Mael
Uma coisa que aprendi desde cedo é que na vida precisamos fazer o que for necessário para a nossa sobrevivência.
E é exatamente isso que venho fazendo desde que a minha mãe morreu há seis anos atrás.
Sou filho do Emanuel, mais conhecido como Caveira, bom, pelo menos enquanto era vivo.
O meu querido pai nunca foi presente na minha vida, ele teve um breve relacionamento com a minha mãe quando ela tinha dezesseis anos e ele vinte e oito e era casado.
Eu sei, nada convencional.
A minha mãe sempre foi ingênua, era uma mulher sonhadora e acreditava fielmente nas juras de amor que o meu querido pai a fazia.
Já eu, não.
Assim que ele descobriu que ela estava gravida deu um pé na b***a dela, como já era de se esperar, jogou a desculpa de que já tinha uma família e que não poderia assumir ela e muito menos eu.
Mas ele não contava que a esposa não era boa o suficiente para lhe dar um herdeiro, diferente da minha mãe que logo de primeira engravidou de um menino.
Com o passar dos anos ele acabou me aceitando apenas para ter alguém para continuar com o seu legado.
Ele era um babaca do c*****o e eu espero que esteja queimando no fogo do inferno.
Eu vivi bem com a minha mãe até a morte dela, ela era uma mulher forte, me criou sem precisar da ajuda do meu pai e eu a amava tanto.
Pena que depois de sua morte eu descobri que o amor é a fraqueza dos tolos.
Com quatorze anos eu precisei ir morar com o meu pai e a minha madrasta, a mulher era completamente insignificante dentro de casa, o meu pai sempre deixou claro que ela só servia para satisfazer as vontades dele, o que deixava ela nitidamente irritada.
Quando fiz quinze anos o meu pai começou a me questionar sobre algumas coisas, incluindo quando eu largaria a escola e começaria a trabalhar na boca.
Uma coisa que a minha mãe sempre conversou comigo foi sobre os meus estudos, ela sempre falou que independente do futuro que eu escolhesse, eu deveria me formar e não ficar deslumbrado com a vida errada que o meu pai levava.
Ela sempre falou o quanto tudo era errado e sempre se lamentou por ter escolhi um pai tão miserável para mim.
Eu sempre me lamentei por isso também.
Lembro de quando comecei a namorar pela primeira vez, antes de ser intoxicado pelo veneno do meu pai.
Eu levei a garota na minha casa, sabia que a minha madrasta estava viajando e que o meu pai ficaria até tarde na boca.
Estávamos na sala assistindo quando ele chegou, lembro de sentir o meu sangue gelar, ele olhou por longos segundos para a minha namorada e com um sorriso assustador subiu para o seu quarto.
Ele não disse uma palavra, mas nem precisava, eu sabia muito bem as coisas sujas que passavam pela cabeça dele.
O meu pai sempre foi podre.
No dia seguinte enquanto eu tomava café ele entrou na cozinha e se sentou à mesa comigo.
Anos atrás.
– Então resolveu arrumar uma namorada. – Engoli seco e afirmei com a cabeça. – Estava começando a achar que você e aquele Enzo se pegavam. – As suas palavras saíram carregadas de nojo e preconceito.
– Enzo é só meu amigo. – Ele sorriu.
– A garota é gostosinha. – Ergui o olhar. – É virgem? – Respirei fundo.
– Não sei.
– Então ainda não comeu a garota?
– Não tenho pressa com isso.
– Se quiser eu posso ensinar algumas coisas a ela. – Ele falou com um sorriso malicioso nos lábios.
– O senhor tem o triplo da idade dela. – Falei com nojo.
– Não seja tão puritano, as garotas de hoje em dia são todas vagabundas, não pense que a sua namoradinha é diferente. – Ele falou com desdém. – Me deixe cinco minutos sozinho com ela e você vai ver como ela abre as pernas para mim.
– Não tem vergonha de falar essas coisas? O senhor é casado.
– Sou casado porque precisei casar para assumir o morro.
– Não ama a sua esposa? – Ele deu risada.
– Amor? Por favor, Mael, amor não existe, você precisa entender o quanto antes que se quiser acreditar nessas tolices vai ser fraco e qualquer um vai te derrubar.
– O senhor algum dia sentiu alguma coisa por alguém? – A minha voz saiu recarregada de mágoa.
Não que eu esperasse que ele gostasse de mim, mas eu era o seu filho, algum dia ele deve ter sentido algum tipo de afeto por mim.
– Não Mael e te aconselho a fazer o mesmo. – Ele se levantou e saiu da cozinha me deixando sozinho.
Isso não deveria doer tanto vindo de alguém que eu sabia que não tinha um coração, mas doeu.
Atualmente
Depois de ouvir do meu próprio pai que ele nunca sentiu nada por mim e nem por ninguém, eu comecei a ser mais como ele.
Percebi que ele tinha tudo, ele tinha o mundo aos seus pés e não precisava amar ou sofrer por ninguém para ter o que queria na vida.
Então por que eu precisaria daquele sentimento?
Eu amava a minha mãe, ainda amo, mas esse sentimento me fez tão m*l, quando ela morreu eu senti que tinha morrido com ela.
Então resolvi enterrar aquele garoto bom, amoroso e simpático e comecei a ser mais como o meu pai.
O que ele não esperava me ensinando aquilo era que eu acabaria ficando pior que ele.
Eu me tornei uma pessoa desprezível, não consigo sentir nada por ninguém, faço o que quero, pego o que quero e não me importo com os danos das minhas ações.
Para mim, a única coisa que importa é o meu crescimento e para estar sempre acima de todos, eu derrubo quem for.
Eu quero mais poder, quero mais dinheiro, quero comandar o resto da cidade que ainda não come na minha mão.
E para isso eu preciso derrubar quem está do outro lado, Ravenna vai ser o meio mais fácil e rápido de derrubar a sua própria família.
PARA INFORMAÇÕES SOBRE A SAGA COM.PLETA DE PROMETIDA AO TRAFICANTE ME CHA.MA NO INS.TA.GRAM @AUTORAJENNIFERSTACY