O verdadeiro cálice

1388 Words
Assim que acordei fiz questão de olhar o relógio, eram 15:00, me levantei e caminhei vagarosamente até a biblioteca, mergulhei em diversos livros todos muito viajados sobre vampiros, alimentação, tipos diferentes de vampiros, clãs diferentes de vampiros. As horas avançaram rápido, para ser sincera rápido de mais foi quando meus olhos bateram em um dos livros proibidos, "cálice". Estendi a mão para tocar no livro, mas assim que o fiz Diego adentrou a biblioteca e eu peguei o livro ao lado. Meu coração deu uma leve acelerada, mas respirei fundo enquanto me virava para Diego. — Boa noite! - Disse ele esboçando um leve sorriso. —Diego? boa noite! desculpe, não o esperava tão cedo. - Eu falei dando um sorriso em resposta. —Cedo? - Ele riu um pouco. — São exatamente 20:00. Olhei para o relógio e em seguida para a pilha de livros na mesa, respirei fundo e dei de ombro, logo caminhei até a mesa e peguei os livros que deixei em cima da superfície plana da mesa para guardá-los em seu devido lugar. —Teve insônia? - Perguntou enquanto olhava os livros em minhas mãos. —Desculpe, eu estava apenas lendo sobre o assunto que você me informou, a vida inteira eu só sabia de dois tipos de vampiros e agora eu descubro que existem vários tipos, todos com seus devidos clãs. Ele veio atrás de mim e levou minha mão com o livro ao qual eu estava segurando para o lugar certo. —Não se preocupe, não vou sair por aí te discriminando só porque você teve curiosidade sobre um mundo ao qual não conhecia antes. Uma onda de alívio me atingiu, após guardar os livros aos quais eu havia lido, me sentei na mesa e fiquei a olhá-lo. —Diego, me desculpe perguntar, por que tem livros que não posso ler? —Apenas não deve, para ser sincero, algumas coisas sobre nós devem continuar em segredo. —Tipo o extermínio que seu grupo fez na minha ilha? Eu disse por impulso, mas assim que o fiz ele acabou deixando um livro cair no chão. —Oi? - disse ele me olhando enquanto recolhia o livro do chão. —Eu li o relato da guerra. Ele suspirou me deixando sozinha na biblioteca, aparentemente eu toquei em um assunto que queria evitar, mas eu fui atrás dele. —Vocês mataram meus avós, provavelmente meus pais, como você pode simplesmente sair assim Diego? - disse segurando o braço dele e o puxando para olhar pra mim. Tal gesto o irritou, seus olhos ficaram vermelhos e por uma fração de segundo ele abriu a boca mostrando as presas enquanto soltava um grito vampiresco, quase como uma espécie de rugido. —Nunca mais encoste em mim sem permissão novamente, Elena. Ele segurou em meu pescoço e me prendeu contra a parede, apertou um pouco meu pescoço, mas logo em seguida afrouxou o aperto e me soltou. —Você passou dos limites comigo, humana. - disse ele dando as costas e saindo. Eu nunca tinha visto Diego daquela maneira, mas se eu o deixei tão bravo com isso eu provavelmente estava descobrindo a verdade a qual eles tanto queriam esconder, talvez até mesmo a chave de minha liberdade. Caminhei em direção à cozinha e me sentei em uma cadeira enquanto a maneira que Diego havia reagido vinha à minha mente, teria eu descoberto uma face escondida embaixo de véu do bom moço? Respirei fundo, por algum motivo eu sentia que alguma coisa entre nós dois havia mudado, eu comecei a me sentir culpada depois de alguns minutos. meus dedos tamborilavam contra a madeira da ilha da cozinha, me levantei novamente e caminhei em direção ao hall de entrada mas, quando passei pela porta bati de frente contra Viktor. —Olha por onde anda sua estúpida. - disse ele. —Desculpe-me, eu não vi a anta que estava na minha frente. Eu respondi ríspida enquanto passava por ele, mas ele apenas segurou meu antebraço e me puxou para perto. —Então a gatinha realmente está pondo as unhas para arranhar. —Me solta! —Indomável ela, em! Ele sorriu de maneira ladina, sorriso de quem estava vencendo uma partida de xadrez contra um iniciante. —Vou pedir mais uma vez, me solta. —Vou te ensinar a falar direito comigo. Ele me puxou para ainda mais perto, me olhava nos olhos com um olhar de um predador, um gato que encurrala um rato assustado. Eu conseguia sentir seu toque frio sobre meu antebraço, sua mão destra subiu até minha cintura fazendo com que um arrepio percorresse meu corpo, os olhos dele agora desceram de meus olhos para minha boca, ele chegou perto o suficiente para incitar um beijo. Meu coração acelerou e quando eu achei que ele fosse me beijar ele se afastou, me deixando atônita. —Essa sua pose de durona é apenas isso, uma pose. Ele se afastou rindo de leve, quase que um deboche de mim, nesse momento voltei para a ilha da cozinha para preparar um sanduíche pra mim, após isso me alimentei e fui para meu quarto, minha cabeça dava giros e mais giros em busca de entender minha reação, eu estava agindo no automático, deitado e posto a coberta por cima, mas tinha algo que eu precisava resolver. Deitada na cama tentei dormir, rolava de um lado para o outro e nada do sono me cobrir, neste momento me levantei novamente e caminhei para fora do quarto. Desci as escadas e procurei Diego por toda a casa, mas ele não estava no térreo, então precisava fazer algo que eu disse que não faria. Subi as escadas apressadamente e caminhei para o corredor dos quartos, olhei porta por porta até encontrar uma porta trancada, era a dele, bati na mesma e esperei resposta, mas a resposta não veio, então bati novamente. —Diego, preciso falar com você, por favor abre a porta, precisamos conversar sobre mais cedo, não quero dormir brigada com você. - Eu suspirei. —Desde que eu cheguei a este lugar você nunca me tratou de forma desrespeitos ou hostil, foi erro meu a maneira como agi mais cedo com você. A porta não se abriu, provavelmente ele ainda estava chateado comigo, eu suspirei e fui em direção ao meu quarto, fechei meus olhos e respirei fundo ao passar da porta, a liberdade teria este gosto amargo? por que eu estava me sentindo m*l de me libertar desse meu cativeiro. Me deitei na cama de lado virada para a janela fechada, fechei meus olhos tentando dormir e me assustei com uma mão tocando meu rosto poucos minutos depois. Abri meus olhos assustada e me sentei, olhei em volta mas não vi ninguém, eu com certeza estava ficando louca. Me levantei quase que imediato, para ver se alguém teria saído e caminhei até a porta de meu quarto a abrindo e me deparei com Diego do lado de fora me olhando com um sorriso calmo. —Me desculpe, eu acho que também exagerei. Eu o abracei, foi espontâneo, não planejado, mas um alívio me percorreu quando ele me abraçou de volta. ele beijou minha testa com ternura e depois me olhou nos olhos. —Por favor descanse, amanhã será uma noite bem agitada, teremos uma festa aqui na mansão, use uma das roupas ganhadas e nos acompanhe. —Uma festa? - Perguntei animada. —Sim, vai conhecer um outro lado de São João da barra. Ele estendeu a mão para segurar a minha, quando eu estendi a minha mão para segurar a dele, ele beijou as costas de minha mão. Após isso, se retirou calmamente me deixando com um leve rubor em meu rosto. Retornei para meu quarto e me deitei para pensar um pouco, se eu estiver certa, amanhã durante a festa seria o momento ideal para ler aquele livro sobre cálice, ninguém saberia da leitura, já que todos estariam ocupados com os convidados da festa. O plano era fácil, ir para a festa, esperar as coisas se agitarem e escapar para a biblioteca. Após o planejamento, vou até o armário e separo o salto e o vestido preto, seria minha roupa para a festa. Logo após isso me deitei na cama e enfim o sono me atingiu como um carro em alta velocidade batendo em um poste de luz.
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