CAPÍTULO I
NOVA YORK- ESTADOS UNIDOS
SOPHIA MARSHELL
Chamo-me Sophia Marshell, e tenho trinta e dois anos, moro em Nova York, nasci aqui, sou filha de uma imigrante Mexicana e um Americano o qual só conheci dez anos atrás, minha mãe morreu vitima de um câncer, e meu pai ah meu pai como eu disse, até meus vinte e dois anos, sequer sabia da minha existência, e só quando estava prestes a morrer minha mãe resolveu me revelar seu nome e quem ele era, Anthony Marshell, um dos maiores empresários de softwares de todo o país.
Pensei durante vários dias, entre procurá-lo ou não, eu estava sozinha, minha mãe havia morrido e meu noivo havia sido dado como morto na guerra do Iraque, não vi seu corpo, a única coisa que recebi, foi uma bandeira do país, e uma plaquinha de identificação com o nome dele gravado.
Lembro-me de seu sorriso, e seus lindos olhos azuis, lembro-me do quanto ele prometeu que voltaria pra mim, e não voltou, me deixou sozinha nesse mundo c***l.
A mulher que vejo hoje no espelho, não lembra nem de longe a inocente Sophia que ele deixou aqui, após a morte do meu pai, me tornei sua única herdeira e dona de toda sua fortuna, comando a Marshell Interprise Corporation, sou a CEO da empresa, claro que conto com a ajuda de vários diretores, mas estou á frente de toda e qualquer decisão, estudei muito e hoje conheço cada departamento do meu império, aprendi a gostar do poder, isso me faz me sentir bonita, desejada, temida. Gosto de andar pelos corredores e só ouvir o barulho dos meus saltos louboutin.
Vivo sozinha desde então em uma mansão que jamais sonhei possuir, tenho pessoas prontas para me servir a qualquer momento e em qualquer lugar.
Mas essa solidão me fez procurar, por companhia e prazer, e o dinheiro pode comprar isso, e desde então todas as quintas cumpro minha rotina, trabalho na Marshell até o fim da tarde e sigo para a minha casa, tomo um banho relaxante de banheira, e coloco apenas um casaco preto e um salto, por baixo minha pele nua em contato com a renda da linda lingerie, alguns acessórios e mais nada, neste dia dirijo meu próprio carro, tenho que ser discreta.
E hoje era uma quinta feira, estou prestes a ir para casa, quando Stephan, meu advogado e diretor jurídico da Marshell, sem dizer meu melhor amigo, entra pela porta da minha sala.
—Sophia, aonde vai? Ainda tem alguns contratos para assinar, Hailey disse que você a mandou sair da sala pelo menos três vezes quando ela veio para que os assinasse—ele diz.
—Essa assistente me da nos nervos, não sei como você consegue suporta-la—digo revirando os olhos e pegando as pastas das mãos dele.
—Você é c***l Sophia, a moça se esforça, é solicita e até bonitinha—ele diz nos servindo uma taça de vinho.
—Sabia que existia um motivo para a defesa, para mim ela não é solicita, ela é curiosa mesmo—digo.
—Você precisa aprender a confiar em quem trabalha com você Sophia, você vive nesse casulo, se acha suficiente sozinha, nunca namora ninguém, você não deixa ninguém se aproximar, as vezes acho que sou seu único amigo—ele diz.
—E esta certo Stephan, você é meu único amigo, o único em que eu confio e por isso trabalha comigo—digo.
—Você esta m*l humorada e isso não tem só a ver com a pobre assistente, diga o que esta acontecendo—ele questiona.
—Amanhã a tal equipe de segurança que você me fez contratar, virá, e eu terei alguém atrás de mim vinte quatro horas por dia, Stephan você sabe o quanto prezo pela minha liberdade—digo irritada.
—Sei sim, e sei também que recebeu diversas ameaças de morte, e sim sabemos de onde elas vieram, mas não temos provas ou meios legais de fazê-lo responder por isso, então te proteger é a única coisa que podemos fazer nesse momento—ele diz.
Recentemente, recebi diversas ameaças, algumas vieram por e-mails, totalmente impossíveis de rastrear, outras em buquê de flores, a mais recente foi um mini caixão com meu nome entalhado nele.
Claro que me assustei, afinal era uma ameaça de morte explicita, mas ainda sim achava desnecessária uma equipe de homens vestidos de pinguins andando atrás de mim o dia todo.
Stephan aposta que essas ameaças vieram do enteado do meu pai Thomas Fell, ele era o herdeiro de tudo que tenho hoje, até euzinha aqui aparecer e ficar com tudo, desde então ele declarou uma guerra contra mim, piorou quando conseguimos um contrato mega milionário de um cliente que era da empresa dele.
O mercado é assim, uns perdem outros ganham, nesse caso eu sempre ganho, Thomas é um fracassado, a verdade é que ele e a mãe viviam a sombra do meu pai e depois que ele morreu não souberam como agir ou o que fazer já eu cresci sem ele, desde cedo aprendi a me virar sozinha, com muito custo paguei minha faculdade de administração, nada me foi dado, batalhei para ser quem eu sou, a herança do meu pai foi consequência, se eu não fosse boa, teria perdido tudo em pouco tempo, mas pelo contrário, tripliquei sua fortuna, abri novas filiais, empreguei diversos jovens, muitas mães solteiras, pois vi de perto o que uma mãe com um filho pequeno sofre para trabalhar, sem ter com quem deixar, sendo excluída dos processos seletivos, tendo que escolher entre levar o pão para o seu filho ou deixá-lo sozinho.
E por ter passado por isso, hoje a Marshell conta em todas suas filiais com o espaço Tereza Pérez, era assim que minha mãe se chamava, e foi por ela e pela força que me ensinou a ter que hoje me sento na cadeira da presidência.
—Esta bem, não vou discutir com você, mas ainda acho desnecessário, agora pegue seus contratos e vá para casa também, vá descansar Stephan, tem trabalhado muito mesmo, eu sei que exijo muito de você, mas é por que você é o melhor—digo.
—O problema não sou eu Sofi, você precisa exigir menos de você—ele diz saindo da minha sala.
Olho pela vidraça a ilha de Manhattan ao fundo, exigir menos de mim, me daria tempo, e o tempo livre me faria lembrar dele, e eu sofreria tudo de novo, eu sentiria o luto outra vez, eu choraria durante noites novamente, eu me recordaria de Adam, e eu voltaria a ser a menina indefesa que fui.
Pego minha bolsa e celular, e caminho pelos corredores até o elevador, este que estava quase se fechando, mas Steven o segurou.
—Obrigada Steven—digo.
—Não por isso Sophia—ele diz sorrindo mais que o necessário.
Steven era um dos diretores de finanças da Marshell, e não fazia questão de esconder dos demais seu interesse por mim, e não que ele não fosse bonito, mas me envolver com um de meus funcionários estava fora de questão.
No térreo caminho até meu carro, um lindo Porsche preto, que é o meu preferido dentre tantos outros na minha garagem, aprendi a dirigir muito nova ainda, Adam me ensinou, muitos truques e várias manobras, aprendi a dirigir exatamente como ele.
Sai da Marshell, rumo a minha casa, olhava as pessoas enquanto dirigia e elas pareciam tão felizes, famílias sorriam, crianças brincavam com seus balões coloridos, e por alguns momentos eu desejei isso pra mim.
Ainda me pego pensando como teria sido a minha vida se Adam não tivesse morrido, eu teria ido atrás do meu pai, ou teria me tornado apenas a esposa de um ex-combatente da guerra?
Logo estou em casa, mais precisamente no meu quarto, retiro meus saltos e me deixo cair sobre a cama, desfaço o lindo coque e deixo que meus cabelos escuros caiam sobre meus ombros, olho no espelho meu corpo curvilíneo, s***s avantajados, coxas grossas, quadril largo, enfim essa sou o estereótipo chamado de gordo pela sociedade, uma sociedade hipócrita que associa mulheres bonita a essas barbies plastificadas, eu sou feliz com meu corpo, e faço muitos homens felizes com ele também.
Tomo um banho relaxante, com direito a diversão com meus brinquedinhos, já começo entrar no clima da noite de quinta, há alguns anos descobri a discreta casa que frequento, na Cashier, eu podia ser a submissa que não posso ser na vida, lá eu poderia libertar e realizar todas as minhas fantasias, os homens me davam o prazer que eu queria, e eu não precisava lidar com nenhum emocionado no dia seguinte, achando que manda em mim ou algo do tipo, durante esse anos vários homens tentaram se aproximar de mim, afinal eu era a herdeira das empresas Marshell, a maior na indústria de softwares da américa.
Caminho pelo meu closet, e escolho uma linda lingerie, e um casaco, repito o ritual de sempre, passo uma maquiagem provocante e p***o meus lábios de vermelho.
Entro no meu carro e dirijo até a discreta entrada lateral da Cashier, lá só se podia entrar usando uma mascara que nos era dada logo na entrada, ninguém sabia a verdadeira identidade de ninguém lá, a revelação de qualquer informação que levasse qualquer m****o a descobrir quem estava ali era extremamente proibida.
Ali eu era conhecida como Imola, em referencia ao circuito de Imola, ênfase as minhas curvas.
Entrei como de costume, escondida atrás da mascara, aqui eu não era a CEO, aqui eu era apenas uma mulher em busca de prazer.
Um homem alto e de pele bronzeada se aproxima.
—Olá, sou Azazel—ele diz levando minha mão aos lábios.
—Azazel, como o anjo caído?—questiono.
—Exatamente, o anjo caído que adorava f********o com lindas mulheres mortais, assim como você—ele diz.
—Sou Imola—digo.
—Curvas perigosas, são para bons pilotos—ele diz.
—Você é um bom piloto?—provoco, passando a língua sobre meus lábios, subindo uma de minhas mãos pelo seu braço, que mesmo sob a camisa aberta no peito, deixava evidente os músculos.
—Você irá descobrir agora—ele diz me puxando pela mão, até um dos quartos privados, geralmente eu uso meu cartão vip, que apenas clientes com grande poder aquisitivo possuem, mas vejo-o destravar a porta com o cartão dourado, ou seja, um cartão vip.
O quarto escolhido por ele remetia luxo e poder, um quarto em tons escuros, com elementos de b**m, uma luz fraca e âmbar dominavam o quarto.
—Você é famosa aqui Imola, desejada por muitos homens, e eu te observava há algum tempo já, e hoje olhe só—ele diz me girando.
Ele então passa a mão delicadamente pelos meus ombros tirando meu casaco, deixando a pele exposta, apenas coberta pela delicada renda.
—Você é perfeita, uma mulher de verdade, com curvas lindas—ele diz.
Levo minhas mãos até seu peitoral e começo desabotoar a camisa, expondo os músculos que contemplei há pouco tempo, e como imaginado ele tinha um corpo muito bonito, coberto de tatuagens, a pele morena brilhava na luz fraca do quarto, ele desabotoa a calca social e a deixa escorregar pelas suas pernas, expondo uma boxer branca, desço minhas mãos pela sua barriga, chegando ao m****o rígido preso na cueca, contemplo o volume e tamanho, esse certamente estaria no ranking dos melhores da Cashier.
Eu não costumava beijar os parceiros que eu encontrava ali, afinal dizem que o beijo é a porta para se apaixonar, mas os lábios daquele anjo caído me atraiam, me chamavam para ele, e quando ele se aproximou dos meus, não resisti e me deixei ser beijada por ele, e aquele beijo era o convite ao inferno, o convite à tentação e a luxuria.
Ele caminha comigo até a cama, deslizando meu corpo delicadamente, até que eu estivesse totalmente rendida e entregue, delicadamente ele retirou peça por peça da minha lingerie, expondo meu corpo, ele começa a beijar meu pescoço, descendo pelos meus s***s, apertando-os, mordendo, lambendo, definitivamente aquele homem sabia o que fazia, e como fazia, certamente levaria qualquer mulher ao orgasmo em questão de segundos.
Conforme foi descendo a trilha de beijos pela minha barriga, meu corpo foi arrepiando e arqueando cada vez mais, mas quando ele chegou no ponto úmido entre minha pernas, perdi toda e qualquer linha de raciocínio que eu ainda possuía, ele me invadiu, como se de fato fosse meu portador, me dominando, me reivindicando, sua língua fazia movimentos circulares que me deixavam a linha tênue da sanidade e loucura, meu corpo já era todo dele, e a qualquer momento o orgasmo me atingiria e como se aquele anjo devasso estivesse lendo minha mente, ele chupa meu c******s com um pouco mais de força, me levando ao mais delicioso orgasmo que pude sentir.
Ele então sobe seu corpo, fazendo novamente uma trilha de beijos até os meus lábios, o vejo se inclinar para pegar o preservativo e então ele diz.
—Preciso estar dentro de você, preciso sentir você.
E em um movimento rápido e preciso ele esta dentro de mim, iniciando uma doce tortura de um vai e vem que me transportava a lugares jamais imagináveis.
O anjo devasso em meio as minhas pernas acelerava incansavelmente seus movimentos, me fazendo gemer cada vez mais, seus gemidos me incentivavam a mergulhar cada vez mais profundo, nesse abismo de luxuria e sedução.
—Quero tudo de você—ele dizia em meio aos gemidos.
E depois de realmente ter tudo de mim, ele se deixou esparramar sobre a cama.
—O que busca aqui?—ele questiona.
—Resposta obvia, só procuro isso aqui—digo apontando para o quarto—Só busco sexo e mais nada—digo.
—Não quer encontrar um amor?—ele diz sorrindo.
—O que aconteceu com o anjo devasso de minutos atrás? Não quero conversar já tenho um terapeuta, e digo mais, se está procurando isso aqui, esta no lugar errado, alias nem sei por que um homem como você precisa vir aqui—digo.
—Por que assim como você quero esconder minha identidade—ele diz.
Levanto-me procurando por minha lingerie, a visto e calço meus lindos saltos, pego meu casaco olho pra ele e digo.
—Até um dia Azazel, ou não.
Ele apenas me olha sair, então sigo em direção a saída, deixando a máscara no grande balde á porta, e caminhando para o meu carro, preciso descansar amanhã seria um grande dia, assinaria um contrato milionário com um grande tecnólogo italiano dono de uma cadeia de empresas na Europa, e claro há também o início da tal equipe de segurança que Stephan praticamente me obrigou a contratar, passaria meus dias andando com aqueles pinguins, velhos e feios.