Dezoito

2155 Words
Sebastian As palavras de Nicolas Salvatore soaram para mim tal qual uma mosca zumbindo em meu ouvido, logo mandei que Pepe desligasse o monitor, então o pedi que me chamasse Giacomo, precisava organizar algumas coisas importantes. Agora que estou casado, devo estar ainda mais atento, pois alguém poderá querer criar asinhas e tentar algo contra ela e isso é algo que eu não quero que aconteça. — Mandou me chamar, senhor Baroni? — é o Giacomo. Ele é para mim um dos mais fiéis que tenho. — Sim, mandei. Vamos até a boate onde foi feito o ataque, quero promover um novo gerente para lá e quero também que você providencie novas garotas. — comunico-o. — Sofremos perdas irreparáveis, mas os negócios não podem parar. — Concordo, os negócios devem seguir normalmente, esse é o nosso ramo de vida e não podemos muda-lo! Giacomo é bem sensato e eu adoro isso nele. Assim que o meu homem de confiança saiu, eu fui até o meu quarto onde minha digníssima esposa se encontrava. Como sempre, ela estava afim de fazer amor, mas naquele momento, eu não. Nicole é daquelas que sempre quer tudo na hora que lhes achar propício, mas como eu disse antes, ela deve saber que agora, quem dá as cartas, sou eu. Quer ela queira, quer não. — Com quantas você já deve ter se deitado hoje, para me rejeitar, Sebastian? — ela pergunta, furiosa. — Não me deite com ninguém, agora se você quer ficar aí com a sua paranoia, fique à vontade! — respondo e saio direto para o banheiro. — Não dê as costas para mim, Sebastian — ela berra feito uma louca. Será que vou dar conta disso? Bela maneira de começar um casamento. — Eu sou a sua mulher, você tem obrigações a cumprir comigo! Ligo o chuveiro e também o aplicativo de música, coloco um rock bem alto para inibir os gritos vindos no lado de fora. Como que ela pode ser tão chata? O que tem de linda, tem de nojenta. Enquanto tomo o meu banho, penso na Sarah, nos breves momentos em que estive conversando com ela, da vez em que me viu todo ensanguentado e pensou que os ferimentos fossem meus. O sorriso, a expressão de inocência em seu rosto e a forma como se preocupou comigo... ah, como eu a queria aqui a gora para que eu pudesse afogar tudo, todas as frustrações naquele corpo sem graça, mas que me deixa hipnotizado. Mas não posso pensar nisso agora, tenho muito a organizar. Saio do banho e encontro Nicole com cara de poucos amigos, ela me encara, mas não pergunta nada. Vou até o closet e escolho uma rupa vestir. — Vai sair? — ela pergunta, faço questão de não responder. — Por que não responde? Vai ficar com essa cara até quando? Apenas olho para ela e pego a minha pasta. — Por favor, fala comigo! — Nicole, não piore ainda mais as coisas, sim? Na volta pode deixar que a gente conversa e então eu faço tudo o que você quiser, mas por hora, me deixa! Mais uma vez ela praticamente me fuzilou com o olhar. Cruzou os braços e sentou-se na cama feito uma menina mimada que teve o brinquedo mais popular do mundo, negado! Não que eu me importe, Nicole precisa aprender que o mundo não gira ao seu redor, embota ela tenha nascido em berço de ouro, comigo ela vai aprender na boa, ou na raça. *** Rafaele Aqueles dias para mim estavam sendo maravilhosos. Pude voltar ao trabalho, embora eu estivesse triste pelo ocorrido na Boate Le Femme, uma das muitas que o Sebastian é dono. Algumas das pessoas que trabalhavam ali e que estavam dentre os mortos, eram conhecidos meus. Poxa vida, ninguém merece viver assim, mas dado ao estilo de vida que escolheram, esse é um dos caminhos que ele pode vir a trilhar. Mas hoje eu estou feliz, não só por ter retornado ao meu trabalho e sim pelo fato de que a minha Sarah acabou aceitando o meu pedido de casamento. Como me sinto completo depois daquele sim, ela literalmente veio para preencher a lacuna que faltava em minha vida. Eu a amo demais e como todo bom amante, nada melhor do que dividir seus sentimos com as pessoas a quem consideramos, no meu caso, meu grande e velho amigo, Pepe. — Nossa, vejo alguém com uma carinha feliz por aqui. Posso saber o motivo de para tamanha felicidade, se não estiver sendo muito invasivo? — ele pergunta. — Mas é claro, Pepe. Depois do meu pai, você é a primeira pessoa que eu confio para compartilhar minhas alegrias. Ele me olhou com ternura, demonstrando estar feliz por mim, mesmo eu ainda não o tendo contado a novidade. Então eu abri o jogo. — Eu pedi a minha namorada em casamento e ela aceitou. — contei. — O que? Qual namorada? A senhorita Milani? Não entendi o porquê de o Pepe parecer ter ficado tão surpreso quando disse que vou me casar com a Sarah. — É com ela sim. Algum problema? Ele arregalou os olhos. — Não, meu rapaz, problema algum. Acontece que eu fiquei tão surpreso que nem me dei conta de que você e a Sarah estavam namorando. — ele sorriu. — Eu só tenho a lhe dizer que estou muito mais muito, feliz por você! Por um instante ele me assustou, mas em seguida parabenizou-me e me deu um forte e caloroso abraço. Outro motorista que estava passando por perto, perguntou o motivo para a comemoração e o próprio Pepe fez questão de dizer que era por que p pupilo dele iria se casar. O homem também me deu os parabéns e certamente logo todos ali na mansão ficariam sabendo da novidade. — Pepe, seu linguarudo! — digo sorrindo. — Tinha que dar com a língua nos dentes? — Mas é claro. — ele retrucou de bom humor. — A felicidade é algo que deve ser compartilhado, Rafaele, seu pai sempre dizia isso. Você se lembra? — Como eu poderia esquecer, Pepe? Jamais deixarei de buscar as realizações que ele sonhou para mim, pois também eram as minhas! — confirmo, ele novamente me abraça. — E você vai conseguir, meu querido. Isso eu posso garantir que vai! *** Sarah Hoje foi o primeiro dia de trabalho do Rafaele, depois que ele ficou doente. Além disso, o patrão o concedeu uma licença para que o mesmo pudesse cuidar de mim. Às vezes eu fico meio intrigada com as ações que o Sebastian Baroni toma a meu respeito. Eu não sei de fato que aquele homem quer de mim, mas depois de ter ouvido da boca da então namorada dele, que eu conheceria o além mais cedo, caso não me afastasse dele, me deixou amedrontada. E ainda por cima eu ainda sofro o raio de um acidente que que arrancou a minha perna fora. Não mesmo, ou ficar no meu lugar e cuidar do meu Rafaele, que além de lindo, gosta de mim e tem um belo futuro ela frente. — Nossa, como você está esperta hoje. — minha tia pergunta. — Para quem são essas guloseimas todas? Sim, de fato estou a preparar algumas guloseimas para o meu amado, depois vou para o apartamento dele onde iriei preparar um jantar romântico só para nós dois. E é exatamente essa a resposta que dou à minha tia. — Hm, eu tenho certeza de que ele irá adorar a surpresa. — ela diz. — Gosto do Rafaele, principalmente pela forma como cuida de você! — Eu também vou cuidar bem dele, tia! — falo, com os olhos marejados. — Agora eu preciso ir, senão ele chega e eu ainda não terminei de arrumar tudo. — digo, terminando de colocar as coisas dentro da caixa. — Vai voltar hoje, filha? — Ah, não, titia, mas caso precise, não hesite em me chamar, tá bom? — E como vou chamar — ela sorrir — você está aqui para cuidar de mim, lembra? Também sorrio e depois vou direto para o carro, carrego a caixa com as coisas e rumo para o apartamento do Rafa. Lá chegando, eu procuro logo organizar tudo direitinho e quando o menino chega, leva um baita susto ao ver a mesa posta. — Sarah. O que é isso? Ele diz, a primeira reação dele é dar uma gargalhada. — O que foi? Você não gostou? — Não, eu amei. Só fui pego de surpresa. Subitamente e sem que eu esperasse, Rafaele veio na minha direção, ergueu-me para o alto e em seguida me beijou. — Eu te amo, Sarah! — ele diz, com um olhar de ternura. — Também te amo, Rafa! Nos entregamos aos beijos que em seguida fez com que nossos corpos acendessem tal qual uma chama, promovendo assim o acontecimento do amor. Ele me conduziu até o quarto e ali me tomou. Eu fui sua e a maneira como o Rafa me trata na cama chega a ser emocionante, tanto amor, tanto carinho. Parece até que somos um só e isso me faz ter a certeza, não abrirei mão de algo tão belo e perfeito. Depois do amor, tomamos banho juntinhos e era hora de provar das guloseimas, como disse a minha tia, que eu tinha preparado para o Rafa. Certamente já estavam frias, mas iriam daquele jeito mesmo. — Não estão muito boas, pois já esfriaram. — falei referindo—me às esfirras. — Estão ótimas, assim como o frango, o peixe e a salada! — ele responde, levando uma garfada na boca. — Então tá. Se você diz! — Sabe, eu contei ao Pepe que vamos nos casar. — Sério? E o que ele disse? — Que deseja tora felicidade do mundo pra nós! — ele responde, mastigando daquele jeito fofo que só ele sabe. Mas logo me vem em mente a cara do Sebastian Baroni. Por que diabos eu não consigo esquecer aquele homem? Eu não tenho nada a ver com ele. Por que essa praga sempre tem que vir na minha cabeça? *** Sebastian O dia amanheceu. Fui até a boate e fiquei indignado com o tamanho do estrago que fizeram por lá. Não perdoarei os Salvatore, mesmo eu tendo mandado aquele velho tosco para o quinto dos infernos como retaliação, ainda assim não consigo entender o motivo or terem feito isso. O clã de Roma e o meu pai sempre tiveram suas diferenças, mas nunca eles se atacaram assim. Pepe chegou a cogitar que isso possa ser por conta da nova geração e que por isso, eu vou precisar ficar bastante atento, pis os jovens nunca pensam da mesma forma que os velhos. Eu confirmei as palavras dele dizendo que concordo e, por isso que não darei moleza à escória romana. — Preciso sair e você deverá vir comigo! Nossa, a Nicole não avisa, ela intima. — Como assim? Você nem sabe se eu terei tempo para sair. — respondo, ela me olha e dá um sorriso sarcástico. — Amor, é um almoço de negócios, vários bilionários da cidade foram convidados, inclusive você. — Poxa, vida, Nicole. Como que você me arruma uma confusão dessas? — falo de modo bravo. — Não precisa ficar com raiva, vai ser um almoço simples, apenas para mostrar que também nos reocupamos com os miseráveis! — como essa mulher a fria, santo... — Então é... — Isso mesmo, um almoço que servirá para engaranhar fundos de ajuda aos pobres! — ela completou a minha fala. — Agora vista essa roupa aqui. Nossa, até a roupa ela já havia separado. Me visto e logo fomos para o tal almoço, só que no caminho, quando Pepe parou em um sinal, eu tive a visão mais linda diante dos meus olhos, usando uma touca preta que prendia os curtos cabelos, estava a minha Sarah. Ela saia de uma loja de café, parecia feliz, pois sorria. Fiquei hipnotizado ao vê-la, meu coração só faltou pular do meu peito, só que enquanto eu ficava feito bobo admirando a mulher que mais desejei em toda a minha vida, Nicole também parecia estar fazendo o mesmo. — O que tem de interessante naquela espelunca pra te deixar tão vidrado? Caramba, parece que ela não viu a Sarah. — O que? Eu? — Não, o Shrek. Claro que é você, Sebastian! — ela parece brava. Suspiro, ela inclina a cabeça para o lado, esperando uma resposta. — Olhei para a cafeteria e me bateu uma vontade de... — De... o que? — Te beijar. Noite a gente assou a noite em branco, mas agora eu decidi que essa noite será diferente. — e a beijo. Olho novamente, mas a Sarah parece ter ido embora. — Tá, eu perdoo você por ontem, mas que nunca se repita. — ela diz. Ainda bem que não vu a minha Sarah, não osso colocar a vida dela em risco.  
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