✔ 22. Benjamin e Aurélia juntos

921 Words
✔ 22. Benjamin e Aurélia juntos: Saber que o seu nome está incluído na lista de um assassino, não é uma informação fácil de assimilar. Muitas perguntas surgem, todas elas sem respostas. A família Castro estava assustada, mas Aurélia estava além de assustada apavorada. Benjamin não era um homem delicado, gostava de ser direto e objetivo, mas os anos trabalhando como delegado proporcioram que adquirisse um pouco de sensibilidade ao usar as palavras diante das diversas situações complexas e delicadas, com as quais lidava diariamente. O senhor Joaquim o acompanhou até a porta, Aurélia estava ciente que sua vida estava em perigo. O próximo passo seria pedir proteção vinte e quatro horas para ela. Planos mudam o tempo todo e foi exatamente o que aconteceu. Quando estava saindo da casa, ainda na varanda observou um carro vermelho passando, o mesmo modelo que o rapaz que informou sobre a última vítima disse ter visto saindo do local do crime. Perguntou ao senhor se ele conhecia todos os moradores da rua, o senhor prontamente afirmou que sim. _ Algum do vizinhos possuí um carro vermelho? Joaquim não sabia, mas Joana sua mãe sim. _ O delegado quer saber se algum vizinho tem um carro vermelho? Ele confirmou, Joana não ouviu o início da pergunta, precisou perguntar para confirmar. Joana era uma idosa que adorava passar horas na varanda conversando com as vizinhas. Era uma senhora bem informada sobre a vida alheia. _ Nenhum dos nossos vizinhos possuí carro vermelho. Aurélia não podia continuar naquela casa, não era seguro. Talvez o fosse apenas uma coincidência infeliz, entretanto, Benjamin, não pagaria para ver. Não era homem de dar sorte para o azar. Agradeceu mentalmente por seu carro ter apresentado um problema mecânico naquele dia antes de chegar a delegacia. Para não ficar sem carro alugou um, a seguradora somente liberaria um veículo para ele no outro dia. Se o carro que viu passando fosse do assassino, ele não suspeitaria de sua presença na casa da família Castro. _ Aurélia não pode continuar aqui, até que o assassino seja identificado e preso. _ Acha que o carro que passou é do assassino? A avó de Aurélia perguntou levando as mãos ao peito. _ Não posso afirmar, talvez seja, ainda estamos investigando. Ele entrou novamente na casa, Aurélia estava do mesmo jeito, segurando um copo de água, tremendo. Luíza andava de um lado para o outro resmungando que estava com a razão, mas que ninguém a ouviu. _ Aurélia, não acho que seja seguro permanecer aqui. O seu medo aumentou ainda mais. _ E eu vou para onde? _ Venha comigo, cuidarei da sua segurança. Luíza se desesperou, sua filha saindo de casa sendo levada por um homem, era tudo o que ela não desejava. _ Minha filha é moça decente, não pode ir assim. Benjamin não entendeu muito bem o comentário. _ Joaquim, ele não pode levar Aurélia, ele irá desvirtuar nossa menina. Irá manchar a sua honra. _ A senhora está insinuando que faltarei com respeito a sua filha? É isso? _ Você viu que minha filha é uma moça honrada, descente, diferente das rameiras que conhece. _ A senhora está fazendo uma distorção da realidade, eu sou delegado e minha função é proteger mulheres, não abusar delas. _ Pensa que me engana, você se esconde nessa pose de delegado, bom moço, mas é um devasso, um mundano, que deseja tirar a honra da minha filha, quer a tirar da segurança do seu lar para a transformar em uma meretriz, uma mundana, uma mulher da vida... _ Chega! Benjamin perdeu a paciência. _ Sei que estou na sua casa, vim com a missão de informar que Aurélia está em perigo. Sou um homem que trabalha para a lei, sigo a lei, não permito que a senhora ou qualquer outra pessoa duvide da minha integridade e do meu caráter. Se me ofender mais uma vez com suas acusações descabidas, sem fundamentos, serei obrigado a lhe prender por desacato. Joaquim fez a mulher ficar quieta. _ Aurélia, sua vida está em perigo, se o carro que passou ainda a pouco for do assassino, aqui não é um local seguro para você. Estou oferecendo a você proteção e segurança. É maior de idade e com capacidade de decidir por si mesma. A oportunidade de Aurélia sair de casa, literalmente bateu em sua porta e estava disposto a levá-la com ele. _ Quer continuar aqui? Ela mordeu nos lábios, a mão tremia segurando o copo com água. _ Quer continuar aqui ou ir comigo? Estou oferecendo proteção a você. Mesmo sendo o primeiro contato com Benjamin, soube que poderia confiar nele. Para desespero da sua mãe ela aceitou. _ Eu vou com você. _ Garanto que estará segura, Olhou para Luíza, sem saber que estava olhando para sua futura sogra, ainda sem saber deste detalhe. Talvez se soubesse que teria Luíza como sogra, não tiraria Aurélia de casa. _ Em todos os sentidos. Aurélia foi arrumar uma mala com roupas e itens de higiene, não sabia quanto tempo ficaria fora. O destino estava cuidando de unir Benjamin e Aurélia. Ele daria vida a uma nova Aurélia, a faria desabrochar longe da repressão da mãe. Ela derrubarria todas as suas barreiras contra o amor. Ele a faria liberar sua força. Ela o faria se permitir a amar. Sem perceber eles construirão uma relação e entenderão que tudo que precisavam na vida, era um do outro. "Ele é tudo o que ela quer. Ela é tudo o que ele precisa."
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