Dominik Barette suspirou fundo. Estava totalmente frustrado e chateado.
Ele agora estava casada com a mulher dos seus sonhos.
Charlote.
Céus, ele imaginava que uma casa grande e espaçosa poderia representar uma padrão da vida que ele queria com a vida de casado ao lado de Charlote. Mas não imaginava que ela iria usar aquilo como uma brincadeira nada divertida de pique esconde dia após dia.
Ele parou no meio da imensa sala e ficou parado. Pensando onde ela poderia estar agora. Parecia que ela sabia onde se esconde ou onde estar pra não vê-lo. Era incrível isso.
Ela tinha o dom de se esconder. Em poucos dias ele já sabia alguns detalhes dela.
Como sabemos, o casamento arranjando e de acordo foi feito. Os dois não tiveram tempo de se organizar.
Os olhos azuis descrente de mais um dia tentando brincar de gato e rato com ela.
Bem, não fazia nem uma semana que o casamento havia sido realizado e os dois finalizaram a noite comendo os bem casados da festa. O momento mais libertador é onde ela talvez entendesse que ele não era r**m aquilo.
Ele precisava provar isso pra ela.
Dominik achava que podia. Pelo menos pra ela.
Era um sábado. Ele queria a companhia dela, queria avisar algumas coisas sobre o primeiro fim de semana dos dois.
Mas como querer a companinha de alguém que não queria a dele? Que estava se escondendo?
Charlote estava casada. Mas não seria ele que obrigaria ela a nada.
Ela havia deixado claro que faria a vida daquele homem um inferno se continuasse com a ideia do casamento. Talvez conseguisse.
Havia entrado em uma espécie de negação.
Não queria nem olhar pra cara de Dominik.
Com aquele tamanho de casa e terreno envolta deles. Isso se tornou uma tarefa mais que fácil pra ela.
Estava acostumada a se esconder de pessoas que moravam com ela. Desde que era uma garotinha.
Ela estava agora embaixo de uma árvore. Estava perto da piscina, mas bem alocada em um canto. Com uma garafa de água ao lado e um livro que ela havia achado na mesa de cabeceira do seu quarto. Ele falava sobre Londres e seus pontos turísticos, com dados até relevantes e alguns não, como a média que 80mil guarda-chuva são perdidos no metrô de Londres.
Aquilo fez ela rir.
"Isso é uma piada."
Sussurrou baixinho.
Ela fechou o livro e olhou ao seu redor.
Bem, de alguma forma se instalou uma tranquilidade nela. Agora ela tinha uma casa, pessoas ao redor querendo ajudá-la. Mesmo que fosse pelo trabalho delas.
Não havia a mãe autoritária falando o que uma mulher deve ou não fazer. Nem mesmo o pai com as medidas ruins de tomar decisão e nem mesmo os irmãos.
Era... Como ela poderia dizer... Libertador.
Mas toda a tranquilidade sumia quando ela lembrava-se que tinha um quase completo estranho naquilo tudo.
Como ela havia dito. Charlote não era como uma boneca e não iria facilitar as coisas. Não iria aceitar a situação, mesmo que fosse algo melhor agora.
Mas ela também não queria continuar. Mas como sair de algo que começou a menos de poucos dias?
Não tinha muitas formas disso acontecer. Toda família e todas as pessoas que conheciam iriam fazer perguntas e dizer algo que poderia estragar tudo, ela não queria isso.
Se mexeu quando viu as luzes do jardim apareceram, céus, ela devia ter se ligado que a noite já havia quase se instalado por completo.
Mas não foi isso que deixou ela alerta.
Foi o fato que alguém iria até ali, foi assim nos outros dias até aquele momento.
Se esconder.
Não bater de frente.
Respirar o mesmo ar não era uma coisa boa, mas não tinha muito o que ser fazer.
Algumas coisas eram mais fáceis que outras.
Ela avistou Dominik, se encolheu e não se mexeu, se ela desse sorte, ele não iria vê-la ali.
Ele devia ter chegado do trabalho.
Bem, isso explicava o terno bem colocado e a gravata azul. Ele era um bom homem. Ele tinha olhos marcantes e que de alguma forma fazia ela não encarar ele tanto. Parecia que poderia surgir uma ameaça por um simples gesto.
Ele demorou um pouco a vê-la, mas avistou a garrafa de água, caminhou até a árvore e parou, vendo a garota se levantar.
Ela estava usando um vestido azul bonito e fino, do tipo que ela bate e faz um movimento leve, só vai mais forte quando ela coloca a mão, batendo a grama dele.
"Parece que está quatro à zero para você, querida." Mesmo com os truques dela. Ele entendia o tempo dela.
Dominik havia escolhido ela.
Contraa vontade dela. Ele não podia ligar agora se ela quisesse o tempo dela. Não queria despertar ainda mais a frustração e raiva dela, o que poderia se tornar um ódio. Ele não queria mais alguém odiando ele.
Já tinha pessoas demais fazendo isso.
Ele sabia que tinha tempo de sobra pra trazê-la para perto e fazer ela ver que ele é incrível e que poderia fazê-la a mulher mais realizada do mundo. Charlote só precisava se abrir e confiar nele.
Ele realmente via algo nela.
Tinha uma atração vibrante, uma empolgação proibida a respeito dela, algo que beirava a loucura e fazia ele aceitar aquilo, aceitar até dormir em quartos diferentes, quando a vontade dele era apenas de colocá-la em seus braços e amá-la loucamente.
"Não me lembro de estar marcando um placar." Ela se moveu, o rosto genuíno e os olhos tranquilos. Aquilo não era bem a expressão de quando ela pisou na casa.
Veja, para Dominik aquilo era uma luz no fim do túnel. Do tipo ninguém pode tirar a satisfação de ter.
Apenas ela.
Mas ela não sabe. Charlote estava mais certa das coisas, sem medo ou a incerteza
Isso era um ponto pra ele.
Ele não via a hora dela ser dele.
Charlote se moveu e começou a caminhar pra dentro, ele se colocou bem ao lado dela.
"O que fez de bom hoje?"
Houve um pequeno pensamento na cabeça dela, um que falava pra nem responde. Mas outro falava pra ser ao menos educada.
"Arrumei algumas coisas. Me alimentei, tomei sol e também li um pouco."
"Muito bom, você não conheceu a biblioteca que fica no meu escritório, não é?"
"A sala cheia de caixas e uma mesa de mogno?" Fez ironia, ela sabia que a mudança ainda tinha coisas para serem colocadas no lugar.
"Você ainda não entrou lá, não é?"
"Uma vez, não tinha nada para ver lá. Não sou de bisbilhotar."
"Lá também faz parte da sua casa."
Ela parou de andar e se virou. A luz do jardim e até o céu escurecendo deixou o rosto dele lindo, com uma iluminação natural que até fez ela se esquecer exatamente o que iria falar.
"Eu posso arrumar o que ler." Dominik se inclinou e pegou o livro da mão dela. "Ei?"
" Londres? Você está lendo um guia turístico de Londres?"
"É um livro normal, tem várias informações."
"Como a quantidade de guarda-chuva perdido?" Ele riu e entregou o livro para ela. Charlote ficou um pouco chocada com a informação.
"Você já leu?" Ele balançou a mão e se moveu.
"Venha, eu posso te mostrar uma coisa incrível agora. Acho que você pode gostar desse lugar, assim não precisa ficar se esconde do atrás de uma árvore, pode ler no melhor lugar da casa."
Ela ficou com a pulga atrás da orelha.
A garota sabia que ninguém havia deixado ela tão na dela. Tão tranquila em anos.
Viver na casa do pai e da mãe havia sido tão exaustivo assim pra ela estar gostando de morar com ele? Uma pessoa que fez de tudo para aquele casamento forçado?
Bem ela já havia escutado que a primeira coisa r**m que uma pessoa passa sempre vem da família.
"Acho melhor ir pra cima e tomar um banho."
"Por favor, não faça isso. Não precisa me evitar. Eu não sou como uma lepra r**m e contagiante, que precise te deixar longe de mim. Eu não mordo, Charlote. Não vou te fazer mal."
O m*l já havia sido feito quando ele não deixou ela se livrar do casamento.
O que tinha agora?
" Certo, tudo bem."
Então ela caminhou de volta pra casa. Em minutos ela atravessa o corredor, as janelas todas iluminando e deixando um ambiente sossegado. Com um cheiro de madeira bem cuidada.
Dominik abriu a porta, seu escritório era a parte mais importante para ele, os negócios poderia tomar o tempo dele e o conhecimento, ele nunca deixava de pensar e de ver coisas, de ter conversas longas.
Suas coisas do antigo escritório estavam ali. Todas foram das caixa e nós seus devidos lugar. Com mais algumas coisas de cunho pessoal dele.
O sofá de couro ficavam no canto, quase de frente para uma poltrona. Fazia um espaço aconchegante com uma mesa de centro e um tapete de pele de urso. Havia as estantes embutidas na paredes com volumes grandes e pequenos.
Eram tantos que Charlote precisou rodar pra ver o espaço envolta dela. O cheiro de livro encheu as narinas dela. A mesa dele ficava de frente para uma janela do chão ao teto, com cortinas longas e escuras. Era de mogno puro e escuro, com algumas coisas sobre ela já.
Havia um aparador e um pequeno móvel de vidro com copos e taças. Uma pequena adega anexada na parede, com whisky caros e vinhos.
A sala em um todo era armonioso.
Seus olhos caíram sobre uma parte da parede próximo a mesa. Era um expositorio de vidro anexado na parede, quase da altura dela.
Nele havia o nome Barette e depois abaixo, havia armas, não qualquer arma. Uma evolução de cada peça da indústria que Dominik era dono e administrava.
Eram armas de verdade. Um arrepio r**m passou por ela.
Ela não gostava daquilo, não gostava de ter tanto fogo dentro de casa, já odiava as do pai quando mais nova.
Dominik observou a forma que ela encarou as armas. Ali ele soube que talvez ela fosse não gostar muito do que vinha além de uma parede cheia de armas antigas e até novas.
Bem, ele não era perfeito.
Ele tinha aquilo no sangue.
Era o negócio da família.