Não é o que você está pensando

1150 Words
Madeleine Thomas Eu me afastei rapidamente de Kenny enquanto Christian nos encarava de braços cruzados e sobrancelhas erguidas. Como ele chegou aqui? Aliás, o que ele estava fazendo perto do meu quarto? — Não é o que você está pensando. — eu disse rapidamente, enxugando as lágrimas com a manga da camisa. — E o que eu estou pensando? — Ele perguntou, se inclinando na minha direção, o seu rosto a poucos centímetros do meu, me fazendo engolir seco. — Eu não sei. — Respondi praticamente gaguejando. Que diabos? Por que ele me intimidava? Eu não sou essa pessoa assustada. Christian continuava parado, o seu olhar sério e intenso fixo em mim. Ele não parecia convencido, então ergueu os olhos para Kenny e lhe deu um olhar furioso, como se eles estivessem se comunicando. Kenny soltou um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos negros. — Você tem algo para me dizer, Kennyzinho? — O tom de desdém dele era incrivelmente assustador. — Tenho Christian, não precisa ser tão paranoico. — disse Kenny, tentando manter a calma, enquanto estalava os lábios para ele — Madeleine estava apenas compartilhando algo pessoal. Nada mais. — É mesmo? — Christian respondeu, sua voz fria e cortante. — E por que ela precisa se abrir justamente com você, Kenny? Não acha que deveria haver limites entre vocês? — Limites? — eu repliquei, sentindo a minha paciência se esgotar. — Eu sou parte do clã agora, lembra? Não deveria haver essa desconfiança toda entre nós. Ou estou errada? Qual o seu problema comigo? Christian me olhou, os seus olhos azuis penetrantes avaliando cada palavra minha. Por um momento, pensei que ele iria continuar discutindo, mas, então ele soltou um suspiro e relaxou um pouco os ombros. — Eu não poderia me importar menos com a sua existência medíocre. — Ele respondeu fazendo Kenny apertar o punho e grunhir para ele. — Chega, Christian! — Kenny disse com firmeza, dando um passo à frente. — Madeleine é parte do clã e você precisa aceitar isso. Essa hostilidade não está ajudando ninguém. Christian lançou um olhar gelado para Kenny antes de se virar para mim novamente. — Vou ficar de olho em você, Madeleine. — ele disse, antes de se afastar, deixando a tensão no ar. Eu soltei um suspiro pesado, sentindo o meu corpo tremer ligeiramente. — Eu sinceramente não sei o que ele tem contra mim. — falei mais para mim do que para Kenny. — Desculpe por isso. — Kenny disse, colocando uma mão reconfortante no meu ombro. — Ele realmente se importa com o clã, mas às vezes exagera. — É, percebi. — Eu respondi, tentando me recompor. — Ele já agiu assim com outras pessoas? — Não exatamente. — Kenny respondeu. — Ele teve um passado muito conturbado, na verdade, vocês dois tiveram um passado bem parecido. Mas ele nunca foi de se abrir ou falar demais, o que é bem estranho ele estar tão atiçado pela sua presença. — Eu vou trocar de roupa e podemos ir para a reunião. Só um instante. Kenny assentiu, me acompanhando até o quarto. Entrei rapidamente, trocando para algo mais confortável e apropriado para a reunião. Quando saí, Kenny estava esperando pacientemente do lado de fora, com um sorriso encorajador. — Pronta? — ele perguntou. — Pronta. — respondi, tentando ignorar o nervosismo que sentia. Caminhamos juntos até a sala de reuniões. Ao entrar, vi que muitos dos membros do clã já estavam presentes, incluindo Maxwell, Liana, Bartolomeu, Anna, e os demais. Christian me lançou um olhar breve antes de desviar os olhos, como se estivesse tentando me ignorar. Maxwell se levantou e chamou a atenção de todos, começando a reunião. Ele falou sobre as recentes tensões entre humanos e vampiros, especialmente devido ao conflito com o governador humano. O corte no fornecimento de sangue aumenta as caçadas clandestinas e a morte e desaparecimento de pessoas. O que era um problema sério para o clã. Existem apenas 5 pequenos clãs no mundo. — Precisamos encontrar uma solução para esse problema. — Maxwell disse, seu tom grave. — O governador está tornando cada vez mais difícil para nós obtermos o sangue de que precisamos, e isso está elevando as tensões e aumentando os ataques aos humanos. Bartolomeu ergueu a mão e falou: — Concordo, irmão. — Ele olhou em volta, — Precisamos de um plano que não apenas nos garanta acesso ao sangue, mas que também ajude a acalmar as tensões entre humanos e vampiros. Se essa situação continuar, podemos enfrentar consequências severas. — O que sugere, Bartolomeu? — Maxwell perguntou. — Devemos tentar negociar com o governador, encontrar um terreno comum. — Bartolomeu respondeu. — O corte no fornecimento de sangue só vai piorar a situação e isso pode evoluir para perseguição e caçadas novamente. — Nicolas falou, ajeitando os óculos, — Eu não sei vocês, mas eu não quero ser caçado até a morte. — Esperamos não chegar a esse ponto. — Maxwell falou, — É por isso que precisamos encontrar uma forma de entrar em acordo com o governador Cromwell. Christian, que estava observando em silêncio, finalmente se pronunciou: — Negociar é uma opção, mas precisamos estar preparados para a possibilidade de que isso não funcione. Devemos considerar outras alternativas, como encontrar novas fontes de sangue sintético ou animal por conta própria. — Talvez possamos propor um acordo que beneficie ambos os lados. — Suzy sugeriu, — O que o governador falou? — Ele não disse muito. — Liana respondeu com um olhar distante, — Na verdade, fomos informados apenas porque dois corpos foram encontrados nas redondezas. Maxwell assentiu, concordando com Liana. — Temos que ser cuidadosos e estratégicos, se mais corpos humanos começarem a aparecer nós vamos ter um problema. O murmúrio de preocupação percorreu a sala. Eu não sabia que a situação era tão grave. — Então, precisamos agir rápido. — eu disse, tentando contribuir. — Podemos explorar todas as opções: negociação, encontrar novas fontes, e também garantir que nenhum de nós cause mais problemas. Maxwell assentiu, parecendo satisfeito com a minha sugestão. — Certo, Madeleine. Você ajudará no grupo de negociação. Nicolas, Suzy e Kenny, vocês vão procurar novas fontes de sangue sintético ou animal. Bartolomeu, você liderará a negociação com o governador, leve Christian com você. Ele olhou para mim e, com um sorriso encorajador, disse: — Madeleine, você pode ajudar no grupo de negociação. Sua perspectiva nova pode ser valiosa considerando que se tornou vampira a pouco tempo e teve um cargo na política se não me falha a memória. Certo? Senti os olhares sobre mim novamente, mas desta vez não eram tão desconfiados. — Claro, Maxwell. Farei o meu melhor. — eu respondi. Ótimo, trabalhar diretamente com o cara que me odeia. — Vamos fazer o nosso melhor para resolver isso sem causar mais problemas. — Maxwell concluiu. — A segurança do clã depende de todos nós.
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