A MANSÃO DE CAINA -FINAL

1560 Words
O destino, como um maestro c***l, orquestrava essa sinfonia de horrores, relembrando-a de que algumas verdades são tão terríveis que deveriam permanecer enterradas, junto com aqueles que as carregavam. A lembrança da figura paterna, envolta em sombras e lamentos, trouxe consigo uma epifania terrível: uma maneira de punir o tirano que dominava a casa com mãos de ferro. Uma solução que era tão perversa quanto era brilhante: um amante para sua mãe. Sim, isso mesmo. Um amante cujos passos furtivos pelos corredores escuros da casa seriam como o sussurro de fantasmas vingativos, assombrando o covarde que ousara traí-la. Assim, envolta em um manto de sombras e segredos, Sandrine traçou seu plano maligno, alimentando-o com a escuridão que há muito habitava sua alma. Cada detalhe foi meticulosamente arquitetado, cada movimento planejado com precisão fria e calculista. Seu coração, outrora capaz de sentir compaixão, agora pulsava apenas com a fúria e o desejo insaciável de vingança. A noite avançava lentamente, suas sombras alongando-se como garras de uma fera faminta. O silêncio era interrompido apenas pelo sussurro do vento, que parecia compartilhar dos segredos obscuros de Sandrine. Em meio à penumbra, seus olhos brilhavam com uma intensidade perturbadora, refletindo a chama sombria que ardia dentro dela. Ela sussurrou para si mesma, sua voz um murmúrio gelado que se misturava com a escuridão. "A vingança será minha," ela disse, seus lábios curvando-se em um sorriso gélido que não alcançava seus olhos. A promessa de retribuição era tão sólida quanto a certeza da morte, uma força inevitável que se aproximava silenciosa, como um predador à espreita de sua presa. No cerne de sua alma, Sandrine alimentava uma chama ardente, uma chama impulsionada pelo fogo vingativo que consome os corações injuriados. Não se contentaria apenas em conceber o plano; ela o teceria meticulosamente, como uma tecelã de sombras, urdindo cada detalhe com a precisão de um carrasco habilidoso. Era imperativo que a traição se desenrolasse nos recônditos sombrios da própria morada, sob o teto que abrigava o usurário em seu sono egoísta. Os pensamentos de Sandrine se entrelaçavam como as ramificações sinuosas de uma árvore ancestral, formando uma teia intricada de intriga e conspiração. Sua mente era uma oficina de engenhosidade diabólica, planejando os passos que deveriam ser dados, os encontros furtivos que aconteceriam nos cantos mais obscuros da mansão, onde o avarento esposo jamais poderia suspeitar que sua fortaleza de ganância pudesse ser assaltada. E assim, erguendo-se como uma h*****a trágica das narrativas antigas, ela se preparava para desferir o golpe final, deixando claro que a justiça, embora tardia, viria como uma lâmina afiada na calada da noite, tão implacável quanto a própria sombra. Na encruzilhada de seus desejos e incertezas, Sandrine se via mergulhada em um labirinto de tormentos. O objetivo era nítido como as trevas que envolviam sua alma, mas o caminho para alcançá-lo se desdobrava em uma miríade de interrogações sombrias. Quem seria o protagonista de seus devaneios amorosos? Um homem de maturidade equiparável à de sua mãe surgia como uma opção inicial, mas logo fora descartado; afinal, a presença constante de um homem mais velho em sua residência certamente acenderia as chamas da suspeita, lançando uma luz perturbadora sobre seus planos escuros. Em uma noite sombria, envolta pela névoa do mistério, Sandrine encontrava-se enredada em um turbilhão de angústias e indagações. Um presságio sinistro pairava sobre ela, como a sombra de um corvo n***o que espreitava do além-túmulo que repetia incessantemente “nunca mais!”. Sua mente inquisitiva, faminta por respostas, ansiava por desvendar os segredos ocultos que assombravam seus pensamentos. Foi então que uma epifania macabra, como um suspiro vindo das profundezas do além, visitou-lhe a alma atormentada: recorrer às plataformas digitais, pois à vasta teia virtual onde os segredos são sussurrados em códigos binários, como os murmúrios de espectros famintos por vingança seria o lugar perfeito. Assim, sem vacilar diante das trevas que se avolumavam ao seu redor, Sandrine mergulhou nas profundezas de suas redes sociais, como uma navegante destemida rumo ao abismo do desconhecido. Entretanto, as águas cibernéticas revelaram-se agitadas e traiçoeiras, como os ventos uivantes de uma tempestade infernal, oferecendo pouca orientação para suas indagações e muitos enigmas sem solução. Nesse ímpeto desesperado por respostas, um conselho obscuro surgiu, sussurrado por um dos seus amigos mais excêntricos, cuja sombra parecia ter sido manchada pelo próprio inferno de Dante. E, embora a ideia inicial tenha sido recebida com uma tempestade de impropérios e injúrias, a curiosidade de Sandrine florescia como as flores negras que brotam sobre túmulos antigos, alimentada pela promessa de desvendar o enigma que a atormentava: “Um cara da sua idade, seria perfeito, pois apresentado como seu amigo, ninguém nunca desconfiaria”. Digitou o amigo de Sandrine. “Filho-da-p**a! Vá comer a sua mãe, não a minha!” Sandrine digitou, respondendo furiosa. Após a raiva passar e, como uma exploradora destemida adentrando os confins nebulosos de um cemitério abandonado à meia-noite, Sandrine pensou melhor no assunto e lançou-se em direção aos confins sombrios de um site de entretenimento adulto, com os dedos hesitantes sobre o teclado como se estivessem prestes a tocar as chamas do inferno. Com um simples comando, digitou as palavras proibidas, semeando os termos malditos na vastidão digital como quem invoca os espíritos da perdição. "Coroa traindo", murmurou para si mesma enquanto o cursor dançava sobre a tela, desenhando uma trilha de expectativa que mais parecia um caminho pavimentado com pedras tumulares. E então, com um clique audacioso que ecoou como o ranger de portões enferrujados se abrindo para o desconhecido, ela mergulhou no abismo virtual, aguardando ansiosa as respostas que os algoritmos macabros revelariam, como profecias vindas dos abismos da mente humana. Naquela sombria e melancólica noite, quando o véu do oculto se desvelou perante os olhos de Sandrine, uma descoberta sombria aguardava-a no abismo digital. Não era apenas uma mera coleção de imagens e vídeos, mas uma sinistra tapeçaria de luxúria e pecado. Mulheres maduras, na plenitude de sua idade, entregavam-se a encontros clandestinos com jovens cuja juventude resplandecia em contraste com suas próprias experiências de vida. A tela, uma janela para um mundo sombrio e proibido, revelava um espetáculo de paixões ardentes e desejos incontroláveis, onde o pulsar do desejo ecoava como um coração condenado a bater eternamente nas trevas. Cada imagem, cada cena, carregava consigo uma tensão palpável, como se os próprios espectros do além observassem com olhos cobiçosos. O tabu e a transgressão dançavam um tango macabro, desafiando os limites do moralmente aceitável. Sandrine, envolta pela atmosfera sufocante da descoberta, sentiu-se arrastada para um abismo de tentação e revelação. Ali, entre os pixels trêmulos e ardentes da tela, ela vislumbrou a resposta para suas inquietações mais profundas, ainda que enclausurada em um sepulcro de segredos e proibições. Sandrine ficou abismada com aquilo tudo, mas enfim sua ficha caiu e ela começou a falar sozinha dentro do quarto: “Putz! Como não pensei isso! Se for pra arrumar um amante pra minha mãe, que frequente a nossa casa sem ser notado, tem que ser um cara da minha idade, ou um pouco mais velho que eu. Uau! Isso vai ser demais! Se prepare dona Adrienne, pois vou dar o troco naquele sovina filho de uma égua, que infelizmente eu tenho que chamar de pai!” A escuridão se adensava como um manto de aflição sobre a cidade, envolvendo-a em mistérios e sombras indistintas, enquanto Sandrine, mergulhada em seus pensamentos sinistros, se entregava ainda mais profundamente à trama nefasta que urdia. Seus dedos esguios percorriam os contornos do plano, como garras ávidas, traçando linhas invisíveis no ar, como se estivesse esculpindo a própria vingança com gestos enigmáticos e decisivos. Cada detalhe era meticulosamente examinado em sua mente torturada, como joias macabras polidas sob a luz tremeluzente de uma vela funérea. Ela conhecia agora não apenas o que desejava, mas também como alcançá-lo. Contudo, uma dúvida mórbida persistia, uma sombra enigmática que se insinuava em meio à claridade de sua determinação: quem seria o amante condenado a mergulhar nos abismos ardilosos dos braços de uma mulher já amadurecida e experiente, a mando dela? Ela revirava os nomes em sua mente como cartas macabras de um baralho de tarô, descartando uns e considerando outros com uma expressão sombria e concentrada. Seus amigos de outrora? Utópico. A maioria deles já havia proclamado seu desinteresse por mulheres maduras, e confiar-lhes um segredo tão sinistro seria como entregar uma taça de veneno a um néscio bêbado. Seu namorado? Ah, jamais! Ele era um devasso juvenil, uma lâmina enferrujada que podia cortar a alma a qualquer momento, espalhando veneno e devassidão. A simples ideia de confiar-lhe um segredo tão tenebroso fazia suas entranhas se contorcerem de desespero. E suas amigas? Sandrine soltou um suspiro macabro. Elas eram tão confiáveis quanto uma embarcação furada em uma tormenta. Não havia como garantir que uma delas não deixaria escapar um segredo tão mórbido como esse, disseminando-o aos quatro ventos antes que pudesse murmurar um rogo. E assim, ela se viu enredada em um labirinto de dilemas e incertezas, onde cada passo poderia ser fatal ou salvífico. O crime perfeito, tão meticulosamente arquitetado em sua mente perversa, aguardava apenas o ingrediente crucial: o suspeito. E até que ele fosse encontrado, ela permaneceria imersa nesse jogo sombrio de sombras e segredos, aguardando o momento propício para lançar sua teia e imolar sua presa nas chamas da vingança eterna.
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