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"Olha só quem está aqui." Guilherme sorriu ao ver seu amigo, mas logo o desfez ao ver sua expressão. "O que houve?"
"Eu sei quem é o chefe." Recuperou o fôlego por ter corrido até ali. "É um tal de Leonardo, um alfa lupus." Concluiu e o Almirante ergueu as sobrancelhas.
"Lupus? Mas lupus não existem, exitem?"
"Se ele é um alfa lupus..." Revirou os olhos. "O que eu faço?!" Ficou um pouco nervoso.
"Calma, nós precisamos saber de tudo, depósito, onde é a principal casa da máfia dele, onde ele deixa os prisioneiros... Ainda não podemos fazer nada, precisamos de mais informações." Se sentou numa cadeira próxima.
"Que droga, eu não quero voltar lá! Se eu voltar vou ter que usar aquelas roupas estranhas de novo."
"Desculpa Marechal, nós precisamos que você faça isso." Lamentou e o ômega bufou.
"Tá bom... Eu aguento mais um pouco." Deu meia volta e saiu do cômodo. "Até depois."
"Até." Acenou e abriu um bloquinho de notas anotando tudo o que recebeu de informações.
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"Olha quem está aqui." Yorran viu seu mais novo amigo e o abraçou, sendo retribuído.
Rafael gostou muito dele, era muito gentil e amigável. "Oi."
"Está preparado para o seu segundo dia?" Perguntou e recebeu um aceno em concordância. "Mas olha, hoje vai ser um pouco diferente." Avisou e Rafa franziu o cenho confuso. "Você vai experimentar o poli-dance." Piscou animado.
"Poli-o-quê?!" Quase gritou e sentiu seu coração palpitar. "Eu não vou dançar não! Nem sei na verdade." Entrou em pânico.
"Relaxa." Se aproximou e segurou seu ombro. "Está tudo bem, eu te ajudo."
"Não! Eu não quero fazer isso." Deu um passo para trás e Yorran suspirou.
"Ok, pode ficar servindo as mesas agora vamos sim?" Rafa concordou e seguiu seu amigo até o vestiário.
Depois de ter posto a mesma roupa da noite anterior, se sentou nos bancos no meio dos armários, respirando fundo. Ok, teria que suportar aquilo de novo.
"Você está bem?" Viu a pessoa com uma máscara de gato se aproximando e se sentando ao seu lado.
"Estou sim... Só estou me preparando, você sabe." Recebeu um aceno.
"Então não se preocupe, tome o tempo que precisar." Se levantou e andou até a porta. "Qualquer coisa é só me procurar." Saiu do cômodo.
Rafael suspirou e ficou pensativo em como ele foi parar naquela situação.
Recapitulando: Ele precisava salvar seu amigo e soldados.
Isso tudo iria valer a pena e finalmente tomou coragem. Pegou sua mochila, que estava encostada em um armário no chão, e direcionou sua mão ao zíper, mas ele agarrou o ar estranhando muito, olhou direito e viu que seu chaveiro tinha sumido. Seu coração palpitou e olhou desesperado no chão, se abaixando e tateando e olhando para todos os lugares e vãos possíveis.
"Não não não." Coçou sua cabeça e teria que se conformar com a perda do seu chaveirinho. Suspirou e colocou a máscara de madeira. "Tá na hora."
Saiu e viu o clube enchendo e tinha algumas mesmas pessoas da noite passada.
"Sirva." Uma mulher com máscara de elefante praticamente jogou a bandeja em sua mão e quase caiu. "Cuidado." Disse apressada e já saiu de seu ponto de vista.
Olhou em volta e se sentiu paralisado quando viu que não tinha nenhum número ou algo parecido e não tinha nenhuma noção de quais mesas eram.
Lentamente quase se arrastando foi em direção as mesas vendo a maioria dos olhares nele.
Com as mãos tremendo, pediu uma bebida e colocou numa mesa aleatória e tirou a tampa da cerveja.
"Ótimo, estava demorando já." O beta revirou os olhos e ele sentiu um alívio extremo.
Caminhou no meio das mesas e sentiu uma mão em seu ombro, se virou um pouco assustado e viu a familiar máscara de gato e sorriu inconscientemente.
"O que tá fazendo com esses pedidos?" Sussurrou e Rafael negou nem saber o que responder. "Venha." Pegou a mão dele e deu a bandeja para uma outra garota ali perto.
"Onde estamos indo." Perguntou curioso e o outro sorriu por detrás da máscara.
"Vamos fazer um duo."
"Duo?" Ficou confuso.
"Você já vai entender." Eles entraram no vestiário e Yorran abriu seu armário pegando uma lingerie preta mas diferente da de Rafa. "Abre o seu armário." Apontou para o mesmo e lentamente, Rafa foi meio confuso. Lá dentro tinha uma lingerie branca. Franziu o cenho e Yorran riu. "Vista." Fez o que foi pedido.
"Espera..." Sussurrou e comparou as duas 'roupas' e elas eram iguais mas de cores diferentes. "A gente vai fazer uma dupla do que?" Ele franziu o cenho.
"Vem." Segurou o pulso do menor e arrastou até uma parte escura do clube.
"Isso está me assustando Yorran." Sussurrou quase se grudando no outro.
"Calma, não vai acontecer nada com você. Nós vamos fazer dupla no palco." Rafael engasgou.
"Quê?!" Ele odiava se mostrar desse jeito, sempre foi conservador e isso foi uma das piores ideias da vida dele, poderia ter pedido para um outro soldado vir em seu lugar.
"Relaxa." Escutou uma movimentação e cortinas foram abertas e muitos berros e assobios foram ouvidos.
Yorran andou pelo palco e nervosamente o acompanhou. "Seguinte, vamos danças no poli-dance." Sussurrou e sentiu seu sangue gelar. "Só tenta se soltar e fazer a mesma coisa que eu."
Yorran andou até um dos postes e começou a dançar de uma forma profissional chegando a assustar.
Timidamente andou até seu poste e o agarrou como se ele largasse cairia num penhasco.
"Dança!" Ouviu um bêbado berrar.
Pareceu que o mundo tinha parado e não ouvia mais nada em volta, paralisou e ficou com a cauda entre as pernas. Focou seu olhar em suas mãos e não fez mais nada.
Anda! Dança! Senão vamos sair do disfarce! cabeça pensava mas seu corpo não obedecia.
Olhou em volta e entrou em pânico quando viu um par de olhos vermelhos o observando com os olhos semicerrados e braços cruzados.
"Rafa, venha." Seu amigo sussurrou e sentiu a mão de gentilmente segurando sua cintura e o arrastando para fora do palco. Quando saíram da visão de todos, nunca se sentiu tão aliviado em sua vida. "Me desculpe por te forçar." Suspirou.
"N-Não tem problema." Sussurrou ainda apavorado e Yo o olhou compreensivo.
"Vou te levar para o vestiário e vou te dar um copo com água com açúcar." O empurrou para dentro do vestiário. "Sente-se." Assim fez. "Vou buscar a água." Saiu do vestiário.
Rafael rapidamente vestiu sua roupa por cima da lingerie mesmo e se sentou no chão, ao lado de sua mochila e bem escondido, finalmente se sentindo bem. Abraçou sua mochila e afundou seu nariz nela sentindo o cheirinho de sua casa.
Sem perceber, Yo estava ao seu lado com o copinho de água e açúcar.
"Beba tudo, tenho que terminar meu trabalho." Se despediu e saiu do cômodo.
Bebeu toda a água mas não se mexeu, continuando sentado no chão e abraçando o objeto alheio.
"Por quê?" Revirou os olhos. "Tenho que ser forte, estou parecendo um simples ômega." Sussurrou para si mesmo com a intenção te tentar anima-lo.
"E o que você seria se não um simples ômega?" Ouviu uma voz rouca presente e quase se fundiu a parede pelo susto que levou.
"Deus..." Sussurrou e abraçou mais forte.
"Está no céu." Ergueu as sobrancelhas, dizendo curto e grosso. "Eu gostaria de te fazer umas perguntas." Rafa concordou, nervoso
"É sobre aquilo no palco né?" Sussurrou e o alfa concordou. "Me desculpe."
"Pensei que fosse profissional." Sorriu de lado. "Eu acho que se fosse não exitaria em ficar com os clientes." Rafael ficou vermelho e não soube o que responder. "Já conclui que não, você é muito inexperiente, recomendo sair desse clube." Disse simples.
"Não!" Disse rápido e Leo o olhou sério. "Não, quero dizer, não. Eu queria ficar aqui, por favor!" Implorou e o lúpus ficou pensativo, e não poderia sair do disfarce e muito menos afastar do lugar.
"Hm..." Ficou pensativo. "Não quero ômegas virgens aqui, eles costumam a dar muito problema com os clientes." Cruzou os braços e se sentou na frente do ômega, no banco.
"Não sou virgem!" Disse irritado e o lupus riu meio desconfiado.
"Ah não?" O ômega negou. "Tem certeza?"
"Sssssim!" Encheu levemente suas bochechas e desviou o olhar.
"Então não é virgem."
"Nu-uh."
"Tá... Então quando é o seu cio?" Perguntou e Rafa ficou vermelho.
"Quê?! Por que quer saber isso?!" Ficou igual um pimentão e escondeu o rosto na mochila.
"Só por você ter me perguntado isso, já sei que é virgem." Riu achando aquilo extremamente fofo.
O cio do ômega é sempre regular e ali no clube eles conversavam sobre seus cios como se fosse a coisa mais normal do mundo, mas como Rafael era virgem, aquilo era extremamente vergonhoso.
"Levante-se e retire-se." Pediu simples. "Eu não estou dizendo que não quero você aqui, mas é muito melhor você ficar a primeira vez com alguém que tenha algo com você." Foi sincero e o ômega ficou meio bobo com essa lógica e era fazia muito sentido.
Se levantou e arrumou sua mochila nas costas, mas arregalou os olhos quando viu seu chaveiro na mão do lupus.
"Oh! Meu chaveiro." Sorriu de orelha a orelha e seus olhos brilharam.
"Então é seu?" Esticou para o ômega, que concordou quase beijando o objeto de metal.
"É significativo para mim." Respirou aliviado e Leonardo apenas o observava. Rafael era diferente de todos os que vinham e apareciam naquele clube, tinha uma essência pura e graciosa. "Senhor?" Ouviu a voz a o menor estava acenando na frente de seus olhos.
"Hm?"
"Eu estava perguntando se eu posso ficar mas com roupas diferentes..." Desviou o olhar para seus pés. "Por favor?"
Leonardo revirou os olhos em relação a teimosia do rapaz mas isso não incomodava tanto em relação aos outros.
"Que tipo de roupa?"
"Uma que tampe mais coisas." Olhou para algumas lingeries ali perto. "A gente anda literalmente pelado lá fora, então eu cogitei a hipótese de eu usar roupas normais."
"Hmm..." Ficou pensativo. "Que graça isso teria?"
"Eu poderia ser o garçom! Ou o barman! Não sei."
Ficou pensativo e se rendeu, concordando.
"Ok, ok, mas só não cause mais problemas." Rafael sorriu e agradeceu. "Bem, agora tenho que ir." Se levantou e deu uma última olhada no corpo alheio, engolindo em seco e lambendo seus lábios. "Boa sorte, Rafa." Despediu com sua voz rouca e o ômega sentiu seu corpo arrepiar.
Colocou as mãos no bolso e saiu do cômodo e ficou sua cauda abanava levemente de um lado para o outro, afinal, deu tudo certo e ele não 'perdeu o emprego', podendo cumprir com seus devidos deveres.
Agora poderia investigar e se sentir mais seguro e 'limpo'.
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•Desculpe os erros•