Capítulo 3

1838 Words
Anne Se passou uma semana onde Alice ligou todos os dias alegando que eu não precisava aparecer na boate porque Derek não precisava dos meus serviços. Me senti ansiosa e irritada porque ele estava me fazendo de i****a, mas o que me deixava surpresa era todos os dias um pagamento cair na minha conta. Estava ganhando dinheiro sem precisar trabalhar, sabendo exatamente de onde vinha. Não sabendo os motivos que aquele homem tinha para fazer isso comigo. Não entendia como logo eu fui atrair sua atenção quando ele tinha todas essas mulheres aos seus pés, era uma mais bonita que a outra, cada uma com um corpo espetacular. Mas Derek mirou em mim, não sabia o que ele faria, mas não responderia seus estímulos. Apesar de precisar muito de dinheiro, me recusava a aceitar ganhar algo que eu não trabalhei para ter. Não queria o dinheiro sujo e fácil de Derek, não queria que ele ousasse querer controlar minha vida porque aquele cara m*l me conhecia e não sabia nada sobre mim. Ele poderia ter tudo o que quisesse devido a sua posição, mas não iria jogar comigo dessa maneira porque eu não deixaria de forma alguma. Eu não sou um objeto de ninguém e foi com esses pensamentos que eu me arrumei para ir a boate aquela noite. Estava muito irritada, e mesmo sabendo que deveria me controlar, não conseguia conter o meu temperamento forte. Quando entrei na boate ela estava lotada como sempre. Mirei na área VIP no andar de cima conseguindo ver pelos vidros vermelhos Derek sentando em seu maldito sofá com seus amigos e tinha uma garota dançando para eles. Então era isso? Ele havia me contratado para ser exclusiva e colocava outra no meu lugar? Não entendia qual era o seu jogo sujo e qual o seu problema comigo. Ninguém me faz de i****a. Caminhei em direção ao palco onde as outras garotas dançavam e subi no mesmo, tirando meu sobretudo, deixando a mostrar minha pouca roupa. Vi Alice passar por ali e me olhar confusa pedindo para que eu saísse do local, mas eu a ignorei e comecei a dançar no ritmo da música sensual. Estava irritada e meus movimentos eram agressivos quando me agarrei a barra de ferro do pole dance junto com outra garota. Ela pegou meu ritmo e dançamos juntos. Sentia os olhares de alguns homens em mim, mas ninguém ousava se aproximar para assistir melhor. Depois do cara que foi morto ao me tocar, acho que nenhum outro arriscaria. Isso de certa forma me fazia sentir mais liberdade porque eu sabia que nenhum cara nojento me tocaria ou faria m*l a mim. Foram apenas alguns segundos naquele palco para que eu pudesse sentir os olhos "dele" sobre mim. Eu sempre conseguia sentir quando ele estava me encarando e tomando tudo de mim com seu olhar intenso. Era isso que eu queria, chamar sua atenção e mostrar que não mandava em mim. Que eu fazia o que quisesse e ele não me faria de i****a. Olhei no fundo dos seus olhos e o desafiei, dançando sensualmente naquele palco. Vi luxúria, desejo e raiva passar por suas expressões duras. Derek me desejava, mas não me teria. E eu não deveria brincar com um mafioso, era um jogo perigoso que eu não precisava na minha vida pois já tinha problemas demais. Não precisava de mais sofrimentos a serem acrescentados à minha lista. Hoje eu fujo de problemas e Derek era um grande problema. Quando a música acabou um segurança surgiu no palco e pediu para que eu me retirasse e o acompanhasse. Já sabia do que se tratava e alguns curiosos já cochichavam ao meu respeito. Estava rondando por aí que eu era a "p**a" do Derek por isso ninguém podia mexer comigo. O que chegava a ser irônico porque nunca cheguei a ter nada com aquele cara esquisito. Quando o segurança me levou até a área VIP, Derek expulsou todos os homens de lá, inclusive a dançarina loira, que não gostou de ser mandada embora. — Sente-se! — Não estou afim. — Eu pedi para você sentar — reforçou, como se eu fosse obrigada a seguir suas ordens. — Você ordenou e ninguém manda em mim. — retruquei vendo sua sobrancelha se arquear. — Pode se sentar Anne? — pediu com tô de humor. Me virei para me sentar no sofá a sua frente e cruzei as pernas sentindo seu olhar por todo meu corpo. — Cansou de desejar o que não pode ter? — debochei quando seu olhar para em meu rosto. Vi desafio passar em seus olhos e Derek parecia curioso. — Eu tenho tudo o que quero. — Acho que não. — O que faz aqui? Lembro-me de ter dispensado seus serviços. — Me dispensou para colocar outra em meu lugar? — Ciúmes? — Só acho uma falta de respeito. Não estou ganhando dinheiro para ficar em casa. — Então por birra resolveu descumprir minhas ordens e vir dançar onde havia te proibido. — Ninguém manda em mim, ou me impede de fazer o que quero. — reforcei. — Se é assim, dance para mim. Você quer dançar, dance, mas apenas para mim. — apontou para o pequeno palco onde outra garota dançava agora a pouco. Apenas para mim. Ele era egoísta e me queria apenas para ele. Eu entraria em seu jogo e eu enlouqueceria como ninguém nunca havia feito antes. Me levantei caminhando em direção ao palco. Iria dançar porque eu queria, e não porque aquele cara estava pedindo. Iria dançar para recompensar todo dinheiro que ganhei essa semana. Dancei, mostrando tudo que fazia de melhor, sentindo seus olhos me despirem completamente como se quisesse arrancar algo de mim. Fechei os olhos e mordi os lábios me repreendendo por gostar da forma que ele me olhava. Tão duro e sensual. Meu corpo reagia aos seus estímulos, mas ainda conseguia me controlar. Nosso momento de tensão foi quebrado por barulhos de tiros. Me assustei quando um alvoroço tomou conta do local e alguém segurou meu braço puxando-me para algum lugar. Os seguranças apareceram e agora estávamos correndo por um corredor, até a saída dos fundos da boate. Derek me puxava enquanto xingava alguma coisa, e os tiros continuavam atrás da gente. Estava ofegante e assustada quando alcançamos a saída e uma Suv preta parou furiosamente em nossa frente. Derek abriu a porta do carro e me empurrou para dentro, entrando ao meu lado. Quando o carro saiu do local e se misturou no trânsito caótico de Los Angeles, eu percebi que estava tremendo. Nunca havia estado no meio de um tiroteio antes e parecia assustador agora. — O que aconteceu? — perguntei quando consegui me recuperar do susto. Olhei para Derek que estava sentado ao meu lado com um olhar irritado. Ele estava intacto, e mesmo não tendo conhecimento do que aconteceu eu sabia que aquele tiroteio era para ele. Alguém invadiu sua boate atrás dele. Porque era isso que aconteceria com mafiosos, a todo momento tinha alguém querendo acertar um tiro na sua b***a. — Inimigos. — respondeu o que já eu já sabia. Respirei fundo me perguntando o que estava fazendo naquele carro com ele. Por que Derek não me deixou para trás? De tantas pessoas ali ele pegou apenas eu. Engoli em seco assustada com aquela situação, porque era estranho demais. — Você tem muitos inimigos? — tentei quebrar aquele clima estranho — Muitos, mas esses não estarão vivos por muito tempo. — Por que me trouxe com você? E pra onde estamos indo? — perguntei o que realmente queria saber. Ele não tinha nenhuma obrigação comigo, e mesmo sabendo que desejava algo em mim, isso não era o suficiente para salvar minha vida, não para pessoas como ele que não se importam com nada. — Para um lugar seguro. Respondeu simplesmente e foi apenas isso antes de entrarmos em um grande silêncio. Essa era sua deixa para me falar que não responderia minhas perguntas e que eu ficaria na dúvida se quisesse. Fiquei em silêncio observando as ruas pela janela, me perguntando o que estava fazendo da minha vida. Eu não deveria estar dentro de um carro com um mafioso e muito menos deixá-lo querer dar ordens aqui. O carro parou em uma mansão luxuosa, e eu não fiquei surpresa. Derek desceu e pediu para que eu o acompanhasse. O seguir em direção a entrada da casa com alguns seguranças atrás de nós. Observei o quanto ela era bonita e vazia, não parecia ter vida ali, talvez com uma decoração mais alegre o ar daquele lugar se tornasse menos sombrio. Continuei seguindo homem pelas grandes escadas e meus pés já estavam incomodados na bota de salto alto que usava. Derek apontou para um quarto e saiu atendendo um telefonema, esbravejando toda sua indignação com a noite de hoje. Sei que ele não deixará barato o ataque a boate e eu não quero saber de forma alguma o que irá fazer em relação a isso. Só espero que as outras pessoas estejam bem e ninguém tenha saído gravemente ferido. Fiquei parada no extenso corredor e resolvi entrar no quarto. Era grande e organizado e eu não deveria estar aqui. Eu deveria estar no meu moquifo dormindo em minha cama dura, me perguntando se teria um amanhã. Se acordaria viva ou suportaria aquela vida de merda. Entrei no enorme banheiro e suspirei ao ver que tinha uma hidromassagem. Não pensei duas vezes antes de encher e descansar dentro dela. Só havia visto isso em filmes e sonhava por um momento assim. Ao mesmo tempo que me xingava por estar aproveitando as mordomias daquela casa. Tudo ali era dinheiro sujo, eu nem ao menos deveria estar aqui. Deveria ir embora enquanto havia sanidade em mim. Enquanto eu usufruía da banheira de um criminoso, minha mãe estava precisando de mim, muitas pessoas se ferravam com seu trabalho desonesto. Ele havia tirado uma vida por mim, e poderia tirar mais, eu poderia ser uma dessas vidas. Precisava ir embora e sumir da vida desse cara, mas era boba em pensar que conseguiria fugir dele nessa cidade que estava ao seu comando. Brinquei com a espuma em meu braço sentindo a tristeza tomar conta de mim, quando ouvi batidas na porta do banheiro. Derek não esperou que eu o deixasse entrar, ele apenas estava anunciando sua presença. — Você está bem? — perguntou se escorando no batente, observando-me com seriedade. Não consegui decifrá-lo ainda e entender realmente o que queria comigo. Seria diversão? Uma noite juntos. Será que me deixaria em paz depois de conseguir o que queria? Ou estava apenas me equivocado e ele quisesse outra coisa de mim. Isso era confuso. — O que você quer comigo? — fui direto ao ponto e ele não ficou surpreso com a pergunta. — Quero que fique bem. Ele quer que eu fique bem. Essa frase mais estranha e intensa que já ouvi de alguém antes e chegava a ser irônico ouvir algo assim de um cara como ele.
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