34" O começo de um dia especial"

1382 Words
Priscilla Era um sábado tranquilo e, para minha surpresa, acordei com uma felicidade inexplicável. Ao contrário dos dias anteriores, hoje eu sentia uma leveza que m*l conseguia explicar. Talvez fosse o fato de ser meu aniversário, um novo ciclo que se iniciava. Mesmo com meus pais tendo que trabalhar um pouco mais tarde, decidi que eu mesma prepararia o café da manhã. Fui até a cozinha, coloquei a água para ferver e comecei a arrumar a mesa com carinho, pensando em como aquele dia poderia ser diferente. Enquanto organizava os pratos e talheres, ouvi passos leves descendo as escadas. Era minha mãe, Paula, com seu jeito sempre amoroso, aproximando-se de mim. Paula_ Bom dia, meu amor. Minha princesa está ficando mais velha hoje, parabéns, minha linda, _ disse ela, me abraçando com força, como se quisesse proteger-me de todas as adversidades do mundo. _ Quero que você seja muito feliz, que realize todos os seus sonhos, e que encontre um homem que te faça muito feliz, construindo uma família linda. Aquelas palavras, apesar de serem clichês em aniversários, tinham um peso especial quando vinham da minha mãe. Senti uma mistura de emoções e abracei-a de volta, tentando segurar a nostalgia que começava a me invadir. Priscilla _ Obrigada, mãe... Queria que o restante da nossa família estivesse aqui, _falei, tentando esconder a tristeza em minha voz, mas sem muito sucesso. Como se soubesse exatamente o que eu estava pensando, meu pai, Murilo, entrou na cozinha logo em seguida. Murilo_ Não se preocupe, filha. Em breve vamos visitá-los, ok? Parabéns, minha princesinha, _ disse ele, me abraçando com aquele jeito forte e protetor que só os pais conseguem ter. Com os abraços e as felicitações, começamos a tomar café, enquanto eu tentava acalmar meu coração. Mas havia algo dentro de mim que não estava completamente em paz. Talvez fosse apenas saudade, ou talvez um pressentimento. Decidi ignorar, pois não queria estragar o momento. Assim que terminamos o café, subi para acordar o Kauã e a Sophia, que ainda estavam mortos de sono. Desci com os dois para a cozinha, onde completamos nossa refeição juntos, como uma família unida que éramos. Após isso, ajudei minha mãe a arrumar a bagunça, aproveitando cada segundo da nossa rotina que, por mais simples que fosse, tinha um valor imenso. Enquanto lavava os pratos, ouvi meu celular começar a tocar incessantemente. As notificações do i********: chegavam uma após a outra, com várias pessoas me parabenizando. Respondi a algumas mensagens importantes e, em seguida, abri o w******p. A primeira mensagem era da Fernanda, minha melhor amiga, e eu sabia que vinha alguma loucura dela. --- WhatsApp On Fefe_ Oi, minha p*****a favorita, parabéns, minha vida! Tudo de bom pra você, que você seja muito feliz, e que nunca fique longe de mim, senão eu te mato. Fefe _ Não vou fazer textão porque não gosto dessas coisas. Fefe_ Minha mãe também te mandou parabéns. Priscilla _p*****a é você! Obrigada, amiga, e manda um beijo pra sua mãe. Fefe_ Já já você se arruma, porque vamos passar o dia no salão. Passo aí depois do almoço, tá? Priscilla_ Não sei pra quê, não vamos pra lugar nenhum. Fefe_ f**a-se, você não pode passar o seu aniversário feia, né, Priscilla, pelo amor de Deus! --- Nem me dei ao trabalho de responder a última mensagem. Desliguei o celular e fui dar atenção à Sophia, que estava brincando na sala. Já tinha almoçado quando decidi me arrumar, afinal, com a insistência da Fernanda, não tive escolha. Minha mãe avisou que iria ao morro junto com meu pai e o Kauã para visitar a Júlia e levaria a Sophia junto. Achei um pouco estranho, mas decidi não dar muita importância. Chegando ao salão, já que estava lá, fiz de tudo um pouco: hidratação no cabelo, unhas dos pés e das mãos, limpeza de pele, e até uma massagem relaxante para aliviar o stress. Saímos de lá já era 17:05, e Fernanda insistiu em ir a uma festa. Como minha mãe disse que ficaria com a Sophia, aceitei sem hesitar. Fernanda decidiu que se arrumaria lá em casa, então levou uma bolsa com suas roupas. Depois de tomarmos banho, Fernanda, teimosa como sempre, insistiu em escolher minha roupa. Não quis discutir, então deixei que ela fizesse o que quisesse. Ela escolheu um vestido que, admito, me deixou mais bonita do que eu imaginava. O Uber já estava a caminho, e Fernanda, misteriosa, não quis me dizer para onde estávamos indo. Apenas queria curtir o momento. O Uber parou em frente a um sítio, e do lado de fora havia muitos carros e motos. Quando desci do carro, reconheci o carro do meu pai estacionado e achei estranho. Não fazia sentido ele estar ali. Priscilla_ Fernanda, onde estamos? O que o carro do meu pai está fazendo aqui? _perguntei, desconfiada, enquanto ela olhava para o carro do meu pai com uma expressão de surpresa. Fernanda _ Que c*****o!_ resmungou ela. _Ai, amiga, vamos entrar logo." Assim que entrei, todo mundo gritou "Surpresa!", e embora eu já imaginasse o que estava por vir, fingi surpresa para não deixá-los sem graça. Priscilla_ Meu Deus! Como vocês conseguiram fazer isso sem eu perceber! Obrigada, gente!_ disse, tentando parecer genuinamente surpresa. Fernanda, com seu jeito debochado, sussurrou em meu ouvido: Fernanda_ Você é uma falsa fingida, sabia?_ Eu apenas ri, porque sabia que ela tinha razão. Comecei a cumprimentar as pessoas, embora a maioria ali fosse desconhecida para mim. Parecia que a festa tinha mais amigos do Pesadelo e da Fernanda do que meus próprios conhecidos. Fui até a mesa onde estavam C2, Th, Pesadelo, meus pais, Kauã, Sophia, e o restante do pessoal. Th, sempre brincalhão, me abraçou calorosamente. Th_ Tá ficando velhinha, né, Priscilla? Parabéns, pô,_ disse ele, me apertando em um abraço. Priscilla_ Obrigada, coisa linda,_ respondi, abraçando-o de volta. C2, com seu jeito tranquilo, também me cumprimentou: C2 _ Parabéns aí, morena, tudo de bom pra você! Priscilla_ Obrigada, gatinho. Cadê a Vitória?_ perguntei, notando sua ausência. C2_ Já já tá chegando aí _ respondeu ele, mas algo em sua voz parecia diferente. Provavelmente tinham brigado de novo, algo que já estava virando rotina. Enquanto conversava, não pude deixar de notar Pesadelo brincando com a Sophia, que ria incessantemente. Ele me olhou e sorriu, e naquele momento, meu coração quase parou. Por que ele tinha esse poder sobre mim? Antes que pudesse pensar demais, percebi um cara alto, branquinho, me encarando de longe. Ele começou a caminhar em nossa direção, cumprimentou todos na mesa e sentou ao lado do Pesadelo. Xxx __É sua filha, Pesadelo?_ perguntou ele, curioso. Pesadelo_ É, pô, minha cria _respondeu Pesadelo, dando um beijo carinhoso na Sophia. Xxx_ E a mãe dela? Deixou a menina pra tu cuidar?_ continuou ele, sem perceber o peso das palavras. Priscilla_ A mãe dela sou eu _respondi, sorrindo sem graça, enquanto ele me olhava surpreso. Xxx_ Aah, não sabia que você e o Pesadelo estavam juntos_ disse ele, ainda confuso. Pesadelo_ Não estamos. A única coisa que nós temos é a Sophia mesmo, só isso_ Pesadelo respondeu, olhando para mim, e senti meu coração apertar. Por mais que eu soubesse que nossa relação era assim, ouvir aquilo em voz alta doía. Emanuel_ Tendi. De qualquer forma, deixa eu me apresentar, prazer, Emanuel _ disse ele, estendendo a mão. Priscilla_ Priscilla, prazer _ respondi, apertando sua mão, tentando esconder o desconforto. Emanuel_ Nome bonito, Priscilla _comentou ele, e logo notei que Pesadelo o olhava com a cara fechada, claramente incomodado. Fiquei conversando com Emanuel por um tempo, até que Fernanda, do jeito animado de sempre, me arrastou para dançar. Já estava bebendo e dançando sem parar quando senti alguém se aproximando. Olhei para trás e vi que era Emanuel, que se juntou a mim, sarrando sem nenhum pudor. Emanuel _ Continua dançando, gatinha_ sussurrou ele, piscando para mim.Voltei a dançar, mas algo me fez olhar na direção do Pesadelo. Ele estava nos observando com uma expressão nada amigável. Mas ignorei. Afinal, ele mesmo tinha dito que não tínhamos nada além da Sophia. Então, por que deveria me importar?Quando cansei de dançar, fui até a mesa preparar outra bebida para mim, e enquanto colocava o gelo no copo, senti a presença de Pesadelo se aproximando por trás.
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