cap.3

1006 Words
— Volto em alguns minutos — fez olhando para Deméter apreensivo, ele queria ficar e ouvir o que ele queria falar com a menina, mas não tinha coragem de debater e ficar ouvindo. — Agora que ele saiu, me conte, ele está cuidando de você? — Perguntou com total atenção esperando que ela criasse um pouco de confiança. — Ele é meu pai, senhor, como poderia ele não cuidar de mim — falou ingênuamente, mas tinha medo de contar a verdade também. — Não sei, só estou pensando demais, espero que ele cumpra sua palavra até o prazo — Que prazo? — perguntou confusa. — Não é nada de mais, Nao houve nelhuma mudança após sua mãe... Você sabe — tentou novamente um novo assunto, mas o que podia saber Deméter, ele não tinha um ar lhe passar confiança a não ser perigo, Dalila sentia medo de contar qualquer coisa a ele já que como ele era amigo de seu pai poderia lhe contar sobre o que ouviu. — Por que está tão interessado em assuntos da minha família? Eu não posso falar nada, afinal não sei de nada, tudo que eu sei é que minha mãe estava bem, mas de repente ficou doente até que partiu — Sim, a morte dela foi estranha, mas acontece, sei que é recente mas não fique tão desanimada, coisas boas acontecem nas nossas vidas as vezes — tentou a consolar gentilmente, mesmo que sua aparência indicasse que esse homem não era do tipo que poderia ser gentil, Deméter transpirava impiedade em seu jeito sério e expressão sempre dura de alguém que raramente sorri. — Coisas boas? — soltou um riso discreto e amargo. — Não sinto que venha nada de bom hoje em diante, eu não sei o que está acontecendo, e agora estou sentada conversando com um senhor desconhecido que conheceu a minha mãe, mas não sei quem é — Tem certeza? Por que já nos vimos algumas vezes — Como assim? — perguntou curiosa. — Você sempre vai a boutique e a perfumaria Dê cores perto da sua escola, esses estabelecimentos pertencem a mim, como dono eu ando por esse lugares com uma certa frequência então te vi algumas vezes — Não é possível! Você é dono daqueles lugares de Sucesso — Fez animada, demonstrando interesse. — Sim, mas não te via ir lá a dias, o que está acontecendo? — Meu pai, após mamãe ficar doente ele me proibiu de sair — contou se sentindo mais a vontade. — Nem mesmo escola? — Não, depois da morte de minha mãe ele também me tirou da escola. — Isso parece triste, sem amigos... — Eu fiquei triste que ele me tirou da escola, não posso ver minhas únicas duas amigas, e nem sequer sair. — Além de que sua educação é importante, seria uma moça medíocre sem estudo — Tenho uma biblioteca, posso estudar por conta própria — comentou de forma arrogante. — Boa garota, eu também prezo por moças inteligentes e fortes — Mas o que eu tenho haver com isso? — Perguntou o fazendo engolir em seco ficando desconfortável. — Tem uma língua bem afiada, igual a sua mãe, espero que saiba se cuidar bem — Disse gentilmente, ignorando sua petulância. — O senhor quer dizer algo? Está cheio de entrelinhas — perguntou o fazendo engolir em seco novamente. — Não é nada de mais, você deve ignorar — Mas porque meu pai queria que eu te conhecesse? — perguntou desconfiada, Deméter já estava se sentindo arrependido já que Dalila estava se sentindo mais confortável em lhe fazer perguntas, porque era ela quem queria fazer as perguntas, a menina já arrancou mais informações em segundos do que ele em todo o jantar. — Voltei! — Avisou seu pai trazendo duas garrafas de vinho e taças cristalizadas. — Papai, posso me retirar? — perguntou se levantando esperando sua resposta, então Deméter acenou positivamente de forma discreta sem que ela percebesse. — Claro minha querida filha — falou com falsa ternura. — Obrigada — seguiu para seu quarto. — Com certeza eu irei a levar embora na maior idade — comentou voltando a sua expressão dura, quando ela finalmente subir a escada. — Você realmente está interessado nessa garota... Minha querida filha — Não precisa manter as aparências, eu sei reconhecer um fingimento de longe e você não gosta dessa menina, porque a quer manter aqui? — perguntou secamente. — Não é como está pensando — mentiu sorrindo cinicamente. — Eu apenas a crio de forma mais severa, se a mimo demais um homem não saberia lidar com ela — Uhm... — ficou em silêncio pegando uma das garrafas em sua mão, abrindo e inalando o cheiro do vinho demonstrando se agradar, assim ficaram degustando o vinho caro. — Então... O senhor vai transferir o dinheiro? — Perguntou ansioso, se tem uma coisa que Aurélio adora é o dinheiro, faz as coisas mais suja para ter, se for possível. — Metade! Ela deve ser bem cuidada até o fim do prazo e então a outra parte será paga com muito prazer — explicou sério, mesmo que no fundo soubesse que ele não cumpriria, não tinha muito o que fazer para ajudar a criança. — Está bem, metade é maravilhoso — disse animado "Como ele pode dar tanto dinheiro facilmente por uma maldita bastarda, bom para mim que sua mãe morreu, agora posso ficar rico com a sua filha" os pensamentos perverso tomaram sua mente, ele agia como se não fosse pai da menina. — A transferência já foi providenciada, você pode usufruir do seu dinheiro e cuidar da menina, que por acaso não deve ser nelhum sacrifício já que ela é tão educada, espero vê-la em breve, não a deixe faltar nada, eu farei depósitos períodicos para as necessidades pessoais dela, use esse dinheiro para não se sentir incomodado em gastar com ela. — sim, senhor, você tem razão, irei cuidar dela sempre, e com todo amor, afinal é minha filha! — concordou demonstrando reverência em demasia.
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