CAPÍTULO 7

1558 Words
BRIANA MORRIS Graças a Deus, hoje é sexta-feira. Estou trabalhando no grupo Thompson há três dias, mas parece que já se passaram três anos. Denner não está pegando leve comigo no trabalho, ele parece fazer tudo para me irritar ou me deixar m*l diante dos membros da diretoria. Mas esse gostinho não darei a ele. Tenho trabalhado nesses últimos dias mais do que trabalhei em um mês inteiro. — Com licença, senhorita Morris, o senhor Thompson está querendo saber se a proposta de racionalização e adequação dos serviços de apoio da Oil Company já estão prontos. Eu acabo sorrindo porque ele só pode estar de brincadeira com a minha cara. Eu sou muito eficiente com números, mas não sou uma máquina que trabalha vinte e quarto horas sem parar. — Diga a ele que não, mas assim que ficarem prontos eu mando entregar na sala dele. Ela arregala os olhos, me encarando. — A senhorita quer mesmo que eu diga isso? — Ela parece sentir medo do Denner. — Por que está perguntando isso? Está com medo dele? Ela respira fundo. — Ele disse para que eu não voltasse lá sem esses documentos e já está no final do expediente, então... — Entendi. Pode deixar que eu mesma falarei com ele, pode ir para casa. — A senhorita tem certeza disso? — Tenho sim, pode ir. Ela balança a cabeça concordando e sai da sala. Quando estou prestes a me levantar para ir enfrentar o i****a, o meu celular toca. Quando vejo quem está ligando, me sinto até m*l, já estou na cidade há alguns dias e nem mesmo tive tempo de ligar para a minha única amiga. — Duda! — Atendo empolgada para disfarçar o meu constrangimento. — Estou impressionada que ainda se lembre meu nome, sua ingrata. — Duda, me desculpa. — Não! — Me perdoe então. — Já disse que não. Se não tem consideração por mim, por que tenho que ter com você? Voltou para a cidade e nem mesmo teve a decência de me ligar. Fiquei sabendo por acaso quando encontrei a sua mãe. Não vou te perdoar jamais. Ela quer alguma coisa, pois sempre faz esse drama quando quer me arrastar pra algum lugar. — Pode falar, sabe que faço tudo para que me perdoe. Ela dá uma risadinha do outro lado da linha. — Tudo mesmo? Qualquer coisa? — Fala de uma vez antes que eu me arrependa do meu pedido de perdão. — Hoje é o aniversário do Justin, vamos comemorar em uma boate chique daquelas bem badaladas e você vai junto, ou não te perdoo. Eu sabia que ela iria inventar uma coisa dessas, afinal quando a esmola é demais o santo desconfia e isso é típico da Duda. — Duda! Sabe que não me sinto bem nesses tipos de ambientes. — Você não se sente bem em ambiente nenhum, Briana, tem que parar com isso e começar a viver mais. Tem que se divertir, ser mais sociável. Eu sou a sua única amiga. Eu e meu noivo queremos comemorar o aniversário dele com você e alguns amigos, é pedir demais isso? — Eu tenho trabalho a fazer e muito. — Você sempre tem muito trabalho a fazer, Bri. Quando não é trabalhando é estudando, tem que começar a aproveitar um pouquinho também, sabia? Já chegou no topo, está onde sempre quis chegar, agora é aproveitar e colher os frutos do seu esforço. Ou vem com a gente, ou eu, a sua única e mais fiel amiga, não te perdoo. Você é quem escolhe. Como eu disse, ligou o modo drama, modo Duda de ser. — Tudo bem, eu vou. — Ela não me deixa muitas opções. — Excelente, vou te mandar o endereço e nos encontramos lá mais tarde. Tchauzinho. — Ela desliga a ligação o mais rápido que consegue, para não me dar tempo de mudar de ideia. Guardo o celular e saio da minha sala indo até à sala do CEO, mas quando chego a secretária dele já não está mais. Então, tudo o que me resta é entrar na sala. Dou duas batidinhas à porta, mas ninguém responde nada, então a abro já que ele estava com tanta pressa para receber o documento que não vou conseguir entregar hoje. — Senhor Thompson, é impossível... Jesus Cristo — falo colando as mãos nos olhos e me virando de costas para ele. O infeliz está com uma mulher montada em seu colo, sem blusa, no maior amasso. — Será que não tem educação para bater à porta antes de entrar? — ele fala com raiva. — O escritório não é lugar para as suas safadezas, senhor Thompson, quer fazer isso procure um hotel ou vá para a sua casa. — Tudo o que eu não queria era ter que passar por esse constrangimento. — Marina, depois conversamos sobre o que aconteceu aqui, aguarde a minha ligação — ele fala para a mulher, em um tom de ordem. — Tudo bem. — É tudo que ela responde calmante. Mas eu também não vou ficar aqui. Quando dou um passo para sair, ele me para. — Você fica. Eu não acredito. Me viro novamente e vejo a mulher já vestida, pegando uma bolsa que estava em cima do sofá. Ela passa por mim, sem nem mesmo olhar para o lado. É como se eu não existisse, mas também não me importo com isso. — A proposta... — Quero a proposta agora mesmo. Ele me interrompe sem me deixar terminar a frase. Eu acabo sorrindo do petulante. — A proposta de racionalização e adequação dos serviços de apoio da Oil Company ficarão prontos na segunda-feira, tendo em vista que amanhã é sábado e eu não trabalho aos sábados. Você só me pediu essa proposta hoje pela manhã. Tenha uma péssima noite. — Acha que por ser amante do meu pai pode invadir a minha sala e tentar me dar uma lição de moral, coisa que nem mesmo você tem? Ainda por cima tem coragem de falar que não deu conta de fazer um trabalho que foi solicitado a você e não está pronto porque não trabalha aos finais de semana? Realmente, você acha que está no controle de tudo? Respiro fundo para não perder a cabeça, afinal estamos na empresa e aqui ele é o CEO, filho do homem que mais venero nessa vida. Se estou aguentando passar por tudo isso é por ele. Então irei manter o profissionalismo e não perder a cabeça. — Em primeiro lugar, f********o no seu escritório não é um exemplo que um CEO de respeito daria. Em segundo, você só pode ser louco se achava mesmo que eu daria conta de elaborar uma proposta como essa em apenas um dia. Eu faço o meu trabalho com excelência e sem erros, ninguém nesse mundo faria uma proposta dessas em um dia. Elaborar uma proposta desta magnitude levam dias de trabalho e pesquisas, mas vou fazer tudo isso em apenas dois. Quer a proposta? Você a terá, mas apenas na segunda-feira. Ele sorri, debochado. — Então aproveite para me trazer junto com a proposta, a análise do resultado operacional da Oil Company. Vamos ver se é tão boa assim mesmo. É nessa hora que mando todo o meu profissionalismo para a p**a que pariu e perco a cabeça. Eu não sou assim, não gosto de confrontos diretos, mas o Denner tem um poder de me desestabilizar de tal modo que ainda não entendo como ele consegue. Ele me leva ao meu limite em fração de segundos. — Acha divertido fazer isso comigo, Denner? Isso é abuso de poder e você não é a p***a do meu chefe, o Oliver que é. “Sou funcionária do grupo Thompson e se estou aqui é por ordem direta do Oliver. Estou fazendo o meu trabalho muito bem, então pare de agir como um moleque mimado e aja como o homem que o seu pai te criou para ser, um homem como ele. “Seja o CEO que o seu pai espera que seja e larga do meu pé porque o c*****o dessa guerra que está querendo entrar comigo você não vai vencer, isso eu garanto, seu idiota.” Falo tudo de uma vez, sem nem ao menos pensar direito no peso que as minhas palavras têm. Se ele já achava que eu era amante do seu pai, agora então. — Senhor Thompson para você, já deixei claro isso mais de uma vez. Nunca te dei i********e para me chamar pelo primeiro nome e aqui você é apenas uma funcionária como qualquer outra. “Se não fizer o seu trabalho será demitida e nem mesmo o meu pai poderá me impedir de fazer isso. “Quer medir forças comigo, senhorita Morris? “Ótimo, vamos em frente então. “Seus dias aqui estão contados, desde o dia em que teve a ousadia de colocar seus pés nesse prédio. “Agora se retire da minha sala e me traga tudo o que eu a solicitei na segunda-feira, ou teremos um problema muito grande para resolvermos.” Engulo em seco todos os xingamentos que quero jogar na cara dele, saindo da sala. Esse dia pra mim já deu o que tinha que dar, vou encontrar a minha amiga e tentar relaxar um pouco que é o melhor que eu faço no momento.
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