Após meticulosos preparativos, a sala se transformou em um cenário sombrio e intrigante, onde as sombras dançavam uma dança sinistra ao som de melodias desconexas e batidas enigmáticas. Cada movimento parecia uma coreografia macabra, executada sobre o piso gasto e polido, como se os próprios espectros do passado emergissem para protagonizar a cena.
As cortinas, desgastadas pelo tempo e pela negligência, deslizavam pela parede com uma lentidão agonizante, filtrando a luz pálida e enfraquecida em tons de vermelho sangue e n***o profundo. Os lustres, antes cintilantes, agora pendiam do teto como lágrimas cristalizadas, emitindo uma luz fraca e tremeluzente que m*l iluminava os cantos sombrios da sala.
Na cozinha, o aroma sufocante de coquetéis adulterados pairava no ar, impregnando o ambiente com uma aura de decadência e desespero. Bartenders fantasmagóricos, com mãos trêmulas e olhos vazios, misturavam líquidos turvos em copos rachados e embaçados, criando elixires venenosos que prometiam um prazer fugaz, seguido por uma eternidade de tormento.
Nos quartos, os suspiros angustiados e os murmúrios soturnos ecoavam pelas paredes descascadas, enquanto sombras distorcidas se entrelaçavam numa dança funesta de desejo e desespero. Os lençóis, encharcados de lágrimas e manchados de sangue, testemunhavam os segredos sombrios trocados na penumbra dos aposentos, onde o tempo parecia estagnar em um eterno tormento de paixão distorcida e amor fúnebre.
Nos recônditos sombrios dos fundos, um enclave de exclusividade aguardava os privilegiados, um santuário de prazeres proibidos, onde sofás de veludo, maculados pelo peso do tempo, convidavam ao desamparo. Entre suas dobras roçadas pelo lamento do vento noturno, murmúrios de conspiração e segredos corrompidos se entrelaçavam, criando uma cacofonia de intrigas e traições. Sob o brilho trêmulo e ameaçador das velas acesas, o ambiente exalava uma aura de mistério e desespero, reservado apenas para aqueles que ousavam explorar os abismos da alma humana.
Assim, com cada detalhe meticulosamente planejado e executado, o cenário macabro estava completo, aguardando apenas a chegada dos condenados para dar início a essa celebração maldita. Era uma festa tão aguardada quanto temida, onde os limites entre a sanidade e a loucura se desfaziam, onde a linha tênue entre o real e o imaginário era rompida em meio a uma dança de êxtase e desespero, como se a própria essência da depravação houvesse sido convocada para reger aquela sinistra confraternização.
- Como vocês vão avisar ao pessoal lá fora, que está tudo pronto?
- Essa é a melhor parte! Vai lá à frente da casa e veja você mesma.
Sandrine se viu envolvida por uma sinfonia estrondosa que parecia ecoar diretamente dos abismos do inferno, transcendendo os portões de entrada e invadindo sua alma com uma cacofonia de estampidos ensurdecedores. Seis pistolões, como o rosnar de bestas famintas, anunciavam a iminência de um espetáculo pirotécnico, mas não um mero espetáculo terreno; era como se fossem os rugidos de demônios enjaulados, clamando pela liberdade em uma noite enevoada pela escuridão e pelo desconhecido.
Caminhando em direção à frente da propriedade, Sandrine sentiu a pressão de uma força invisível, uma mão gélida que a puxava em direção ao abismo das sombras. Lá, diante de seus olhos atônitos, testemunhou a montagem daquele ritual macabro. Seis pistolões de doze tiros cada, dispostos em um círculo sinistro, como sentinelas guardando a entrada para um reino de terror e maravilhas proibidas. Uma exibição modesta, porém carregada de uma aura enigmática, que sussurrava segredos antigos e promessas de prazeres obscuros.
Enquanto os fogos de artifício rasgavam o céu noturno, cada explosão parecia arrancar uma parte da alma dos espectadores, deixando-os expostos à verdade oculta que aguardava além daquela cortina de luz e fumaça. Uma multidão heterogênea começava a se reunir diante da entrada da mansão, uma congregação de almas perdidas e sedentas por algo além do mundo mundano. Entre os presentes, uma mescla de rostos distorcidos pelo desejo e pela curiosidade, todos ansiosos para penetrar nos domínios daquele enclave misterioso, onde as fronteiras entre a realidade e o pesadelo se dissolviam como fumaça ao vento.
O acesso à sinistra morada era concedido apenas mediante uma oferenda peculiar: garrafas de vinho envelhecido, cujo aroma ameaçador exalava um miasma de mistério e decadência. Era uma exigência que denotava não apenas apreço pelo refinamento, mas também um pacto tácito com o desconhecido que reinava naquele recôndito lugar. À medida que os visitantes se aproximavam da soturna mansão, entregavam suas contribuições, e estas eram recebidas pelos lacaios sombrios, cujos olhos eram tão profundos e opacos quanto as sombras que dançavam ao redor.
Os rapazes, vestidos em trajes escuros e desgastados pelo tempo, aceitavam silenciosamente as oferendas, como emissários de um reino além do véu da vida cotidiana. Sem uma palavra, eles encaminhavam as garrafas para as donzelas pálidas, cujos rostos eram tão frios quanto as estátuas de mármore que adornavam os corredores da casa. As moças, encarregadas de cumprir a sinistra tarefa, transportavam as oferendas para o interior sombrio da residência, onde um ar de desespero e desolação pairava como um manto pesado sobre os presentes.
As garrafas eram acomodadas em caixas de isopor, já preenchidas com gelo, mas o frio que emanava delas não era apenas físico; era um frio que penetrava nas almas dos incautos, um presságio sutil de que algo terrível estava à espreita nas sombras. Aquela hospitalidade sinistra, tão meticulosamente preparada, não garantia apenas a satisfação dos presentes, mas sim um pacto sombrio que selava seus destinos desde o primeiro momento em que cruzaram o limiar daquela casa assombrada.
No recôndito da morada, um palco se erguia, cenário sombrio em contraste com a vida mundana dos Estados Unidos, evocando um soturno espetáculo. Um balcão sinistro, não repleto de ânforas de cristal ou prata, mas sim de garrafas plásticas deformadas de dois litros, jazia ali, contendo líquidos turvos e sinistros, destilados do mais puro m*l que a vodka poderia oferecer. Era uma tentação envenenada, um convite maligno aos presentes para se embriagarem nas sombras da noite, entregando-se às trevas que se avizinhavam.
Ao fundo, nas profundezas da sala, um feiticeiro dos sons manipulava os ardis do seu ofício, não para deleite, mas sim para tecer um feitiço de desespero e desassossego. Suas mãos habilidosas deslizavam pelos controles como as garras de um espectro, conjurando uma cacofonia de notas dissonantes e ritmos funestos. Não eram canções de alegria ou esperança, mas sim uma sinistra sinfonia de lamentos, tecida com fios de pesar e desespero. Ecos distorcidos de bandas desconhecidas ecoavam pelos corredores, entrelaçando-se com batidas eletrônicas tão frias quanto a morte e remixes blasfemos dos hinos do rock, profanando-os com uma aura de desesperança.
E assim, os presentes eram conduzidos não por um labirinto de emoções, mas sim por um abismo de desespero, onde as sensações eram de agonia e os momentos inesquecíveis eram marcados por um profundo vazio. O que começara como uma festa mundana transformara-se em um ritual sombrio, onde as almas perdidas dançavam ao som de uma melodia macabra, condenadas a vagar eternamente nos recantos sombrios da casa, presas em um pesadelo sem fim. Sandrine, que não saia de perto de Madana um só minuto, fala empolgadíssima:
- Madana, essa festa está bombando! Nunca tinha vindo pra algo desse tipo! Isso aqui está uma loucura! Bom demais!
- E você ainda não viu nada. Espere até dar meia-noite. Vai bebendo e curtindo que isso ainda vai ficar melhor.
- E o Larry: que horas ele vem?
- Ele deve chegar perto de meia-noite. Não se preocupe que ele sempre vem.
- m*l posso esperar para conhecer o tal Larry. Você fala tanto dele que estou curiosa para ver quem é esse cara.
- Ah, você vai gostar dele. Larry é o tipo de pessoa que anima qualquer festa. Ele sempre traz uma energia contagiante.
- Então, já imagino que ele seja o tipo de pessoa que sabe como se divertir.
- Exatamente! E ele tem as melhores histórias para contar. Você vai se surpreender.
- Bom saber! Estou ansiosa para ouvir algumas dessas histórias. E, claro, para aproveitar mais essa festa.