?CAPÍTULO 4?

1529 Words
CAPÍTULO 4 CHICAGO-ESTADOS UNIDOS LIZ —Sebastian eu sei que tenho um acordo com o governo, mas esses casos em nada agregam a minha carreira, eu nunca pego um caso grande do Estado, um assassino nada assim—digo olhando o homem de terno escuro sentado à minha frente. —Elizabeth não me leve a m*l, mas não a vejo defendendo um assassino, olhe pra você uma mulher elegante, sofisticada—ele diz. —Certo, e agora vou defender quem deixe-me ver a ficha, vamos lá Mateo Garcia, vinte oito anos, cidadania espanhola, reside em Chicago há dois anos, foi autuado por participar de rachas ilegais de moto, ótimo como vou defender alguém assim, o máximo que posso fazer pelo meu novo cliente é mandá-lo de volta a Espanha—digo. —Não é tão simples Liz, o rapaz não quer voltar à Espanha, você terá um trabalho e tanto para convencê-lo, ou convencer o Estado que ele pode ficar e não cometer mais crimes—Sebastian diz. —Ótimo, e eu pensando que ia ser mais uma mulher que foi espancada pelo marido e eu teria o prazer de colocá-lo atrás das grades, vou pedir para Josie contatá-lo na segunda e conversarei com o delinquente—digo sorrindo. —Sei que fará um ótimo trabalho, querida—ele diz e se retira da minha sala. Fico mais algum tempo no escritório, resolvo algumas pendências, mas logo o cansaço bate, sorrio ao me recordar do motivo para esse cansaço, um moreno de um metro e oitenta de altura, sorriso safado e um corpo espetacular. —Liz, Liz precisa de mais alguma coisa?—Josie inquire em pé a minha frente me trazendo de volta dos meus pensamentos. —Ah, oi Josie não preciso, na verdade vou pra casa, se aparecer algo urgente me ligue—digo—Ah quase ia me esquecendo entre em contato com o nosso novo cliente problemático e marque uma reunião na segunda—entrego o envelope com as informações necessárias. —Tudo bem, fique tranquila, vai descansar—ela diz sorrindo. Josie é meu braço direito no escritório e às vezes o esquerdo também, ela está comigo há cinco anos, e é muito dedicada. Saio do escritório e vou direto pra casa, quando eu chego ainda está vazia, subo para o meu quarto e tomo um banho, coloco uma camisola e me feito, acabo pegando no sono e acordo com a voz de Teddy ao meu lado. —Mãe, está tudo bem?—ele inquire. —Oi filho, sim está, o que houve?—inquiro olhando para ele. —Nada, achei estranho a senhora dormindo a essa hora, mesmo quando está em casa está sempre trabalhando—ele diz. —Eu precisava de uma pausa—digo passando a mão pelo seu rosto—Seu pai está em casa?—inquiro e ele faz que não com a cabeça, isso não era novidade alguma, novidade seria se Roberth estivesse aqui. —Tudo bem, tome um banho nos encontramos no jantar—digo. —Na verdade, comi um lanche com alguns amigos, se importa se eu ficar no meu quarto?—ele inquire. —Tudo bem filho—digo enquanto vejo o meu garoto sair. Ele havia crescido tão rápido, e eu m*l tinha visto, sempre ocupada com o trabalho, tentando suprir de alguma forma a carência deste casamento. Pego meu robe e desço para a cozinha, encontro minha ajudante com a mesa posta, me sento e como sozinha, como tantas vezes, Teddy trancafiado em seu mundo virtual, e Roberth solto no mundo real. Como apenas uma salada e pego uma taça de vinho, fico olhando a cidade pela grande vidraça, a verdade é que de alguns anos pra cá eu sempre estive sozinha, mesmo quando eu não imaginava que estava sendo traída, eu estranhava os atrasos de Roberth, sempre havia uma reunião, um problema na máquina, um funcionário que se acidentou na empresa, sempre havia algo para que ele se atrasasse. Roberth nunca foi um homem feio, e agora com seus quarenta anos exibe alguns fios grisalhos espalhados em seu cabelo e barba, seus olhos verdes e o porte atlético dá a ele o perfil preferido para as garotinhas interesseiras, um dia eu tive ciúmes dele, um dia quando fui totalmente apaixonada por ele, hoje divido a casa, o filho e a vida com ele, somente. Nem posso afirmar que divido a vida com ele, já que pouco sei dos seus passos e procuro evitar que ele saiba dos meus. Já ensaiei muitas vezes para pedir o divórcio a ele, mas em todas elas eu esbarro nas mesmas questões, o que minha família diria? O que meu filho pensaria? O que a sociedade imaginária, e por anos eu venho adiando isso, protelando a cada novo aniversário de casamento, sorrindo a cada foto tirada, mas por dentro eu estava vazia e infeliz, tudo pela moral e bons costumes. O relógio na parede da sala marcava pouco mais de vinte horas quando ouvi o som do carro de Roberth chegando. —Olá Liz desculpe o atraso, fiquei preso em uma reunião com alguns fornecedores—ele diz me olhando. —Tudo bem, seu jantar está no microondas, pode esquentar—digo. —Na verdade, a reunião foi em um jantar, então não estou com fome—ele diz. —Claro, eu deveria imaginar—digo e começo a andar para a escada. —Liz? O que aconteceu ontem? Nunca saiu assim antes—Roberth inquire. —Era aniversário de uma amiga, eu havia esquecido, e ela me mandou mensagem enquanto você estava no banho, por isso sai sem avisar, estava atrasada para o bolo—digo. —Mas eu te liguei e você não atendeu—ele diz. —Acabou a bateria do meu celular, você entende não é, afinal o do seu sempre acaba—digo e subo as escadas. Olho no espelho, e me pergunto como cheguei aqui, como deixei minha vida se transformar nisso. Deito e tento dormir, vejo quando Roberth entra no quarto e vai direto para o chuveiro, mantenho meus olhos fechados quando ele sai do banho. Assim que ele deita ao meu lado, sinto suas mãos em minha cintura, ele beija meu ombro, a minha vontade é de sair correndo, mas continuo fingindo que estou dormindo. —Liz, Liz acorda—ele diz ao meu ouvido. —Desculpe, estou com dor de cabeça—digo puxando a coberta por cima do meu corpo. Eu não conseguia estar perto dele, só de imaginar que ele estava me traindo, e agora eu não conseguia porquê certo barman não saia da minha cabeça. O fim de semana passou rápido, recebemos a visita dos pais de Roberth que mais pareciam vir espionar tudo, eu continuava sustentando o papel de boa esposa, perante todos. Acordo na segunda, e escolho uma roupa para o meu dia que estava cheio, opto por uma saia lápis preta e uma camisa verde, eu gostava da combinação, deixo meus cabelos soltos e uso uma sandália preta. Assim que desço a escada encontro meu marido e meu filho. —Bom dia—digo. —Bom dia, está indo cedo para o escritório—Roberth diz. —Sim, meu dia está cheio, aliás a minha semana toda—digo me servindo de café, eu não era ninguém se não tomasse um café pela manhã. —Certo—ele diz me olhando. Pego minha bolsa e a chave do meu carro e saio rumo ao meu escritório. Assim que entro, Josie vem ao meu encontro. —Bom dia Liz—ela diz sorrindo. —Bom dia Josie, o que foi que está com esse sorriso enorme?—inquiro entrando na minha sala, com ela atrás de mim. —Sabe o piloto? Do caso só Estado?—ela inquire. —O que tem ele?—inquiro. —Ele é simplesmente um gato—ela diz. —E onde o viu?—inquiro. —Ele já chegou, na verdade foi buscar um café por isso não o viu, mas Luz ele é muito sexy, ele usa uma jaqueta de couro preta, ele é alto, nossa—ela diz. —E um delinquente, não se esqueça disso, assim que o mister jaqueta de couro chegar traga-o aqui—digo. Estava revisando o processo do tal piloto quando a porta do meu escritório foi aberta, não levantei os olhos mas ouvi quando Josie disse pra ele entrar. —Obrigado—ele diz e aquela voz, mesmo antes que eu visse a quem pertencia arrepiou toda minha pele. E quando olhei para ele, meu coração parou por alguns segundos, eu estava diante do barman desconhecido e gostoso. Ele olha pra mim e depois para o cartão de visitas em sua mão. —Dra Elizabeth Pretel, é um nome bonito—ele diz sorrindo. —Mateo Garcia, o garoto do bar—digo. Josie olha confusa pra mim. —Pode ir, Josie—digo. —Tudo bem—ela diz saindo. Observo o homem parado à minha frente, de braços cruzados, seus olhos pareciam duas chamas, eu não podia acreditar que o delinquente era o meu garoto do bar.
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