DENNER THOMPSON
Depois da minha discussão com Briana Morris no elevador, tive uma tarde péssima.
Tudo me tirava a paciência e tudo contribuía para ouvir o nome dela a todo maldito instante.
A preeminente diretora financeira, o achado do meu pai, é assim que todos se referem a ela, mas m*l sabem a custo de que ela está aqui.
No final do dia, vou para o meu apartamento e não para a mansão dos meus pais.
Não estou em condições de ver o meu pai na minha frente e muito menos em condições de olhar para mamãe sendo amorosa e carinhosa com ele.
É capaz de eu explodir e ela não merece isso.
Eu vou dar um jeito em tudo antes de conversar sobre isso com ela. Primeiro tenho que me livrar daquela serpente, acertar as contas com o meu pai e só depois conversar com a minha mãe.
Chego no meu apartamento e vou direto para o quarto.
Estou tirando a roupa quando recebo uma mensagem no celular.
“Queria muito te ver hoje.”
Marina, Marina...
Não é assim que as coisas funcionam.
Eu vou até você e não o contrário.
Meu contrato com ela não será renovado, já estamos tempo demais juntos e ela já está começando a achar que tem direitos sobre mim, que não possui.
“Sem chance.”
É tudo o que respondo antes de terminar de me despir e ir para o banheiro.
Hoje o dia não foi fácil e tudo o que quero é me jogar na cama e dormir.
Nem ao clube me dei ao trabalho de ir hoje, meu avô Fred que cuide das coisas por lá que hoje não estou no clima para isso.
Depois tomar um bom banho, enrolo a toalha na cintura e vou até o closet. Visto apenas uma cueca, logo depois saio do quarto e vou para a cozinha a fim de preparar algo rápido para comer.
Não gosto de gente no meu apartamento.
Nem sempre passo a noite aqui, mas gosto de ter sempre ter os armários e a geladeira abastecidos, por isso apenas três vezes na semana uma equipe vem fazer a limpeza e cuidar de tudo da maneira que eu gosto.
Depois de jantar, volto para o quarto, jogo o celular na cama e me entrego ao cansaço.
Não demora muito até que finalmente consiga dormir.
***
Levanto pela manhã sem precisar de um despertador para me despertar, aprendi a controlar o meu corpo para acordar todos os dias sempre no mesmo horário, independente da hora que vá dormir na noite anterior.
Vou para o banheiro, faço minha higiene pessoal e em meia hora estou pronto para mais um dia de trabalho.
Vou à cozinha, faço apenas um café bem forte e logo após tomar saio em direção ao um grupo Thompson.
Chego na empresa e estaciono o carro na vaga destinada ao CEO. Logo em seguida vou para o elevador privado que tem no estacionamento e leva direto para o andar da presidência.
Geralmente não costumo usá-lo, pois gosto de entrar na empresa pela recepção e cumprimentar os funcionários.
Mas desde que fiquei sabendo do caso do meu pai com aquela mulher não tenho andado de muito bom humor. Então, para não correr o risco de tratar ninguém m*l, porque o problema é meu e não deles, resolvi usar o elevador privado.
Como sempre chego na empresa bem cedo, quando saio do elevador minha secretária ainda não está em seu devido lugar.
Ela chega apenas mais tarde.
Vou direto para minha sala, mas ao abrir a porta tenho uma grande surpresa.
A mulher que se tornou um problema para mim, está sentada na minha cadeira, encolhida.
E como se isso não fosse o suficiente, ela está com a saia levantada mostrando lindas pernas, o que é uma p***a.
Eu me aproximo mais dela e a vejo dormindo serenamente. Olho para a mesa e encontro uma pasta que pego.
Quando abro me deparo com o balancete anual completamente detalhado que até uma pessoa que é leiga no assunto entenderia o que está escrito.
O que ela pensa que eu sou, um inútil que não sabe ler planilhas?
Volto a olhar para ela e é impossível não passar os olhos por seu corpo.
A desgraçada até que é bem linda, suas curvas são de...
Mas no que estou pensando?
Essa mulher é o motivo de toda a minha irritação.
— Senhorita Morris! — falo seu nome e ela nem se mexe na cadeira. — Senhorita — falo um pouco mais alto e nada. — Briana!
Nada.
Então pego um peso de papel e bato na mesa com força. Ela se espanta, se ajeitando na cadeira, o que não facilita a imagem que vejo, pois, a saia que ela usa sobe mais ainda, revelando uma pequena parte da calcinha de renda branca.
— Pelo amor de Deus, tenha modos, mulher. Olha como você está.
Ela olha para seu corpo e arregala os olhos, se ajeitando e ficando de pé.
Ela me parece ser bem menor do que me lembro, então olho o seu corpo e a vejo descalça, sem os saltos que usava ontem.
— Denner... Quer dizer, senhor Thompson, me desculpe eu, eu, eu...
— O que está fazendo na minha sala e por que está desse jeito?
Ela passa as mãos nas roupas que veste, ajeitando no corpo.
— Eu devo ter pegado no sono, fiquei até tarde...
— Fazendo o quê?
Ela me olha como se estivesse ficando irritada.
— O seu maldito balancete, espero que esteja satisfeito agora.
Quando ela fala isso me dou conta de uma coisa.
— Como conseguiu fazer tudo em tão pouco tempo?
Ela trava o maxilar e dá um passo na minha direção.
— Me deu uma ordem direta e eu cumpri. Queria o balancete e ele está aí. Eu sou muito boa no que faço e não darei motivos para que me demita, se bem que você também não pode fazer isso. Eu passei a noite inteira preparando esse documento, está tão perfeito que até mesmo uma criança o entenderia, espero que esteja satisfeito. — Ela se abaixa, pega os sapatos e quando começa a andar perde a força das pernas, só não cai porque a segura.
— Está tudo rodando e minha cabeça parece que vai explodir. — Ela se segura no meu corpo e a pego no colo, a levando para o sofá, em seguida a deitando nele.
— Passou a noite aqui. Quando foi a última vez que comeu?
Ela respira fundo e passa a mão na cabeça.
— Ontem no café da manhã.
Não me impressiona ela estar querendo desmaiar.
— Como assim ontem no café da manhã? Estava de saída para o almoço ontem quando...
— Quando me trancou no elevador e me falou todos os absurdos possíveis? Sim, eu estava, mas depois da nossa rápida conversa eu perdi completamente o apetite e ainda tinha que preparar o seu maldito balancete, então não podia perder muito tempo.
Quando começo a querer me sentir m*l por ela, me lembro o que ela é uma serpente venenosa.
— Vou mandar trazerem alguma coisa para você comer, então depois de se alimentar, saia da minha sala e não entre aqui novamente sem a minha autorização.
— Você é um i****a. Não vou comer nada que seja trazido por ordem sua, pode querer me envenenar e eu sou muito nova para morrer. — Ela se levanta de uma vez e só não cai novamente por a segurar de novo.
— Fica deitada na p***a desse sofá e não se preocupe que não vou mandar envenenar a sua comida. O meu jeito de exterminar você vai ser bem mais eficaz.
Ela fecha os olhos e respira fundo.
— Eu vou para a minha sala, não quero nada que venha de você. Vou repetir mais uma vez, eu não sou amante do Oliver, tire isso da sua cabeça.
Me sobe um ódio ao ouvi-la chamar o meu pai de forma tão intima.
— Escutei da sua própria boca dizer que o ama. Você deve ser apenas mais uma vagabunda interesseira que ele levou para cama.
Ela balança a cabeça e sorri sem graça.
— É, eu sou mesmo a p**a do seu pai. Não é isso que você quer escutar? Então pronto, escutou, mas não misture as coisas. Aqui, sou Briana Morris, a diretora financeira do grupo Thompson e exijo respeito da sua parte. Já fora da empresa a minha vida pessoal não diz respeito a você, então se mantenha longe ou vou ser obrigada a tomar medidas que não serão boas para nenhum de nós dois.
Dessa vez ela se levanta e não passa m*l, então pega os sapatos e sai da minha sala sem olhar para trás.
Eu tenho que dar um jeito de tirar essa mulher da minha empresa e da vida do meu pai.