Dezessete

2535 Words
Sebastian Cheguei em Catânia. Nicole não deu um pio sequer durante toda a viagem, só levantava da poltrona do jatinho para ir ao banheiro, ou, trocar de lugar. Só que eu não dou a mínima para ela, agora que estamos casados ela precisa saber que não está mais na casa de seus pais e terá de se comportar como uma dama na sociedade, pois eu não quero dar margem para que desconfiem de mim e nem das minhas atividades. Só que durante o voo, eu fui informado de que algo muito sério estava acontecendo na minha cidade, algo para o qual eu não estava preparado para enfrentar. Pepe e Giacomo, que já estava de volta ao trabalho, relataram que durante a madrugada uma de minhas bates sofreu um ataque. Duas de minhas garotas morreram, também um barman e quatro garçons. Mas eu gostaria muito de pôr as mãos nos safados que fizeram isso, só que agora eu não sei se partiu de uma vingança or conta do que merecidamente eu fiz ao Giulio, ou, se trata de um ataque vindo do clã de Roma, meu principal rival. Ah, droga! Eu não sei nem o que pensar, pode ser também algum grupo que está se formando e tentando tomar o meu lugar, não sei ainda, só sendo quem for, vai amargar o arrependimento por ter vindo ao mundo. — O que foi? Por que você está tenso desse jeito? — Nicole me perguntou. Nossa que eu já nem aguento mais ouvir a voz dessa mulher. — Olha, depois eu conto a você, mas por hora... se você quer mesmo me ajudar, mantenha-se calada, por favor, eu te peço! Saio de perto dela e vou até a cabine do meu jatinho. Piloto e copiloto estão fazendo muito bem o seu trabalho, mas então eu digo a eles para que mudem a rota. — Para onde o senhor quer que desviemos a rota, senhor Baroni? — Para Roma, mas prestem bem atenção... Disse aos caras que me deixassem em Roma e em seguida levantassem voo para Catânia. Eu ficaria por lá sem que ninguém soubesse da minha presença, precisava investigar melhor o que tinha acontecido com uma das minhas boates e falando sério, eu tinha certeza de que o clã Salvatore estava envolvido até a raiz dos cabelos na ação que matou várias pessoas minhas. — O que houve? Por que parece que estamos mudando a rota? — pergunta Nicole. Ela pode até ser uma dondoca fútil, mas é muito observadora. — Um assunto que surgiu. — respondo sem dar margens para mais perguntas, ou, pelo menos eu tento. — Que assunto, Sebastian? — faço silêncio. — Sebastian, se estamos casados que tenho o direito de saber o que se passa com você? A fala de Nicole é coerente, ela tem mesmo esse direito e por isso eu a explico tudo conforme o ocorrido. Como esperado, ela ficou muito chateada com o que ouviu e logo disse para mim que eu poderia deixar aquilo em pune e, que se necessário fosse, os Satine me ajudariam. Bom, até que estar casado com ela tem lá as suas vantagens e a aliança é uma dela. — Eu agradeço a você, mas dessa vez eu dou conta sozinho. — falo, olhando bem fundo em seus olhos e acariciando a sua face. — Mas quero que vá para Catânia e não faça nada até eu retornar. — Você vai ter quem para o ajudar? — Pepe e Giacomo já estão vindo para cá, não se preocupe. Fui devidamente treinado para isso. — Pega eles, meu gato! — ela diz, em seguida me dá um beijo daqueles que se não fosse a ocasião, certamente esse voo seria mais divertido do que todos possam imaginar. Poucas horas depois chagamos em Roma. Desci do jatinho por volta das 10 da manhã e Giacomo, juntamente com Pepe, já me esperavam. Nicole nem chegou a descer e assim que o piloto recebeu permissão, eles levantaram voo novamente. Bom, pelo menos a minha esposa estava segura e agora era hora de agir. — Vocês descobriram algo que possamos tirar proveito? — pergunto logo de cara, enquanto caminho lado a lado com os dois. — Bom, o que soubemos foi que um integrante do clã de Roma andou sondando nossos estabelecimentos em Catânia, inclusive o mesmo cara que fez perguntas para as meninas da boate, antes do ataque! — relatou Pepe. — Então minhas suspeitas estavam corretas, eles estão mesmo por trás disso! — afirmo, só que Giacomo tem outra versão. Ele disse que talvez o clã de Roma pudesse estar querendo abrir uma espécie de posto avançado em Catânia para poder competir comigo e que o Giulio trabalhava para essa célula. Aquilo então explicaria o receptor da mercadoria que o safado vendia sem a minha autorização. Giulio foi na verdade uma isca para que essa tal célula pudesse se infiltrar no meu clã. Ah, mas isso não vai ficar assim, não vai mesmo! — Ficarei aqui por três dias, nesse período eu quero que vocês achem um ponto vulnerável deles. Vamos usar a tática do inimigo para feri-los sem que nem saiba de onde partiu o ataque! — dou as instruções, agora no interior da minha limusine. — E eu já até sei quem será a nossa isca. — diz Giacomo. — Precisa ser alguém de confiança, não podemos envolver traidores, já chega o Giulio! — afirmo. — Pode deixar, senhor Baroni. Eles ainda vão ganhar um bônus extra, já que nosso cavalo de Troia não é muito chegado a eles. — Está bem, eu confio em você, mas agora me leve para a minha mansão, preciso ver como está o meu arsenal. — o motorista assenti. — Já está na hora de um pouco de ação! *** Chego na minha mansão e minhas meninas já me olham com desejo. Fazem muitos dias que não tenho dado atenção a elas. Minhas meninas trabalham para manterem a minha casa em ordem e sempre que venho aqui, elas cuidam de mim de uma forma toda especial, se é que vocês me entendem. Bom, mas eu não estou com cabeça para prazer agora, preciso me concertar no que devo fazer daqui a três dias, já que esse foi o prazo que dei a Giacomo para que infiltrasse um de nossos agentes no clã de Roma. Henrique e Giacomo Salvatore pensam que eu não sou como o meu pai, mas infeliz mente eu sou e eles vão descobrir isso da pior maneira possível. — Precisa de alguma coisa, senhor Baroni? — uma das minhas meninas perguntou. — Preciso — ela me olha já com um sorriso no rosto — que você suma da minha frente! Ela mudou rapidamente a expressão. Eu sei bem o que ela queria, eu também iria querer, se não estivesse com a minha cabeça tão abarrotada de tarefas. A garota sai da minha frente na velocidade da luz, tanque que ao erguer a cabeça ela já havia desaparecido. Melhor assim, pois a única mulher que eu me atreveria a me deitar agora seria a Sarah, mas já que ela não está aqui, eu não quero me distrair com absolutamente ninguém. — Pronto, a pessoa já está onde queremos que ela esteja. — Giacomo me trazendo a melhor notícia do dia. — E como ele se chama? — Não é ele e sim, ela. Maria Lucia. Ela costuma se disfarçar de prostitutas para realizar seus trabalhos e agora mesmo, se não for exagero da minha parte, ela deve estar na cama de um dos Salvatore! A notícia é melhor do que eu imaginava. Uma mulher ferida pode ser um inimigo pior do que um exército inteiro, mas deixa estar, também vou adorar conhecer a essa tal Maria Lucia, já me interessei, ela ode vir a me servir para um propósito que acabou de passar pela minha cabeça. Mas isso pode ficar para depois, agora eu vou até o meu arsenal! *** O dia, melhor, a noite em que irei revidar, finalmente chegou, era a hora de fazer os meus inimigos pagarem caro pelos que eles fizeram e eu não posso, de modo algum, deixar que eles se sintam como se pudessem fazer o que bem entendem. Vão sentir na pele o peso da minha indignação. — Estamos prontos, senhor Baroni! — Giacomo dando-me o aviso. — Excelente! Me levanto, engatilho a minha arma e sigo para o carro. Estou devidamente equipado para a festa de logo mais, macacão confortável, um colete a prova de balas, coldres na cintura e nas pernas, suporte para adagas, estou mais parecendo um agente que está indo para a guerra e de fato eu sou. O sangue de pessoas que eu apreciava, foi derramado de maneira covarde e estúpida, agora chegou a hora de vingar esse sangue, cada um vai pagar caro pelo que fez. — A tal da Maria já está a posto? — pergunto apenas para confirmar. — Ela é maravilhosa o senhor vai ver só! — Giacomo confirma. — A essa hora o velho deve estar vendo estrelas. Dou uma risada sinistra. — A minutos, a única coisa brilhante da qual ele vai ver, será o brilho das balas saindo da minha arma bem na cara dele, aquele velho babão! Nossa vítima seria Andrei Salvatore, um mestiço de russo com italiano, que é filho de um dos primordiais do clã. Ele já era bem velho, então o que estou prestes a fazer é apenas dar uma ajudinha e manda-lo de uma vez por todas para o além. Para onde, aí eu já não sei! Chegamos bem frente da mansão do Andrei e entramos pelo rio que passa nos fundos da propriedade, evitando os sensores de calor e para isso, usamos óculos de visão noturnas. Enquanto estamos avançando, um dos cachorros sentiu o nosso cheiro, droga! Eu sempre digo, cachorros são infinitamente mais eficazes do que os mais modernos alarmes, só que eles têm um ponto fraco que nunca falha, desde que estejam com fome. — Cachorrinho! — para a minha sorte, este aqui está bem faminto. Levei comigo um belo bife, pois já suspeitava de que isso poderia acontecer. Dei um pedaço e o outro eu lancei para bem longe. Os rapazes repetiram o que eu fiz, pelo menos com os cachorros a gente não deveria se preocupar. Fiz um gesto de que deveríamos seguir em frente, diversos guardas faziam a guarda e o primeiro a cair foi o que se afastou dos demais para tirar a água do joelho. Coloquei o silenciador no meu fuzil e fui derrubando um por um. Um lúgubre silêncio se fazia naquela noite e os guardas que sentiam falta uns dos outros, eram abatidos, até que o alarma da mansão começou a tocar. — Já era, é agora! — disse aos meus homens. — Em frente! — Giacomo diz aos demais. Passo pelo terreno com minha arma e a cada disparo, um infeliz tomba ao chão, eu não me arrependo, pois eles tiraram a vida dos meus. Vou me esquivando, pois eles também começam a atirar. — Pode ir, senhor, nos te daremos cobertura! — um dos meus homens falou. Assenti e consegui, juntamente com Giacomo, chegar até a porta. Fico de guarda enquanto ele coloca os explosivos, mas para o meu azar, acredito que poderia ser um dos guardas, atirou me acertando bem no ombro. — Sebastian! — ouço o grito de Giacomo. — Não precisa se preocupar, prossiga! Ele fez sinal com a cabeça, nos afastamos e ele detonou os explosivos, arrebentando a porta super cara, do valho babão. Meu ombro está sangrando, então eu pego um daqueles curativos que os militares usam e amarrei bem forte, parando com o sangramento. — Dá pra seguir? — Giacomo pergunta. — Só se for agora! Subimos as escadas, matando os últimos guardas que faziam a segurança do velho, assim que entramos no quarto, Maria estava ao lado dele, vestida em uma camisola pra matar qualquer um. Caramba, que mulher maravilhosa, mas não posso pensar nisso agora. Mas como não pensar, com aquele cabelo preso para o alto em um r**o de cavalo, uma maquiagem sensacional e aquelas pernas... — Quanto querem? Eu posso pagar o dobro que prometeram a você? — o velho diz, implorando de joelhos. — Vamos, diga seu preço! Nesse momento eu retiro o meu capuz, mostrando a ele o meu rosto. — Sebastian Baroni! — ele olha para mim, assustado. — Isso mesmo, eu vi pessoalmente por que eu queria que o meu rosto fosse a última coisa que você veria, seu velho desgraçado! — falo, ele olha para Maria, que caminha até Giacomo. — Maria? Você? — ele fala, desolado. — Velho decrépito. Como pôde pensar que essa mulher ficaria com você elo dinheiro? — sorrio, ela também. — Meu preço é bem mais alto, senhor Salvatore! — ela responde. — Olha, eu não tive nada a ver com o ataque à sua boate, eu juro. Foi tudo armação do Sandoval, ele fez a cabeça do Lupe... — Vá para o inferno, velho desgraçado! Acredito que foi instantâneo, até que fui piedoso. Um único disparo e Andrei Salvatore já não estava mais entre nós. — Rápido! — Maria nos adverte. — Um contato meu na polícia está pronto para vir até aqui dentro de 15 minutos. — Então vamos! — digo a Giacomo. — Deixe para trás a pista que te falei! — Pode deixar, ela já está sendo plantada nesse exato momento! Eu disse que não tolerarei traições, de nenhuma parte! Deixamos a bagunça para trás e entramos na lancha, subimos o rio até onde os nossos caros ficaram estacionados. No caminho, vimos uma grande leva de viaturas indo na direção da casa de Andrei. Olho aquela cena com satisfação, vingança concluída! O dia amanheceu e eu já estava em casa. Naquela madrugada quando cheguei, Tulio foi chamado às pressas para nós, digamos, remendar, já que além de mim, outros três dos meus homens foram atingidos. Ossos do oficio. Carmo, um dos meus melhores, infelizmente ele foi atingido no fêmur e teve uma hemorragia grave. Tivemos de improvisar uma transfusão ali mesmo dentro do avião. Mas como na minha casa existe uma UTI particular, ele se encontra nela agora mesmo. Felizmente Tulio disse que o mesmo vai se recuperar, só precisará ficar fora de combate por um tempo. — Valeu por salvar a minha vida, senhor Baroni! — disse Carmo, com gratidão. — Você é um dos meus melhores, Carmo. Jamais deixo um dos meus para trás! Deixo-o na UTI e vou para o meu quarto. Sarah não sai do meu pensamento, mas agora não tenho tempo de ficar pensando nela, pois a confusão de ontem certamente ainda está longe de terminar. — E então? Já descobriram a pista? — pergunto a Giacomo. — Veja isto, senhor... Giacomo acopla um dispositivo móvel ao meu monitor de TV e o liga, reproduzindo uma mensagem! — Você vai pagar por isso, Sebastian! — era Nicolas Salvatore e a cara dele não é das melhores. — Você profanou o santuário da minha família e eu juro que o sangue do meu tio será vingado! Vai ter volta! E eu m*l posso esperar!
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