Clara
- Você pode esconder ela aqui. - Sugeri aos Nicolas e senti o olhar de desaprovação do Ricardo assim que falei. - O que foi?
- Você quer bancar o cupido, mas está correndo perigo. Vamos embora amanhã! - Ele falou eu senti vontade de socar ele.
- Não. - Eu respondi. - Se quiser ir, tudo bem.
- Aí meu caralh0! - O Piranh4 interviu. - Vamos nos acalmar? - Olhamos para ele. - Sejamos francos. Não vai ser fácil você ser aceita por nenhuma das duas famílias. - Eu assenti. - Isso não é nenhuma novidade.
- Você tem a nossa atenção! - O Ricardo falou quase rosnando.
- Dentro dos Camorras tem aquele rapaz, que admitiu quem você era, é um caminho menos tortuoso, e ao mesmo tempo, ajuda o mini Russo aqui.
- Não me chame assim. - O Nicolas reagiu, com uma raiva desproporcional. - Nunca mais me chame assim.
Paramos todos, incrédulos. Eu senti o meu corpo tremer com a reação dele.
- Desculpa, rapaz. Não quis ofender. - O Piranh4 trocou um olhar comigo e eu assenti, dando um sinal para ele continuar. - Ajudamos o Nicolas. Você deve ser convocada para uma nova reunião em breve, pelo Dom, nós vamos, vemos o que ele tem a dizer, fechamos negócio, pedimos a cabeça da vagabunda e depois partimos. E se você quiser, pode ir com a gente. Vocês dois.
- Estou de acordo. - Falei enquanto o Ricardo apoiava a mão nas têmporas.
- Eu vou pensar em uma forma de tirar a Anna de lá. - O Nicolas falou.
- Isso, assim que planejar nos avise, estaremos prontos. - Ele deixou o número dele e saiu apressado, imagino que achando que o Ricardo iria explodir.
Quando ficamos apenas nós, o Ricardo finalmente soltou a arma.
- E se for uma isca? - Ele perguntou, com a voz mais calma do que ele aparentava.
- Você está muito inseguro com as coisas. - Falei.
- Eu estou preocupado. Não sei se podemos confiar nele…
- Eu quero dar o benefício da dúvida para ele, Rick. - Falei.
- Eu concordo com o Truck. - O Cobra falou. - É uma história muito fantasiosa. E se ele for um espião que veio até aqui para saber quantos somos e como chegar até você?
- Alguém mais não reconheceu o Russo nele? - Falei sentindo a irritação começar a me dominar.
- Ninguém duvida que ele seja filho do Russo. - O Ricardo disse.
- Mas a forma que ele reagiu? - O Piranh4 perguntou. - O que o Russo aprontou com ele?
- Não sei. E o Russo contou para algum de vocês sobre ter um filho? - Perguntei.
Um silêncio tomou a sala. Olhamos um para o outro e o Cobra encarou o chão.
- Ele descobriu faz pouco mais de um ano. - A Rita falou olhando feio para o Cobra. - Ele não teve tempo de vir atrás do rapaz. - Eu senti o meu estômago revirar.
- E vocês só disseram isso agora? - O Ricardo perguntou.
- Ele não estava envolvido nos negócios dos Bambinos pelo que o Russo investigou. O irmão dele não queria nenhum dos sobrinhos por perto. Ele achou que teria tempo de procurar o filho. - O Cobra explicou.
- O fato é que agora eu sei da existência dele, e vou ajudar o menino. - Falei, sabendo que isso não ia agradar o Ricardo.
- E essa história de traição e tribunal? - O Dego perguntou, sentando na cadeira que o Nicolas estava sentado antes.
- Eles não podem provar muita coisa. Nem os Camorras nem os Bambinos. - Eu respondi.
- Acho que eles não ligam para provas. - O Cobra falou. - Eles podem te acusar, qualquer uma das famílias, de estar traindo a outra.
- Eu sou herdeira das duas porr4, o que eu deveria fazer, procurar a que eu achava que não ia me matar?
- Acho que devemos ir, deixar essa história toda de lado. - O Ricardo falou.
- Você está desistindo? - Perguntei, sentindo um desafio ferver na minha garganta.
- Eu não quero brigar. - Ele admitiu. - Eu estou preocupado com o que eles podem fazer. Não sei se percebeu, mas não estamos em Nova York.
- Eu vou seguir com a missão. - Falei. - Já falei, se está com medo, pode ir. - Eu sabia que estava sendo injusta, mas o Ricardo estava agindo como um menino mimado. Aquele medo todo não fazia sentido e eu estava na terra dos meus pais, e eu iria tirar alguma vantagem disso e se tudo desse certo, ainda ajudaria o Nicolas e a Anna no processo.
- Eu não vou te deixar aqui. - Ele falou com uma sombra nos olhos.
- Agora que entramos em um acordo, vamos pensar nos próximos passos. - O Cobra falou.
Percebi o Jon olhando na tela do computador e eu soube que a hora chegou.
- Fomos convocados. - O Jon falou. - O Dom finalmente te convidou para uma reunião.