Capítulo 80: Nem sempre é tudo como queremos.

1175 Words
Por mais que Aysha estivesse ansiosa para conversar com Carly, estava apreensiva. Sabia que por mais que tentasse, Carly jamais a perdoaria e não voltariam a amizade de antes. Mas tinha esperanças de pelo menos consertar aquilo que fez na boate saturada do desprezo de Joshua por ela e por querer tanto que a amiga soubesse que o seu casamento, aliás, o seu relacionamento com o marido, não era tão verdadeiro assim. Tinha medo de fraquejar. Mas o principal conseguiu, superar. Pelo menos é o que pensava. Não foi até Joshua, não ligou ou mandou mensagem e por mais que estivesse com David ao seu lado, cometeu algo que a sua terapeuta não indicou. Mesmo que de longe, viu aquele que criou uma obsessão na sua vida. Sentiu uma mão sobre as dela que estavam sobre o colo apertar levemente. Virou o rosto lentamente, seguindo até encontrar um homem atento na estrada que sentiu seu rosto queimar por estar sendo encarado. Sorriu e então, disparou parecendo ler os seus pensamentos. - Não se preocupe Ash, dará tudo certo e lembra do que a terapeuta disse? Suspirou entendendo o que ele queria perguntar. Sorriu timidamente e respondeu. - Que eu faça a minha parte e não espere nada em troca do outro, já que todos temos o livre arbítrio para decidir e que eu seja sincera nas minhas palavras, já que lidar com a mentira, cria um círculo vicioso. - Isso mesmo! – Exclamou a incentivando e sorriu. Uma curva se fez nos seus lábios pelo tímido sorriso. Suspirou profundamente e virou-se para a janela apreciando a paisagem. David continuou atento na estrada enquanto seguiam da volta para Shelburn Falls. Enquanto isso, por uma grande ironia, Ander que estava num posto de gasolina próximo de onde estavam se aproximando Aysha e David, Carly acabava de sair de um banheiro após fazer as suas necessidades já que estava apertada. Esperando-a para pagar a conta e voltarem para a estrada, Aysha que estava concentrada na paisagem, viu a sua ex amiga e Ander juntos. Os dois conversavam enquanto Carly terminava de comer a sua refeição. Batendo levemente no braço de David, atraiu a sua atenção que não entendia a sua empolgação. - Pare o carro ali David. – Apontou na direção do posto de gasolina. Indagou-a sem entender. - Porque? Ainda temos estrada para seguir Ash. Revirou os olhos e sorriu. - Ela está bem ali, olha! Olhando na direção em que Aysha estava apontando, ainda continuava sem entender. - Ela quem? Quem é que está ali? - A Carly, David. Ela está ali. Entendendo agora a quem se referia, David manobrou e seguiu até o posto de gasolina. Assim que parou o carro, olhou de relance para a sua namorada que estava roendo as unhas. - Tenha calma minha linda. Lembre-se do que conversamos no caminho. Olhou para o amado e sorriu fraco. Assentiu e abriu a porta. Ao jogar as pernas para fora, sentia todo o corpo tremer. Estava nervosa e quase desistindo de ir até onde aquela que a tinha como amiga estava e a feriu da pior forma que se podia machucar alguém, quebrando a sua confiança. Nem percebeu quando David se aproximou e passou um dos braços por seu pescoço. Mesmo que seus pés parecessem fincados no chão, aquele homem que tinha quase o dobro do seu tamanho e que a conduzia sem fazer nenhum esforço. - Relaxa. Já disse que dará tudo certo. Sorriu tentando tranquiliza-la, mas parecia que nada surtia efeito. Assim que entraram no estabelecimento com pouquíssimas pessoas, o pequeno sino que havia em cima da porta, ecoou. Carly estava de costas para a porta quando os dois passaram e Ander que estava de frente com um discreto sorriso conversando algo animado com a sua amada desfez rapidamente aquele rosto de felicidade. Percebendo a mudança repentina do amado, o indagou. - Está tudo bem? - Merda! – Praguejou. Carly franziu o cenho estranhando ouvir Ander xingar. - Não olhe agora, mas Aysha e um cara acabaram de entrar. Arregalou os olhos e engoliu em seco. De repente, se recompôs e com indiferença bebeu um gole do seu suco. - E o que nos interessa? Boquiaberto pela pergunta, encarou a amada e suspirou. - Tem que eles estão vindo para cá. - Merda! – Agora era a sua vez de praguejar. Olhou para os lados e Ander meneou a cabeça negando. Não adiantava fugir dali, nem se quisessem, já era tarde demais. - Carly? Uma voz que conhecia bem a chamou. Fechou os olhos fazendo uma careta não gostando de como poderia afetar a sua presença, mas já se sentindo afetada, abriu seus olhos, encarou Ander que estava chocado e apreensivo. Forçou um sorriso e virou-se. - Aysha! – Exclamou com escárnio. Olhando para Carly, engoliu em seco. Enfim, havia chegado o momento de se explicar, restava saber se conseguiria o fazer. Agora percebia de frente àquela que lhe estendeu a mão na faculdade, que nem sempre tudo pode ser como a gente quer! Logo após o funeral que não foi demorado e com isso, enterraram Alfred rapidamente, Joshua estava olhando aquela lápide e pensando em muitas coisas até que um velho amigo parou ao seu lado. - Josh. Não no vemos a muito tempo! Olhando de lado, não se lembrava de onde conhecia aquele homem, mas o mesmo sorriu incrédulo por aquele do qual cresceram e brincavam muito juntos no Jardim da infância e adolescência, tenha o esquecido. - Não acredito que se esqueceu de mim?! Franzindo o cenho, ainda não se lembrava dele até que... - Sou eu, Mark Dawson. Você pegou até uma corrida de táxi comigo. De repente, uma luz se acendeu na sua mente e então, Joshua se lembrou dando um tapa na testa. - Mark! Oh céus há quanto tempo. Quer dizer, não muito já que estivemos juntos nos falando um tempinho atrás. Por mais que não fosse o momento e nem lugar, os dois se abraçaram. Ao se afastarem, é que Mark se deu conta do que faziam ali. Coçou a cabeça envergonhado. - Nossa, me desculpa. Nem me lembrei quando me aproximei que o senhor Alfred tinha morrido. Eu sinto muito. - Tudo bem. Pelo menos aliviou um pouco a tensão que estava aqui entre mim e essa lápide. – Deu de ombros. - Mark! – Uma voz feminina o chamou se aproximando. Olhando por cima do ombro, viu que era dona Anne a mãe de seu amigo de infância. - Parece que a sua mãe quer falar com você. – Deu um aperto no seu ombro e acenou para a mãe do amigo. Mark revirou os olhos porque odiava ser tratado feito um bebê e se apressou para encontrá-la. Já Joshua, estava rindo baixo da cara do amigo. - Outra hora nos falamos. Se afastou enquanto Joshua os olhava. Viu o amigo nervoso e gesticulando algo para a mãe que tentou abraça-lo. O mesmo se esquivou seguindo na frente. E então Joshua se lembrou de algumas coisas sobre aquele velho amigo. Continua...
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