— Vamos ser diretos, você não ama essa garota, e se ver só pelo motivo de querer a vender após a morte de sua mãe
— É claro que a amo, mas não tenho condições de a manter, então quero entregá-la e você disse que iria cuidar dela, então... Eu não estou sendo cruel
— Você não tem nem ideia do que eu quero fazer — comentou indiferente.
— Mas você acabou de dizer
— Sim, mas nem tudo são flores, amanhã faça um jantar eu vou a sua casa ver a garota
— Por que quer a ver tão rápido?
— Quero apenas dar uma olhada no produto, e ter uma conversa breve
— Está bem — Concordou desconfiado, Deméter então fez sinal indicando a porta e o mordomo que ficará em pé próximo quase imperceptível o conduziu para a saída.
— Bom, amanhã vou conhecer o quanto ela é parecida com Dália — comentou sozinho com sorriso torto.
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— Você ainda vai querer continuar me vendo? — perguntou esperançosa ao homem alto e forte sentado em uma cadeira na sua cozinha.
— Você engravidou de outro homem e agora quer casar com ele — falou rispidamente.
— Você também é casado, estamos no mesmo barco, eu preciso da condição financeira que ele tem e depois que as crianças nascer, em alguns meses podemos voltar a nos encontrar
— Como isso vai ser possível?
— Ele pode te contratar naquela casa grande — fez pensativa — e ele pode precisar de alguém para vigiar a filha dele
— Filha? — fez demonstrando interesse.
— Sim, uma garota de 15 anos que parece um gato de rua
— uhm, interessante, ouvi falar que esse falido tinha uma filha é bastante comentado
— Não sei porque, aquela criatura magrela e f**a nunca vai conseguir nada na vida
— Ela te intimida? Está com ciúmes da filha do seu futuro marido? — Perguntou Vittorio com sorriso irônico escapando pela barba m*l feita, ele tem 26 anos, ainda assim parece mais velho por manter uma barba tão m*l feita, porém seu cabelo era bem cortado e limpo ia semanalmente ao cabeleireiro cuidar.
— Claro que não, além disso... — parou de falar com receio de contar o que está acontecendo na casa.
— Além disso?
— Nada! Então... — fez arrastando uma cadeira para próximo dele se sentando. — Não me deixe, por favor! — implorou o encarando com ternura enquanto desliza sua mão pelo seu rosto o fazendo suspirar com a sensação suave.
— Não vou deixar, Voltamos a nos ver daqui a alguns meses — confirmou pegando a sua mão e dando um beijo. — Agora eu tenho que ir, boa sorte com sua nova vida
— Obrigada — ouviu a porta bater lhe dando um leve susto despertando o receio.
No dia seguinte Aurélio corria pela casa junto com os empregados arrumando tudo de forma impecável, sua casa era simples de comparado a mansão de Deméter, porém ainda era uma casa grande e luxuosa, Dalila estava sentado na escada comprimida no canto olhando para o salão confusa, seu pai não lhe dirigia a palavra nem mesmo lhe encarava, era como se não estivesse ali.
— Suba para seu quarto! — Ordenou severamente. — se arrume, lave esse cabelo, teremos uma visita importante hoje — avisou alarmado, então ela subiu o restante dos degraus correndo quase tropeçando.
Assim que voltou ao quarto correu até o guarda roupa e escolheu um vestido elegante, azul bebê tecido solto uma sapatilha e se vestiu após um banho demorado.
— Senhorita Dalila — chamou a empregada sem abrir a porta, esperando que a menina lhe atendesse.
— Sim, Ana — Respondeu timidamente com a voz suave abrindo a porta.
— A senhorita está maravilhosa, seu pai avisou para que descesse agora, o convidado chegará em poucos minutos.
— A senhora sabe quem é esse convidado? — perguntou quase sussurrando, então Ana olhou ao redor do corredor como se procurasse algo e em seguida empurrou a senhorita para dentro o quanto fechando a porta.
— Não sei, senhorita, mas ando ouvindo passarinhos pela casa falando sobre um tal contrato que pode ter haver com a senhora, mas não sei mais nada — contou discretamente no ouvido da menina.
— Está bem, Supostamente se trata da herança da mamãe, já que ela é de uma família tão influente
— Mas seu pai faliu toda a sua família, seu avô até teve um infarto e quase morreu e foi tirado as pressa do país
— Sim, mas mamãe me contou umas coisas e pediu segredo
— Fique esperta menina — lhe aconselhou apreensiva já que sabia do que estava acontecendo na casa.
Assim desceram, logo que chegou seu pai a analisou dos pés a cabeça em silêncio, enquanto ela lhe encara confusa.
— Bom... A roupa não está r**m, parece está bem e desmancha essa cara de limão azedo! — ordenou a puxando junto para o salão a deixando de pé próximo a porta de saída.
— Mas porque tenho que ficar aqui? — Perguntou ingenuamente.
— Atenda a porta, você é burra? Assim que a campainha tocar você a atende — explicou de forma grosseira a deixando encabulada.
— Está bem, papai, entendi — abaixou a cabeça frustrada, Assim que a campainha tocou ela atendeu rapidamente, assim que Deméter a viu mau conseguiu proferir uma palavra sequer, até que deu um sorriso gentil.
— Boa tarde pequena Dália
— Dália era minha mãe... Senhor — Respondeu envergonhada, abaixando a cabeça.
— Sim, sua mãe, você é idêntica a ela, herdou a sua beleza excepcionalmente — A bajula encantado sem conseguir desviar o olhar.
— o-obrigada! E-entao vou acompanhá-lo até o salão — gaguejou mantendo encurvada sem conseguir lhe encarar.
— Primeiro! Endireite a sua postura, não demonstre submissão exacerbada como está fazendo agora, sei que é só uma menina, mas coloque um pouco de postura isso torna mais bela — lhe corrigiu gentilmente.
— Isso não fará diferença nenhuma para mim, vamos até o salão onde meu pai te aguarda — Disse finalmente criando coragem o fazendo sorrir satisfeito.
— Deméter! Que bom que chegou! Vejo que já conheceu minha linda filha — Falou cinicamente fazendo Dalila lhe encarar descrente.
— Sim, uma moça muito educada — respondeu enquanto ela observava os dois, de início Dalila achou ele família, aquele homem pomposo e elegante não lhe era estranho.
— Sim, vamos conversar melhor no jantar — sugeriu então escolheu uma cadeira propositalmente ao lado de Dalila que começou a suspeitar de toda aquela aproximação, além de seu pai está tão gentil e receptivo com ela.
— Então, eu tenho uma adega e vinhos antigos — começou seu pai a falar, indicando que iria deixar os dois sozinhos após Deméter acenar para ele ir sem que Dalila percebesse, foi o que achou.
— Então nos traga um bom vinho! — sugeriu animado.