Capítulo 4

1875 Words
Anne Derek me deu espaço e deixou eu terminar meu banho em paz, mas com a condição de que descesse para jantar juntamente com ele. Por que eu jantaria com um criminoso? Ele m*l merecia minha presença ao seu lado. Eu nem ao menos devia estar aqui dando chances para esse cara pensar que tinha algum controle sobre mim, porque ele não tinha de forma alguma. Quando sai do banheiro encontrei um vestido verde sobre a cama. Toquei o tecido de verde o cheirando para me certificar de que não havia o cheiro de outra mulher, mas pela etiqueta ele era novo e do meu tamanho. Ou Derek tinha um estoque de roupas femininas na sua casa para suas amantes, ou era rápido em conseguir o que queria. O vestido era bonito e elegante e havia caído bem em meu corpo, seu decote e alças realçavam meus s***s pequenos. Eu estava bonita nele. Era hora de ir embora, mesmo que eu precisasse sair escondida e fugir se Derek. As pessoas não fogem de mafiosos, isso é perigoso, mas eu não sou qualquer pessoa. Quando sai do quarto observei as poucas luzes do corredor silencioso. Tirei minhas botas para não fazer barulho com os saltos e anunciar minha presença. Iria sair escondida e pegar um táxi para casa porque aquela noite já havia sido conturbada demais. Havia alguns quadros pelo corredor extenso e eu notei uma família muito bonita. Era um homem, uma mulher e um garotinho. Os olhos azuis lembravam Derek e eu imaginei ser seus pais ali. Onde eles estariam agora? Faziam parte desse mundo criminoso também? Eles não deveriam estar orgulhosos do filho que tinham. Parei de tentar decifrar o que se passava com aquelas pessoas e voltei a caminhar pelo corredor sem fazer barulho, ao menos tentar. Quando cheguei a escada amaldiçoei todos aqueles degraus e suspirei descendo cada um deles com cautela. A sala estava vazia então ninguém me veria escapulir em direção a porta, mas eu conseguia ouvir vozes ao longe. — Onde pensa que vai? — Derek me parou quando estava quase chegando à porta. Mordi os lábios, praguejando minha falta de sorte. Foi idiotice a minha pensar que ele não me veria. Essa casa deve estar cercada de câmeras, e ele sabe o que acontece em cada um desses cômodos. Alguém como ele deveria estar atento a tudo, ainda mais quando tinha muitos inimigos. Me virei para o homem que me encarava com seriedade, tentando não parecer intimidada. — Embora. — respondi simplesmente. — Está tarde durma aqui hoje, e nós vamos jantar. — Posso pegar um táxi e não quero jantar com você. — A noite é perigosa nessa cidade. Acha que a deixaria ir embora assim? — retrucou com arrogância. Sorri debochadamente. Sério que Derek queria falar de perigo? Ele era o perigo aqui. Eu deveria me manter longe dele para poder continuar viva, por sua causa estive no meio de um tiroteio, e por sua causa também estava salva. Não sabia o que sentir por aquele homem, mas os sentimentos eram confusos e intrigantes. Não poderia cair em seus encantos apenas porque ele havia me salvado. Aquele tiroteio foi por sua causa então qualquer um que tenha se ferido ali era culpa sua. Porque é isso que acontece quando se envolve com um criminoso. Você morre ou sobrevive com um psicológico fodido. Era um caminho sem volta. — Mais perigosa que você? — retruquei arrancando-lhe um sorriso presunçoso. Derek gostava de me ver irritada, havia notado isso em seus simples gestos. Esse cara era estranho e a razão da minha dor de cabeça. Eu não deveria estar me importando com o que ele pensava a meu respeito. — Gosto da sua boca. Ela é ardilosa o bastante para não ter medo de nada. A sua confissão deixou-me intrigada. Derek havia assumido gostar de algo em mim e eu não sabia qual era o seu joguinho agora. Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu e por ela passou Alice e Joseph. A mulher parecia irritada quando se aproximou de Derek. — Eles detonaram a boate. — Joseph foi o primeiro ao falar indo invadir o armário de bebidas de Derek. — Alguém saiu ferido? — Algumas pessoas, mas já resolvemos isso e elas estão tomando todos os cuidados necessários. — Os filhos da p**a passaram dos limites invadindo meu território assim. — Você está bem? — Alice perguntou para mim. — Sim, quero ir embora. Abracei meu corpo me lembrando que ainda estava com aquele vestido bonito e resolvi calçar as botas, já que não iria mais conseguir fugir escondida. Alice segurou minha mão e me puxou para um canto, enquanto Derek conversava com Joseph. — O que aconteceu entre vocês dois? — Nada. — Tem certeza disso? — perguntou com desconfiança. — Tenho. — Você foi a boate hoje sem a permissão dele. Derek fez alguma coisa com você? Eu deveria esperar alguma punição vinda do homem, mas talvez ele esteja esperando esse momento para me punir, ou está apenas maquinando uma vingança. Talvez ele me demita agora. Eu deveria agradecer seu afastamento, porque olha só aonde eu fui me meter, mas ainda precisava do dinheiro. Era apenas por isso que eu continuo aqui. Dinheiro é nada mais que isso. — Não, acho que ele gosta que eu seja filha da p**a com ele. — suspirei e me afastei dela. Derek estava com um copo de bebida em mãos conversando algo com Joseph, quando me aproximei atraindo a atenção dos homens, arrancando seu silêncio e olhares furtivos. — Irei embora. — anunciei para Derek e ele não parecia estar de bom humor. — Não irá. Vamos jantar. — Já passou da hora do jantar. — Estou com fome, então é hora do jantar sim. — foi curto e grosso e seguiu em direção a outro cômodo. Joseph me olhou com um sorriso debochado antes de fazer um brinde no ar com sua bebida. — Se eu fosse você não recusava o pedido de jantar do cara, ele não faz isso para muitas. — seguiu o amigo. — Vamos, irei ficar aqui com você. — Alice segurou meu braço e me guiou atrás deles Quando entramos na sala de jantar havia uma mesa enorme, com um grande banquete servido por algumas empregadas. Derek já estava sentado na ponta e apontou para a cadeira vazia ao seu lado quando me viu. O olhei com raiva e me sentei do outro lado da mesa arrancando um suspiro de Alice e uma risada de Joseph. — É a primeira vez que vejo uma mulher te rejeitar. Me diga cara, qual a sensação do desprezo? — Cale a boca. — Derek foi curto e grosso. Me sentei observando aquela fartura a minha frente, ignorando a discussão dos amigos. Joseph deveria ter uma grande i********e com Derek para falar com ele daquela forma. O cara até que era divertido e tinha senso de humor. Alice se sentou ao lado de Joseph cochichando alguma coisa para o homem e eu me pergunto se os dois eram um casal. Ela trabalhava para Derek e o cara era amigo dele, eles deviam ter algum envolvimento. Tive que parar de encará-los para dar atenção a Derek que tinha um olhar exclusivamente meu. Ele não se cansava de ficar me encarando e irritando. Já estava irritada por ele não falar quais eram os motivos de me querer ali. Aquela noite havia sido conturbada, se eu tivesse ficado em casa e não colocado meus pés naquela maldita boate talvez eu estivesse bem agora. Com certeza eu não estaria sentada na mesa de um criminoso jantando com ele e seus amigos, como se fossemos velhos conhecidos. Comecei a comer em silêncio, ouvindo as histórias animadas de Joseph, percebi que ele era o tipo de pessoa que animava o grupo. Era o palhaço. Sendo uma pessoa falsa ou não, ele era divertido isso tinha que confessar. E depois de horas rindo, ele mirou sua atenção em mim. — Garçonete, dançarina, conte-nos mais sobre você Anne. — Não tenho nada para contar. — Vamos lá, aposto que sua história é divertida. De onde você vem gracinha? — continuou a insistir. As atenções estavam todas em mim agora. Suspirei — Cheguei a pouco tempo na cidade, sou de Napa, uma cidadezinha perto de San Francisco. — Já ouvi falar dessa cidade. Não é aquela que tem uma grande produção de vinho? — Sim. — E o que te fez largar sua cidade para vir para Los Angeles? Agora todos pareciam curiosos sobre aquela pergunta. Eu não falaria da minha vida para estranhos, ainda mais essas pessoas. Gosto de Alice, apesar de estar no meio de tudo isso, ela era gentil e parecia se importar comigo, mas ainda não confiava em Joseph e muito menos em Derek. — Isso não é da sua conta. — fui arrogante. — Calma gata, só estou curioso. — Joseph ergueu as mãos, abrindo um sorriso divertido. Suspirei tentando não me importar com isso. Ele só estava brincando de qualquer forma. — Não a chame de gata. — Derek repreendeu. — E pare de encher o saco da garota. — Estamos apenas nos conhecendo. Não é Anne? Quantos anos você tem? — 22 e não quero conhecer você. — respondi sem interesse. — Tudo bem. Você é uma c****a fria. Não irei mais incomodar você. — Já estava na hora. Fiquei em silêncio o resto do jantar, Alice e Joseph conversavam tranquilamente e Derek vez ou outra falava alguma coisa. Eu apenas permanecia em silêncio não querendo entrar no meio daquelas conversas ou lhes dar chances para achar que poderia ser amiga deles. Não queria sua amizade ou entrar nesse meio. Eu só dançava para um criminoso e ponto final. Não queria ter nenhum vínculo ou outro relacionamento a mais que isso. — Estamos indo. — Joseph anunciou depois de um tempo. Alice se levantou juntou com ele e me olhou. — Vamos conosco Anne? — Ela ficará aqui. Tenho assuntos a tratar com ela. — Derek respondeu por mim. O encarei com curiosidade e antes que pudesse retrucar — Vi a espelunca que você trabalha e deduzi que mora lá também. — Usou a inteligência ou anda me vigiando? Por isso foi na lanchonete aquele dia? Você é algum tipo de psicopata. — Você me lembra ela. — Quem eu lembro? — Minha mãe. — Anda me perseguindo porque eu pareço com a sua mãe? Qual o maldito sentindo disso? — Por incrível que pareça, quando sinto sua presença por perto sinto que tudo está bem, mesmo sendo uma estranha que conheço a pouco tempo. Eu me sentia assim com ela, antes dela partir. — Ela foi embora? — Morreu com dois tiros na testa. Engoli em seco horrorizada. — Por que está me contando isso? — Só quero que saiba que não sou um louco psicopata que está te perseguindo e não farei nenhum m*l a você. Bom talvez eu seja um pouco louco. — Você é um mafioso, matou um cara na minha frente, e eu estive no meio de um tiroteio por sua causa. — Acho que agora entende o motivos que me levaram a pedir para que você se demitisse.
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