A MULHER

1166 Words
ANGELO Eu não podia acreditar, era isso mesmo? Uma mulher totalmente despida e toda ensanguentada se jogou na frente do meu carro? — Car@lho, que merd@ é essa? — desci do carro olhando para todos os lados, aquilo poderia facilmente ser a porr@ de uma armadilha, mas antes que eu pudesse me aproximar, a mulher caiu no chão desacordada. Como se já não tivesse machucada o suficiente, ela ainda bateu a lateral da cabeça no asfalto abrindo um corte, fazendo o sangue novo se misturar com o antigo. Eu toquei no pulso dela, e constatei que ela estava praticamente sem pulsação. Eu a coloquei dentro do meu carro às pressas e com ele já em movimento, tirei a minha camisa colocando nela. Se ela estava fugindo de alguém, com certeza a pessoa estava próximo e eu não poderia arriscar, eu não sabia quantos eram e nem o quão estavam armados. Aumentei a velocidade do carro, baixei totalmente o banco para que ela não caísse para os lados e nem para frente. Seu rosto estava ensanguentado, seus olhos estavam roxos e inchados, tinham vários hematomas espalhados por todo o corpo dela. Quem fez aquilo com certeza queria mata-la. Quando chegamos na minha cabana, eu subi com ela em meus braços e a levei direto para o banheiro do meu quarto. Eu estava de calça jeans e como eu já tinha visto ela sem roupa, tirei minha camisa do seu corpo para conseguir tirar todo aquele sangue. Quando liguei o chuveiro ela protestou gemendo. — Ai... Por favor, não. Seu corpo estava muito quente e com certeza ela estava com febre. O banho também ajudaria nesse ponto. — Calma, moça — falei abraçado a ela e a segurando para não cair — O banho vai ajudar a baixar a sua febre. Chegou uma hora que ela nem protestou mais, apenas colocou a cabeça no meu peito e ficou quieta. Foi bem complicado concluir o banho. O corpo dela estava totalmente sem forças, eu a banhei o tempo inteiro a segurando. Passei o shampoo e ela voltou a protestar, deve ter ardido. — Aí... — escutei um choro baixinho. Não tinha como não passar o shampoo, o cabelo dela estava duro de sangue. Em seguida eu tentei passar o sabonete pelo corpo dela, fiz do jeito que deu para fazer, e por fim, a enrolei na toalha a levando até a cama. A coloquei deitada na minha cama, peguei uma camisa e uma calça de moletom limpos e a vesti. Eu tinha um quarto de hóspedes, mas a febre dela estava alta e eu precisava monitorar, então fui até o outro quarto, peguei o colchão e coloquei do lado da cama que ela estava dormindo. Eu dei um analgésico na boca dela, ergui sua cabeça um pouco e dei água para ajuda-la a engolir o medicamento. A febre não passava, e para ajudar na eficácia do analgésico, eu ficava passando uma toalha molhada na testa dela. Depois de um tempo a febre parecia diminuir, até que ela começou a esquentar novamente e dessa vez delirando. Ela falava várias coisas e estava bem inquieta. — Eu imploro, para — ela gemia as palavras tremendo todo o corpo de frio. Ela falou algumas coisas que eu não entendi, mas a todo tempo ela implorava para que parasse. — Car@lho, por que a febre não passa? Decidi tentar meu último recurso, caso a febre não passasse, eu a levaria para um hospital em uma outra cidade, já que eu ainda não sabia em que merd@ ela havia se metido. Deixei a banheira enchendo, e enquanto isso fui tirando a roupa dela novamente. Levei ela em meus braços e a coloquei lá dentro. Acho que foi a primeira vez na minha vida que eu vi uma mulher completamente nua na minha frente e o meu p@u não reagiu. Não tinha como, eu estava aflito demais. A minha preocupação era pegar ela em meus braços com cuidado para não machucá-l@, visto que ela estava toda detonada. — Não... Aí... — choramingou. — Moça, eu preciso que a sua febre passe. Eu fiz um rolo na toalha e apoiei a cabeça dela, deixando ela lá por um tempo. — Francesco, eu imploro... Meu bebê... — os delírios continuaram e ela não parava de chorar. "Bebê? Será que ela está grávida?" Por sorte, depois de alguns minutos na banheira a febre dela cessou. Eu a tirei enrolando-a em uma toalha e a coloquei novamente na cama. Enquanto eu vestia a sua roupa, ela tentou abrir os olhos umas duas vezes, mas com bastante dificuldade, dado ao fato deles estarem bem inchados. Depois de vesti-la, eu coloquei o cobertor em seu corpo e ela dormiu profundamente. Já eu não preguei o olho a madrugada inteira, tocando na testa dela a cada cinco minutos. Cheguei a parar a mão próximo do nariz dela para ver se estava respirando algumas vezes. Eu precisava que ela se alimentasse para que o seu corpo criasse imunidade, então fui até a cozinha e preparei um caldo com bastante frango. Eu esperei ela acorda e nada, já estava se aproximando do meio dia quando fui até o quarto com a bandeja na mão. — Moça, você precisa comer — ela tentava abrir os olhos, mas voltava a fecha-los. "Merd@, ela não vai acordar." Com esse pensamento me sentei na beirada da cama e peguei a cumbuca com o caldo. — Moça, me ajuda — falei enchendo uma colher. — abre a boca. Com muita dificuldade, eu consegui dar no máximo umas quatro ou cinco colheradas de caldo para ela, tendo que abrir a boca dela algumas vezes. Por fim ela não quis mais e virava o rosto cada vez que eu insistia. Ela dormiu o dia inteiro, como estava sem febre eu deixei. Judiaram tanto do corpo dela que ele estava tendo que se esforçar para se recuperar. Durante o dia, algumas vezes fiquei passando gelo em seus olhos e na maçã do rosto para ajudar a desinchar. Eu avisava antes que iria colocar o gelo, então ela nem protestava. E toda hora voltava no quarto para fazer ela tomar um pouco de água para ela não desidratar. A noite preparei uma sopa, dessa vez com carne e legumes, iria tentar fazê-la comer novamente. Fiz como havia feito pela manhã, insistindo algumas vezes e ela acabou tomando um pouco mais. Essa coisa dela não despertar estava me deixando preocupado, mas eu já havia decidido que se na manhã seguinte ela não acordasse, eu a levaria para o hospital. Essa noite consegui dormir um pouco, apesar de ter acordado algumas vezes para ver se ela estava com febre. Acordei às 4:00 horas da manhã, meu horário habitual de acordar. Ela estava sem febre e dormindo profundamente, então fui até a minha oficina atrás da cabana para me exercitar. Lá eu tenho barra, saco de pancada e vários pesos. Quando terminei os exercícios, que entrei no quarto para tomar banho, vi que ela estava acordada.
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