Joshua contou tudo ao seu pai desde o dia em que começou a se envolver com Aysha na faculdade sendo apenas namorado e depois noivo de Carly, o dia do término que todos pensam ter sido dias antes, mas na verdade ele teve relações com ela na festa de casamento numa das cabines do banheiro.
Seu sogro tinha razão ao segui-lo e desconfiar, mas como havia uma porta secreta num dos banheiros que eles estavam, não foi possível Eliot descobrir a traição do genro com a amiga da sua filha.
Contou também ao pai sobre o dia na boate onde tudo foi revelado da maneira mais torpe e do quanto havia praticamente estuprado Aysha naquela noite para se vingar por tudo o que ela havia feito e por Carly sair de lá decepcionada com eles.
Mostrou ao seu pai o arrependimento e dor por suas más ações. Chegou a rir ironicamente e com sarcasmo, desdenhou de si mesmo.
Sempre julgou o pai por suas ações contra a sua mãe que havia feito o mesmo, talvez até pior. Seu pai apenas apertou o seu ombro lhe passando conforto, e o gosto amargo estava na sua boca por lembrar a cada relato do filho de tudo o que fez contra a sua esposa e filhos. Quando a perdeu, percebeu que tudo foi doloroso e humilhante para aquela que sempre prometeu amar e respeitar e agora, sabia que estava sendo também difícil para a sua nora.
O que o levava a crer pelos últimos acontecimentos relatados pelo filho é que, Aysha era como Dolores, invejosa e que busca a felicidade em cima da desgraça dos outros.
Quando Alfred caiu em si não só pelos seus reais sentimentos que ainda tinha pela ex esposa, mas também por Dolores foi quando a mesma que já havia conseguido o que queria, desdenhou do mesmo e se vangloriou por ter conseguido o que tanto queria, mas que iria embora da cidade já que não conseguiu totalmente o que buscava para a sua irmã. Sua ex esposa estava feliz como há muito não havia visto antes e com a sua vida entrando nos trilhos, a deixou frustrada. Só então, percebeu que fazia parte do jogo sórdido dela sobre atingir a irmã o usando. Mas ele também foi errado. Jamais deveria ter caído sobre os seus encantos já que dizia amar a mulher. Agora, estava sozinho, infeliz por ver a mulher que tanto amou longe dele, o que por obra do destino seria definitivo, já que estava com os dias contados não podendo se contentar somente em olha-la.
Seu peito afundou ao lembrar que não veria mais o seu sorriso mesmo a distância.
Assim que o seu filho acabou de contar tudo, Joshua estava totalmente diferente. Estava com o semblante derrubado, olhos inchados e vermelhos além da ponta do nariz pelo choro e soluços.
Seu pai teve pena, mas sabia que não podia esmorecer. Tinha que ser firme naquela conversa e tentar ajudá-lo a pelo menos um deles conseguir recuperar o seu casamento.
- E foi isso pai.
- Bem, você foi enredado por essa mulher eu sei, mas não exime a sua culpa.
Olhando-o irritado, o indaga não acreditando nas palavras que escutava do seu pai.
- Como assim minha culpa? A culpa é dela que me seduziu.
Joshua estava indignado, já Alfred, meneou a cabeça com um sorriso incrédulo.
- Filho, você tem culpa sim. Tudo o que abomino que eu fiz, você fez o mesmo. O seu amor não foi o suficiente para que suportasse a inveja da amiga da minha nora.
- Pai...
- Eu sei que errei muito com a sua mãe e com vocês e me arrependo muito. – O interrompe. – Mas infelizmente, não tem mais conserto e não há como voltar atrás. Eu quero que enquanto ainda estou aqui, que possamos nos reconectar. Uma das coisas que aprendi é que devemos reconhecer o nosso erro e jamais colocar a culpa no outro quando sabemos que fomos nós quem mais erramos.
- Entendo. – Concordando, abaixou a cabeça envergonhado.
- Sei tudo o que me disse, inclusive do filho que irão ter e seja para essa criança o que eu não fui para você e sua irmã.
- Pai...
- É verdade filho. Não me arrependo só pelo que fiz a sua mãe a traindo com a sua tia, mas com vocês e espero que não faça o mesmo que eu fiz.
Os olhos de Joshua marejaram e o mesmo, ao enxugar bruscamente seu rosto, desconversou.
- O senhor não vai embora hoje né?
Rindo, Alfred achou engraçado aquela pergunta e tinha um pouco dele quando não queria levar adiante algum assunto. E então, zombou.
- Nem bem vim te visitar e já quer que eu vá embora?
- Não é isso. É que... – Joshua estava vermelho de vergonha e Alfred gargalhou.
Olhando para o seu pai sem entender, Alfred se recompôs e então, se desculpou.
- Desculpa filho, mas estava brincando. Eu irei para um hotel. – Se justificou.
- De forma alguma. O senhor ficará aqui em casa. Temos dois quartos extras. Faço questão.
- Tudo bem. Mas agora, vamos para a cozinha. Vou fazer nosso almoço.
Com a sobrancelha arqueada e desconfiado, indagou o seu pai.
- E o senhor sabe cozinhar?
Com o peito inflado, respondeu orgulhoso.
- Claro que sei e posso te dizer que é tão boa quanto a sua mãe cozinhava quando estávamos casados.
Alfred falava enquanto colocava o avental e Joshua se sentava na banqueta da ilha.
- Hum, sei não viu. Mamãe ainda é a melhor emparedada com Carly na cozinha.
Alfred suspira melancólico, mas não demonstra ao filho que ficou nostálgico de repente.
- Vamos então ao preparo que já te mostro como sou bom.
- Quero só ver.
Os dois riem, bebem uma cerveja que no início Joshua ficou preocupado se o pai podia beber e o mesmo garantiu que sim, mas moderadamente.
Com tudo pronto, almoçaram num clima amistoso como há muito não tiveram juntos e após tudo devidamente limpo e muito elogiado pelo filho que a sua comida estava deliciosa, Alfred avisou ao filho que precisaria sair para ver um amigo que está na cidade e o mesmo, disse que ficaria em casa tentando organizar os seus pensamentos.
Com isso, pegou o seu carro e saiu. Mas Alfred, não iria visitar um amigo e sim, iria ao hospital ver a sua nora. Precisava conversar com ela e tentar ajudar o filho.
Estacionou o carro próximo a entrada e aguardou.
O dia foi corrido para Carly e Ander que nem tiveram tempo para conversarem como faziam nas horas vagas. Ambos sentiram falta um do outro.
E já era início da noite quando largaram os seus turnos. Saíram como dois amigos até porque, Carly não queria que ninguém ficasse comentando sobre eles e como ela mesmo disse, queria resolver tudo antes com Joshua.
Alfred que estava atento a saída, viu a sua nora em companhia de um rapaz muito bonito seguindo juntos até o estacionamento onde conversavam animadamente.
Desceu do seu carro e os seguiu a uma certa distância. Os dois que pareciam não estar fazendo nada demais, acendeu um alerta na cabeça daquele senhor. Sim, os indícios lhe deram uma sensação de déjà vu.
Os dois rindo e dando alguns roçares nos ombros acabou pigarreando logo atrás para acabar com aquele flerte.
Assim que viraram para trás, os olhos de Carly se arregalaram em surpresa.
- Senhor Stanley?
- Olá Carly, podemos conversar? – Sorriu.
Continua...
Só digo uma coisa, Carly seja forte viu!