ANGELO
Eu não podia acreditar, era isso mesmo? Uma mulher totalmente despida e toda ensanguentada se jogou na frente do meu carro?
— Car@lho, que merd@ é essa? — desci do carro olhando para todos os lados, aquilo poderia facilmente ser a porr@ de uma armadilha, mas antes que eu pudesse me aproximar, a mulher caiu no chão desacordada.
Como se já não tivesse machucada o suficiente, ela ainda bateu a lateral da cabeça no asfalto abrindo um corte, fazendo o sangue novo se misturar com o antigo.
Eu toquei no pulso dela, e constatei que ela estava praticamente sem pulsação.
Eu a coloquei dentro do meu carro às pressas e com ele já em movimento, tirei a minha camisa colocando nela. Se ela estava fugindo de alguém, com certeza a pessoa estava próximo e eu não poderia arriscar, eu não sabia quantos eram e nem o quão estavam armados.
Aumentei a velocidade do carro, baixei totalmente o banco para que ela não caísse para os lados e nem para frente.
Seu rosto estava ensanguentado, seus olhos estavam roxos e inchados, tinham vários hematomas espalhados por todo o corpo dela. Quem fez aquilo com certeza queria mata-la.
Quando chegamos na minha cabana, eu subi com ela em meus braços e a levei direto para o banheiro do meu quarto. Eu estava de calça jeans e como eu já tinha visto ela sem roupa, tirei minha camisa do seu corpo para conseguir tirar todo aquele sangue.
Quando liguei o chuveiro ela protestou gemendo.
— Ai... Por favor, não.
Seu corpo estava muito quente e com certeza ela estava com febre. O banho também ajudaria nesse ponto.
— Calma, moça — falei abraçado a ela e a segurando para não cair — O banho vai ajudar a baixar a sua febre.
Chegou uma hora que ela nem protestou mais, apenas colocou a cabeça no meu peito e ficou quieta.
Foi bem complicado concluir o banho. O corpo dela estava totalmente sem forças, eu a banhei o tempo inteiro a segurando.
Passei o shampoo e ela voltou a protestar, deve ter ardido.
— Aí... — escutei um choro baixinho.
Não tinha como não passar o shampoo, o cabelo dela estava duro de sangue.
Em seguida eu tentei passar o sabonete pelo corpo dela, fiz do jeito que deu para fazer, e por fim, a enrolei na toalha a levando até a cama.
A coloquei deitada na minha cama, peguei uma camisa e uma calça de moletom limpos e a vesti.
Eu tinha um quarto de hóspedes, mas a febre dela estava alta e eu precisava monitorar, então fui até o outro quarto, peguei o colchão e coloquei do lado da cama que ela estava dormindo.
Eu dei um analgésico na boca dela, ergui sua cabeça um pouco e dei água para ajuda-la a engolir o medicamento.
A febre não passava, e para ajudar na eficácia do analgésico, eu ficava passando uma toalha molhada na testa dela.
Depois de um tempo a febre parecia diminuir, até que ela começou a esquentar novamente e dessa vez delirando. Ela falava várias coisas e estava bem inquieta.
— Eu imploro, para — ela gemia as palavras tremendo todo o corpo de frio.
Ela falou algumas coisas que eu não entendi, mas a todo tempo ela implorava para que parasse.
— Car@lho, por que a febre não passa?
Decidi tentar meu último recurso, caso a febre não passasse, eu a levaria para um hospital em uma outra cidade, já que eu ainda não sabia em que merd@ ela havia se metido.
Deixei a banheira enchendo, e enquanto isso fui tirando a roupa dela novamente. Levei ela em meus braços e a coloquei lá dentro.
Acho que foi a primeira vez na minha vida que eu vi uma mulher completamente nua na minha frente e o meu p@u não reagiu. Não tinha como, eu estava aflito demais. A minha preocupação era pegar ela em meus braços com cuidado para não machucá-l@, visto que ela estava toda detonada.
— Não... Aí... — choramingou.
— Moça, eu preciso que a sua febre passe.
Eu fiz um rolo na toalha e apoiei a cabeça dela, deixando ela lá por um tempo.
— Francesco, eu imploro... Meu bebê... — os delírios continuaram e ela não parava de chorar.
"Bebê? Será que ela está grávida?"
Por sorte, depois de alguns minutos na banheira a febre dela cessou.
Eu a tirei enrolando-a em uma toalha e a coloquei novamente na cama.
Enquanto eu vestia a sua roupa, ela tentou abrir os olhos umas duas vezes, mas com bastante dificuldade, dado ao fato deles estarem bem inchados.
Depois de vesti-la, eu coloquei o cobertor em seu corpo e ela dormiu profundamente. Já eu não preguei o olho a madrugada inteira, tocando na testa dela a cada cinco minutos. Cheguei a parar a mão próximo do nariz dela para ver se estava respirando algumas vezes.
Eu precisava que ela se alimentasse para que o seu corpo criasse imunidade, então fui até a cozinha e preparei um caldo com bastante frango. Eu esperei ela acorda e nada, já estava se aproximando do meio dia quando fui até o quarto com a bandeja na mão.
— Moça, você precisa comer — ela tentava abrir os olhos, mas voltava a fecha-los.
"Merd@, ela não vai acordar." Com esse pensamento me sentei na beirada da cama e peguei a cumbuca com o caldo.
— Moça, me ajuda — falei enchendo uma colher. — abre a boca.
Com muita dificuldade, eu consegui dar no máximo umas quatro ou cinco colheradas de caldo para ela, tendo que abrir a boca dela algumas vezes. Por fim ela não quis mais e virava o rosto cada vez que eu insistia.
Ela dormiu o dia inteiro, como estava sem febre eu deixei. Judiaram tanto do corpo dela que ele estava tendo que se esforçar para se recuperar.
Durante o dia, algumas vezes fiquei passando gelo em seus olhos e na maçã do rosto para ajudar a desinchar. Eu avisava antes que iria colocar o gelo, então ela nem protestava. E toda hora voltava no quarto para fazer ela tomar um pouco de água para ela não desidratar.
A noite preparei uma sopa, dessa vez com carne e legumes, iria tentar fazê-la comer novamente.
Fiz como havia feito pela manhã, insistindo algumas vezes e ela acabou tomando um pouco mais.
Essa coisa dela não despertar estava me deixando preocupado, mas eu já havia decidido que se na manhã seguinte ela não acordasse, eu a levaria para o hospital.
Essa noite consegui dormir um pouco, apesar de ter acordado algumas vezes para ver se ela estava com febre.
Acordei às 4:00 horas da manhã, meu horário habitual de acordar.
Ela estava sem febre e dormindo profundamente, então fui até a minha oficina atrás da cabana para me exercitar. Lá eu tenho barra, saco de pancada e vários pesos.
Quando terminei os exercícios, que entrei no quarto para tomar banho, vi que ela estava acordada.