Ponto de vista

898 Words
Truck Finalmente estávamos prontos. Apenas o que tínhamos, apenas os meus. O Nicolas não deu as caras depois que explicou a melhor forma de entrar na festa, mas eu não esperaria mais. Um evento era uma distração boa o suficiente para ignorar a oportunidade. E da melhor forma que conseguimos nos infiltramos na merd4 da festa de noivado. A empresa de entrega de bebidas não se recusou em aceitar a Rita e a Malu como garçonetes para aquele evento, não quando todos os olhos estavam voltados para a Mansão Lussuria. E o Cobra e o Tom atuariam como seguranças adicionais de um Senador americano, que foi convidado. Favores que cobramos até onde conseguimos, promessas que envolviam o futuro dos Trucks nos EUA e eu não me importava, não quando tinha aquela pequena chance de trazer a minha rainha de volta, essa noite. - Estamos prontos. - O Dego anunciou na porta do quarto, me tirando dos meus pensamentos. - O plano de fuga? - Ele suspirou. - Não é dos melhores, mas deve funcionar. A Clara precisa cooperar. - Eu confirmei com a cabeça. E ela iria, a minha Rainha era esperta e inteligente o suficiente para perceber os sinais, de se levar com a maré… De caminhar até o toalete quando o sinal finalmente viesse. Muitos fatores precisam dar certo para nos dar a mínima chance de sair de lá com vida, mas eu ia morrer tentando. Depois… Bem, quando ela estiver nos meus braços eu pensaria no depois. E talvez pudéssemos resgatar a Anna também, se ela também percebesse os sinais. - Vamos. - Enquanto eu descia para o furgão fiz uma promessa silenciosa, que eu casaria com ela ainda na Itália, que ela seria minha, se tudo desse certo. Prometi aos pais e ao padrinho dela que deviam nos olhar do céu que eu a salvaria a faria minha, de uma vez por todas. Éramos só mais um furgão de entrega em uma longa fila da mansão, e a noite caia preparando o ambiente para o evento. Eu não dei palavras de apoio para a equipe, eu não tinha nenhuma para dar. Eles sabiam que qualquer falha, a vida de todos estava em jogo e eu não admitiria nenhum erro. Nem pelas vidas dele nem pela dela. O furgão parou, uma revista que sabíamos que aconteceria, e essa era a hora que o Nicolas precisava ajudar, essa era a hora de provar que estava ao nosso lado e que honraria o nome do Russo. - Cosa stai caricando? (O que está carregando) - Um homem perguntou ao Dego que estava no volante. - Fiori e decorazioni. (Flores e decorações) - Era possível ouvir as respirações das pessoas imóveis em meio às flores, o mais camufladas possível. O sotaque do Dego era carregado e talvez foi isso que alertou o homem. Eles esperavam que fizéssemos alguma coisa naquela noite. - Apri la porta (Abra a porta) - Ele mandou com a voz nada amigável. Eu conseguia ouvir o sangue correr nas minhas veias. Movi a arma com calma na direção da porta, torcendo para estar camuflado o suficiente para que eu não precisasse começar uma guerra ali, antes de entrar no evento. O Dego destrancou a porta e o clique me obrigou a prender a respiração, os outros fizeram o mesmo… - Juan… La signorina Perlla ha un disperato bisogno di fiori... Sono già stati qui? (A senhorita Perlla está desesperada atrás das flores... Eles já passaram por aqui?) - Eu nunca pensei que a voz do Nicolas me alegraria, mas naquele segundo foi isso, eu me alegrei intensamente ao ouvir a voz dele. - Adesso vado a dare un'occhiata al furgone dei fiori, l'autista non sembra napoletano. (Eu ia conferir agora o furgão das flores, o motorista não parece de Napoles). - Eu não entendi o que o homem falou, então me mantive alerta. - Accidenti, i fiori sono americani, vuoi finire la festa? Sai cosa ci farà Dom se non tutto sarà a posto? (Car4lho, as flores são americanas, você quer acabar com a festa? Sabe o que o Dom vai fazer com a gente se não estiver tudo no lugar?) - Eu engoli em seco. - Rapaz, siga até o fim e vire a direita, rápido. - O Nicolas falou para o Dego no volante e eu relaxei. O furgão começou a se mover e esperamos, o Nicolas e o outro homem continuaram discutindo por um tempo até que as vozes dele foram engolidas por uma música. A parte um deu certo, agora era esperar. Esperar o sinal do Cobra e buscar a minha rainha. - Essa foi por pouco. - O Piranh4 falou. Ele estava atrás de um vaso que tinha uma roseira. - Nada fora do planejado. - Eu retruquei. - Continuem alertas. - Achei o lugar que o Nicolas falou para esperar… - Eu olhei para frente e era uma porta de garagem lateral, de certo para entregas diárias, com diversos furgões parecidos estacionados. Era um local perfeito para nos camuflar e esperar o momento certo. E se tudo corresse como o planejado, em 1 hora estaríamos invadindo a festa e tirando a minha rainha dali. - Agora esperamos. - O Dego falou depois de desligar o motor. - Esperamos. - Eu falei baixinho. Eu precisava confiar que daria certo, porque eu não seria capaz de viver se não desse.
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