Capítulo 1 - Paraisópolis.

633 Words
Emily Narrando. — Não fod& Breno, não dá cara — falei irritada. — Como não dá? Vivia de 4 pra mim Emily e agora diz que não tem mais vontade de ficar comigo? — Não me dar mais tes@o, entende isso — Me levantei nu@ da cama catando minhas roupas. — Tá bom então, vaza daqui — falou bravo. Vesti meu vestidinho colado vermelho, calcei meu salto preto e coloquei o Iphone nos pe1tos. — Levanta pra ir me levar, Breno — olhei séria pra ele. — Quem disse que eu vou te levar? Pega o beco. — Não tem Uber nenhum na rua uma hora dessas, pelo amor de Deus. — Se vira Emily, deixa o cara com tes@o e depois desiste da fod@, isso é br@xante demais porr@. —Te fod& Breno — falei estressada saindo de lá pegando o elevador. Sai do prédio e não vi um táxi sequer na rua, apenas carros e mais carros em alta velocidade. Boa pra quem vai ir da Vila Andrade até o Morumbi de pé, sem falar que vou ter que pegar atalho e passar por Paraisópolis, favela da gota. Nunca vou perdoar Breno por isso, sério. *** — Moço, pelo amor de Deus, eu só quero pegar um caminho mais rápido pra chegar na minha casa, será que é tão difícil assim entender? Faz 5 minutos que tô tentando convencer um traficant& de Paraisópolis pra me deixar cortar caminho. — Minha irmã, não tem essa de pegar atalho aqui na favela não vey — falou marrudo. — Não tem ninguém nessa “bagaça” não? Me deixa passar moço, só quero chegar em casa logo, olha a chuva que tá — coloquei meus cabelos de lado, todo encharcado. Vi ele pegando um rádio preto e falando com o "chefe". Fiquei de braços cruzados olhando pra ele até o tal cara chegar. —Tá perdendo tempo, “namoral” — falou o abusado. Fiquei calada e quando menos esperei uma BMW passou raspando perto de mim, quase que me atropela. O gostos@o abriu o vidro do carro olhando pra mim com cara de sarcasmo. E que gostos@o viu, minha nossa, “Larissinha” piscou agora. — De qual foi, Jacaré? — perguntou com uma voz grossa, que delicinha de voz. — A dondoca quer cortar caminho pro Morumbi, pode isso? — Pode não porr@, tu tá fazendo o que na quebrada mina? — perguntou a mim. — Eu vim da Vila Andrade moço, o Morumbi é longe demais e quis pegar um atalho por aqui — falei e vi ele neg@r com a cabeça e acender um Marlboro dentro do carro. — Pois pega o papo que aqui na minha favela tem isso não, de fora só entra pra ir em baile ou fazer as correrias. — Foi você que construiu tudo isso? Acho que não né, traficant& manda no tr@fico e não na comunidade — desafiei. — Tu quer tanto ir pra casa, c@ralho? — assenti com a cabeça — Pois entra dentro desse carro — continuou. Não pensei duas vezes, só o que eu quero é meu AP. —Tu com esse salto 15 ae — falou olhando pros meus pés — Ia levar um tropicão nos buracos da favela, isso sim. Eu ri alto, ele seguiu o caminho pelo atalho que eu queria ir. —Tá vendo? Até tu tá seguindo o atalho que eu queria — falei orgulhosa. — Não ri alto de novo não pô, pareceu uma foca engasgada. — Engraçadão você né? — falei de boa colocando uma música nesse carro morgado demais. Começou a tocar putari@. — Só tem música ru1m, put@ que p@riu — falei desligando a merd@ do som. — A porr@ do carro é de quem? Mina abusada do c@ralho — falou bravinho.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD