Capítulo 79: O funeral e algumas pessoas nunca mudam... parte 2

1639 Words
Ander e Carly saíram caminhando juntos até a saída do hospital. Christian ficou chateado por vê-la ali com o médico num momento como aquele para o seu outro amigo. Mas não podia fazer nada a respeito, já que os dois estavam divorciados e desde a separação, Carly tem estado bem próxima à Ander. Muiyo mais a cada dia. Esperou que os dois entrassem no carro e partissem, para poder sair do seu e seguir até o interior do hospital a procura do amigo e sua família. Coincidentemente, esbarrou com Joshua na entrada do hospital. A julgar pela sua feição, estava até bem para quem havia acabado de perder o pai. - Josh meu amigo, vim assim que soube. Como está? – Perguntou, puxando-o para um abraço. Retribuiu ao mesmo dando alguns tapinhas nas costas respondendo com a voz rouca. - Estou bem. Estou indo agora para a casa do meu pai. Vamos preparar tudo para fazer o seu velório por lá. - Te dou uma carona. Assim fico sabendo aonde será para passar a alguns dos nossos amigos e colegas do trabalho para que possam vir. Eu vi a Carly saindo daqui com o Ander. Não era bem isso que queria comentar, mas preferiu falar sobre isso antes que pudesse cometer uma gafe se caso não estivessem sozinhos como agora. - Ela veio aqui para prestar suas condolências. – Foi somente isso que falou. Seguiram até o carro em silêncio. Christian entendeu bem que o amigo não queria conversa sobre o assunto. Ao entrarem no carro, Joshua recebeu uma ligação do seu padrasto. Nela, Philip comunicava que a funerária já estava a caminho da casa do seu pai para organizar tudo e só precisavam se preocupar em preparar um pequeno buffet com café, suco, água, alguns salgadinhos e uma foto do seu pai além da roupa que iria vestir para ficar no caixão. Como Joshua estava com o seu amigo, informou que estava a caminho e que de lá, passaria em uma delicatessen e pediria um pequeno buffet para umas 50 pessoas pelo menos. Enquanto isso, Ander estava preocupado com Carly. Desde que entraram no carro, ela não deu nenhuma palavra. Nem percebeu, que ele estava parando no acostamento até que a sua voz a trouxe de volta. - Carly. Minha linda, está tudo bem? Olhando por cima do ombro, suspira. - Está sim. Só estava pensando. Em interrogativa a observou e a mesma começou a falar o que tanto a incomodava. - Quando estava conversando com minha ex-sogra, a Samantha se aproximou e acabou falando umas coisas que sinceramente, está fazendo o funeral do pai, mas parece que as pessoas realmente não mudam mesmo. - Porque diz isso? - É complicado, mas para encurtar tudo, ela nunca gostou de mim e chego a desconfiar que ela saiba que Joshua me traía. Segurando o seu queixo delicadamente, virou-se para o olhar. Assim que os olhos se encontraram, Ander sorriu. - Não pense nisso. Quem saiu perdendo foram eles. O que acha de passarmos em uma cafeteria aqui perto? Precisa comer algo e quem sabe assim dá tempo de sabermos sobre o funeral, o que acha? – Sugere. Animada, Carly concorda. - Vamos sim, mas só gostaria de pedir algo. - O quê? - Depois de comer vamos voltar. Não faço mais parte dessa família como esposa de Joshua e não quero estar num lugar tão nebuloso agora. Vamos voltar para Shelburn Falls. - Tem certeza? Aproximando-se de Ander, rouba um selinho do amado o deixando surpreso e bobo com um sorriso no rosto. - Sim. Absoluta. Já fiz a minha parte em consideração a minha ex-sogra. Ela sim, sempre foi uma pessoa boa naquela família. Quando ameaçou se afastar, Ander a puxou pela nuca dando um beijo daqueles de tirar o fôlego. Tirou tanto, que precisou ser interrompido para recuperarem o ar. As testas encostadas e o êxtase por aquela sensação maravilhosa de estar com a pessoa amada, era estampada na face de cada um. Deu a partida enquanto ambos terminavam de colocar de volta o cinto e seguiram até a cafeteria aonde retornariam de lá para o apartamento. Assim que chegou a casa do seu pai num bairro modesto, seguiram até o fim da rua onde Alfred morava desde que se separou da sua mãe. Vizinhos que estavam na frente de casa, perceberam a chegada deles a casa e uma senhora que aparentava ter uns 70 anos se aproximou deles. - Olá meu rapaz, vocês conhecem o senhor Stanley? Achando estranho aquela pergunta, Joshua se entreolhou com Christian que deu de ombros e o mesmo se voltou para a senhora e refutou com outra pergunta. - Sim, conhecemos. Eu sou o filho dele. Por que? - Oh, me desculpe. Eu não o reconheci. Sempre que dava, conversava com o seu pai. Ele é um bom homem. Ouvir aquilo, não o deixava bem e sim, mais m*l do que já estava. - Fico grato, mas ele era um bom homem. - Era? – Perguntou aturdida. - Sim, ele faleceu hoje. Levando as mãos a boca, a mulher estava incrédula. Não acreditava que o amigo que fez naquela rua, pudesse ter morrido assim. - Oh meu Deus! Eu sinto muito. – Estava chocada. - Muito obrigado! Com licença. Olhando para o amigo sinalizou. Os dois seguiram para a casa e ao entrar, tudo estava devidamente arrumado para surpresa de Joshua. Não imaginava que o seu pai fosse um homem solitário, porém, organizado. Ao contrário dele, que na primeira semana separado de Carly, tudo estava de pernas para o ar. Suspirou pesadamente e subiu as escadas assim que passou pela porta principal. Christian ficou no andar debaixo o aguardando pois, aquele momento era somente dele e de mais ninguém. Joshua foi ao primeiro quarto e se deparou com algumas fotos dele, da irmã e até mesmo do casamento dele com a sua mãe sobre uma cômoda. Engoliu o choro por sentir os olhos embaçar pelas lágrimas e foi direto para o closet. Avistou um terno preto e se lembrou ser o mesmo que seu pai usou no seu casamento e estava distante o vendo casar. Foi cumprimentar os noivos mas não subiu ao altar para ficar ao lado da sua mãe, já que o mesmo quando questionado, alegou que não podia ficar no lugar de quem mesmo fez o papel que ele não foi capaz de fazer, no caso, Philip. Retirou do cabide aquela roupa, um par de meias e saiu do quarto. Ao descer as escadas, os rapazes da funerária já estavam lá. Entregou a um dos rapazes a peça de roupa e chamou Christian para saírem. Tudo estava mexendo com ele, só que mais ainda por ter visto as fotos e alguns remédios no quarto do seu pai. Sentia a presença do amigo ao seu lado, mas não queria falar nada. Pelo menos não por enquanto. Entraram no carro e foram a uma delicatessen para fazer o que o padrasto pediu. Quando retornaram para a casa, tudo já estava pronto e os rapazes só aguardavam o carro funerário chegar para ajeitar o corpo no seu devido lugar na sala, onde Alfred seria velado. Em questão de minutos, a delicatessen chegou com toda a encomenda feita, o corpo do seu pai também acabava de chegar. Ali mesmo, Joshua subiu para o quarto do seu pai e por terem quase o mesmo corpo, pegou uma muda de roupa para ele. Vestiu uma camisa polo preta e uma calça da mesma cor, calçou os seus sapatos e desceu para onde o seu pai estava. Não demorou muito e sua mãe, padrasto e irmã chegaram. Assim como amigos, colegas e parentes. O velório foi cheio de comoção. Sua irmã para variar, o questionou sobre a ausência da cunhada e Joshua, enfezado a respondeu rispidamente que Carly não poderia faltar o trabalho e com isso, ela não deveria se meter já que ele quem era o filho de Alfred e não ela. Possessa, Samantha saiu de perto do irmão indo ficar ao lado do marido. Sua mãe sentiu que havia algo errado, mas depois falaria com o filho. Agora não era a hora e nem o momento. Depois que o reverendo da paróquia aonde a sua mãe congregava, chegou e prestou o sermão da despedida, o caixão foi fechado e seguiu o cortejo até o cemitério local. Não podiam demorar muito com ele, já que Alfred havia falecido de câncer e não demoraria muito para inchar além do normal. Ao chegarem ao cemitério, o reverendo falou mais algumas palavras e então, o caixão desceu para o seu túmulo. Sobre choro e chuva que de repente começou a cair. Rosas brancas foram jogadas ao túmulo e dois homens começaram a jogar terra sobre o caixão. Um a um foram saindo após o começo da jogada de terra. Apenas Joshua, sua mãe, padrasto, irmã, cunhado e Christian, quem ficaram ali. De longe, alguém os observava ao lado do namorado. Estava triste por ele, mas era somente aquela distância que poderia manter. Percebendo que os poucos que restavam se preparavam para sair, virou-se com o seu namorado e caminhou abraçada a ele até o carro. Assim que entrou, foi questionada. - Está tudo bem Aysha? - Sim, só precisava vir para saber como estavam a família. Ele apenas acena concordando. - Vamos voltar para casa ou ainda pretende voltar para Shelburn Falls? Olhando para aquela imensidão de lápides naquele lindo lugar, suspirou. - Vamos para Shelburn Falls. Se o que Catarine falou é verdade, então preciso consertar o meu erro. David então, deu a partida seguindo de volta para Shelburn Falls. Continua... Tudo o que posso dizer com a partida é, viva o momento, ame a si mesmo, doe seu amor a quem merece e faça valer a pena para ser feliz sem machucar e ser machucado!
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