Sebastian
Depois da conversa desagradável com o meu sogro, finalmente eu pude sair de casa para visitar a Sarah n hospital. Recebi notícias de lá e designei o meu médico particular, Dr. Tulio, para que cuidasse dela e que nada lhe faltasse, ele me ligou agora a pouco, enquanto estou a caminho, pra dizer que a Sarah ainda se encontra em coma induzido para que os remédios possam fazer efeito mais rápido. Chego ao hospital e há um frenesi por aqui. Não consigo me acostumar com esse tipo de lugar, gente quebrada por todos os lados e médicos correndo pra lá e pra cá. Em pensar que um dia, quando eu vivia no orfanato, eu pensei em se médico, ainda bem que desisti dessa ideia.
— Boa tarde. Eu gostaria de saber aonde está internada a paciente Sarah Milani! — eu pergunto para uma enfermeira.
— Senhor, o balcão de informações fica na outra sala, por favor! — a mulher me responde, só que ela parece ter deixado, ou esquecido, a educação em casa.
— Muito obrigado. Principalmente por sua educação! — respondo-a em voz alta, ela me olha de volta e faz um gesto obsceno com o dedo.
— Nossa, m*l educada. Sigo mais adiante, para dentro do hospital. Mas é claro que eu vou mandar que a tirem dessa espelunca, isso daqui mais parece um hospício do que um hospital. Até que avisto um balcão escrito Recepção. Sigo para lá e sou atendido por uma moça bem bonitinha, por sinal. Essa eu pego facilmente. Que a Nicole não me ouça.
— Olá, moça bonita! — ela olha para mim e abre aquele sorriso. — Nossa, que sorriso lindo.
— Obrigada, senhor. No que eu posso ajudá-lo? — maior voz de meretriz. Não sei, mas essa daí parece com uma das meninas que trabalham nas minhas boates.
— Além de linda também é gentil. Mas na verdade eu estou procurando por uma amiga que está internada aqui, o nome dela é Sarah Milani. — Enquanto eu falo, ela começa a digitar, buscando no computador.
— Ela está na ala das UTI´s. Poderia me dizer se o senhor e algum parente próximo? — que pergunta é essa? Ela continua. — Eu preciso registrar aqui. Ah, e me diga o seu nome, também por favor!
— Meu nome? — merda. — Ah, o meu nome, sim, o meu nome... — começo a gaguejar. O que eu faço agora. No momento que eu estou procurando uma desculpa para dar aqui, eis que surge uma pessoa que eu nem esperava e salva a minha pele.
— Sebastian, meu amigo! Olho para trás e eis que vejo o Rafaele. Ah, Rafaele, como eu te odeio, mas agora te amo! — Ah, Rafa, meu amigo. Que bom encontrar você! O abraço, mas a vontade é de mata-lo!
— Senhor Galaretto, o senhor ainda não tem permissão para andar aqui fora. Está se recuperando de uma pneumonia e severa! — ela comentou. Eu nem sabia que esse palerma estava com pneumonia.
— Eu não estou do lado de fora. Quero dizer, só estou aqui por que vi o meu amigo perdido, mas não se preocupe, eu cuido dele! — disse o Rafaele. Mas para ser sincero, eu não estou entendendo qual é q dele.
— Vamos, Seb. Eu vou te levar até onde você quer ir.
— Mas senhor Galaretto...
— Gina, eu me responsabilizo! Então o nome da bonitinha é Gina. Já sei onde mandar o Pepe vir buscar a minha próxima diversão. É, podem dizer o que quiserem, mas eu sou um cara pervertido mesmo, mas no caso da Sarah, é o meu coração e não o meu... ah, deixa pra lá.
— Por que me ajudou, Rafaele? — pergunto. O sonso está vestido naquelas batas de hospital e posso garantir, ele não está nada bonito.
— Eu sei o porquê de estar aqui, senhor Baroni. Mas a pergunta é: o que de fato o senhor quer com a Sarah, senhor Baroni?
— Como assim? Que pergunta é essa? De repente, Rafaele para e eu paro junto. O que será que esse i*****l quer agora? O pior é que eu não posso mata-lo aqui no hospital.
— Eu sei que o senhor mandou a sua noiva demitir a Sarah. Ainda por cima disse que não aqueia lá por mais tempo e logo ela sofre esse acidente?
— Por acaso está insinuando que eu...
— Não estou insinuando ada, senhor Baroni — ele me interrompe. — Só estou pedindo que deixe a Sarah em paz. Por favor, eu a pedi em casamento, vou fazer de tudo para dar a ela uma vida feliz. Não faça m*l a ela, senhor. E se ela o ofendeu de alguma forma, perdoe-a! Fico de olhos arregalados olhando para a cara dele. O maluco está achando que fui eu quem mandou matar a Sarah e que agora vim até aqui para terminar o serviço!
— Olha, Rafaele, eu não sei o que você andou pensando, mas está tudo errado! — respondo, algumas pessoas nos olham. — Vamos para outro lugar. Levo-o para um local com menos gente.
A Sarah é cética quanto ao meu trabalho, ou pelo menos eu acredito que ela seja, mas o Galaretto, esse sim, sabe muito bem do que eu sou capaz, mas naquele momento, ele estava errado, então prossigo.
— Eu não devia estar comentando isso com você, mas já que entendeu tudo errado, eu vou abrir o jogo! — olho-o nos olhos. — Eu não provoquei esse acidente pra Sarah, seu retardado. E eu a demiti justamente para protege-la!
— Protegê-la? Mas do que?
— A minha noiva, Nicole, como você deve conhecer muito bem, cismou de que a Sarah estava interessada em mim, inclusive a ameaçou! — explico-o.
— Mas por que ela pensaria uma coisa dessas? Se bem que a Sarah havia me falado a esse respeito. Com a conversa fluindo melhor, Rafaele me leva até a UTI onde a Sarah está. A vejo através da vidraça, ela parece uma princesa encantada e adormecida. Então eu termino a minha explicação.
— Tudo começou por que certa noite, quando eu cheguei, daquela visita que fui fazer ao Giulio, a Sarah acabou topando comigo e se assustou porque eu estava sujo de sangue, mas não era o meu. Eu explicava tudo à Sarah, tentando acalmá-la quando a Nicole apareceu e pensou que eu estava na verdade era dando em cima da empregada dela.
— E onde entra a demissão?
— Em outra conversa, Sara me contou que a Nicole a proibiu de até mesmo me servir bebidas e a ameaçou, então, para evitar que a moça sofresse algo que não merecia, eu fiz o pedido, disse que não fui com a cara da Sara e que a queria longe da minha casa! Como é duro explicar certas coisas para quem tem cabeça oca, mas até que ele nem é tão cabeça oca assim!
— Quer dizer que ao mostrar antipatia pela Sarah, o senhor a salvou? — ele perguntou. — Mas... e se a sua noiva não acreditou?
— Olha, Rafaele, eu conheço bem a Nicole e sei que se a Sarah tivesse continuado lá, as chances de ter sido outra coisa que não fosse um acidente, seriam enormes, mas eu garanto que não são! — nem eu mesmo quero acreditar que a Nicole tenha algo a ver com isso. — Mas para garantir, eu contratei alguns seguranças que não pertencem à minha guarda pessoal. Eles vão vigiar para que nada de r**m aconteça a Sarah enquanto ela estiver em recuperação. E agradeço or você estar ao lado dela.
— Eu não posso chegar muito perto, pois como o senhor mesmo ouviu, quase morri or causa de uma pneumonia severa. — E por que não morreu? Nossa, eu sou terrível, mas vamos ouvi-lo.
— Mas eu vou ficar de olho, pode deixar.
— Eu só vim mesmo para saber como ela está. Qualquer coisa que precisar, me procure. E trate de se recuperar logo, pois eu não estou gostando nada daquele seu substituto. Bom, acredito que não tenho mais muito o que fazer aqui, só me resta ir para a minha casa e torcer para que a Sarah se recupere rápido!
***
Nicole
Cheguei em casa, depois de ter comprado algumas coisas e também, de ter visto alguns bufes dos mais glamorosos de toda Sicília, mas para ser sincera, não gostei de nenhum. Acho que vou chamar o Sebastian para conversar e dizer que já está na hora de agilizarmos o nosso casamento. Mas assim que entro no meu quarto, me deparo com uma chamada de vídeo e vejam a surpresa. É a minha querida mãe.
— Oi mamãe. Como a senhora está?
— Eu que pergunto. Como você está e como que o Sebastian reagiu depois da pressão que o seu pai deu nele?
— Pressão? Como assim, pressão? O Sebastian nem está em casa, então eu pergunto para a minha mãe do que ela está falando.
— Seu pai, a pedido meu, conversou com o seu noivo e disse a ele que já estava passando da hora de vocês dois oficializarem a união dos dois. — disse a minha mãe. Dona Melina Satine não brinca mesmo em serviço. O meu pai sempre diz que somos iguaizinhas.
— Mas mãe, não precisava o papai ter feito isso. Sebastian e eu já vamos tratar desse assunto hoje durante o jantar — explico a ela.
— Tem certeza disso, Nicole? E filha, eu preciso ter uma longa conversa com você a respeito da madrasta do Sebastian... Não consigo mais ouvir a minha mãe tocar nesse assunto. Ela morre de medo de que aconteça a mim o mesmo que com a Mirela. Mas acontece é que aquela mulher foi muito burra e é por isso que já estou dando os meus pulos para poder tirar a Sarah do meu caminho.
— Mãe, para o seu governo, já aconteceu comigo o mesmo que com a Mirela, mas eu já dei os meus pulos!
— E o que você fez, filha? — Nem precisou eu fazer nada, o próprio Sebastian a mandou embora!
— Nicole — ela diz, tão cética quanto eu — nós duas sabemos muito bem que não podemos confiar nos homens.
— Mãe, eu já expliquei isso a você!
— Me diga uma coisa, Nicole. Tem algo mais nessa história que você me contou, não tem? — ela pergunta. Nossa, minha mãe parece que ler os meus pensamentos.
— De que história?
— Dessa onde você menciona ter passado elo mesmo que a Mirela.
— É uma empregadinha. Aquela que a senhora um dia falou que não ia muito com a cara dela. Sarah, o nome da coisinha é Sarah! A expressão da minha mãe mudou drasticamente e ela imediatamente me deu um conselho.
— Livre-se dessa mulher o quanto antes, Nicole! — ela diz, com certo nervosismo no olhar.
— Mas eu já fiz isso. Não contei que o Sebastian mesmo a demitiu? Melhor, me pediu que a demitisse? — explico a ela, mas a expressão de medo continua.
— Você não me entendeu, Nicole. Livre-se dessa mulher, ou você ainda vai ter muita dor de cabeça!
— E eu não sei, mãe. Mas não se preocupe, sua filha será a noiva e a esposa mais feliz desse mundo! — minha mãe arregala os olhos. — E diga ao meu pai que eu o agradeço muito por ele ter dado uma prensa no Sebastian. Assim ele vai saber que eu não estou sozinha! Dona Melina diz aceitar que eu esteja tão confiante, pois se tem alguém que conhece o Sebastian, esse alguém sou eu.
Mas se aquele sem vergonha pensa que me enganou com aquele papinho de que não gostou da Sarah, ele está muito enganado. Bem que eu queria mandar aquela nojenta de volta para Paris, mas ela não quis. Agora ela que aguente as consequências, pois se tem uma coisa que eu não tolero, é mulher que ameace o meu território!
***
Duas semanas depois
Sebastian
Bom, depois que a Sarah saiu da UTI, eu me sinto bem mais aliviado. Uma pena não ser eu a estar com ela para cuidar e proporcionar todas as suas necessidades, por enquanto eu devo deixar essas coisas a encargo do Rafaele. A pressão do pai da minha noiva surtiu efeito, mas o que me levou mesmo a tomar uma decisão drástica, foi a fato de Aramis Satine ter me apresentado um documento onde no mesmo dizia que, se caso qualquer uma das partes desistisse do casamento, teria de pagar uma indenização milionária para a outra. Era só o que me faltava, ter de pagar para não me casar. Se bem que muita gente gostaria de poder arcar com uma despesa dessas. Mas o que está em jogo aqui é muito mais do que dinheiro. Eu sei perfeitamente que o safado do meu sogro anda tendo encontros as escondidas com membros do clã de Roma. Mas ele não perde por esperar quando eu o pegar com a boca na botija. Mas agora é hora de falar de outro assunto. É, finalmente é chegado o dia em que eu irei me casar com a bela da máfia espanhola, Nicole Satine e que Deus me ajude!