Capítulo 1

1234 Words
Melina Hoje é sexta feira e acordei bem cedo por não conseguir dormir muito bem. Me levantei e tomei um banho gelado na tentativa de retirar a sensação de cansaço do meu corpo, mas optei por não molhar os meus cabelos pelo fato de querer malhar um pouco. Coloquei um short de tecido e uma camisetinha de alcinha, prendi os meus cabelos num r**o* de cavalo e coloquei um tênis confortável indo diretamente para a cozinha comer alguma coisa. Lembro que ontem comi somente um pouco de uma sopa simples de carne e legumes, então, preciso comer antes de fazer algo. Separo duas bananas, aveia fina e um iogurte natural para comer. Pela hora, acredito que a minha mãe esteja dormindo ainda, Danilo chegará de viagem hoje e o meu pai não sei se já saiu ou se ainda está na cama. O sol está começando a surgir agora e com a tigela na mão, ando até a porta dos fundos indo para o espaço de serviço vendo o céu limpo e meio escuro ainda. Os meus pensamentos logo se vão para o que irá acontecer em poucos meses. O dia do meu aniversário de dezenove anos está perto, posso até dizer que em um piscar de olhos e a verdade é que nem vi esses anos passarem. Estou fugindo e evitando qualquer contato com o Alek desde aquele dia quando ainda tinha os meus quatorze anos, então não compareci mais aos ventos da organização, não dei nenhum retorno pelas suas ligações e nas suas vindas a Itália eu simplesmente me escondia dele. Fiz até o meu pai comprar um chalé para mim que se tornou o meu lugar de refúgio. Pelo fato de antes eu ser menor de idade, Alek não poderia me obrigar a vê-lo e tive o apoio do meu pai para isso, mas agora, tudo se torna incerto. Temo pelo dia em que ele chegue sem aviso, porque vir na Itália ele pode a qualquer hora e ele já fez isso, mas para entrar aqui ele precisa de permissão. Quando fiz os meus dezoito anos, soube que ele viria e me preparei para não vê-lo, então pedi algumas viagens de última hora para diversos lugares. Arrastei a Lilia comigo e Danilo nos acompanhou e fiz um cronograma para irmos a diversos lugares em curto tempo. Se ele soubesse aonde eu estava iria atrás de mim na mesma hora. Termino de comer, procuro a minha garrafa com água e caminho para a sala da academia de casa que fica nos fundos. Começo a me alongar e depois vou diretamente para a esteira para correr um pouco e depois faço musculação. Malhei por quase duas horas até que fiquei sentada recuperando o fôlego. -Sabia que estava aqui... – A minha mãe aparece com um hobby mostrando que acordou a pouco. -Bom dia, mãe..., acordou cedo! – Ela se senta ao meu lado deixando um beijo nos meus cabelos. -Seu pai me acordou..., perdi o sono. – Sorrio imaginando o motivo. -Huum..., imagino! – Ela sorri me acompanhando e bebo um pouco de água. -Vai sair hoje? – Aceno que sim e ela pergunta pra onde. -Vou treinar com o Danilo e depois vou para o meu cantinho. – Já separei umas bebidas para levar. -Huum..., tem treinado bastante, nunca pensei que fosse gostar disso. – Ela demorou muito a aceitar, as vezes acho que se ela pudesse me impedia na hora. -Eu adoro, é ótimo para extravasar e..., pode ser útil um dia. – O que é verdade. -Fico abismada toda vez que a vejo com uma arma* na mão. – Sorrio disfarçadamente vendo ela negar* com a cabeça. -Já me acostumei... – Respondo dando de ombros. A verdade é que se eu pudesse queria participar de algo na organização. Eu adoro o tempo dos meus treinos. Danilo e o meu pai me ajudaram muito quando se acostumaram com a ideia, mas não foi fácil convencê-los. A visão do meu pai de eu sempre ser uma menina delicada era o grande empecilho, mas quando mostrei o meu potencial ele mesmo se ofereceu para me ensinar algumas coisas. Hoje o vejo orgulhoso da minha evolução. [...] É fim da tarde e já me despedi dos meus pais pronta para ir para o chalé. Danilo não conseguiu chegar a tempo para treinar comigo, então fiz sozinha com um dos soldados e nem vi o tempo passar até ver que estava escurecendo. Depois, tomei um banho completo lavando os meus cabelos e vesti uma calça jeans e uma camiseta branca, organizei uma bolsa com roupas e minhas bebidas. Entro no carro começando a sair da propriedade e o carro para na hora após um gesto do Danilo. -Desculpe..., queria ter vindo antes. – Ele diz apoiando os braços na janela do carro. -Não tem problema..., Nick me ajudou e na próxima semana a gente treina. – Respondo vendo ele acenar. -Certo..., já vai se esconder? – Reviro os olhos, ele sabe que odeio* quando ele diz isso. -Não..., talvez. – Ele sorri negando* com a cabeça. -Se cuida. – Danilo coloca a sua cabeça para dentro do carro e deixa um beijo no meu rosto, depois ele bate na capota do carro e se distancia. O motorista continua o percurso saindo do centro da cidade e cerca de quarenta minutos depois chegamos ao chalé. O local é seguro e alguns homens ficam de guarda, tem piscina, churrasqueira, jardim, lareira e um quarto com banheiro. O local não é grande, mas acho perfeito para mim já que fico aqui sozinha. Entro indo diretamente para o quarto e coloco a minha arma* na mesinha da cama e retiro a minha roupa para usar um vestido folgado. Escolho um branco e retiro as bebidas indo colocá-las na estante da sala e me sirvo de uma dose de uísque sentindo a bebida descer ardendo pela garganta, mas adoro a sensação. Gosto muito daqui, é calmo, silencioso e posso fazer o que quiser. Tem tudo o que preciso como comida, roupas, produtos de higiene e a Eliana sempre vem fazer uma faxina e fazer as compras da feira. Vejo que na geladeira tem de tudo um pouco do que gosto, mas não sinto fome ainda e antes ue eu pense em beliscar algo, sou tirada dos meus pensamentos ao ouvir o meu celular tocar lá no quarto. -Oi, pai! – Atendo indo para a janela da sala olhando o jardim de entrada. -Oi meu amor..., não tenho uma notícia legal. – A voz dele sai meio preocupada e vejo uma movimentação na entrada com os homens. -O que aconteceu? – Pergunto observando eles tentando entender. -Melina, ele está aqui. – Na mesma hora o vejo entrar caminhando na trilha que vem até a porta. É Alek, ele entra vindo diretamente até a porta como se já conhecesse o lugar. -Melina? - Meu pai fala chamando a minha atenção. -Não pai..., ele está aqui. – Respondo ficando nervosa, o seu olhar bate diretamente ao meu. - Estou vendo ele. -p***a*..., quer que eu vá aí? – Ele pergunta e não consigo responder. - Eu soube agora que ele está na Itália, me diz alguma coisa. -Não precisa..., depois eu ligo! – Desligo vendo a porta se abrir. Alek entra retirando o seu blazer enquanto o seu olhar não sai de mim um segundo sequer. Não acredito que ele realmente está aqui.
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