✔ 23. No apartamento

912 Words
✔ 23. No apartamento: ✔ 23.1. Mundo paralelo: A tensão dominava Benjamin e Aurélia, cada um com seus motivos, ele com medo de não estar fazendo a coisa certa, ele com medo de ser a próxima vítima do Anjo da Morte. Enquanto Joaquim e Joana, estavam preocupados com a segurança de Aurélia, concordando que com que o delegado a levasse, Luíza estava a ponto de surtar tamanha era a sua loucura. Luíza ao que tudo indicava não compreendeu a gravidade da situação, a vida da sua filha em perigo, um ceifador de vidas, disposto a fazer de Aurélia a sua próxima vítima, se não fosse devidamente protegida. Luíza estava em um mundo paralelo para não entender a gravidade da situação, somente pensando em honra, reputação, virtudes e mais um monte de coisas irrelevantes. Não conseguia enxergar Benjamin, como um homem que trabalhava para proteger as mulheres. Não o via como o respeitado delegado Benjamin Baumman, um homem admiradores por muitos, exemplo de caráter a ser seguido. Aos seus olhos, ele era um enviado do encardido para tirar sua filha do bom caminho, um c*****o pronto para fazer de Aurélia, uma meretriz, uma rameira, a levando para o mundo do pecado. Joaquim tentou acalmar a esposa, não logrando sucesso. No seu pequeno quarto Aurélia, arrumava uma pequena mala, colocando nela apenas as roupas que julgou não ser de uma mulher com a idade da sua avó. Ainda assim as roupas não condiziam com a sua idade, saias e vestidos longos. Os vestidos não possuíam decote algum. O problema não era ser longo e sim os modelos e tecidos, que não valorizavam as peças. Quando estava no colégio chegou a imaginar que poderia morar em um dos países do Bloco Hepta. Mas ao analisar as imagens das mulheres, constatou seu engano, mesmo elas estando com roupas que cobriam o corpo todo, eram peças confeccionadas em tecidos leves, com cores e modelagem bonita. Ela também preparou uma bolsa de viagem de mão, com itens de higiene pessoal, peças íntimas. Também colocou nesta bolsa, devidamente embalados um par de chinelos e um tênis. Quando Benjamin deu partida no carro, ela se quer perguntou para onde ele a levava. _ Sei que está com medo, ... Ele quebrou o silêncio. _ Mas tente não pensar sobre. _ Tentarei. Ela suspirou. _ Sempre desejei sair de casa, mas nunca imaginei que seria nestas condições. Ela não precisava dizer que o seu desejo de sair de casa, tinha nome e sobrenome, Luíza Castro. _ Nós nunca imaginamos que viveremos algumas situações, até que elas aconteçam conosco. Benjamin, também não imaginava que para cumprir a promessa feita, precisaria chegar ao extremo de acolher no seu apartamento uma mulher em perigo. Algo inédito, nos três anos em que atuava como delegado. Ele não poderia pedir no momento que Aurélia ficasse em uma casa de proteção a mulher. ✔ 23.2. No apartamento: Quando o carro adentrou o condomínio o porteiro ficou admirado, nos três anos em que Benjamin morava no condomínio, era a primeira vez que o viu chegar acompanhado por uma mulher. Por ser delegado poderia sofrer algum atentado, como retaliação por estar executando o seu trabalho. Portanto não levava mulher alguma para o seu apartamento, assim como não informava o seu endereço. Dentre os funcionários da delegacia somente Samuel, sabia onde morava. O condomínio que escolheu para morar era um condomínio de prédios, no total eram quatorze prédios, com 20 apartamentos cada, distribuídos em dez andares, com dois apartamentos por andar. Benjamin, escolheu um apartamento no sétimo prédio, no sétimo andar. Gostava do número sete. Quando apertou o botão número sete no elavador, ficou tenso ao lembrar-se de alguns detalhes. Com os últimos casos da operação Rosas da Morte, a investigação sobre o tráfico de mulheres, mais os outros casos que eram rotina na delegacia, esqueceu-se que seu apartamento estava uma bagunça. Quando colocou a chave na fechadura, pediu a ela que não reparasse a sua bagunça. Na realidade sua intenção era a previnir sobre a desordem que encontraria. _ Meu apartamento está um pouco desorganizado, espero que não repare. Seria engraçado se não fosse trágico. Aurélia percebeu que organização e Benjamin não combinavam. _ Não se preocupe. Ficou envergonhado. _ Passo mais tempo na delegacia do que em casa. Tentou se justificar. Aurélia não se importava com a bagunça do apartamento, ele era apenas um homem que morava sozinho e trabalhava muito. Ele colocou as malas dela no sofá, precisavam conversar. Ela sentou-se em uma poltrona. _ Não é correto o que estou fazendo em traze-la para o meu apartamento, deveria a levar para uma casa de proteção, que recebe mulheres em situação de risco. Porém quando conversei com Samuel, um dos investigadores que trabalha comigo, chegamos a conclusão que não era o momento de revelar que tínhamos uma lista com os nomes das seis vítimas e o seu. Se fizesse poderia pedir abrigo para você em uma dessas casas. _ Algum motivo para não revelar sobre a lista? _ Bem, é triste dizer, mas infelizmente existem muitos que não cumprem com o dever que assumiu. _ Suspeitam de alguém? Ela quis saber. _ De uma pessoa em específico não, mas a quinta vítima foi assassinada com um tiro, a análise do projétil mostrou que é de uma arma de uso exclusivo da polícia. Ela ficou com medo. _ Por favor, não peça a minha inclusão no programa de proteção. _ Se não fizer o pedido precisará continuar aqui.
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