Visitando

1268 Words
Rafael andava de um lado para o outro, nervoso. Ele não queria voltar pra'quele lugar porque ele se sentia muito sujo. Era estranho, não sentia ser ele mesmo. Suspirou preocupado e ouviu duas batidas na porta. Caminhou até ela e abriu, sorrindo para quem se encontrava. "Oi Olivia." A garota beta sorriu. "Posso entrar?" Ela estava com uma barriguinha de aproximadamente seis meses e uma grande mordida em seu pescoço. "Claro." Deu espaço para ela passar e fechou a porta. "Está tudo bem?" Franziu o cenho olhando preocupado para a garota. "Sente-se antes." Ofereceu e apontou para o sofá. "Obrigado querido." Sentou e soltou um suspiro aliviado. "Essa barriga cansa um pouco." Acariciou a barriga com carinho e Rafael achou aquilo lindo. O fato de ser mãe era uma coisa maravilhosa na visão do ômega, nunca teve uma mãe ou pai, foi órfão. Sua infância fôra muito complicada principalmente a parte escolar, mas suspirou afastando todos aqueles pensamentos. "Eu só vim ver se você estava bem, é meio difícil te ver em casa. Aconteceu alguma coisa?" Oli era sua vizinha e amiga, ambos já contaram várias experiências e histórias de vida um para o outro, até que ela se casou. Não se afastou, porém tinha que dar atenção ao seu marido e futuro filho. "Ahn sim, eu estou em uma missão." Ela ficou surpresa. "Sério? Estou atrapalhando alguma coisa?" Ela perguntou já se levantando. "Não não! Pode se sentar." Sentou ao lado da grávida. "É apenas mais de tarde que eu entro em ação." Fez aspas no ar ficando um pouco sem graça. "Oh, sabe o que é? Está disfarçado?" Rafa engoliu em seco. "B-Bemm... Sim, estou disfarçado mas não posso contar pra você." "Ahh... Que pena... Mas querido, se você estiver com fome ou vontade de beliscar alguma coisa eu fiz bolo." Convidou e por coincidência seu estômago roncou. "Hm... Talvez eu aceite um pedaço." Sorriu tímido e a mulher ficou animada. "Vamos então!" Se levantou com ajuda do ômega e o puxou para sua casa. Já dentro da casinha azul bebê de sua vizinha, foi praticamente empurrado na cadeira o forçando a se sentar. "Aqui!" Ela abriu o forno e tirou um belo bolo de cenoura com chocolate. Colocou uma tabuinha na mesa e pôs a forma em cima, cortando um pedaço e servindo ao ômega, logo pegando um para ela. "Nossa, está muito bom." Saboreou mais o bolo. "Obrigada!" Assim eles passaram a tarde contando sobre histórias e coisas do dia dia até dar o horário. "Hm... Oli, eu vou ter que sair." Se levantou. "Aaaah..." Se levantou e abraçou seu amigo. "Mas então boa sorte." Apertou mais o abraço e deu um beijo em sua bochecha. Se despediu de sua amiga e entrou em sua casa, preparando sua mochila com tudo que pudesse usar e saiu, desta vez mais cedo de casa. Quando estava próximo do clube, ainda não estava aberto, e furtivamente, andou pelo terreno com todo o cuidado possível até se aproximar de uma janela. Ela era meio alta e pequena mas com suas habilidades e tamanho, conseguiu pular e entrar no local, vendo que estava no vestiário feminino. Se escondeu próximo a uns armários e parou quando ouviu algumas movimentações do lado de fora do cômodo. "Desculpe chefia, prometemos que isso não vai acontecer novamente." Uma voz masculina se desculpou com medo em seu tom. "Não vai acontecer, porque se acontecer novamente rezem pra eu não jogar vocês junto com aqueles imundos atrás das grades." A voz de Leonardo esbravejou e Rafa franziu o cenho confuso. Com certeza aí tinha coisa. Levou um susto quando a porta se abriu num estrondo e dois homens betas parrudos entraram na sala com a caixa grande de madeira com algo riscado. "Pronto, depois eu volto pra levar pra sede." Um deles suspirou e abanou sua cauda pelo trabalho bem feito. "Sim, vou pegar a outra mercadoria." O outro disse e saiu da sala. "Eu te ajudo." O acompanhou. Com essa brecha, Rafa saiu de seu esconderijo e se aproximou das caixas, passando a ponta de seus dedos na lateral, onde tinha algo riscado em preto. Semicerrou os olhos forçando sua vista e com precisão, leu o que estava escrito por baixo, arregalando os olhos. Sim, aquilo era um carregamento de armas. Curioso, levantou a tampa mesmo já sabendo o que teria ali. Cinco grandes espingardas de forte impacto estavam ali. Mordeu o lábio inferior e tocou nelas, e quando ouviu passos próximos, fechou rapidamente a caixa e voltou para o seu esconderijo. "Aqui, essa é a última." Os dois betas colocaram uma outra caixa ao lado da de armas e limpou o suor na testa. "Acho que as caixas são mais pesadas que as armas." Suspirou e olhou para seu colega. "Vamos falar com o chefe." "Falar o que pra ele?" Perguntou de um jeito medroso e o outro revirou os olhos. "Sobre os vira-latas barulhentos seu burro, eles estão ficando insuportáveis, quero ver se mato eles de uma vez, minha paciência não é tão longa." Suspirou quase dando um soco no seu amigo. "Calma, você tá muito nervoso. Tente respirar um pouco e depois vamos ver com ele se podemos trazer o resto semana que vem." Saíram do cômodo e fecharam a porta. "Trazer o resto?" Sussurrou e novamente se aproximou da outra caixa, levantando a tampa e vendo cerca de vinte pistolas, todas organizadas. Fechou a tampa e ficou nervoso. Ok, esse Leonardo é o principal suspeito e possível chefe de tudo, aqueles betas o chamaram de chefia, provavelmente não foi à toa. Com sua dúvida já respondida, voltou a janela, dando um salto, a alcançando  e pulando para fora do lugar, pisando com delicadeza no gramado. Se agauchou e andou com leveza até fora do terreno e indo em um ponto seguro bem longe daquele lugar. Teria que informar Guilherme sobre tudo que ele ouviu e viu, agora tinha informações concretas. •∆• Mas uma coisa ele não percebeu, quando pulou para fora, um pequeno chaveiro de um lobo se desprendeu de sua mochila, caindo no chão e ficando no meio dos bancos. •∆• "Chefia essa foi a última carga." Disse com orgulho por ter feito bem seu trabalho. "Bom." Leo respondeu seco, sentado na sua poltrona com os pés descansando em cima da mesa, estava lendo um livro sobre a Yakuza. "Agora vão, todos nessa sala tem coisas pra fazer." Direcionou suas orbes vermelhas para os dois betas, que tremeram com suas orelhas para trás. Bom mesmo. Leonardo odiava quem se impunha contra ele. Ninguém podia sequer pensar em elevar a voz. "Sim senhor!" Ambos saíram rapidamente da sala e saíram do clube. Depois de mais vinte minutos lendo, resolveu descansar os olhos e decidiu andar pelos cantos do clube para ver se estava tudo certo antes dos empregados chegarem. Andava lentamente pelos cômodos e conferindo cada canto ou armário para ver se faltava algo ou não. Ele era prestativo quanto seus funcionários. Saiu do vestiário masculino e entrou no feminino para fazer a mesma coisa. Andava entre os bancos e armários conferindo tudo até pisar em algo, fazendo um estalo no chão. Estranhando, levantou seu pé, vendo um chaveiro de metal em forma de lobo. Franziu o cenho, pegando aquele pequeno objeto. "Deve ser de uma das garotas." Jogou no ar várias vezes, parado no mesmo lugar e pensativo. Com curiosidade, cheirou e sentiu um aroma muito gostoso de morangos misturado com metal, mas isso não estragava. Sorriu e guardou no bolso. Saiu do vestiário e ficou pensativo quando voltou ao seu escritório, abrindo o livro na página marcada. Estava olhando para o livro, mas não estava lendo, estava parado em uma linha a quase trinta minutos enquanto pensava em como aquele chaveiro foi parar lá sendo que nunca viu uma garota usando aquele objeto, não era muito delicado, mas tinha uma arte impecável. Tirou o objeto do bolso e ficou encarando aquilo como se fosse o maior enigma do século. •∆• •Desculpe os erros•
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