O FORA-DA-LEI - 02

1420 Words
Ela se encontrava aprisionada na teia densa e intrincada daquela presença enigmática, como se cada movimento dele fosse uma corda invisível a puxá-la para um abismo de paixões proibidas e desejos incontroláveis. Cada respiração era um eco de promessas sombrias sussurradas pelo vento noturno, arrastando-a para um labirinto onde os limites entre o certo e o errado se desfaziam em uma névoa hipnótica. Cada gesto dele desencadeava uma avalanche de sensações, como se suas mãos fossem feitas de magnetismo, atraindo-a para o desconhecido com uma força inexorável. Seus olhos, profundos e penetrantes, pareciam sondar as profundezas de sua alma, expondo cada fraqueza, cada desejo reprimido, cada segredo guardado a sete chaves. Ela se via impelida a mergulhar nas sombras mais obscuras de si mesma, onde os medos mais profundos se misturavam com os anseios mais selvagens. Cada passo em direção a ele era como atravessar uma fronteira sem volta, rumo a um abismo de prazeres desconhecidos e perigos inomináveis. Sabia que se rendia não apenas a um homem, mas a um turbilhão de emoções avassaladoras que ameaçavam consumi-la por completo, arrastando-a para um destino incerto e irresistível. Assim, naquele encontro fugaz de olhares, entre o pálido luar e as sombras densas, ela soube que sua vida jamais seria a mesma. Pois havia encontrado não apenas um homem, mas sim uma entidade misteriosa que desafiava as leis da razão e do entendimento humano. E nesse instante de revelação, ela soube que estava prestes a embarcar em uma jornada de descobertas e perigos, onde a linha entre a realidade e a fantasia se tornaria cada vez mais tênue, até que não restasse mais nada além das sombras e dos mistérios que habitavam os recessos mais profundos de sua própria alma. - Madana, sua doida! Essa festa vai rolar ou não vai? - E eu lá sou mulher de prometer as coisas e não cumprir, Larry? A festa já está toda organizada, só esperando chegar o dia para acontecer. Você vai, não vai? - Claro que vou. Pode me esperar. - Ah, que bom, Larry! Você sabe que sem você a festa não teria metade da animação. E falando em animação, você já viu quem acabou de entrar? - disse Madana, com um brilho de curiosidade nos olhos. - Quem? - perguntou Larry, virando-se na direção que Madana apontava. - Aquele cara ali, o que acabou de entrar pela porta. Não sei, tem algo nele que me intriga. Acho que ele é novo por aqui. Nunca o vi antes. - Hum, interessante. Vou lá dar uma olhada. Quem sabe não encontramos um novo talento para a nossa turma, não é? - Larry respondeu, já se movendo em direção ao desconhecido. Na penumbra sombria do salão, Madana observava com uma mistura de fascínio e temor enquanto Larry se aventurava em direção ao homem enigmático que pairava como uma sombra entre os convivas. Seu manto, tecido com fios de mistério, ondulava sinistramente com o movimento de seus passos calculados. Cada movimento, como se orquestrado por mãos invisíveis, era uma dança macabra que arrebatava a atenção de todos, como se ele fosse o maestro de um concerto de almas perdidas. Os olhos profundos do desconhecido, tão enigmáticos quanto os abismos do além, percorriam o ambiente com voracidade, devorando os segredos ocultos nas sombras e nos corações dos presentes. À medida que se afastava, deixava um rastro de curiosidade e intriga, como um espectro que desaparece na noite, levando consigo os segredos de sua existência sombria. Enquanto isso, Sandrine, envolta numa teia de encantamento e incerteza, voltou-se para Madana, cuja presença na penumbra era como a sombra de um pesadelo que se insinua nos recantos mais profundos da mente. Com uma voz trêmula, rompeu o silêncio opressivo que envolvia o salão, sua pergunta ressoando como um eco funesto através do ar pesado de antecipação e segredos obscuros. Seus lábios, trêmulos de excitação contida, ansiavam por desvendar os mistérios que pairavam no ar, enquanto seus olhos, cintilantes de curiosidade, buscavam avidamente pela resposta que poderia abrir as portas de um mundo desconhecido, onde os horrores e maravilhas se entrelaçam em um dança eterna. - Quem é esse cara, Madana? E porque você disse isso? Porque o chamou de ladrão de coroas? - Ele? É Larry, um aluno do curso de Psicologia que precisa ser estudado, pois a turma o apelidou de “ladrão de coroas”, porque correm boatos de que ele só se relaciona com mulheres bem mais velhas que ele e até já pegou mães de ex-namoradas. Dizem as más línguas que ele já transou com mulheres casadas, esposas de gente influente na cidade. Mas eu não acredito, porque já o vi ficando com meninas da idade dele e até mesmo do curso que ele faz. - Uau, isso é intrigante! Mas por que ele ganhou esse apelido específico? - Bem, parece que a primeira vez que surgiu esse rumor foi quando ele começou a frequentar festas de pessoas mais velhas. Dizem que ele sempre aparecia com uma nova "coroa" no braço, sabe? E parece que algumas delas eram casadas. Daí veio o apelido. - Interessante... Mas você acredita nesses boatos? - Olha, eu tento não julgar as pessoas apenas por rumores, sabe? É importante ouvir todos os lados da história antes de tirar conclusões precipitadas. - Claro, entendo. Mas e você, já teve algum tipo de interação com ele? - Não diretamente, mas já o vi por aí algumas vezes. Parece ser um cara tranquilo, mas é difícil dizer o que realmente se passa na mente de alguém, não é mesmo? - Com certeza. Acho que nunca saberemos completamente o que se passa na mente dos outros. - Exatamente. Mas é bom manter a mente aberta e não julgar as pessoas com base apenas em fofocas. - Concordo totalmente. Enfim, vamos continuar estudando? Essa matéria não vai se aprender sozinha. - Com certeza! Vamos lá. Sandrine estava envolta nas sombras da noite, imersa nas palavras de Madana como uma alma perdida em um labirinto de melancolia. Cada sílaba proferida por sua colega era como um eco de um antigo encantamento, envolvendo-a em teias de mistério e tristeza. Enquanto sua própria existência desdobrava-se como os enredos sombrios e intrincados dos mais soturnos contos policiais e de suspense, ela encontrava refúgio na narrativa de Madana, como se fosse a protagonista de um sombrio conto de fadas contemporâneo. Seus olhos, outrora cansados das reviravoltas sinistras de sua jornada, agora brilhavam com uma chama renovada, alimentada pela esperança e pela possibilidade de uma reviravolta inesperada, tão imprevisível quanto um giro inesperado numa trama macabra. A imagem de Larry, o rapaz misterioso e aparentemente perfeito, permanecia gravada em sua mente como um retrato sombrio emoldurado pela escuridão de um capítulo ainda não escrito. A noite, com sua aura enigmática, parecia abraçar Sandrine, envolvendo-a em seus braços frios e sombrios. Cada som ao seu redor, fosse ele o sussurro do vento ou o ranger de uma porta antiga, parecia carregar consigo o peso de segredos obscuros e mistérios não revelados. E entre as sombras dançantes, ela encontrava-se perdida em um mundo onde a realidade e a fantasia se entrelaçavam, formando um mosaico de esperança e desespero. Na penumbra da velha mansão, onde as sombras dançavam ao som do vento lúgubre que sussurrava pelos corredores, Larry emergia como uma figura enigmática, envolta em um manto de mistério e sedução. Seus olhos, profundos e penetrantes como abismos sem fim, pareciam carregar segredos sombrios e promessas sinistras. Sua presença, tão magnética quanto ameaçadora, lançava um véu de suspense sobre o cenário, fazendo os próprios móveis antigos parecerem testemunhas ansiosas de um drama prestes a se desdobrar. Sandrine, consumida por uma angústia avassaladora e um desejo insaciável de justiça, não via em Larry apenas um mero mortal. Ele representava a personificação de sua oportunidade de vingança, uma esperança disfarçada sob a pele sedutora de um homem enigmático. Cada sorriso, cada movimento meticulosamente planejado, ressoava como sinos funestos em sua mente, alimentando as chamas vorazes da determinação que queimavam em seu peito. Cada olhar dele era como uma faca afiada cortando profundamente sua alma ferida, reacendendo a fúria e a sede de justiça que a consumiam. Sandrine sabia que Larry era mais do que apenas um alvo; ele era a personificação de todos os seus demônios, e só através dele ela poderia encontrar redenção ou destruição absoluta. Cada segundo ao lado dele era uma tortura e uma oportunidade, um jogo perigoso onde as apostas eram sua própria alma e a única saída era a vingança.
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