✔ 37. O neto e sua protegida:
✔ 37.1. Andamento das investigações:
Na delegacia ninguém tinha conhecimento das férias repentina de Benjamin, Samuel não comentou com nenhum funcionário, somente na segunda-feira, informaria sobre as férias e nada mais.
Um delegado para substituir, Benjamin, durante o período das suas férias já havia sido designado.
Samuel, imaginava que os funcionários fariam especulações, gostava de uma fofoca, mas a respeito das férias de Benjamin, ele era o único que conhecia a motivação do delegado.
Enquanto Benjamin, estivesse afasetado auxiliaria o delegado substituto no que fosse preciso. Porém, às investigações, Rosas da Morte e As Sete Iludidas, não chegariam até o substituto.
A mulher escolhida pelo príncipe Ravi, estava começando o seu trabalho de se infiltrar como informante. Para está investigação em específico, tudo estava bem encaminhado, mesmo caminhando de forma lenta.
Com relação ao caso das mulheres assassinadas, o caso era bem mais complexo até o momento. Tinham muito poucas pistas, praticamente nenhuma.
Era "como procurar por uma agulha no palheiro."
Benjamin, estava longe, mas não desligado do trabalho por completo, continuaria a investigar, fazendo a análise dos relatórios da perícia. Ele e Samuel, também estavam empenhados em analisar todas as pessoas proprietárias do modelo do carro visto no local que a sexta vítima foi encontrada e que Benjamin viu passando na rua em que a família de Aurélia morava.
✔ 37.2. Sem controle:
Luíza estava agoniada por estar perdendo o controle sobre a filha. Não sabia nem mesmo onde Aurélia estava hospedada antes de deixar a capital naquela manhã. Quando foi informada sobre a sua saída da cidade, odiou com todas as forças Benjamin, ódio a corroendo.
"Aquele delegado abominável, está corrompendo a minha menina. Maldito enviado do encardido."
O esposo tentou a tranquilizar, dizendo que a filha deles, estava segura e bem cuidada. Que o delegado Baumann, era um homem íntegro, sem nenhum escândalo ou algum problema que manchassem a sua carreira e reputação. Um homem de caráter.
Mas nada a tranquiliza, a sua tranquilidade estava atrelada a ter novamente Aurélia, próxima, para controlar os seus passos, a dominar.
A sogra não interferia, mesmo achando que as suas atitudes eram um pouco exageradas. Respeitava o seu espaço. Mas Joana era grata por Benjamin, manter a neta segura, entendia que não adiantava nada a preocupação com moral, bons costumes se Aurélia não estivesse viva.
A preocupação de Luíza era exacerbada, a necessidade de controlar a filha, não a deixavam perceber que não permitia Aurélia desenvolver a sua própria personalidade. Ela não conseguia entender que Aurélia, cresceu, que não era uma invalida sem capacidade de tomar decisões.
✔ 37.3. Em Vale dos Lírios:
Em poucos minutos Julieta providenciou uma farta mesa de café da manhã, para o neto e a sua convidada. Fez questão de preparar o café como Benjamin gostava, forte e sem açúcar.
Pedro, quando ouviu a mãe gritar que o filho estava ali, engasgou com o pedaço de bolo que comia. Assim como a sua mãe, ficou surpreso e feliz com a chegada do filho.
_ Anda Pedro, se apresse, vá ajudar o nosso menino com as malas.
_ Benjamin está aqui?
_ Acabou de chegar e trouxe uma moça com ele. Veio para ficar um mês.
Pedro saiu apressado para ajudar o filho, com a mãe nos seus calcanhares.
_ Pedro, ele disse que não é sua namorada, se ainda não é será.
_ Mãe.
_ Mãe, nada. Sei exatamente o que estou falando. A moça é bonita, mas tadinha se veste tão m*l, um problema que preciso resolver.
Benjamin era o único filho de Pedro, fruto da união com a única mulher que amou na vida. Após ficar viúvo, não conseguiu se envolver novamente em um relacionamento amoroso. Com o tempo passou a viver casos de uma noite, mas sem comprometimento, sempre deixou claro qual era o seu interesse, curtir, sexo, prazer, sem sentimentos envolvidos. Não era capaz de amar novamente.
Benjamin, era exatamente igual a ele, não fazia promessas falsas a nenhuma mulher, com a diferença que ainda não havia se apaixonado. Pedro suspeitava que o filho era como ele, homem de amar uma única mulher. A mãe de Benjamin, foi o seu único amor, nenhuma outra mulher conseguiu mexer com os seus sentimentos.
Se no mundo existia uma pessoa que ele odiava, era o miserável que o separou da mulher que amava ao ceifar a sua vida. Mesmo não falando a respeito, sofria, não existiu um dia se quer desde o dia que a esposa partiu que não pensava nela. Aprendeu a conviver com a dor da saudade. O amor pelo filho o salvou. Precisa ser forte por ele e por seu menino, Teresa nunca o perdoaria se não cuidasse do filho deles.
Na época do ocorrido os pais ainda estavam casados, e o ajudaram na criação de Benjamin.
Com um forte abraço recebeu o filho.
Pedro entendia o filho, se para ele foi difícil lidar e aceitar a perda da esposa, com certeza para Benjamin foi muito pior, com treze anos perder a mãe de uma forma brutal e covarde. Depois de todos os anos em que buscou estar afastado, ele chegar em casa já era novidade, acompanhado de uma mulher, novidade em dobro, sendo que ele evitava estar muito próximo, além de dizer que nunca se casaria, que jamais se envolveria amorosamente, por sentir medo de acontecer algo e a matar. Uma triste associação de que o amor, mata, faz sofrer.
O desprezo pelo amor, por relacionamentos, o fato de sempre deixar claro que não pretendia se casar, acarretou comentários maldosos a respeito da sua sexualidade, como se a decisão de não contrair matrimonio fosse sinônimo de ser homossexual.
Durante o café conversaram muito, sem entrar em detalhes, Benjamin explicou a eles, que Aurélia estava marcada para morrer, que devido à gravidade da situação achou prudente a retirar da casa e que depois ela não desejou ir para uma casa de acolhimento.
Não deu muitos detalhes, falou o básico do básico.
✔ 37.4. Curiosidade de vó:
Enquanto conversam, Julieta, analisa o neto e sua protegida.
Benjamin poderia tentar enganar qualquer pessoa, não a ela. O conhecia suficiente para saber que era bem mais que proteção que estava o motivando. Certo, que como delegado era seu dever proteger uma mulher marcada para morrer, mas não a levar para o seu apartamento, tirar férias para a ensinar defesa pessoal, com o acréscimo de a levar para a casa da família.
Somente um cego ou uma pessoa tola, não entenderia o que estava acontecendo.
Quase sorriu a começar a planejar os primeiros passos para o neto aceitar que estava amando.
"Benjamin, irei te ajudar meu menino."
Analisou novamente o vestido de Aurélia, era horrível.
_ Aurélia, sou uma velha curiosa...
Pai e filho entenderam que a matriarca da família não se aguentava mais controlando a língua.
_ Espero que não fique chateada...
Aurélia, ficou um pouco tensa, as palavras de Benjamin no carro, as vassouradas, a fizeram temer o que estava por vir.
_ Qual a sua idade?
Ela começou de forma suave.
_ Faço vinte e quatro anos na próxima semana.
Julieta fez um cálculo mental rápido, seis anos mais nova que o neto. Jovem, mas não uma jovenzinha.
_ Por que usa um vestido assim?
_ Vovó.
_ Fica quieto, Benjamin, a pergunta foi para Aurélia, não para você.
_ A senhora está sendo indiscreta.
_ Eu sei. Fiz uma pergunta, ela responde se quiser, não estou a obrigando.
Aurélia não tinha problemas algum em responder aquela pergunta.
_ Tudo bem, Benjamin. Entendo a curiosidade da sua avó.
Respondeu com a voz suave.
_ Bem, na realidade não gosto desse vestido, nem dos outros que tenho. Não gosto de nenhuma das minhas roupas.
Sua voz soou triste.
_ Então, por que as usa?
Pedro foi quem perguntou.
_ Cresci em uma família religiosa, minha mãe sempre...
Contou a eles que a mãe era quem a obrigava a se vestir assim. Que ela era quem comprava ou costurava as roupas que vestia.
_ Querida, vamos resolver seu problema após o almoço.
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Aurélia não estava preparada o que estava por vir, muito menos Benjamin ao ver o seu novo visual.
Sucumbiria!
Julieta, conseguiu captar o que estava oculto.