Capítulo 5

2110 Words
Bernardo Eu não estava muito afim de sair, mas Gáb estava animado o suficiente por nós dois, por isso acabei me rendendo as suas vontades. E até que eu precisava dar o braço a torcer e dizer que o lugar estava bem movimentado e convidativo, cheio de corpos suados e gente se.xy se remexendo sen.sualmente ao som de um arrocha no meio do salão escuro. Aquilo chamava a minha atenção e embora eu não fosse muito de dançar, eu sabia que quando chegássemos em casa o efeito do clima do barzinho me renderia uma noite muito, muito boa. O que eu não estava esperando para aquela noite era Gáb me aparecer com uma surpresinha. Uma bem agradável de olhar, para falar a verdade... O safado tinha um sorrisinho discreto nos lábios e puxava a garota pela mão, enquanto se aproximava de onde eu estava. Eu tinha visto toda a interação de longe, é claro. E apesar de Gabriel ter acabado por tropeçar sem querer na menina parada no meio do salão, as suas intenções com ela tinham mudado em algum momento da curta conversa que tiveram, pois aquele sorrisinho que ele ostentava em seu rosto era com toda a certeza um de seus truques quando ele queria “conquistar” alguém. Eu o conhecia como a palma da minha mão. E eu sabia que o seu próximo passo seria apresenta-la para mim para saber se eu estava de acordo. Era assim que agíamos quando queríamos compartilhar alguma mulher entre nós dois. E apesar de não estar esperando por uma investida dele aqui nesse local, não posso ser hipócrita e dizer que a escolha dele não tinha me agrado, pois agradou e muito. Não tínhamos o costume de nos envolver com mulheres daqui do pequeno e pacato bairro onde morávamos, afinal, já tivemos fofocas o suficiente com o nosso nome por conta da nossa relação e não queríamos assustar ainda mais esse povo de mente pequena. Mas talvez, só talvez, poderíamos abrir uma exceção para a ruivinha, caso ela topasse um se.xo casual e sigiloso. Meus olhos se encontraram com os de Gáb e eu vi o sorrisinho discreto se abrir em um malicioso. Seja lá o que ele estava vendo em minha expressão, deixava extremamente aparente o que eu estava pensando e em como eu tinha apreciado a bela companhia que ele tinha encontrado. Porém tratei de desviar os meus olhos daqueles dois e focar em minha bebida descansando em cima do balcão. Gáb era atrevido, mas eu era mais reservado e apesar de ter gostado da aparência da ruiva ao lado do meu namorado, eu não iria embarcar nessa até ter certeza de que a barra estivesse limpa. — Bernardo, essa é a Helô. — a voz de Gáb chegou até mim e ele falou o apelido da ruiva como se a conhecesse há anos, não a meros minutos, fazendo com que a garota corasse ao escutar aquilo. Sorri com a sua reação adorável e ela me olhou, ficando se possível ainda mais envergonhada. Realmente adorável. A pele dela era branca e o tom proeminente de rosa se destacaram em suas bochechas mesmo no ambiente escuro. Mas foram os seus olhos que me chamaram atenção. Uma cor de mel tão bonita, que era impossível não comparar aos tons quentes das folhas no outono. — Pagaremos uma bebida para ela, depois que eu derramei a minha em cima dela. — Nada mais justo. — brinquei e somente para provocar um pouco mais a pequena garota envergonhada a minha frente, pisquei para ela enquanto levava a minha bebida até a boca. A reação dela foi a que eu imaginei que ela teria. Rosto vermelho, sorriso acanhado e o olhar se desviando. Aqui estava uma garota claramente tímida e me perguntei pela primeira vez se ela toparia o nosso convite per.vertido. Tenho que admitir que seria bem pra.zeroso ir descobrindo os limites da pequena ruivinha a minha frente e ir fazendo-a se soltar conosco. — Não precisa se incomodar. — ela acabou murmurando em direção a Gáb e eu o vi rolar os olhos, fazendo sinal para Danilo, o dono do bar, se aproximar da gente. — Eu insisto. — Gáb murmurou sob o ombro, enquanto se debruçava sobre o balcão para fazer se visto no meio daquele monte de gente. Sim, o ambiente estava mais do que cheio, o que nos forçava a ficar um pouco mais próximos um do outro e eu aproveitei aquela deixa para encostar a ponta do meu joelho na lateral da coxa dela. Gáb era esperto e tinha a deixado entre nos dois de proposito. Helô sentiu o contato, mas não fez menção de se afastar e aquilo me trouxe um sorriso contido aos lábios. Aquilo poderia ficar bem interessante... — Aceite. — chamei sua atenção sorrindo sobre o meu copo de bebida e vendo com pra.zer os seus intrigantes olhos se desviarem brevemente para a minha boca. Ela sabia disfarçar bem, pois desviou tão rápido que se eu não estivesse prestando atenção não teria percebido. — Não é incomodo algum e ele é um chato quando coloca algo na cabeça. Ela sorriu acanhada mais uma vez, mas assentiu concordando com o que eu tinha dito. — Não acredito que veio. — três cabeças se viraram em direção ao balcão quando a voz de Danel ecoou. Os olhos escuros do dono do bar estavam em cima da ruiva e era claro que ele falava com ela, que continuava a sorrir daquele modo envergonhado. — Oi, Dani. — a voz ecoou baixa, ainda acanhada, embora o homem sorrisse abertamente. — Acabei não resistindo. — não me passou despercebido o modo in.timo como ela tinha falado com ele, e naquele momento continuei a me manter em segundo plano, enquanto deixava os meus ouvidos atentos para qualquer coisa que revelasse que aqueles dois tivesse algo, afinal, não era segredo para ninguém que o homem em questão embora fosse casado e pai de duas meninas, tinha vários casos fora do casamento. — Até irmos embora, você estará dançando como uma profissional. — ele brincou e apesar dela rolar os olhos, pude ouvir um riso divertido ecoar. — E ai, Gáb. O que vai querer? — aparentemente Daniel se lembrou que Gáb estava esperando para ser atendido e lançou aquela pergunta com a sombra do sorriso que aquela conversa com Helô lhe proporcionou. — Vejo que conheceram a minha prima. Gáb aparentemente estava pronto para lhe responder, quando ele continuou a falar e eu vi a boca do meu namorado se fechar. Os olhos verdes de Gabriel se encontraram com os meus e eu enxerguei ali a mesma pergunta que eu estava me fazendo naquele momento. Então aquela era a prima que eles tanto comentavam que estava para vim? Pu.ta que pariu! Heloisa Meeeeerda! Por que mesmo que Daniel tinha que aparecer justo agora? Okay que ele era o dono e atendente do bar, mas precisava mesmo ter aberto o bocão para dizer que éramos parentes? É claro que aqueles dois gatos iriam se afastar quando soubessem que eu fazia parte da família gigante e cheia de homens ciumentos, exatamente como se afastaram quando ouviram Dani. Não que algo fosse acontecer, mas não custava sonhar, não é mesmo? A conversa ou pelo menos o comecinho dela estava sendo legal. Eles estavam sendo legais e cheio de sorrisos, mas o clima que estava leve e até mesmo um pouco sugestivo para algumas trocas de olhares acabou esfriando quando Dani abriu a boca, e depois que eu aceitei a bebida que Gabriel me pagou, acabei saindo dali com a desculpa de que eu precisava encontrar com a minha irmã. Não era totalmente mentira, mas eu poderia e gostaria de ter ficado na companhia deles mais um pouco, mas até eu conseguia entender quando o clima tinha acabado totalmente. E quando os dois concordaram com um aceno de cabeça e um sorriso um pouco sem graça, aquela foi a minha deixa para cair fora. Aquela noite tinha começado comigo animada, porém desanimei completamente, ainda mais quando me sentei à mesa onde minha irmã e minha mãe estava e vi que Henrique continuava ali perto. — Não faça essa cara. Quaisquer uns dois gostosos ali estão fora do seu alcance. — olhei para Paula assim que ela cochichou em meu ouvido. Como era possível? Estava tão na cara assim? — O que? Eu não... Eu... — me fiz de desentendida e desviei o olhar, ignorando-a enquanto bufava e tratando de me concentrar naquele monte de gente dançando. Qual era a dela, afinal?— Por que? — quando o silencio ficou incomodo e eu não me aguentava mais de curiosidade acabei fazendo a infame pergunta, tendo que ignorar o riso sarcástico e divertido que Paula dava as minhas custas. — Não que eu me importe, é claro. — acabei rindo também, porque até eu tinha que reconhecer que aquela tentativa minha de parecer desapegada era inútil. — Porque eles são gays, Helô. É só por causa disso. — os braços finos e longos de Paula pousaram em meus ombros e ela me puxou para um abraço de lado, a voz ecoando suave e gentil ao meu ouvido, pois com toda certeza percebeu meu tom levemente – totalmente – ofendido. — Você é gata para cara.lho, com toda certeza teria chance com qualquer um deles, se não fosse por esse pequeno detalhe. Eu poderia até ligar para o que ela estava falando ou até mesmo agradecer pelo elogio, se não fosse pelo fato de que eu estava no mínimo chocada e levemente entristecida com a informação que eu tinha acabado de receber. Eu podia jurar que tinha rolado um flerte da parte deles. Olhei em direção ao bar, onde eles ainda estavam e vi Gáb e Bernardo sentados um de frente para o outro. A principio, o mesmo de.sejo de antes se instalou em meu corpo, afinal, eu precisava ressaltar que eles eram muito, muito gostosos. Gabriel com aquele sorrisinho sem vergonha e os olhos verdes que, minha nossa senhora... Os ombros largos e os músculos preenchendo cada centímetro daquela camiseta que ele usava, só serviam para compor o quadro de gostosura. Deus realmente tinha sido generoso com ele. E a mão dele? Pai amado... Sim, eu reparei até mesmo nisso! Mãos macias, dedos longos e uma mão gigantesca que cobriu a minha quando ele a pegou e me puxou com ele pelo bar. Eu até posso ser envergonhada por natureza e ter dificuldade em me entrosar com gente desconhecida, porém eu não estava morta e não podia me considerar santa. Conheci o pra.zer do se.xo e apesar de não ter feito muito, eu já tinha lido o suficiente para poder conhecer o meu próprio corpo e ficar sabendo onde eu sentia mais pra.zer. E somente imaginar aquelas mãos, aqueles dedos... Minha nossa... Engoli em seco de repente e tratei de pegar o copo que estava na mão de Paula, bebendo o liquido rapidamente e fazendo uma careta ao sentir o gosto amargo e r**m de cerveja na ponta da minha língua. Não pude evitar de dar mais uma olhada e agora meus olhos recaíram em Bernardo. Po.rra, ele tinha uma tatuagem! Uma parte do desenho ultrapassava a manga da camiseta escura que ele usava, e eu quis, ansiei de vontade de saber o que era, de tocar aquela pele escura e totalmente convidativa... Pu.ta que pariu! Aqueles homens enormes. Agora, na segurança da minha cadeira e em uma distancia considerada, eu conseguia raciocinar e observa-los à vontade e minha nossa senhora, eles eram uma bela de uma visão para meus olhos ávidos. Bom... Talvez eu não pudesse observa-los tão à vontade assim, afinal... Pois como se sentisse que tinha uma pessoa secando-os descaradamente, os olhos escuros de Bernardo se encontraram com os meus e eu não consegui desviar o olhar nem mesmo se eu quisesse. E francamente? Eu realmente não queria. Os dois, Bernardo e Gabriel, estavam inclinados um para o outro. Esse ultimo sussurrando alguma coisa no ouvido de Bernardo, que tinha um sorrisinho discreto nos lábios. E eu não pude deixar de ficar curiosa sobre o que eles estavam falando e quando não cheguei a conclusão nenhuma, preferi imaginar que fosse algum tipo de safa.deza, pois aquilo era muito se.xy. E quando os olhos escuros se encontraram com os meus e ele umedeceu seus lábios, eu senti uma pulsação gostosa entre as pernas ao mesmo tempo em que podia sentir uma umidade crescente lá. Ca.ce.te! O que era aquilo?! Eu estava tendo pensamentos nada puros sobre aqueles caras. Aqueles caras que agora eu conseguia enxergar que estavam em um relacionamento um com o outro.
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