REPERCUSSÃO

870 Words
ANGELO O dia já deu tudo o que tinha para dar, então segui na minha caminhonete até a minha cabana. Ela é afastada da cidade, trinta minutos de estrada até chegar nela e mais dez minutos de estrada de terra. Ainda assim, eu não troco a tranquilidade de não ter vizinho chato e nem visita indesejada por nada. Apesar de ser uma cabana, ela é equipada com o mais moderno circuito de segurança. Eu sou o temido Guepardo, me tornei uma lenda urbana, escuto todo tipo de histórias absurdas e fantasiosas ao meu respeito, mas apenas o meu chefe sabe a real identidade do Guepardo. Para todos os outros dessa cidade eu sou apenas o misterioso Angelo. Algumas teorias também já foram inventadas ao meu respeito, mas nunca me ligaram ao Guepardo, não que eu saiba. Ainda assim, segurança nunca é demais. Para minha cabana existe uma única entrada e ela fica a dez minutos dela. Tem um sensor que avisa no meu celular assim que qualquer coisa ou pessoa se aproxime dessa entrada, mas caso ele falhe, tem mais outros dois sensores até chegar na cabana. Câmeras de segurança, alarmes, sensores de movimentos são algumas das coisas que uso. Nunca se sabe quando alguém vai ser louco o suficiente de tentar me atacar, mas caso aconteça, eu sempre estou preparado. Eu terminei com o patif3 quando o dia já estava amanhecendo, e depois de tomar banho lá mesmo no local, fui direto para o bar do Marco. Tomei meu café da manhã lá como faço sempre depois que o Guepardo sai de ação, e como era sábado, aproveitei para tomar umas cervejas. Eram 11:00 horas da manhã quando cheguei na cabana. Eu fui tomar banho e depois fui direto para a cozinha esquentar uma lasanha que já estava pré-cozida. Como não permito que ninguém entre na minha casa, eu mesmo faço tudo. Lavo, passo, faço comida... Gosto de organização e cheiro de limpeza, talvez por sentir tanto cheiro de sangue e deixar tanta bagunça quando o Guepardo entra em ação. [...] Depois de almoçar e deixar a cozinha impecavelmente limpa, fui direto para o meu escritório, o Sr. A quem entraria em ação aquela tarde. Como havia ido dormir às 23:00 horas da noite e acordei às 2:00 horas da manhã para terminar o serviço com aquele desgraçad0, eu estava sem sono. Costumo dormir pouco. Duas, três, ou no máximo quatro horas de sono é o suficiente para mim. Isso quando depois de pegar no sono eu não tenho aqueles pesadelos horríveis com o meu passado. Com um laptop e outros dois computadores ligados, comecei alguns serviços que o parlamento havia me enviado e quando terminei já havia escurecido. os dias que sucederam esse foram tranquilos, sem nenhum trabalho do Guepardo e com um ou outro trabalho para o parlamento. Eu então aproveitei algumas manhãs livres para fazer algumas reformas na cabana e me exercitar. [...] Nove dias se passaram desde aquele último serviço com o infeliz que está fazendo companhia ao capet@ e que havia feito aquelas atrocidades com a enteada. Esse caso teve muita repercussão e burburinhos na cidade. Até protestos cobrando as autoridades que descobrissem quem era o tal Guepardo que estava aterrorizando a cidade teve. Muitos defendiam que o infeliz do Nicolo era um comerciante que morava há muitos anos nessa cidade e que não merecia o fim que teve. Mas nem só de repercussão negativa vive o Guepardo, também tiveram protestos apoiando o justiceiro que vem colocando ordem nesse lugar, defendendo que todo o estupr@dor deveria ter o mesmo fim. Nossa organização sempre limpa os locais onde os serviços são executados de forma minuciosa, apesar de eu não deixar rastros, mas sempre mandamos fotos para as autoridades. Se não tiver a repercussão, outros casos surgirão com mais facilidade, e a intenção sempre foi erradicar esse tipo de crime. O problema é que esses criminosos nunca acham que suas vítimas vão abrir a boca, ou que seus crimes serão descobertos de outra forma. [...] Eu fui até a cidade fazer compras já que a dispensa estava praticamente vazia e aproveitei para parar no bar do Marco. Como era uma segunda-feira, o bar ficava praticamente vazio e por esse motivo era o meu dia preferido de frequenta-lo. — Se fizer alguém ir até a minha mesa, eu cumpro a minha promessa — falei depois de dar um tapa no balcão, fazendo o meu primo arregalar os olhos, colocando a mão no peito após tomar um susto. — Eu aprendi a lição, Angelo — ele respondeu irritado. — Mas só para constar, meu bar não é uma espelunca e sim um point dessa cidade. Eu nem respondi, sentei na mesa e tomei três canecas de chopp sem ser incomodado nem pelo Marco que estava emburrado atrás do balcão desde a hora que eu cheguei. Deixei o dinheiro no balcão e sai sem falar nada. Passei apenas no posto de gasolina antes de seguir para a cabana. Já havia anoitecido, e a estrada que leva até a cabana fica bem escura durante a noite. Eu havia colocado Os Beatles para tocar na caminhonete e seguia tranquilamente pela estrada, até me assustar e ter que frear o carro abruptamente.
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