✔ 45. Dormindo juntos

1419 Words
✔ 45. Dormindo juntos: ✔ 45.1. O pecado tentando o pecador: A janela do quarto estava aberta, as longas cortinas balançando com o vento, o ar fresco que entrava no quarto não era capaz de refrescar o corpo quente de Benjamin. Estava quente de raiva, quente de desejo. Quando fechava os olhos, conseguia ver nitidamente Aurélia, usando o vestido novo, sorrindo feliz por estar em sua primeira festa. Tentava não pensar, focar em outro pensamento, como nos casos que investigava, no último jogo de futebol que assistiu, na alegria da sua avó por estar ali novamente. Era inútil tentar, Aurélia invadia os pensamentos a todo momento. Lutando contra a vontade absurda de ir até o quarto em que ela estava e a fazer sua mulher. “Não posso ir até o quarto de Aurélia. Inferno. O que farei? A quero, a desejo como nunca desejei outra mulher, mas não posso fazer isso com ela. Posso ser um maldito como aquele maldito e a... Não eu não posso. Não irei correr o risco de machuca-lá." O medo de ser como o maldito que matou a sua mãe o dominava, impedindo que aceitasse que não era apenas desejo o que sentia, muito menos que tudo o que estava fazendo, era além de proteção. _ Entre. Se inclinou na cama e acendeu a luz do pequeno abajur que ficava na mesinha ao lado da sua cama. Engoliu a seco quando observou a tentação em forma de mulher entrando em seu quarto. “Aurélia, sua diaba, como conseguirei resistir com você vindo ao meu quarto vestida assim?” Pensou quando a viu vestida em um robe branco, imaginando que por baixo dele ela usava uma camisola branca. O pecado tentando o pecador. _ Acordei você? _ Não. Não consegue dormir? Assentiu com um gesto de cabeça. Mesmo com receio se aproximou da cama, com cuidado sentou-se ficando um pouco de lado para poder olhar para ele. _ Estou com medo. _ Imaginei, tente não pensar no que aconteceu, aquele infeliz é um babaca. Também sentou-se fazendo a cabeceira da cama de encosto. _ Sei que está pensando que ele pode ser o homem que colocou o seu nome na lista. Ela já estava assustada o suficiente para dizer que alguém desejava matá-la, fazer menção a lista era mais sutil. _ Você também pensa assim? Negou. _ Não. Aquele homem não é o culpado pelos crimes, não que ele não possa cometer um. Ali ele era apenas um abusado que a desejava. Saber que um homem a desejava a deixou com as bochechas coradas. Apertou os dedos. _ Se fosse ele, saberia que estou a protegendo e que eu estaria por perto. Não a abordaria daquela forma, com muitas testemunhas… Tentou explicar a ela seu raciocínio, o Anjo da Morte, agia de forma sutil, não havia uma única testemunha que o viu abordando uma das vítimas. Elas sumiam misteriosamente e depois eram encontradas mortas. _ Não deveria ter ido com aquele vestido. _ Aurélia, a culpa não é do vestido. Não se sinta culpada pela atitude do babaca da Fest Lily. A atitude errada é dele, não sua ou da roupa que vestia. Poderia estar usando roupas íntimas e nenhum homem teria o direito de ser inconveniente com você. Ele fez uma anotação mental, lembrar a avó de fazer uma fogueira com as roupas que Aurélia usava, antes que ela voltasse a usá-las. ✔ 45.2. Coisas imorais e salientes: Não era de se estranhar que Aurélia estivesse com medo, alguém havia a marcado para morrer. Corria perigo, precisava estar sempre em estado de alerta. Qualquer pessoa poderia ser vista como um potencial suspeito. _ Não consigo evitar, estou com medo. Um barulho a fez pular na cama de susto. Benjamin percebeu que ela não conseguiria dormir sozinha, estava apavorada. Inclinou o corpo e fez um carinho em seu braço. _ Não precisa ficar assim, foi só um barulho provocado pelo vento. Enquanto o seu corpo estava quente, ela estava fria. _ Se quiser pode dormir aqui. _ Posso mesmo? _ Claro. Já dividimos a cama antes, sabe que não irei a atacar no meio da noite. Está segura ao meu lado. Era tudo o que ela desejava sem coragem de pedir, se voltasse para o seu quarto não conseguiria dormir. Passaria a noite sentada na cama rezando. Tendo consciência da camisola que usava, sentiu vergonha ao retirar o robe e o deixar em uma poltrona. _ O único problema é que você ronca. Brincou com ela ao perceber que estava envergonhada. _ Como? _ Você ronca. _ Seu mentiroso, eu não ronco nada. Podia ser uma brincadeira infeliz, boba, mas que surtiu efeito a fazendo relaxar. Apagou a luz do abajur quando ela se deitou ao seu lado. Tudo o que ele menos desejava era dormir. Uma tortura a ter ao seu lado e precisar se controlar, não a tocar, beijar, não a ter como mulher. Um castigo. Uma maldição. O que ele havia feito para passar por tal provação? _ Boa noite, Benjamin! _ Boa noite, Aurélia! Nenhum dos dois conseguia dormir, em silêncio, permaneciam imóveis, um não querendo atrapalhar o sono do outro. Ele se controlando para não a puxar para os seus braços. Ela se controlando para não o pedir para ensinar mais. Na batalha pelo controle ela perdeu, não resistiu a tentação, aproveitando a oportunidade para novas descobertas. _ Benjamin, é realmente bom f********o? Ela quebrou o silêncio, fazendo a pergunta de forma direta, antes que perdesse a coragem. Sabia que ele estava acordado, mas sua voz saiu tão baixa que temeu que ele não tivesse ouvido. Surpreso, ele demorou a responder. _ Muito. Se Aurélia soubesse tudo o que ele desejava, sairia correndo. Não o instigaria. Estava o provocando mesmo que inocente, sem maldade e intenção. _ Você acha que eu também irei gostar? Ele segurou firme no edredom, fechou os olhos com força. A curiosidade de Aurélia estava colocando em risco a sua virgindade e toda a sua determinação de resistir ao desejo que sentia por ela. _ Acredito que sim. Sabia que ela sentia curiosidade, que tinha dúvidas e ele foi a única pessoa que encontrou para perguntar. _ Sentir prazer é bom, você gostará se o homem souber a excitar, se ele se preocupar, que sinta prazer tanto quanto ele. Apesar de ter falado em outro homem, não suportava a ideia de outro homem a tocando. A simples hipótese o deixava nervoso. _ Gostei de beijar. A simples confissão, fez o seu ego inflar. Entretanto, aquela conversa estava tomando um rumo perigoso para o dois. A inocência e curiosidade de Aurélia estava corroendo o controle de Benjamin. _ Sou um bom professor. Em sua voz continha um tom de brincadeira. _ Poderia me ensinar mais algumas coisas? Benjamin estava perdido em todos os sentidos. Não podia e não queria negar aquele pedido. _ Aurélia tem noção do que está pedindo? Conseguia perceber que ela estava nervosa, porém sua curiosidade era maior que o nervosismo. _ Na realidade, não muita. Tudo o que sei sobre, aprendi na escola e com os livros que lia escondida. Mas é tudo teoria. Nos livros é tudo muito romântico, muito floreado, penso que, na prática, não seja assim. A repressão e a falta de amigas não permitiu que ela pudesse ouvir experiências reais. Em sua casa sexo era tabu, sua mãe sempre a repreendeu, ensinou que mulher decente não gosta dessas coisas. “Coisas” era assim que sua mãe se referia ao ato s****l ou como imoralidades e saliências. _ Ao mesmo tempo, penso que não deve ser como uma obrigação onde a mulher se deita, levanta a camisola e deixa o marido se satisfazer com seu corpo, e para dar filhos a ele. _ Obrigação? Sexo não é uma obrigação. Muito menos pode ser apenas para gerar filhos. _ Minha mãe explicou assim, que mulher decente não gosta dessas coisas, de saliências, que quem gosta de imoralidades são mulheres perdidas que profana o seu corpo. Benjamin não segurou o riso, Luíza estava presa em alguns séculos passados. _ Bom, neste caso penso que posso a ensinar algumas coisas imorais e salientes a você. Ele sorria enquanto se aproximava, tinha em mente manter o controle, não indo além de mostrar como algumas carícias eram prazerosas. ... /// ... /// ... /// ... /// ... A curiosidade de Aurélia estava a levando descobrir o prazer, o que a assustou. A educação rígida havia deixado marcas profundas.
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