Capítulo 68: Entendo... Mas...

1397 Words
Surpresa pela figura daquele homem à sua frente, Ander percebeu que a sua amada ficou desconfortável com a sua presença e se aproximou preocupado. - Está tudo bem Carly? Olhando-o de relance sorriu fraco e assentiu. Mas, Alfred foi quem tomou a liberdade de os interromper. - E você quem é meu rapaz? – Seu tom era calmo, mas Carly conhecia bem aquela velha raposa, ele só estava agindo com cautela. Pretendendo responde-lo, Carly coloca a mão no braço forte de Ander o impedindo e tomando a frente por ele. - É meu amigo Ander. Trabalhamos aqui no hospital. Não esperava vê-lo aqui senhor Stanley! – Seu tom é firme e ríspido. Alfred se surpreendeu por ver a sua nora o respondendo daquele jeito. Sempre acreditou que Carly era muito ingênua, pelo visto a traição a fez mais destemida. - O que o senhor faz aqui? – Indagou sendo direta e objetiva. Seus olhos se iluminaram em admiração por sua nora estar agindo de tal forma. Em contrapartida, ergueu as mãos em rendição e agiu da forma como sempre fora acostumado a agir, com o seu velho cinismo de sempre se fazendo de inocente. - Eu vim em paz minha nora. Gostaria de conversar com você a sós. – Seus olhos se desviaram encarando Ander que mantinha a sua mesma postura desde a sua abordagem. Olhando para Ander, os dois pareciam se comunicar. O mesmo entendeu que Carly precisava falar com aquele homem que por chama-la de nora, deixava claro que era o pai do futuro ex marido da sua amada. - Não se preocupe. Falarei com ele. Um assentir de cabeça, foi o suficiente para Ander girar os calcanhares, dar um leve aperto no ombro de Carly e sair em direção ao carro. Aquele ato foi o suficiente para Alfred perceber que algo rolava entre eles e que ia muito além da amizade e trabalho. Os olhos de Ander brilhavam intensamente ao olhar para a sua nora. Se não conseguisse agir em prol do seu filho, teria o mesmo fim que ele. Cruzando os braços, a mulher à sua frente, esperou pacientemente com cara de poucos amigos para ouvir o que seu sogro tinha para falar. Mas, ao contrário disso, o mesmo tentando desconversar, a indagou. - Vocês estão juntos? Franzindo o cenho e fechando ainda mais o semblante, Carly o refutou com outra pergunta. - O senhor costumava ter amigas quando ainda era casado, no entanto, traiu a minha sogra com a própria cunhada. Quando as suas amigas estavam frequentando a sua casa mesmo que a sua esposa não gostasse, rolava também algo por debaixo do tapete sem que ela soubesse? Aquilo o pegou em cheio. Ligeiramente se atordoou. O sorriso cínico de quem queria alfineta-la antes de falar realmente ao que veio, acabou saindo pela tangente, se desfez. Engolindo em seco, Alfred estava totalmente sem graça. Não esperava que Carly soltasse aquelas palavras daquela forma. Pelo visto, a sua nora ingênua, tola e até boba demais, não havia qualquer vestígio naquela à sua frente. Apertou os lábios com um sorriso sem graça e pensou bem antes de responde-la. Queria lhe encher de desaforos, mas o que veio fazer ali, não seria oportuno. Acabaria estragando ainda mais as chances que seu filho teria com Carly. Engolindo o orgulho e as palavras, se desculpou. - Me desculpe minha nora. Não foi minha intenção ofende-la, não quis transparecer nada desagradável sobre você e seu amigo e... Ela o interrompe. - Senhor Stanley, diga logo ao que veio. - Podemos nos sentar ali pelo menos? – Apontou em direção a uma árvore com um pequeno cercado de concreto onde dava para sentarem. Dando de ombros e olhando na direção que o mesmo lhe apontava, Carly se virou seguindo em frente. Alfred suspirou meneando a cabeça de que aquela foi uma péssima ideia, mas agora que estava ali, iria até o fim. Dentro do carro, Ander observava cada passo que os dois davam e estava ali para espera-la para voltarem ao prédio em que estão morando só que o seu coração estava apertado no peito. Estava apreensivo que Carly voltasse na sua decisão e retomasse o casamento. Enquanto isso, os dois sentaram-se próximo ao outro e impaciente, Carly o questionou mais uma vez. - Agora que estamos aqui, o que o senhor quer tanto me falar? - Menina, você está bem arisca. Me desculpe, mas vim aqui para interceder pelo meu filho. – Seu tom também era impaciente assim como o dela. Desacreditada no que acabava de escutar, Carly o encarou sem piscar tentando assimilar aquelas palavras . - O que disse? - Eu vim pelo Joshua, Carly. Vocês se amam. Tem um casamento e um bebê a caminho, porque se separar? Carly ainda estava sem reação enquanto Alfred, percebendo a forma com a qual sua nora estava, continuou. - Vocês dois estão sofrendo. Isso foi uma coisa boba, ele foi enganado na boate e o que houve antes entre eles não significou nada. Tanto que ele se casou com você minha nora. Seu tom estava mais brando, mas não o suficiente para amolecer o coração de Carly. Ao invés disso, a sua fala totalmente machista, acabou de vez com a sua paciência que explodiu numa gargalhada. Franzindo o cenho, Alfred não entendeu nada. Já Ander, estava chocado com a atitude de Carly. Pensou até que estavam tão animados, que iria perde-la para um casamento fadado ao fracasso. Seu coração doeu ainda mais. Encarando Carly, Alfred ainda não entendia porque ela estava rindo daquele jeito. Mas o que viria a seguir, seria o esclarecer de muitas coisas. - Nossa, nunca ri tanto quanto hoje. O senhor vem me falar que foi algo sem importância e sendo assim, porque teve um começo não é verdade? Joshua não me ama e meu filho não será o primeiro e nem o último a crescer com pais separados. O senhor passou pelo que seu filho está passando e a sua esposa lhe deu uma nova chance? Alfred engoliu em seco e abaixou a cabeça. Carly estava certa e a resposta para a sua pergunta era não. Ela não lhe deu uma nova chance, mas fez a sua nova chance ao lado de outro a quem está muito feliz. Percebendo o seu silêncio, Carly continuou. - Foi o que pensei. Eu não tenho que desculpar algo tão grotesco do seu filho só porque veio aqui interceder por ele. Me admira muito que o senhor esteja aqui agora o defendendo sendo que foi omisso quase uma vida inteira dos filhos por conta de um r**o de saia que nem valia a pena. Eu entendo... Carly parou por alguns segundos e respirou fundo. Não havia mais o que dizer é então, se levantou. Deu leves batidas na calça retirando a poeira e antes de seguir até o carro, disparou. - Olha seu Alfred, o senhor melhor que ninguém sabe o peso que uma traição tem como consequência num casamento e até mesmo se fosse em qualquer tipo de relação. Peço ao senhor que não se meta mais e não, não tenho pretensão alguma em retomar o meu casamento. Ao ouvir aquelas palavras e querendo falar algo mais, Carly não esperou. Girou os calcanhares e saiu sob os olhares daquele homem que tinha os olhos vermelhos e inundados, não só com o pesar em não conseguir ajudar o filho, mas por ter tudo aquilo cuspido sobre ele, o fazendo lamentar profundamente por tudo o que perdeu. Sentindo um grande alívio, marchou até o carro e ao entrar e sentar ao lado de Ander, o mesmo a encarava sem entender absolutamente nada. Assim que colocou o cinto, olhou de lado para o amado e sorriu. - Vamos embora. Estou faminta. Parecendo estar num sonho, sorriu de volta e as forças que pensou estarem se esvaindo acreditando que Carly voltaria para Joshua, retomaram com força. Dando a partida no carro e o colocando em movimento, brincou. - Então vamos logo. Preciso alimentar a dragonesa e o seu dragãozinho. Ambos riram e seguiram conversando até chegar a um restaurante perto do prédio aonde estavam morando. Enquanto isso, Joshua acordava da sua soneca e não avistou o seu pai. Estava sentado no sofá assistindo TV quando ouviu a campainha tocar. Não esperava ninguém e achou ser o seu pai, mas ao abrir a porta... Continua... Carly 1 X Joshua 00000000. rsrsrs
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