- Você?! O que está fazendo aqui? – Seu tom é ríspido.
Deixando aquela pessoa para trás, Joshua caminha até o sofá se jogando sobre o mesmo. Pegando o controle, começou a mudar de canal para encontrar algo interessante na TV, enquanto passos se aproximam após fechar a porta.
Parado frente aquele homem que parecia lastimável, meneou a cabeça vendo o quanto Joshua em questão de segundos, estava parecendo se auto sabotar.
Sentindo olhos sobre ele, Joshua parou o que fazia para encarar aquele que tanto o fitava.
- Cara, depois que você a viu, tá péssimo! – Zomba.
Largando o controle de lado, Joshua revira os olhos e bufa.
- Já perguntei, o que você quer Christian?
O amigo que estava sendo solidário ultimamente, ergueu as mãos em rendição.
- Calma Josh, só vim aqui saber como que você estava, mas pelo visto, não está nada bem.
Meneando a cabeça, Joshua não estava de bom humor. Não sabia aonde estava o seu pai, já que acabou cochilando devido aos remédios pelo corte na mão e agora estava ali, frente ao amigo e diante de todas as informações que recebeu, ainda não havia absorvido tudo, mas por Christian ser diretor e um dos sócios do hospital que Carly trabalha além de sócio na construtora onde trabalha, estava com raiva.
Antes que o amigo pudesse perguntar o que está acontecendo e pelo comentário feito, o deixou ainda mais irritado. Até que a sua voz como um trovão, ecoou friamente.
- Desde quando você sabe que minha esposa está grávida?
Descrente com o que acabava de escutar, franziu o sobrolho e o indagou.
- A Carly está grávida?
Joshua apenas balançou a cabeça confirmando.
- Quando você soube dessa notícia?
- Hoje de manhã. – Responde seco.
Sentando ao lado do amigo, deu dois tapinhas na sua coxa e o parabenizou.
- Parabéns amigo e agora, vocês estão juntos de novo? – Tinha um sorriso largo.
Mas logo morreu assim que viu o semblante do seu amigo com sentimentos confusos.
- Nós não voltamos e pelo que Carly disse, não voltaremos mais.
- Cara, dá tempo para ela. Deixa a poeira abaixar um pouco. Aí vocês conversam.
Seus ombros caíram. Tudo tende a piorar e por certo aconteceu. O silêncio que se fez na sala que nem mesmo a TV ligada fora capaz de quebrar aquilo. Christian não sabia o que dizer para confortar o amigo até que a porta se abriu assim que a chave rodopiou na fechadura e alguém mais derrubado que o próprio Joshua adentrava.
Christian intercala entre o amigo e aquele senhor e seus olhos pousaram somente em Joshua que estava desconfiado de onde o seu pai havia ido.
Um pai cabisbaixo colocou a chave no aparador perto da porta e ao erguer o seu olhar se deparou com o amigo do seu filho e o próprio o observando.
Ambos estavam o encarando e Alfred sorriu sem humor e Joshua percebeu.
- Olá, desculpa filho, mas precisei dar uma saída.
- Tudo bem pai. Pai, Christian, Christian, pai. – Os apresentou.
Alfred se aproximou limpando a mão na perna da calça, pois, viu que Christian parecia ser de outro mundo, paralelo ao deles, estava como sempre elegante.
- Muito prazer, me chamo Alfred. – Estendeu-lhe a mão.
Levantando-se, Christian olhando para a mão estendida na sua frente, apertou a mesma e sorriu.
- Prazer senhor, sou amigo do seu filho.
Feita as devidas apresentações, todos se sentaram e, desconfiado, Joshua o questiona.
- Aonde estava papai?
Coçando a nuca, Alfred sorriu sem graça e ao respirar fundo, disparou.
- Fui ver a Carly.
- O quê?! – Seus olhos espantados o encara.
...~~~~~~~~~~~
...
Durante o caminho até o restaurante, Carly e Ander estavam em silêncio.
Era um silêncio estranho, pois, Carly estava irritada pela ousadia do seu ex sogro ter aparecido e justo ele, sair em defesa do filho e aquilo a deixou com o seu humor azedo.
Perdida em pensamentos, chegou a conclusão que Joshua era igual ao pai, afinal, ali era o mais certo ditado a ser aplicado, “quem sai aos seus, não se degenera", mas algo a intrigou e não tinha resposta para tal pensamento, “será que Joshua o mandou ali?”.
Enquanto estava perdida e distante, Ander por alguns momentos, desviava o olhar e encarava a sua amada daquele jeito parecendo que olhava a paisagem da janela, mas sabia que seus pensamentos estavam longe.
Agora que sentiu seus lábios, o gosto do seu beijo e a mesma lhe dando esperanças de que podem ter uma relação da qual ele tanto almejou, não sabia como seria após a visita indesejável do pai do seu arqui-inimigo.
Os dois tinham suas próprias lutas, tinham seus medos, mas Ander era quem mais temia dentre eles. Até que ao parar na frente do restaurante, aquele silêncio foi quebrado.
- Chegamos minha linda.
Seus olhos percorreram para a faixada do restaurante. Era um dos favoritos de Carly. Seus olhos brilharam ao ver a atenção com a qual aquele homem que descobriu ter um sentimento renascido por ele, sorriu agradecida.
- Obrigada Ander. Depois de ter encontrado indesejavelmente aquele senhor no estacionamento, confesso que agora meu humor voltou com força total.
Ander sentiu o coração acelerar e ficou imensamente feliz. Mas ainda pairava a insegurança no ar. Ao retirarem os cintos, antes que Carly alcançasse a maçaneta, ele segurou na sua mão.
Engolindo em seco, Carly o encarou.
- Está mesmo tudo bem entre a gente Carly? Digo isso, porque quero me preparar para caso...
Sabendo o que ele diria, Carly colocou os dedos nos seus lábios, o impedindo de continuar.
- Não há com o que se preocupar. Não vai ser ninguém quem me fará ter outra decisão que não essa. Só estava irritada por um homem sem moral, vir querer se meter em algo que... (Pausa e suspiro). – Enfim, não irá acontecer nada. Agora vamos, estou faminta! – Sorriu abrindo a porta e saindo.
Respirando aliviado e sorrindo, Ander também desce do carro e os dois seguem para o restaurante.
Continua...
Eu sabia que Carly seria forte. Mais alguém tinha essa certeza? Não deixem de curtir, comentar e até votar. Beijos bruxescos para todos e todas!