CAPÍTULO 2
CHICAGO-ESTADOS UNIDOS
LIZ
Acordo, mas não abro meus olhos, sinto minha cabeça pesada, lembro-me do sonho que tive, mais uma vez andei sonhando com os personagens dos livros eróticos que leio, este era um bad boy incrível.
Abro meus olhos devagar, e me dou conta de onde estou, e o pior de quem está ao meu lado, observo os músculos do homem nu ao meu lado, não foi um sonho, eu passei a noite em um motel com um desconhecido.
Ah que merda, olho na mesinha ao lado e vejo meu relógio, caramba, todos deviam estar loucos atrás de mim, me levanto lentamente, eu não queria acordar o homem que dormia profundamente, homem não, um garoto, e eu deveria me envergonhar disso.
Olho meu corpo no espelho, e vejo algumas marcas da noite anterior, sorrio com a lembrança, a quanto tempo eu não tinha uma noite como essa, vejo minha bolsa e apanho um papel, rabisco algumas palavras e deixo sobre a cama junto com a minha calcinha, sorrio da minha peraltice, pego meus saltos e saio daquele motel, como entrei, sem saber quem ele era. p**o a conta na saída, afinal o rapaz era um barman, e o motel escolhido é um dos mais caros da cidade, eu nunca mais o verei mesmo, isso não faria diferença.
Prendo meus cabelos em um coque, por que estão uma bagunça, e tento arrumar um pouco a maquiagem borrada, preciso ir para casa tomar um banho e voar para o escritório, assim que entro no condomínio, avisto a grande casa branca quase de frente o carro de Roberth, ainda está estacionado em frente ao imovel.
Desço do carro, pego meus saltos e minha bolsa, e entro usando o melhor de mim.
—Elizabeth, onde você estava? Eu já ia ligar para a polícia—Roberth diz me olhando de cima a baixo.
—Não é preciso, já estou aqui—digo.
—Que está aqui, eu estou vendo, mas olhe para você, parece uma adolescente chegando de um show de rock—ele diz.
—Fui a um bar, com umas amigas, e acabei bebendo um pouco a mais, dormi na casa de uma delas—digo.
—Mas por que não me avisou, que ia sair, você nunca fez isso antes, e que amigas são essas que eu ao menos sabia que tinha?—ele inquire.
—Há muito tempo você não sabe nada de mim Roberth, e nem se interessa em saber—digo.
—Elizabeth—ele diz.
—Teddy esteja pronto em vinte minutos, vou deixá-lo na escola—digo subindo as escadas e entrando em meu quarto.
Entro no banheiro e tomo um banho rápido, coloco uma roupa que esconda as marcas pelo meu corpo, faço uma maquiagem leve e prendo meus cabelos em um r**o de cavalo, desço as escadas e encontro meu filho na mesa, tomando café.
—Seu pai já saiu?—inquiro.
—Sim, disse que tinha uma reunião pela manhã—Teddy diz.
—Sim, certamente que ele tem—digo pegando uma xícara e me servindo de café.
Sorrio ao lembrar da noite anterior com aquele rapaz desconhecido, o garoto do bar.
Deixo Teddy no colégio e sigo para o meu escritório no centro da cidade, advogar era minha segunda maior paixão, a primeira era meu filho, eu fazia tudo por ele, e para ele.
—Bom dia Josie, por favor me arranje um café forte e algumas aspirinas—digo a minha assistente assim que ela vem ao meu encontro no corredor.
—Liz, o que houve com você mulher? Parece que passou a noite na farra—ela diz rindo.
—Josie, sem perguntas hoje, por favor—digo colocando minha bolsa sobre o móvel, na minha sala e me sentando em minha confortável cadeira.
Observo a cidade aos meus pés,pela grande vidraça atrás da minha mesa, meu escritório ficava em um dos grandes arranha céus no centro de Chicago, e eu me sentia poderosa aqui em cima.
Josie volta com o café e o remédio, assim que ela me entrega eu sorrio.
—Liz, hoje você tem uma reunião importante, pela manhã, devo desmarcar?—ela inquire.
—Com quem?—inquiro.
—O promotor do estado—ela diz olhando na agenda.
—Ah não, lá vem ele com aquele mesmo discurso, de que precisamos ajudar esses jovens delinquentes—digo.
—Devo cancelar?—Josie inquire novamente.
—Não, infelizmente tenho que atendê-lo—digo.
—Tudo bem, estarei na minha sala se precisar de algo, já enviei os relatórios que me pediu também, estão no seu email—ela diz.
—Obrigada Josie, você é muito eficiente—digo sorrindo e ela sai da minha sala.
Pego a xicara de café e levo aos labios, meus pensamentos me levam a noite anterior, aquela cama, e as mãos daquele rapaz sobre meu corpo, a forma como ele me beijava, e entrava em mim, e eu que sempre gostei de dominar as coisas, me vi dominada por ele naquele quarto de motel.
Varias perguntas pairavam sobre a minha cabeça, eu não deveria ter feito isso, como eu pude trair meu marido com outro homem, mesmo que esse homem fosse uma maquina de sexo com abdomen trincado, sorriso de menino peralta, e uma risada contagiante.
Mesmo com indícios das traições de Roberth, ontem foi a primeira vez em que eu realmente tive a certeza de que ele tem uma amante.
Decido não me condenar mais, afinal,e u nunca mais verei o garoto do bar.