"Tem certeza que é esse endereço certo?" Rafael perguntou um pouco confuso ao telefone, olhando para o local, parecia mais um puteiro do que uma entrada para a máfia.
"Sim, absoluta." Guilherme confirmou do outro lado. "Só não me diga que você está sozinho."
Olhou em volta e sim, ele estava sozinho. "Não, eu estou acompanhado." Confirmou e familiar um som de concordância.
"Espero que esteja mesmo ..." Um garoto ômega começou a se aproximar e Rafa rezou para que não fosse nada com ele, mas era tarde de mais.
"Tenho que desligar." Sussurrou e desligou o aparelho o guardando.
"O que você está fazendo aqui? Garoto." O ômega fechou a cara mas logo aliviou. "Está perdido?" Começou a andar em volta, como se fosse um tubarão rodeando a presa. "É muito bonitinho e arrumado pra estar num lugar dessas."
"H-Hm? Não! Eu ..." Olhou em volta e tentou achar uma desculpa. "Eu quero-"
"Quer trabalhar aqui?" Completou uma frase e ergueu como sobrancelhas esperando uma resposta.
"Sim!" Respondeu rápido até de mais. "Quero dizer ... Minha vida está difícil ... Não sei mais o que fazer." Suspirou e começou a fazer um teatrinho.
"Oh querido, você não é o único ..." Parou em sua frente. "Venha, vou te mostrar uma coisa." Ficou um pouco desconfiado mas teve que segui-lo para poder se encaixar em algum lugar.
A rua era suja e era possível ouvir uma música abafada vindo de uma casa noturna, entraram e foi possível sentir o cheiro forte de álcool e sexo vindos apenas do corredor.
"Ei gracinhas." Um alfa bêbado chamou a atenção dos dois ômegas e Rafa apenas enrrugou o nariz para aquela pessoa.
"Agora não querido, tenho que fazer umas coisas." O desconhecido sorriu para o bêbado e seu caminho contínuo. Tinha algumas salinhas finas, mas ainda era visível, ver algumas sombras fazendo várias coisas que Rafa decidiu ignorar.
"É aqui." Apontou para uma porta com uma estrela dourada, parecida como de uma celebridade.
' Que cafona ...' Rafa estava mas estava tenso de mais para rir daquilo. "Você não vem junto?" O outro negou.
"Infelizmente não, mas estamos precisando de mais ômegas, caso seja aceito, bem-vindo." Sorriu doce e ele se estranhamente confortável com aquele cara. "Meu nome é Yorran."
"Rafael." O outro se afastou e empacou na hora de dar duas batidas na porta. Respirou fundo e bateu.
A porta se abriu minimamente e foi possível ver apenas um olho vermelho surgir na fresta.
"O que quer?" Sua voz era rouca fazendo um calafrio percorrer a sua espinha.
"Eu vim procurar trabalho ..." Desviou o olhar e a pessoa do outro lado escolhido pensativa. A porta se abriu por inteiro revelando um homem bem alto, mais que um alfa comum, com olhos de íris vermelhas, cauda e orelhas grandes e ásperas junto com um cor de cabelo preta.
"Trabalhar aqui hm?" Sorriu mostrando um pouco de seus dentes pontiagudos.
"Sim ..." Respondeu baixo.
"Entre." Pediu e saiu do caminho, abrindo mais a porta para o ômega se sentar na cadeira da grande mesa do escritório. "Então ..." Andou lentamente até sua cadeira e se sentou. "Está a procura de trabalho."
"Exatamente."
"Porque?" Colocou seus pés em cima da mesa, olhando para o menor como estando o julgando.
"Está meio difícil a minha vida ... Você sabe, ômega." Enquanto falava, observava em volta a procura de algo suspeito mas não encontrou nada.
"Todos os que vem here tem a mesma resposta." Suspirou cansado. "Clichê, me diga algo mais emocionante." Aqueles olhos vermelhos não saiam de cima de Rafael, o deixados nervoso, nunca tinha ficado assim antes, era à primeira vez.
"H-Hm ... Pra ser sincero", Respirou fundo e tomou coragem. ", eu gosto desse tipo de trabalho." Sorriu de lado e o outro ergueu como sobrancelhas se questionando se era verdade.
"Gosta de ficar se mostrando e esfregando em todos feito uma c****a no cio?" Foi tão direto que Rafael ficou sem chão, sem saber o que responder.
"É-É ... Minha família não aprova isso." Sentiu suas mãos tremerem de nervosismo por talvez estar comprometendo alguma coisa. Deveria ter vindo acompanhado, aquele cara estava mexendo com a sua cabeça. "Amo o que faço."
"Você já estudou com isso?"
"Uhum."
"Sabe aonde você está se metendo certo?" Perguntou Perguntou e Rafael concordou. "Bem, sabia que está contratado." Se necessário e aproximou do ômega, ainda sentado. "O vestiário masculino é logo ali." Sussurrou em sua orelha o fazendo arrepiar todos os pêlos de sua espinha. "Aliás, meu nome é Leonardo." Sorriu de uma forma egocêntrica e estendeu a mão para Rafael.
Quando ele aceitou, ajuda o outro segurando seu pulso fortemente e o levantando a força, feito mágico, o extremamente corado por estar colado no peitoral daquele cara.
"E seu nome é?" Olhou nos olhos verdes e tímidos, dando um beijo no peito de sua mão.
"R-Rafael." Se afastou do maior e focou seus pés.
"Bem, R-Rafael, os garotos vão te explicar como acontece, pode ir." Deu meia volta e sentou na cadeira.
O ômega saiu rapidamente daquele cômodo e ficou sem saber o que fazer parado na frente da porta, com seu peito subindo e descendo rápido.
Olhou em volta e nota que o lugar estava lotado de um minuto para o outro com muitos alfas e betas, com várias bebidas nas mesas e alguns já bêbados. Respirou fundo e tentou não se parecer muito suspeito, começando a caminhar a procura do vestiário masculino. Enquanto olhava para todos os cantos confuso pela música alta e fumaça artificial, levou um susto quando esbarrou em alguém.
"Me desculpe." Pediu sem olhar.
"Ah, não foi nada, mas conseguiu o emprego?" Rafa olhou a pessoa um pouco surpreso de ter esbarrado logo nele.
"Ah! Oi Yorran, bem, consegui sim ..." Yorran estava vestido com uma lingerie preta e bem sensual, junto com uma máscara de gato. Franziu o cenho e o outro entendeu a pergunta presa.
"Todos aqui conhecidos máscaras pra não revelar a identidade." Olhou em volta e viu algumas mulheres e homens de máscaras, todos de diferentes animais e nenhuma repetida. Isso era bom.
"Ei, se é que posso te chamar assim." O outro sorriu por baixo da máscara e concordou.
"Claro querido."
"Poderia me ajudar? Preciso ir no vestiário." Olhou em volta perdido.
"Eu te levo lá." Foi em uma direção e Rafa o seguiu até uma porta. "Aqui." Entrou.
"Espera, cada ômega tem a sua fantasia?" Yorran concordou. Menos m*l, seria muito anti higiênico se todos usassem como fantasias.
"Sempre tem uma nova de reserva, o nosso chefe é atento quanto a isso." Abriu um guarda-roupa pequeno que estava ali e pegou um tecido fino, pondo na sua mão. "Vista." Sorriu de lado. "Acho que sua beleza vai combinar muito com essa." Sorriu de uma maneira safada.
"Hm ..." Abriu o tecido e viu meias grandes e finas que iam até a metade da coxa, uma cinta que a ligava com uma espécie de calcinha, luvas que iam até os cotovelos e um laço um pouco grande para amarrar no começo da cauda, tudo preto. "No que eu tô me metendo ..." Sussurrou e se inspirou nervoso.
"O que houve?" Perguntou preocupado.
"Ah, nada ... E a máscara?" Yorran olhou e vasculhou o guarda-roupa, achando uma. Todas as máscaras eram metálicas e confortáveis, aquela era a única esculpida na madeira, cheia de detalhes tribais, em forma de lobo, a tornando única.
"Uau." Sussurrou, um pegando maravilhado nas mãos.
"Sim, nossa, ela é uma única esculpida na madeira."
"Sério?"
"Uhum, agora se vista, tenho que voltar ao trabalho." Tirou sua máscara e sorriu. "Qualquer coisa eu volto pra te ajudar." A colocou e saiu do cômodo.
Rafa se sentou em um dos bancos ali e ficou encarando aquela 'roupa' com muito pesar. Será que aquilo era parte da infiltração ?! Estava fazendo certo ?! Ou era só uma p**a furada que estava fazendo ?! No meio de tantas perguntas, vestiu aquilo e ficou muito incomodado pelo fato de estar pelado.
Suas coxas ficavam mais fartas dentro das meias e sua b***a não cabia direito naquela roupa íntima.
"Merda ..." Colocou a máscara. Ela era um pouco pesada, mas não atrapalhava. Caminhou até a frente de um espelho e se inspirou um prostituto profissional. "Meu deus ..." Deu meia volta e ficou olhando seu traseiro. "Como eu sou gostoso, credo." Revirou os olhos já sabendo que ia sofrer muito lugar.
Aquela máscara de lobo era perfeita, ficou apaixonada por ela, junto com suas orelhas e cauda ficou parecendo um verdadeiro lobo.
Beleza, era agora.
Saiu do cômodo e por onde passava todos o olhavam fixamente e até a atenção de alguns ômegas ele chamou.
Sem dar muita bola pra todos os olhares, ficou parado em um lugar sem saber o que fazer, observando o rosto e como ações de todos ali, tentando achar algo suspeito.
"Hei! Meu Deus, falei que você ficaria lindo ?!" Yorran mascarado se aproximou. "Agora toma." Lhe entregou uma bandeja. "Pedidos da mesa quatro, sete e onze." Apontou para os copos e bebidas na bandeja e todos os números embaixo. Yorran facilitou muito sua vida ali.
• ∆ •
Não, o Rafa não vai se prostituir de verdade, é só um disfarce.
• Desculpe os erros •