CAPÍTULO III

4999 Words
Abro a caixinha que minha mãe me enviou e dou risada. Minha mãe é a favor da maconha, ela não fuma muito, só quando quer ficar relaxada. Na caixa tem um brisadeiro tamanho grande e tem um pedaço de brownie. Ele está decorado com chocolate e mini Oreo. Parece suculento, mas tenho certeza que é batizado, e no meio dos dois tem um baseado já bolado. Há um bilhete também. "É para você relaxar, não come tudo de uma vez, vai morrer de overdose, filha" Acendo e trago um pouco. O gosto é horrível, mas depois que a brisa bate é incrível. Coloco uma música e vou até a pequena sacada. Sinto a brisa do dia e tento relaxar. Fico alguns minutos até que a campainha toca e eu me assusto. Aí meu Deus. Esse apartamento está cheirando a maconha. Quem é? E se for James e Helena? Aí meu Deus. Que vergonha. Vou devagarinho e olho pelo olho mágico. É o Noah. Ah, ele vai achar que sou maconheira. Abro a porta devagar e não falo nada. Sorrio para ele não perceber que eu estou começando a ficar chapada. Noah está cheiroso. Usa uma calça moletom, chinelos e sua blusa branca está colada em seu corpo. Ele segura um engradado de cerveja na mão e respira fundo. – Está fumando maconha, Any? – Pergunta e eu tremo toda com essa voz. Aí como eu sou boba. – Não – Dou risada – De onde tirou isso? Noah molha os lábios, dá um passo para frente e se inclina para perto. Meu rosto fica bem perto do seu e eu fico séria. Seus olhos verdes me encaram e eu olho para sua boca fica. Meu deus, ele está tão perto eu podia beijar ele e ver se ele beija m*l como no meu sonho. Noah estica o braço, põe a mão atrás de mim e pega o baseado dos meus dedos. Ele se distancia e eu praguejo. Esse homem é o t***o em pessoa. – Está fumando? – Pergunta mais uma vez olhando para a verdinha em seus dedos. – Ah... – Gaguejo e ele sorri de canto. É impressão minha ou ele fica mais gostoso ainda quando eu estou chapada? – Talvez. – Respondo. Com um sorrisinho maldito e safado ele põe na boca e dá um trago perfeito. Ele olha para o bolado em sua mão e depois para mim sem mover um músculo. c*****o que homem gostoso. Eu vou pular nele, eu vou agarrar ele e vou... Não vou nada. Any. Se controla. Ainda me olhando, ele levanta uma sobrancelha, inclina o rosto para trás e solta a fumaça. Salivo observando o pescoço grosso dele e eu juro que lambia todinho. É só ele deixar. E só ele me dar o sinal que eu mordo todinho. Amo pescoço grosso de homem. Nossa. Respiro fundo e ponho a mão em minha cintura. – É estou fumando sim. – Admito vendo que ele gosta. – Trouxe umas cervejas. O clima está ótimo para isso e pensei que você iria querer relaxar um pouco. Só não sabia que já tinha começado o processo. – Entra. Eu vou adorar. – Abro mais a porta. Noah entra em casa com todo o seu tamanho e eu dou espaço. Fecho a porta e ele coloca as brejas na mesa de centro. – Pode sentar, fica à vontade, grandão – Pego a maconha de volta e fumo. – Você tem o kit completo, né? – Ele pergunta ao se sentar no meu sofá e ocupar quase que os dois lugares. Eu gosto. Sento no espacinho que sobrou e fico em perna de índio de frente para seu perfil. – Foi minha mãe – Subo a alça da minha blusa que caiu e ele olha. Estou sem sutiã e a blusinha é preta pelo menos, não mostra tanto, mas dá para perceber. Uso meu shortinho curto, o daquele dia e quando lembro que estou sem calcinha eu fecho as pernas e as abraço. Pois eu o vi dar uma olhadinha e sei que marca meus lábios perfeitamente. – Sua mãe? – Sim. Quer um brisadeiro? – Pego a bolotinha e ele morde ainda na minha mão. Olha não vai dar. ASSIM NÃO DÁ. Até a mordida do infeliz é sexy. O jeito que ele mastiga, e o jeito que o maxilar dele se mexe. Ahhh. Maldito. Mordo também e coloco na caixa o que sobra. Noah pega duas long necks e me entrega uma. – Você tem ficado sumido esses dias. – Eu... – Seus olhos verdes me fitam e eu coloco minhas pernas em cima das suas deixando minhas costas no braço do sofá – Eu tenho trabalhado muito. – Você faz o que? – Ele abre nossas garrafas e brindamos. – Eu sou personal e segurança de uma casa noturna. – Ele bebe um gole. – Ah, por isso você sai à noite. – Sou tão barulhento assim? – Arregalo os olhos. Droga. Não devia ter falado isso, agora ele sabe que eu fico olhando-o. Porra Any. Parabéns. Burra. – Não, mas a Lady faz. – Falo depressa e bebo a cerveja. – Ah, você sabe pela lady – Bebê outro gole – Achei que era por que você ficava me olhando pelo olho mágico. – Ele levanta as sobrancelhas e eu engulo a cerveja com dificuldade. Engasgo um pouco e ele me ajuda. Da umas batidinhas em minhas costas e eu paro de tossir. – Imagina. De onde tirou isso? – Ele apoia a cabeça no encosto do sofá me lançando um olhar que diz: vai fingir que é mentira. Sorrio culpada. – Acha mesmo que eu não vejo a sombra desses... Desses – Noah olha para meus pés no meio de suas coxas grossas, agarra em um deles pelo meu tornozelo e o levanta um pouco – ...Desses pezinhos na porta. – Ele fica olhando para meu pé e eu balanço meus dedos com as unhas pontadas de vermelho. – Você é toda pequena, né? Olha o tamanho disso, calça quanto? 32? – Calço 35. Me respeita. – Ele solta e eu sorrio. – Se seu pé fosse gordinho ia parecer um sanduíche. Uma batata. – Gargalho e ele me olha atento. – Que foi? É verdade. – Ah, que bobo. – Levanto com um pulo – Vem, levanta. – Pra que? – Bebe a cerveja. – Vem, grandão. Levanta. – Pego em sua mão e o faço ficar em pé. Olho para cima e fico em sua frente – Quantos metros você tem? 4? – Pergunto. – Não. 4 tem você. 4 centímetros – Sorri mais aberto e molha os lábios segurando o riso. Ah, foi o maior sorriso que eu já o vi dando. – Tenho 1,89. – Muito alto. Eu tenho 1,58. – Pego a mão dele e encosto a palma da minha mão na sua – Nossa, suas mãos são realmente grandes. Você tem que usar o tablet como celular, né? – Ele solta uma risadinha olhando para o lado e põe as mãos na cintura. – Brincadeira. – Gargalho. – Vai ficar me zoando, é? Não tenho culpa se você tem essas mãozinhas. Olha isso, o tamanho desses dedos. São vários dedos mindinhos numa mão só. – Gargalho novamente e por conta da maconha e da bebida encosto minha cabeça em seu peito e depois me recomponho. Fico ao lado dele ponho meu pé ao lado do seu ele solta uma gargalhada fodidamente gostosa e dá uns passos para o lado. Ah, ele riu. Que delícia de risada. Eu sabia que seria uma delícia. Fico encantada com esse Noah que eu não sabia que existia. – c*****o, pequena. Olha tamanho. – Põe novamente meu pé ao lado do seu e ri. – Ah, é demais para mim. Eu sento no sofá pegando minha breja e ele faz o mesmo. Noah me fita inteirinha sentada no sofá e eu deixo minhas pernas levemente abertas. Seus olhos já estão vermelhos e o meu também. Estou gostando da nossa nova amizade e ele está mudando da água para o vinho. –Está explicado todo esse seu tamanho. Deve ser a casa noturna mais tranquila do mundo. Só de ouvir a palavra segurança tenho certeza que eles tremem – Noah sorri abertamente e me olha. Começo a ter pequenas brisas com a cor de seus olhos e eu as deixo acontecerem, nem tento me controlar. São verdes e bem lindos. São intensos e dizem mais coisas do que ele mesmo. – Sim. Uma das vantagens de ser grande. Ninguém mexe com você. Ainda mais quando se faz cara de bravo. – Ele é lindo, gente – Eu fico lindo quando estou bravo. – Eu não tenho medo de você. – Devia ter – Diz bem perto de mim e eu gargalho. – Estou com moral nenhuma mesmo, hein – Fala. – Não. – Ele suspira olha ao redor e depois para mim. – E você, Any. Trabalha com o que? – Sua voz grossa é serena agora e estou gostando de ouvir. – Trabalho na paulista. RH. Num banco. – Está gostando? – Pergunta curioso de verdade e eu me aproximo dele. – Sim. Está sendo bem legal. – Respondo. – Está gostando de morar aqui no prédio? É tudo novo para você, né? – Sim, Noah. Meus primeiros dias não foram os melhores – Ele fecha os olhos e passa a mão na cabeça sorrindo. – Ah, não? – Pergunta ironicamente surpreso. E minha barriga fica cheia de borboletas. – Não. Meu vizinho é um porre. É um bruto. – Isso eu sou mesmo – Gargalha gostosamente e eu fico encantada. Ele parece até outra pessoa. – Mas ele melhorou. Sabe? Tem sido muito bom esses dias. – Falo e ele encosta a cabeça no encosto do sofá me olhando – Ele me ajuda agora, é uma boa pessoa – Desfaz o sorriso. Noah me olha meio triste e distante. Ele me observa bem, mas não sorri mais. Será que eu falei alguma coisa? Observo seu rosto cheio de beleza e também desfaço o meu sorriso. Olho para seu cabelo e fico com vontade de passar a não nele. Fico com vontade de deslizar a mão pelo seu rosto quadrado e depois por seu pescoço grosso. Aperto minha mão para conter à vontade e olho para baixo. – Não sou tão bom assim, Any. Na verdade, não tenho nada de bom. – Eu não acho. Acho que apesar de tudo você tem um coração ótimo. – Por que não me conhece direito. Se me conhecesse iria querer distância. – Diz frio e sombrio. Ele bebe a cerveja e depois me olha. – Estraguei o clima? Desculpa. – Não, eu... – Estraguei o clima. – Não. Não estragou. Só me deixou curiosa. O que tem de tão r**m assim em você? – Eu teria que te matar se contasse – Sorri e bebe a cerveja. Sorrio também e bebo como ele. Ficamos em silêncio um momento e ele passa a cantar a música que toca baixo. – "Bebê, eu tava pensando aqui. Queria te convidar pra sair. Queria te convidar pra zoar. Sei lá, que tal um filme a dois? Jantar ou luau? Isso aí. Queria te convidar pra voar. Amor, eu vou te apresentar as estrelas. Viajar o mundo, rolé em Saturno igual astronauta"  – Diz fazendo a mesma entonação de voz que o cantor. Noah tem uma voz bonita demais. Ele olha para mim e fica encarando meus olhos. Olho para baixo e depois para seu corpo. Noah tem o peito bem definido e a barriga também. Suas coxas são grandes e ele fica um t***o sentado assim. Ele é grande e da vontade de montar nele. Respiro fundo e me assusto quando o interfone toca. – É para mim – Levanta do sofá e vai até o interfone atender. Como assim o interfone da minha casa está tocando e é para ele? Levanto do sofá também e fico olhando-o com a garrafa em minhas mãos. – Pedi sim. Estou indo buscar. Obrigada. – Ele desliga – Fica aqui, pequena eu vou buscar a pizza. – Diz e atravessa a sala fechando a porta atrás de si. Sento no sofá e não me contenho o sorriso. Dou gritinho e fico sem acreditar. Ah, eu confesso que estou gostando dele e com paciência acho que vamos nos dar bem. Já estamos começando. Eu só preciso saber se ele realmente tem namorada ou não. Fomos de implicância para carinhos e apelidos. Nem dá para acreditar que estávamos brigando esses dias. Ah, encaro o lugar que ele estava sentado e mordo o lábio, eu queria montar nele e beijar a boca dele como se não houvesse o amanhã. Decido parar de babar por ele e vou até a cozinha pegar os pratos. Coloco mais duas brejas na bancada e o espero chegar. Noah entra segurando duas caixas e uma pequena em cima delas. Seus olhos verdes estão super vermelhos e os meus também. – Espero que goste dos sabores. Meia frango com catupiry e cheddar e meia calabresa moída com catupiry. – Ai que delícia! E a outra? – Mordo o lábio. – Meia cinco queijos e meia romanesca. E a pequena foi um brinde, é de chocolate meio amargo com morango, uva e m&m's. Solto um gemido e ele me olha curioso. Noah dá um sorriso de canto e me olha de cima abaixo. Molha os lábios e abre as caixas. Ele sempre molha os lábios e eu estou começando a ficar muito atraída por isso. Acho que é por que estou chapada e bêbada, então fica tudo mais intenso. – Vou começar pela mais gostosa – Falo. – É a do gemidinho? – Pergunta se escorando no balcão da cozinha. – Sim. Nunca comi uma pizza assim – Falo e ele passa a cortar a pizza. – Tá bom. Vai amar. Ele nos serve e quando mordo o primeiro pedaço de chocolate eu gemo de novo e de novo. p**a merda que pizza gostosa é essa? c*****o. Eu como a caixa todinha brincando. – Pode parar de gemer? – Pede sério e eu o olho safada – Garota não me olha assim. – Por que? não gosta quando eu gemo?. – Começo a gemer baixinho de propósito e a olhar para ele. Solto uma risadinha. Noah respira fundo, chega bem perto de mim, põe a mão no meu pescoço e me prensa na geladeira com todo o seu tamanho. Chupo meu dedo sujo de chocolate e ele encosta a testa na minha por alguns segundos antes de começar a falar no meu ouvido. – A gente sabe como isso vai acabar, não sabe? – Sua voz grossa preenche todo o lugar inclusive a mim. Sinto um frio na barriga e seu perfume de homem gostoso me deixa louca. Minhas mãos queimam para que eu toque em seu corpo. Mas não faço. – Isso o que? Não fiz nada – Digo baixinho olhando para seu pescoço tentador. Ele segura minha cintura e sua mão grande toma todo o lugar. Começo a ficar excitada e toco em seu pescoço respirando aliviada por finalmente fazer algo que tanto queria. O pescoço dele é grosso e um t***o. Noah, fecha os olhos com o meu toque e inclina a cabeça devagar para os lados apreciando meu toque. Sacio minha vontade o quanto posso e por pouco eu não o beijo. – Essas suas provocaçõezinhas vão acabar com meu p*u atolado nessa sua bocetinha que deve ser pequena e gostosa igual a você. Estamos chapados e bêbedos, assim não vai acontecer. Então não me provoca, por que se acontecer, você vai me aguentar caladinha. – Diz bem sério ao pé do meu ouvido e eu tremo todinha. Deixa um beijinho na minha orelha e se afasta devagar. PUTA QUE PARIU, NOAH.  ***   – Está com a cabeça no mundo da lua, Any? – Cloe pergunta sentada em sua poltrona me olhando curiosa. Seu cabelo long bob está recém cortado e ela voltou a tonalidade castanha natural. Ela é bem magra e esguia. As pessoas dizem que ela se parece com a mãe da Coraline, mas aquela com olhos de botões. Outro dia ela colocou um conjunto de poá igual o dela. Saia justa e blusa peplum, passou batom vermelho e pronto. Foi quase uma festa quando ela entrou na empresa. Eu particularmente amei. Cloe é bem legal e uma mulher bem elegante. Ela quem está me treinando e eu estou adorando aprender com ela. Ela me ensina o que é certo e também algumas malandragens que todos fazemos durante o trabalho. Respiro fundo molhando os lábios e passo um hidratante em minhas mãos. – Estou sim. Um pouco. – É sobre seu vizinho, né? O gostosinho. – Aquele homem não tem nada de "inho". – Retruco. – Posso ver uma foto dele? – Pergunta e levanta vindo sentar do meu lado. – Pode. Ele tem i********:, me passou outo dia, mas não tem muitas fotos. – Abro o aplicativo e mostro. – Apenas cinco fotos dele e nenhuma com amigos, mulheres, pai, mãe ou... Sei lá. Só ele. Ela clica em uma foto dele e a foto se expande. Ele está em frente ao espelho na academia do prédio, sem camisa com o corpo todo suado. Seu rosto está levemente virado então sua mandíbula está mais marcada que tudo. Nessa foto ele está sem barba e continua lindo. – Poucas fotos, mas as essenciais. – Diz. Sorrio e a deixo olhando as fotos. Naquele dia em que ele me encurralou e me deixou molhada, nós apenas comemos a pizza e conversamos muito. Ele me fez algumas perguntas sobre minha vida e o assunto rendeu. Contei sobre meu ex e ele fechou a cara na hora. Não gostou nada de saber que ele era violento. Eu também perguntei sobre a loira modelo que saiu de seu apartamento outro dia, mas ele me disse que ela era apenas uma amiga. Nada de mais. Geralmente nos encontramos às vezes na semana. Quando estou saindo bem cedo para vir trabalhar eu o vejo voltando para sua casa. Sempre com uma bolsa grande e com roupas esportivas. Ele se veste bem até e é lindo. Esses dias tenho pensado cada vez mais nele, mas sei que eu só vou me ferrar se fizer isso. Ele não parece estar tão na minha como estou na dele ou sei lá... Aquele dia em casa ele me encostou na parede e eu ainda fico lembrando do que me falou. "Essas suas provocaçõezinhas. Vão acabar com meu p*u atolado nessa sua bocetinha que deve ser pequena e gostosa igual a você. Estamos chapados e bêbedos, assim não vai acontecer. Então não me provoca, por que se acontecer, você vai me aguentar caladinha." Ah caramba eu perdi até as forças das pernas quando ele disse isso. Mas os dias se passaram e nós estamos agindo como se isso não tivesse sido falado. Na verdade, Noah não se parece nem um pouco com o cara que estava em casa outro dia. Todo sorridente e soltinho. Ele é sério na maior parte do tempo, não sei se é charme dele ou se ele simplesmente tem problemas demais dentro dele. Acho que é essa segunda opção. – Any, nós ainda vamos jantar juntas hoje, né? Vou te apresentar uns amigos e você vai amar. – Claro que vamos. Estou ansiosa por isso. Fui poucas vezes ao Coco Bambu e eu vou amar ir novamente. – Ela me abraça e eu faço o mesmo. Volto para a casa e cumprimento Eduardo como sempre. Espero o elevador e subo rumo ao meu lar. Comprei minha mesa esses dias e estou esperando chegar. Comprei outras coisas também, mas tudo pela internet, não vou ficar carregando peso assim. Assim que saio do elevador vejo a loira, amiga do Noah, encostada na mesinha feia me encarando. Ando até ela e a cumprimento por educação. – Boa tarde – Falo e abro minha bolsa procurando minhas chaves. – Só se for pra você. – Diz e eu a ignoro. – Eu vou falar só uma vez. O Noah é meu. Ele pode até ficar com outras mulheres, mas é por que eu deixo. E ele sempre volta pra mim. – Olho para a mulher raivosa devagar e depois passo os olhos nela de cima a baixo com todo o deboche que eu tenho – Eu não vou deixá-lo ficar com você, então é melhor você parar de querer ele e se colocar no seu lugar. Antes que eu pudesse falar algo. O elevador anuncia que chegou no andar e o Noah sai de lá. Ele está com a Lady e anda até a gente. Seu perfume domina todo o lugar. A loira anda até ele e o beija na minha frente, ele corresponde e eu me sinto uma i****a ali no meio. – Recado foi dado – Ela diz. – Está tudo bem aqui? – Noah pergunta olhando para nós duas. – Sim, sua amiguinha estava me dizendo para ficar longe de você. Que você é dela e que sempre volta para ela apesar de você ficar com outras mulheres, mas é só porque ela deixa. Reviro os olhos e volto a procurar minha chave. Cadê essa merda? – Falou isso? – Pergunta olhando para ela que sorri abertamente. – Sim. Só falei a verdade. Não quero essa desesperada atrás de você. – O que? Você ficou louca? – Falo e dou um passo a frente. – Sinto a raiva crescer em meu peito e começo a ficar vermelha. Quem ela pensa que é para falar assim de mim? O que ela sabe sobre mim? Nada. Quem disse que sou desesperada por ele? Eu podia dar um soco nela. – Louca não. – Louca sim. Você está bem fora da casinha. – Falo com raiva. – Não sou nenhuma desesperada, olha como fala. – Chega. Any, para. – Ele diz sério. – Para? Acha que eu vou deixá-la falar assim de mim e vou ficar quieta? – Pergunto olhando para ele cruzo os braços. – Não vou aceitar que ela fale comigo do jeito que bem entende. Ele não me responde nada. Apenas me ignora e pede para a loira entrar em seu apartamento abrindo a porta. – Vem, Sabrina. Entra – Manda. Ela me olha de cima a baixo mais uma vez e entra no apartamento dele depois de dar mais um beijo em seu rosto. Ele não desvia, aceita e depois olha para mim. – Você é realmente um i****a. Espero que nunca mais fale comigo. – Eu avisei que não era tão bom assim. – Diz e fecha a porta na minha cara. MEUS DEUS QUE GROSSO. QUE e******o. GENTE, QUE ÓDIO! Com as mãos trêmulas e com um nó na garganta eu abro a fechadura com dificuldade e entro quase tropeçando. Bato a porta com toda a minha força e tiro meus saltos. Jogo os dois no chão com raiva e solto um gritinho. Passo a mão rosto e me sinto uma i****a. Respiro fundo e tento me acalmar, mas choro de raiva e sento no sofá. Que merda aconteceu? Minha vontade é de arrancar os cabelos dela e dar um soco na cara dele. Estou começando achar que a pior coisa foi eu ter mudado para cá. Aí que homem mais... Mais ridículo. Me sinto muito envergonhada pelo o que ocorreu. Como que pode gente? Mulher me tratou m*l e ele falou para eu ficar quieta. Me sinto humilhada, sinceramente. Isso não deveria acontecer com ninguém. Fico com um nó enorme da garganta e penso em ligar para Cloe e desmarcar. Depois dessa eu não tenho ânimo para sair. Decido secar minhas lágrimas e ir tomar um banho. Não quero vê-lo nem pintado de ouro. Ainda vou ter oportunidade de conversar sério com ele e dizer algumas coisas que ele merece, mas não quero mais falar com ele por tão cedo. Babaca. A campainha toca e eu vou ver quem, mesmo já sabendo que é o Noah. Chego perto devagar e tiro a dúvida. É o próprio. Ele está com as duas mãos no batente da porta escorado. Não abro, mas fico vendo o que ele vai fazer. – Any, por favor, abre a porta. – Fico em silêncio. – Vamos conversar, deixa eu me explicar. Não dou um pio. Cruzo os braços e respiro fundo. Eu deveria deixá-lo aí plantado e é o que vou fazer. – Eu estou vendo seus pezinhos, sei que você está atrás da porta. Vai, Any. Deixa eu conversar com você. Ouço um latido e depois a Lady começa arranhar minha porta. – Eu não quero falar com você, Noah. Nunca mais. Por favor me deixa em paz. – Falo e saio de perto da porta. Atravesso o corredor e vou até meu quarto. Deito em minha cama e choro. Não achei que eu teria esse tipo de problema quando me mudasse. Não foi essa relação que imaginei ter com meus vizinhos. Nunca fui tão maltrata assim por uma pessoa só. Alguém que eu estava começando a gostar. Estava me divertindo com ele e conhecendo um lado bom, engraçado e atencioso dele. Que ódio.  Tiro um cochilo e quando chega a hora de me arrumar eu levanto da cama com muito esforço. Estou com sono e sem ânimo, mas espero que esse jantar com a Cloe seja bom. Coloco um vestido curto roxo bem escuro colado ao meu corpo. É de manga longa e as costas são nuas. Calço um salto 15 preto básico e acho que está bom. É um jantar num lugar sofisticado e não estou com ânimo para procurar nenhuma outra roupa. Minha maquiagem também é leve, nada muito trabalhado, preparo a pele, passo uma base, pó para selar, um delineado e rímel são o suficiente. Não passo batom, vou comer e tenho certeza que vai ser uma lambança. Meus batons são melados e eu preciso comprar uns melhores. Parto meu cabelo ao meio, deixo duas mechas finas soltas na frente e prendo em um coque baixo. Enrolo bem as duas mechas para que elas fiquem menores e mais bonitas. Pronto. Está tudo certo. Meu celular vibra e eu vejo quem me manda mensagem. "Amiga, estou aqui em baixo com os rapazes." Cloe diz e manda uma figurinha. Pego minha bolsa e atravesso o corredor. Ah, quase me esqueci do perfume e dos acessórios. Coloco às pressas um conjunto de ouro que tenho. Anel, brinco grande, colar discreto e uma tornozeleira. Passo perfume e destranco a porta. Ouço Noah fazer o mesmo e abrir a porta de sua casa. Apresso-me e viro de costas para não ter que olha-lo. Lady vem animadinha até mim e eu faço um carinho nela depois de trancar a porta. Essa bebezona não tem culpa que o pai dela é um escroto. – Nossa, você está linda – Diz me olhando todinha. Ignoro o elogio e me despeço da Lady. Ando até o elevador sem olhar para Noah. – Any, por favor. Olha para mim. Fala comigo. Não me ignora. Não dou um pio e agradeço aos céus pelo elevador estar no andar e assim que eu aperto o botão as portas se abrem. Entro, aperto o botão do térreo e não olho em seus olhos. Apenas deixo que a porta de feche. Vou ignora-lo. Até que ele pare de importunar e nós nos transformemos em apenas dois desconhecidos um para o outro. Vai ser para o meu bem. Saio do prédio pela recepção e encontro um carro preto bem bonito. Não entendo muito de carro, mas é um show. Aproximo-me e Cloe põe a cabeça para fora do carro sorrindo. – Você está um arraso, que baixinha mais linda – Lança um elogio e eu sorrio. – Obrigada, amiga. Percebo que ela está com um homem no banco de trás e tem outro no da frente. Cumprimento os dois sorrindo. Espero mesmo que esse jantar seja bom. Entro no carro e sento no banco da frente. Sinto o cheiro forte de perfume, mas nenhum é tão gostoso quando o do Noah. Merda. Pensando nesse i****a de novo. Tenho que tirar ele da cabeça seriamente. – Sou a Any, prazer. – Digo para o homem incrivelmente lindo sentado no banco do motorista. Sua pele preta, olhos da mesma cor e boca carnuda dão harmonia para seu rosto. Ele tem o cabelo afro muito bem alinhado e rosto bem definido. – Sou, Well. - Sorri e pega bem firme na minha mão. – Está realmente linda, Any. Sorrio para ele e cumprimento o paquera da Cloe. Leo o nome dele. Vamos até o Coco Bambu mais próximo e até que eu fiquei bem durante o jantar. Minha cabeça às vezes pensava no Noah e eu sentia raiva na hora, mas logo eu prestava atenção na conversa rolando na mesa. Well dá algumas investidas em mim, mas eu não o retribuo por mais gato que ele seja. Não estou no clima para essas coisas. Sei que amanhã Cloe vai ficar doida e vai perguntar se eu estou louca de não ir para a cama com Well. Que é um gostoso por sinal. p***a, a pele dele até brilha, sabia? Mas eu só não estou tão no clima. Quando acabamos o jantar, as conversas e as boas risadas, Well e Leo se propõem a pagar a conta. Gentil da parte deles. Fora que a conta foi incrivelmente cara. Well me leva de volta para casa e tenta me beijar, mas eu desvio. O clima claramente fica sem graça, mas ele sorri e diz que ainda rouba um beijo meu. – Você é um gostoso – Falo – É engraçado e bonito. Talvez um dia. Só não hoje, Well. Ele me abraça e eu volto para a casa. Well pode render alguns dias de prazer futuramente. É bonito e gostoso, mas hoje não rola. ♥♥♥
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