Conhecendo Tártaro

1028 Words
Tártaro narrando Aí, mano, sou o Otávio Fernandes Gusmão, tenho 44 anos, e sou viúvo. Sou Otávio pra família, papai pras pessoas mais importantes do mundo e. Pro resto, é Tártaro, chefe do Cv, o Famoso Comando vermelho. Essa porr@ de nome carrega peso, respeito. É igual andar com uma sentença de morte no peito, só que ao invés de me derrubar, isso me levanta. Minha caminhada até aqui foi longa, cheia de sangue, de caos, de lealdade. Isso aqui não é vida fácil, não, parceiro. Ser chefe de facção é viver no limite, a todo momento. Eu sempre soube que ia parar nesse corre. Desde moleque, o meu destino já tava marcado: "esse é o caminho." Sou frio, calculista, sei jogar com a mente dos outros e, ao mesmo tempo, segurar a bronca na rua. Várias vezes fui testado, e passei em todas as provas. O mundo do crime não tem misericórdia, irmão. Se tu vacila, morre. Se abaixa a guarda, já era. Meu avô DK me passou a coroa ainda em vida, mas já tinha avisado que só ia assumir a parada quando ele não estivesse mais aqui nesse mundo. E, caralhø, irmão, ele partiu e minha avó Elisa também. Eles levaram o resto do meu coração. Me tornei mais frio do que já era. Hoje, eu sou o dono do pedaço, o cabeça do CV. Tem gente que pensa que ser chefe é só mandar e ficar de boa, mas isso aqui é bem diferente. Eu tenho que ser o estrategista, pensar cinco passos na frente. Eu sou o cara que decide quando é hora de avançar ou de recuar, de fazer aliança ou de derrubar inimigo. Minha vida é uma constante guerra, não só com outras facções, mas com a polícia, com os traíras, com os próprios moleques que crescem e acham que podem tomar meu lugar. Mas não é só o lado ruïm, não. Ser o chefe também tem suas vantagens. O respeito que eu tenho é algo que poucos experimentam. Tem sempre alguém querendo me agradar, querendo me ganhar, mas eu não me iludo, não. No fundo, todo mundo quer um pedaço do que eu tenho, quer subir na vida, nem que seja passando por cima de mim. Isso faz parte do jogo. Agora, ser chefe não é só pensar em mim. Tenho uma responsabilidade com os meus. Minha família é minha prioridade. Tenho cinco filhos biológicos e um de consideração que Amo demais, o Tavinho. Esses são meu legado, a única coisa que realmente importa no fim das contas. Cada um tá trilhando seu caminho. O Oliver e o Breno estão tomando conta da Rocinha. A Beatriz, minha princesa, trabalha comigo no comando. Já o Bruninho é mais nerd, trampa como hacker, mexe no sistema, essas paradas aí. E o Bryan, ah, esse moleque é o mais calculista de todos, Bryan também trabalha direto comigo. E o Tavinho, Esse é da lei, é o Advogado da Família e do Comando, meu coroa se aposentou e Tavinho tomou o lugar dele. Meu corpo é coberto por tatuagens, e cada uma delas contam minha história, cada uma delas tem um significado. São cicatrizes da minha trajetória, das batalhas que lutei e venci. Meu corpo é meu livro de memórias, e cada linha, cada traço, me lembra quem eu sou e de onde eu vim. Eu sou um homem de guerra, sempre fui. Não tem espaço pra fraqueza no meu mundo. E sobre as drogas? Bom, é o que movimenta tudo. Não tem como negar. A cocaína, a maconha, armas, tudo isso traz a grana que mantém o sistema de pé. Mas eu não sou Otarïo de me deixar levar por isso. Eu sou o chefe, e o chefe tem que ser lúcido, tem que manter o controle. O negócio é lucro, é estratégia. A polícia sempre tá no meu cangote, mas faz parte. Eles sabem que eu sou o chefe, e tentam de tudo pra me pegar. Só que até agora, eu sou mais esperto. A gente joga esse jogo faz tempo. Corrupção, grana rolando, eles fingem que não veem algumas coisas, e eu continuo comandando tudo. Quem manda na porr@ toda sou eu, e enquanto eu tiver aqui, vai continuar assim. Cara, vou te falar, esses anos todos de viúvo, comi muita büceta, saí com várias mulheres, mas beijo? Nada disso. Enfiar língua na Büceta então, tá maluco? Nem pensar, parceiro. Sempre foi na borracha, que essas minas aí são tudo pïranha. Não boto fé em nenhuma delas. É só curtição mesmo, sem se apegar. Agora, levar uma dessas pra casa? Nunca, mano. Minha casa é meu santuário, onde vivo com meus filhos. Püta nenhuma pisa ali, não tem vez. Família é sagrado pra mim, não misturo as coisas. Tem uma mina aí, Monique o nome dela, loirinha de olho azul, até gata, gostosa pra caralhø. A gente já tá nesse rolo faz tempo. Ela é do Asfalto, mora ali embaixo, mas sempre sobe a Rocinha só pra me dar a Büceta. Mas pra mim, é só isso mesmo, só büceta. Ela já tentou, várias vezes, se aproximar, tentar se meter na minha vida. Já até quis trocar ideia com minha família, se enturmar, essas paradas. Até me mandou uns papos de “assume logo um lance sério, vamos viver junto”, mas, parceiro, eu não caio nessa. Essas ideias aí não colam comigo. Eu até curto a loirinha, ela tem lá seus pontos, mas não passa disso. Fica no nosso esquema de sempre, sem compromisso. Gosto de saber que, quando eu tô a fim, ela desce da Zona Sul, atravessa tudo, chega aqui só pra me dar um trato. Mas, falar de sentimento? Na moral, tô fora. Isso é pra quem acredita. A real é que a vida me ensinou que essa parada aí, não é pra mim. Meu coração já tem donos, e são meus filhos. Então, enquanto ela for útil no que a gente faz, beleza. Mas no momento que tentar se meter mais do que deve, aí já era, boto pra Correr. Vivo um dia de cada vez, administrando o Caos do ïnferno que reina em mim.
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