pra ela, safada. Entro em contato com o Jordan pra perguntar as circunstancias do local e se eu poderi ir sozinha sem a necessidade de sua companhia. Eu era muito correta e concreta com a pessoa que eu era, queria sempre as melhores coisas, os melhores lugares. Mas não poder esnobe, e sim precavida. As janelas do meu quarto eram blindadas e a parede da minha casa era reforçada, qualquer bala que entrasse não perfuraria. Na entrada da minha casa tinham câmeras e na entrada do Morro também, eu sempre sabia quem entrava e quem saía, as cameras ficavam logadas aqui no meu telefone, e era uma delícia ter o controle de tudo. Eu até estava pensando em colocr na Bocfa também, só pra saber o que acontece na minha ausência. Eu era um pouco controladora, mas o trauma de ter perdido meu pai me tornou essa pessoa, atenta, desconfiada de tudo e de todos. Eu não era ingênua, enquanto uns vem com a massa, o meu bolo já está pronto anos-luz. Depois da fiscalização virtual do Jordan, minha intuição estava tranquila quanto ao local e eu já estava ok em relação a tudo, os perigos não eram assim absurdos, porque qualquer local é um risco, mas levando em conta que nem todo mundo sabia que eu era Lorena Ávilla filha do Cabeção, dono do Morro, eu tinha fichas de liberdade. Entrei no meu banho, lavei meu cabelo cacheado e cheio, minha pele bronzeada do sol em conjunto com os meus pêlos dourados, me traziam um charme anormal. Eu era linda, modéstia a parte. Saio do meu banho de milhões, coloco um vestido grudado na cor amarelo dourado que continua uma f***a até o quadril. Ou seja, sem calcinha, dona Lorena... E eu estava doida pra dar. Meus cremes, meu perfume, cacheio meu cabelo com ajuda do pente garfo e divisor, faço uma maquiagem simples com um batom vermelho, visto meu salto agulha, minha bolsa de p**a do Vidigal e estou prontíssima. Ananda e Priscila terminavam de se maquiar, e eu olho minhas redes sociais. Há diversas coisas na vida que eu queria, e relacionamento, homem, eu não queria. Homem te deixa vulnerável, frágil, e eu só queria eles com uma única intenção: sexo casual, forte, gostoso e sem compromisso. Mulher é sempre m*l interpretada por querer trepar e pronto, né? Mas na realidade, é que mulheres também tem vontades carnais, mas os bons-samaritanos não estão nada prontos para ess conversa. Entro no meu Porsche Cayenne preto e blindado, coloco um funk nas alturas e as meninas entram. Ananda e Pri pegaram uma long neck de Budweiser que estava na geladeira, e eu fiquei suave, por enquanto. Qualquer coisa, era só ligar pro Jordan que ele me resgatava, minha mini glock estava na bolsa enrolada com um paninho de seda e eu estava tranquila. Estacionamos na área vip da boate, meus olhos curvaram-se para homens deliciosos que estavam sozinhos e entravam empolgados na casa de festa. Eu amava um homem forte, com cara de quem te come só com o olhar, barbudos e safados. Esses me tinham por inteira. Entramos, fui direto para a área vip. Na casa de festa, hoje, tinha Poze do Rodo, Orochi e Xamã. Eu era fã dos caras, sempre colocava eles pra tocar enquanto trabalhava, então quando as meninas me chamaram eu confesso que não me cativou, mas depois que eu vi as atrações, era tudo que eu precisava. Acionamos um combo de Whisky e outro de Gin, e p***a, eu amava. Gostava muito de cerveja, mas um quente era só em ocasiões especiais, como hoje. Em dia de baile, eu ficava na cervejinha, precisava ficar atenta a tudo, não relaxa. Hoje é só lazer. Fizemos viradinha com tequila enquanto dancávamos e nos ritmávamos ao som da eletrônica estridente que tocava. Depois de algumas horas, eu já estava alta, Pri já foi caçar seu burro e Ananda também, apenas eu que estava selecionando até demais, e no fim, não encontrei ninguém que me atraísse o suficiente. Quando o Poze entrou cantando, eu desci porque queria vê-lo mais próximo, ri da desgraça que seria ficar no meio daquele povo alvoroçado e fui pro bar porque queria um drink com gin. Até que eu avistei um homem com as costas gigantesca e tinha no mínimo, 1.85m de altura. Eu me aproximei rezando a todos os deuses e meus orixás que o rosto fosse bonito, fui à frente dele e não o encarei, apenas pedi sucintamente: - Boa noite, eu queria um drink com gin. Algo forte e que tivesse kiwi e morango, será que você poderia fazer pra mim? - Sorrio e o barman ficou paralisado por um instante, mas logo de prontificou a fazer. Caralho, aquele homem tinha um cheiro de gostoso que eu simplesmente não aguentei, disfarcei, virei encostando a b***a na bancada do bar e o cotovelo apoiado no batente, senti seu olhar por todo o meu corpo. Olhei para o seu rosto e vai tomar no cu, não é real não, viado. Ele tinha os olhos cor de mel, penetrantes, foram as primeiras marcas desse homem bandido que devia estar lá no Morro porque roubou o c*****o do meu coração. Ele tinha o maxilar marcado, que não era perceptível porque a barba muito bem feita, alinhada e com disfarçado cobria seu rosto todo. Era moreno, uma blusa gola V na cor azul marinho, uma jogger e um boné da NY na mesma cor da blusa, a correntinha no pescoço dava todo o charme, e a potência na calça me fez molhar. O homem tatuado, com o relógio no pulso, me olhou nos olhos e eu me senti levemente consrtrangida, exposta, eu estava tímida. Sabe quando isso aconteceu? Nunca, porque homem nenhum me intimidava, mas essa obra prima não era um homem, foi pintado por todos os melhores pincéis gregos do Olimpo. - Oi, morena. - A voz grossa chegou aos meus ouvidos e eu, eufórica, respondi fiamente. - Oi. - Dou um sorriso de lado e ele bate na banquetinha ao lado da cadeir dele, pra eu sentar. Me sento, cruzo bem minhas pernas, me recupero e mantenho minha postura antes dele começar a puxar assunto. Por fim, descobri que seu nome era Diego, ele morava na Barra da Tjuca e estava curtindo com os amigos quando todos eles sumiram de sua vista. O álcool foi entrando, e as verdades foram saindo. - Posso te falar uma coisa? Vou ser bem reta. - Eu falo e ele assente, claramente interessado. - Eu te achei super interessante, você me fez rir aqui bastante em menos de 1 hora de conversa e eu estou querendo beijar sua boca. Vai tomar atitude nunca? Antes mesmo de eu terminar, ele se levantou, pegou minha mão pra eu sair da banqueta, me puxou pra longe da multidão. Um dos cantos imersos da boate, dos quais eram muitos, estavam vazios. Diego me encostou ali, enfiou os dedos no meu cabelo bem rente a nuca, segurou minha b***a, e brincou com os lábios na minha pele. Aproveitei a oportudade, envolovi meus braços ao redor do seu pescoço. Minha b****a já estava úmida com aquele beijo gostoso, que p**a que pariu, encaixou muito bem e a pegada era tanta que eu estava mole em seus braços. Ele me tirou dali, atravessou a multidão colado nas minhas costas mostrando o quanto estava e******o, eu rocei mais ainda porque não estava pra bobeira e quando chegamos no seu carro foi minha ruína. Eu estava completamente fodida.
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