Capítulo 2

1351 Words
— Oi, Vitória. – Elena fala com pesar na voz. — Por favor, Elena. Diz que é mentira. Fala que a minha irmã está bem, por favor. – suplica chorando do outro lado da linha. — Eu sinto muito. – sussurra limpando outra lágrima e ouve Vitória chorar. Receber a notícia de que sua irmã faleceu de uma forma tão súbita tiraria o chão de qualquer um, ainda mais o dela, já que ambas eram superunidas. – Vitória, onde você está? — No aeroporto. Acabei de chegar. – Funga se recompondo. — Me espere que irei te buscar. — Tá bom. Elena desliga o celular e alcança as chaves, calça novamente os saltos e dirigi até o aeroporto. Vitória estava sentada na ala de desembarque, de cabeça baixa limpando as lágrimas enquanto tentava aceitar os fatos de que sua irmã estava morta. Elena sentia sua dor. Verônica era como sua irmã caçula e sentiu tanto quanto Vitória. Quando Vitória a vê em meio à multidão, se levanta e a abraça com força. — Porque isso teve que acontecer, Elena? Por que logo a minha irmãzinha? – Vitória funga lutando para conter as lágrimas. — Eu não sei, mas vou descobrir o que aconteceu. Você pode ficar na minha casa se quiser. – Ofereceu sorrindo afetuosa. — Obrigada. Aceitarei sim. Elena a ajuda com as malas e a enfia no porta-malas do carro e Elas seguem viagem, o silêncio habita entre as duas deixando o momento de dor permanecer entre elas. Quando chegaram foi lhe mostrado o quarto de hóspede onde Vitória permaneceria. — Se precisar de alguma coisa pode me chamar. – Elena parou na porta. — Tá bom. Eu vou só tomar um banho e já desço. – Ela fala triste. Elena segue para o seu quarto e veste algo mais confortável. O ar estava gelado e com o vento mudando de lado nota-se que o frio estava a caminho. Com calma prepara duas xícaras de chocolate quente e assim que termina Vitória aparece já tomada banho e vestida com um conjunto de moletom. — Toma fiz para você. – Ela entrega uma xícara para a amiga. — Obrigada. – Elas seguem até a sala e se sentam no sofá onde ficam em silêncio ouvindo o barulho da chuva cair no telhado da casa. — Eu nunca pensei que ia receber a notícia que minha irmãzinha faleceu e seria a responsável por cuidar do enterro dela. – Os olhos de Vitória maneavam pela sala fria, seus pensamentos teimavam em voltar à época em que a caçula sorria alegre, fazendo seu coração chorar. — Eu também nunca pensei que faria a autópsia do corpo da minha melhor amiga. – Elena assopra a fumaça do chocolate quente e beberica com cuidado. — Como ela morreu? A polícia informou que foi suicídio. Ela não estava doente e nem sofrendo para cometer esse ato. Ontem mesmo ela estava feliz quando eu falei que vinha passar o seu aniversário com ela. – Contou desacreditada. — No início foi isso que achamos, mas infelizmente devido às provas físicas descartamos essa possibilidade. A polícia agora está tratando o caso como sendo um homicídio. — Quem teria essa crueldade para cometer um crime tão c***l com ela? A Verônica nunca fez m*l a ninguém. – Ela espremeu os lábios sentindo as lágrimas voltarem a descer. — Eu não sei Vitória. Mas, pode ter certeza de que eu vou descobrir quem matou a minha amiga, custe o que custar. – Elena promete colocando sua xícara sobre a mesinha dando um abraço na amiga. — Me promete que vai me informar se descobrir alguma pista nova? — Sim. Eu prometo. — Obrigada, Elena. Do que precisar, pode contar comigo. – As duas se abraçam. — Vá se deitar. Vou preparar o almoço e depois tenho que voltar para o serviço. — Não posso. Tenho que resolver o assunto do enterro e correr atrás de umas coisas. Mas posso preparar o almoço para nós. — Não precisa... — Por favor, assim posso ocupar a minha mente. Elena concorda e Vitória segue para a cozinha. Queria fazer algo para amenizar a dor da amiga, mas não havia muita coisa que possa ser feito. Olhou seu celular, uma nova mensagem, era a sua mãe perguntando sobre o ocorrido. Elena poderia apenas responder à mensagem, mas se sentiu triste de mais para voltar naquele assunto. Vitória fez um ótimo almoço e Elena se alimentou tão bem que quando terminou sentiu que tinha engordado dois quilos. — Que comida deliciosa – Elena elogiou. — Obrigada. — Preciso voltar para o serviço, qualquer coisa me liga. — Está bom. Na delegacia, Alfredo tentava fazer o seu melhor, mas Andrey não estava facilitando. Ele era o namorado da vítima e principal suspeito, o que deixava Alfredo mais irritado por não chegarem a lugar algum. — Eu já contei tudo o que sabia para vocês. – Andrey diz irritado, seu corpo forte começava a doer por ter que ficar horas sentado naquela cadeira de madeira terrivelmente desconfortável. — Mas eu quero ouvir de novo. – Alfredo pega alguns documentos e coloca em cima da mesa. – Você disse que a deixou em casa por volta de uma da manhã e foi para sua casa. Coincidentemente, ela morreu duas horas depois. Para onde você foi nesse meio tempo? Por que você foi o primeiro a chegar à cena do crime? — Eu fui direto para minha casa e dormi um pouco. Fui cedo a casa dela, porque iríamos arrumar as coisas para a sua festa de aniversário! Eu não a matei! – Ele fala sério e convicto de suas palavras. — Tem alguém para confirmar isso? — O porteiro. — Ok, vamos ver se você está falando a verdade. João Paulo confirma essa informação com o porteiro? – Pede um pouco desconfiado. — Pode deixar. – Seu parceiro sai da sala de interrogatório. — Você sabia que a vítima usava drogas? – Alfredo tentou novamente. — A Verônica não usava drogas! Ela só tomava os antidepressivos por causa da perda do bebê. — Foi encontrada uma grande dose de metanfetamina no sangue dela. Tem algo a dizer sobre isso? — Eu não sei o que aconteceu, mas a Verônica não usava drogas. – Andrey afirma olhando para a porta onde João Paulo entra. — O porteiro confirmou que o Sr. Andrey entrou no condomínio às uma e vinte da manhã e só saiu de lá as sete e quarenta e cinco. — Pronto, já que eu falei a verdade, eu vou embora. Procurem-me se quiserem saber mais alguma coisa. – Andrey dar um sorriso de lado e sai da sala irritado. Alfredo suspira alto quando o suspeito passa pela porta. — Como anda o caso? – João Paulo pergunta encostando-se à mesa. — m*l. Até agora nenhuma pista concreta sobre o verdadeiro assassino. O único suspeito acabou de ir embora. Voltamos para estaca zero. – Ele termina de falar e alguém bate na porta e entra. — Alfredo, o delegado quer falar com você na sala dele e já vou avisando que ele estar de mau humor. – Jasmim informa dando um meio sorriso. —Valeu Jasmim. Obrigado por avisar. – Ele dá um sorriso para sua companheira e sai. Ele sentia o nervo à flor da pele e sabia que o delegado estava sofrendo certa pressão desde a descoberta do corpo. O delegado não era o tipo de homem que esperava algo novo surgir para dar uma entrevista à imprensa ou uma nota oficial aos locais. Era exigente e gostava de tudo na mesma hora, o que o deixava mais irritado. — Mandou me chamar senhor? – Alfredo entrou após bater na porta. — Sim. Como anda a investigação do caso de Verônica Mattos? — Até agora não temos nenhum suspeito além do namorado, mas ele tem um álibi para a noite do crime. – Informa. — Você tem até amanhã para me entregar o assassino ou o relatório dizendo que ela cometeu suicídio. Esse caso tem que ser encerrado o mais rápido possível. Entendeu? — Sim, senhor.
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