✔ 44. Tentação em forma de mulher

1241 Words
✔ 44. Tentação em forma de mulher: ✔ 44.1. Tiro ao alvo: Aurélia estava deslumbrada, podendo se divertir, um programa normal para pessoas da sua idade. A experiência no carrinho de bate-bate, foi única, nunca pensou que seria divertido dirigir um carrinho daqueles. Benjamin a ensinou que era para bater, mas dirigia o dele com maestria, desviando dos demais, falhando vez ou outra. Como um menino travesso, ele se divertiu. Comprou algumas fichas para o tiro ao alvo. Como um exímio professor, ensinou Aurélia a segurar a pistola para disparar o dardo. Também se divertiu ao lado dela, deixando que usasse todas as fichas que comprou. _ Eu queria o urso. Fez um biquinho frustrada. _ Mas não sou boa nisso. _ É questão de treino, passou bem perto. Praticando um pouco mais você consegue. Ele a deixou em frente à barraca de tiro ao alvo e foi comprar uma nova ficha, ganharia o urso para ela. Não estava distante, mas enquanto realizava o pagamento, um sujeito se aproximou dela. _ Oi, boneca. Aurélia travou sem saber o que fazer, seu corpo ficou rígido, seus olhos procurando por Benjamin, que entregava o dinheiro à vendedora. _ Nossa, que m*l-educada. _ Por favor, me deixe. O homem segurou em seu braço. _ Que isso, boneca, percebi que é tímida. Tentou se afastar, porém, o desconhecido não a soltou. _ Me solta. _ Calma. Quando Benjamin pegou a ficha e ficou de frente para o lugar em que ela estava, seus olhos brilharam em fúria, ódio, raiva. Nada do que sentia era bom, muito menos o que desejava fazer com o infeliz. Socar a cara daquele maldito que ousava tocar em Aurélia, era o seu desejo mais simples. Se o infeliz estava sendo um bruto inconveniente, a importunando, mostraria a ele como um homem agiria para proteger uma mulher. _ Me larga. A passos largos e apressados se aproximou. _ Tira as suas patas dela. Ordenou falando entre os dentes, quase um rosnado. Suor começava a surgir em sua testa. _ Que isso, cara? Cheguei primeiro. O infeliz não o reconheceu e ainda usou de deboche. Aurélia estava apavorada. Algumas pessoas que estavam próximas perceberam que algo estava acontecendo. Usou um tom de voz mais alto: _ É surdo por acaso? Espero que tire sua pata dela imediatamente ou… O infeliz ousou o enfrentar. _ Ou o quê? Já disse que cheguei primeiro. Aurélia se mantia quieta com o homem agarrado ao seu braço. Julieta, que passava pelo local, imediatamente percebeu a tensão do neto, parecendo um touro bravo prestes a entrar na arena de rodeio. Pedro havia chegado um pouco antes, sabia que o filho estava armado. Benjamin respirou fundo, não queria fazer uma cena que os colocaria nas rodas de conversa por dias, até que um novo caso escandaloso acontecesse. Alguém que assistia à confusão comentou: _ O cara é maluco, está desafiando o delegado Baumann. Com uma calma que não sentia no momento, levou a mão a cintura, levantando a camisa para pegar sua arma. _ Que isso, cara? Não é para tanto. Enriqueta que estava ao lado de Julieta estava apavorada, o homem que importunou Aurélia era seu sobrinho, que estava visitando Vale dos Lírios. _ Julieta faça alguma coisa, seu neto está ameaçando meu sobrinho. Com um sorriso vitorioso, ela aproveitou a oportunidade para espezinhar a mulher que vivia questionando a masculinidade do seu neto. _ Não se preocupe, Enriqueta, Benjamin está apenas defendendo sua namorada. Aurélia não era namorada de Benjamin, fato que pouco importava a ela. _ Ele dará um tiro no meu sobrinho. _ Lamento, mas quem mandou seu sobrinho mexer com a namorada de Benjamin. Ele pediu um tiro. Fez por merecer. Olhou para Enriqueta, que estava apavorada, enquanto ela estava satisfeita e plena. _ Você se esqueceu que meu neto é um Baumann? Homem com sangue quente correndo nas veias, homem de uma mulher só, que honra as calças que veste? Sei que esqueceu, sempre duvidou de sua masculinidade. Seu sobrinho está se tremendo todo. Com um riso debochado provocou. _ O bom, que ele como delegado não encontrará muita dificuldade em justificar porque deu um tiro em um homem covarde que importuna mulheres. Ela estava suspirando de orgulho do neto. O covarde ainda segurava o braço de Aurélia. _ Delegado Baumann. Benjamin Baumann. Os olhos do sujeito quase saltaram de sua face. _ Vo-Você é o dele-delegado que aparece nos noticiários. Gaguejou. Não dava para saber se era uma afirmação ou uma pergunta. Benjamin se aproximou da barraca de tiro ao alvo, entregou a sua ficha, pegando a pistola com os dardos, mirou o alvo, disparou fazendo o alarme soar, indicando que o disparo foi preciso acertando o pequeno círculo, no centro do alvo. O urso era de Aurélia. _ Sou bom com uma pistola de dardos, mas garanto a você que sou muito melhor com essa belezinha aqui. Apontou a arma para o sobrinho de Enriqueta, que tremia como se estivesse sentindo frio, abandonado no meio da neve. _ Foi m*l. Pediu desculpas a Aurélia. _ Me desculpe moça. Praticamente saiu correndo, fugiu com o r**o entre as pernas. Um covarde, valente com mulheres, mas um frouxo quando um homem o enfrentava. O fato de Benjamin estar armado era somente um detalhe, de qualquer forma fugiria. Aurélia correu para perto de Benjamin, sem pensar em nada se jogou em seus braços, o envolveu pela cintura. Precisava sentir-se segura. _ Obrigada! _ Fique calma. Era só um babaca, não vai te fazer m*l. Benjamin a envolveu em seus braços. Pedro estufou o peito, orgulhoso do filho. Não era certo ameaçar uma pessoa no meio de uma festa, assim como usar o seu cargo de delegado. Tudo podia estar errado, menos defender Aurélia. Benjamin desfez o abraço e pediu o urso. O Urso era grande, todo marrom com um laço azul no pescoço. _ É seu. Ainda assustada, abraçou o urso. _ Obrigada! Mas podemos ir embora. Pediu, o medo a dominava, não queria ficar no meio de toda aquela gente. _ Podemos, irei procurar a minha avó. Ele não tentou a convencer a ficar, sua cota de controle tinha se esgotado, não aguentava mais os olhares de cobiça sobre Aurélia. O ciúme era uma praga, um veneno. _ Benjamin, não quero ir agora, leve Aurélia. _ Irá voltar como? _ Não se preocupe, voltarei com Rosário. Satisfeito, Benjamin conduziu Aurélia para a camionete. _ Senti tanto medo. Confessou agarrada ao urso. _ Não precisa ter medo, protegerei você. Julieta não quis voltar com eles para os deixar sozinho, esperava não se decepcionar com o neto. Aurélia ainda continuava tensa, foi a primeira vez que um homem a abordou daquela forma. ✔ 43.2. Aurélia no quarto de Benjamin: Benjamin estava deitado, não conseguia dormir, a raiva ainda o consumia. Seu desejo era socar o cara, mas se o fizesse seria um escândalo ainda maior, conseguia imaginar o falatório, “Delegado Baumann se envolve em briga por causa de uma mulher”. Tudo o que não desejava, comentários seriam feitos, não precisava ser mais que isso. Escutou uma batida em sua porta. _ Entre. A tentação em forma de mulher entrando em seu quarto. Ele tentava resistir, mas ela não colaborava com ele. ... /// ... /// ... /// ... /// ... Se Aurélia soubesse os pensamentos impróprios de Benjamin, não entraria em seu quarto de camisola.
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